TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

TEOLOGIA
DO
NOVO TESTAMENTO

Uma Visão Panorâmica do Novo Testamento

 

INTRODUÇÃO

“Possuir uma Bíblia não é possuir algo que não nos custe nada.” – Adolf Schlatter

I. O NOVO TESTAMENTO

1. O que é Testamento.
• “Ato pelo qual alguém dispõe, para depois da sua morte, de seus bens.
2. O Novo Testamento. O nome dado à segunda parte de nossa Bíblia é “Novo Testamento”, que significa literalmente “nova aliança” (Lc 22.20). A palavra aliança significava um acordo feito por um indivíduo ou grupo com outro indivíduo ou grupo, sendo que esta segunda parte podia aceitar ou recusar o acordo, mas não modificá-lo. O Antigo Testamento registra, primeiramente, o tratado de Deus com Israel, baseado na aliança outorgada através de Moisés no monte Sinai, ao passo que o Novo Testamento descreve um novo acordo entre Deus e os homens mediado através de Cristo com base na Nova Aliança (Êx. 24.1-8; Lc 22.14-20; 2 Co 3.6-11). A Antiga Aliança revelava a santidade de Deus no justo padrão da Lei, e prometia a vinda do Redentor; a Nova Aliança revela a santidade de Deus em Seu justo Filho. O Novo Testamento, portanto, consiste dos escritos que revelam o conteúdo desta Nova Aliança.
(1) Origem: Este título apareceu no escrito de um autor desconhecido cerca de 193 d.C.
(2) Definição. A segunda das duas partes em que a Bíblia se divide.

3. Síntese do Novo Testamento:
A mensagem do Novo Testamento está centralizada
(1) Na Pessoa que Se entregou para a remissão dos pecados (Mt 26-28).
(2) No povo (a Igreja) que recebeu Sua salvação. Assim, o tema central do Novo Testamento é a salvação.
• Os Evangelhos – Apresentam o Salvador.
• O Livro de Atos dos Apóstolos – Descreve à disseminação das boas novas sobre a Sua salvação por grande parte do mundo mediterrâneo do primeiro século da Era Cristã.
• As Epístolas – Fornecem detalhes das bênçãos resultantes dessa salvação.
• O Apocalipse – Antevê a culminância da salvação.

4. Ponte Histórica que une o Antigo ao Novo Testamento

“Os atos salvíficos no Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico, que incluirá as todas as pessoas sob suas bênçãos”

“Quem negligencia a história está condenado a repeti-la” – Pr. Eliseu Pereira

“Uma sociedade que não compreende a sua história é como uma pessoa sem memória”

“A história tem o caráter teológico; a totalidade dela leva os sinais da atividade divina”

(1) Fatores Nacionais no Plano Divino.
• Proclamação persa de Ciro e regresso dos judeus.
• Conquista de Alexandre, o Grande; Expansão da língua grega.
• Estabelecimento Romano de um governo mundial, estável, leis uniformes e boas estradas.
• Dispersão dos judeus, que espalharam as verdades acerca da unidade de Deus, a esperança messiânica e as Escrituras. A Dispersão é o nome pelo qual se denominam os judeus que viviam fora da Palestina e mantinham seus costumes religiosos nomeio dos gentios. Muitos preferiram ficar na terra do cativeiro. No período Inter-Testamentário, os judeus de fora da Palestina vieram a ser muito mais numerosos do que os da terra natal. Formaram-se importantes colônias de judeus em todos os países e em todas as cidades principais do mundo civilizado: Babilônia, Assíria, Síria, fenícia, Ásia Menor, Grécia, Egito, Norte da África e Roma. A Dispersão estava principalmente sediada na Babilônia, Síria e Egito. No tempo de Cristo estimava-se num milhão o número de judeus no Egito. E havia densa população deles em Damasco e Antioquia. Em cada lugar tinham suas sinagogas e suas Escrituras. Assim na providência de Deus, enquanto eles eram levados cativos para terras estranhas, em conseqüência dos seus pecados, esse cativeiro convertia-se em bênção para as nações entre as quais se espalhavam. Influíram sobre o pensamento delas, e também por elas foram influenciados.
(2) Governo.
• Dominação persa (400-330 a.C)
• Supremacia de Alexandre Magno (330-323 a.C). A conquista grega preparou o caminho para a tradução do Antigo Testamento para a língua grega – A Septuaginta.
• Sucessores de Alexandre.
• Supremacia Egípcia e Síria (323-166 a.C)
1) A Judéia é anexada ao Egito (320 a.C)
2) A Judéia é anexada à Síria (193 a.C)
3) Antíoco Epifânio profana o templo (168 a. C)
• Independência Judaica sob os Macabeus (166-63 a.C)
1) Começa a Rebelião dos Macabeus (167 a.C)
2) Reedificação do templo (165 a.C)

(3) Sociedade.
• Movimento Geográfico: Dispersão dos Judeus.
• Partidos Religiosos:
1) Fariseus.
2) Saduceus.
3) Essênios.
4) Escribas.
• Literatura (270-50 a.C)
1) Septuaginta.
1- Definição. Septuaginta foi uma versão grega do Antigo Testamento hebraico. Chamou-se Septuaginta porque 70 foram os tradutores que a começaram, conforme se diz.
2- Data. A Septuaginta foi traduzida por volta do ano 250 a.C. No reinado de Ptolomeu Filadelfo, e levada adiante nos 100 anos seguintes.
3- Local. A feita em Alexandria, onde havia muitos judeus que falavam grego.
4- História. Reza a tradição que, a pedido de Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C.) 70 judeus, hábeis lingüistas, foram mandados de Jerusalém ao Egito. Traduziram primeiro o Pentateuco. Depois, os restantes livros do Antigo Testamento. São incertas algumas tradições ao seu respeito. O grego era língua universal naquele tempo. Nos dias de Cristo essa versão era de uso comum. O Novo Testamento foi escrito em grego. Muitas citações suas do Antigo Testamento são feitas da Septuaginta.