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RUA SEM SAÍDA

RUA SEM SAÍDA
Texto Bíblico: Êx 14.1-14
Introdução.
“Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas, esses vêem as obras do SENHOR e as suas maravilhas no profundo” (SI 107:23-24).
É nos dias de provação e dificuldades que a alma experimenta alguma coisa da bem-aventurança profunda e incontável de poder confiar em Deus. Não é quando o barco desliza suavemente à superfície do lago tranquilo que a realidade da presença do Mestre é sentida; mas sim, quando ruge o temporal e as ondas varrem a embarcação. O Senhor não nos oferece a perspectiva de isenção de provações e tribulações; pelo contrário, diz-nos que teremos tanto umas como as outras; porém, promete estar conosco sempre; e isto é muito melhor que vermo-nos livres de todo o perigo. A compaixão do Seu coração conosco é muito mais agradável do que o poder da Sua mão por nós. A presença do Senhor nunca é tão agradável como nos momentos de maior dificuldade.
I. “Rua Sem Saída” é o lugar a que às vezes Deus nos leva (1-4 a)
1. Mediante ordem específica (1,2) Por mandamento divino, Israel voltou atrás e acampou em Pi-Hairote, supostamente nas vizinhanças de Ramessés. Isso foi um convite à perseguição de Faraó (Essa perseguição de Faraó a seus escravos que escapavam acontece sob a orientação soberana de Deus.
(1) A localização destes lugares é incerta, mas a rota da marcha foi mudada de sudeste (que, se continuada, levaria os israelitas a entrar em choque com os guardas egípcios de fronteira) para sudoeste (o que colocou o mar vermelho entre eles e Canaã).
(2) Por que ele não conduziu Israel pela rota curta ao longa da linha costeira do mar Mediterrâneo? Porque nessa rota havia fortes guarnições egípcias e na Palestina o esperavam os belicosos filisteus. Se os israelitas seguissem por ali, teriam de lutar imediatamente. Como escravos recém-libertos, os hebreus não estavam preparados para lutar nem para entrar na terra prometida. Necessitavam ser organizados e disciplinados na escola do deserto, receber o pacto da lei e o desenho do tabernáculo.
“Quando Deus muda a rota da nossa vida, confiemos, Ele sabe o que estava nos esperando lá na frente.”
“O caminho mais curto pode não ser o de mais proveito”
2. Para seus propósitos (3,4a)
“Não existe sequer uma posição em toda a peregrinação dos remidos de Deus cujos limites não hajam sido cuidadosamente traçados pela mão da sabedoria infalível e o amor infinito. O alcance e a influência peculiar de cada posição são calculados com cuidado.”
II. “Rua Sem Saída” é o lugar em que Deus nos prova (4b-9)
1. No caminho da obediência (4b) Com o mandamento, e da mesma origem, vem o poder para obediência.
2. Carro (6). Faraó estava resoluto, visto que sua força especial de carros de combate foi usada, o cavalo e o carro de combate parecem ter sido introduzidos no Egito pelos hicsos (cerca de 1700 a.C). Os carros de combate egípcios transportavam três homens cada um.
3. Permitindo que nos sobrevenham circunstâncias difíceis (5-9) O que pareceria ser a ruína da igreja, volta e meia é utilizado para ruína dos inimigos dela. Deus faz que a inveja e fúria dos homens contra seu povo sejam um tormento para eles mesmos, que as lutas avivem nossas orações e esforços, porém que não silenciem nossa fé e esperança.
(1) Afoitamente (8): Ou melhor, “ousadamente”; literalmente, com punho erguido, isto é, confiantemente e em atitude de desafio a Faraó.
III. “Rua Sem Saída” é o lugar em que às vezes falhamos com o Senhor (10-12)
1. Por nossa falta de fé (10) Assim raciocina sempre a incredulidade; induz-nos a interpretar Deus em presença da dificuldade, em vez de interpretar a dificuldade na presença de Deus. A fé coloca-se através da dificuldade e encontra Deus ali, em toda a Sua fidelidade, amor e poder. “É assim que a cega incredulidade erra sempre e esquadrinha em vão os caminhos de Deus.”
2. Por nossas reclamações (11-12)
(1) “Não haver sepulcros.” (11). O povo falou com amargo sarcasmo, em vista da preocupação obsessiva dos egípcios com túmulos! As queixas rebeldes de Israel, contra a liderança de Deus, são um tema contínuo em Êxodo (5.21; 15.24; 16.3; 17.2; 32.1)
IV. “Rua Sem Saída” é o lugar em que Deus nos ajuda (13-14)
1. No momento certo (13)
(1) “Aquietai-vos” (13). Ou, “permanecei firmes”. Que poderia Israel fazer junto do Mar Vermelhou Podia secá-lo? Podia aplanar as montanhas?- Podia aniquilar as hostes do Egito?- Impossível. Encontravam-se encerra¬dos dentro de um muro impenetrável de dificuldades, à vista do qual a natureza não podia fazer mais que tremer e sentir a sua completa impotência. Porém, para Deus era precisamente o momento de atuar. Quando a incredulidade é afastada da cena, Deus pode intervir; e, para podermos ver os Seus atos, nós temos de estar "quietos". Cada movimento da natureza é, com efeito, um impedimento para a nossa percepção e gozo da intervenção divina a nosso favor.
2. “Não temais (13): Deus, ao julgar o Egito, ao endurecer o coração de Faraó, ao levar Israel até esse impasse desesperador, encurralados entre carros de combate de Faraó e o mar, preparou o cenário para a exibição crucial de seu podre salvador.
3. Tomando o controle (14)
(1) Tal é sempre o nosso método. Intentamos avançar quando devemos estar quietos, e ficamos quietos quando devemos avançar.
(2) Eis aqui a senda da fé. A mão de Deus abre o caminho para podermos dar o primeiro passo, e isto é tudo que a fé sempre precisa. Deus não dá nunca direção para dois passos ao mesmo tempo. Devemos da um passo, e então recebemos luz para o segundo. Deste modo o coração é mantido em permanente dependência de Deus.
(3) O Anjo de Deus movendo-se para trás dos israelitas, a nuvem passou a protegê-los dos egípcios, enquanto o forte vento oriental (naquela região o vento predominante sopra do norte para o sul) dividiu as águas e secou o leito do mar. (19-22) O crente pode buscar as suas dificuldades, e não as encontrar, porque Deus está entre ele e as dificuldades.
(4) Vigília da manhã (24). Entre as duas horas da manhã e o nascer do sol.
(5) “Emperrou-lhes as rodas dos carros (25): Aparentemente o significado é que Deus fez com que as rodas das carruagens ficassem emperradas com a lama e a areia, embora possa significar que as rodas tenham sido quebradas.
(6) Um estudioso observa que a travessia do mar Vermelho foi para Israel a salvação, a redenção e o juízo de Deus, tudo em um mesmo ato. Por isso é semelhante ao batismo em água (I Coríntios 10:1, 2) como símbolo da separação do crente do mundo e o sepultamento de seus pecados. Os cadáveres dos egípcios na margem do mar representam a velha vida de servidão já passada para sempre.
Conclusão
1. Se tão somente pudéssemos encarar as crises graves como uma oportunidade de Deus pode mostrar, em nosso favor, a suficiência da graça divina, as nossas almas conservariam o seu equilíbrio, e Deus seria glorificado, até mesmo no profundo das águas.
2. Às vezes sentimo-nos transportados de uma maneira triunfante através das maiores provações, enquanto que noutras ocasiões desanimamos, trememos, e sucumbimos sob as circunstâncias normais da vida. E por quê? Porque no primeiro caso somos constrangidos a alijar o nosso fardo sobre o Senhor; enquanto que no último caso intentamos, loucamente, levá-lo nós próprios.
3. As mesmas águas que serviram de muro aos remidos de Deus, serviram de sepultura para Faraó.
4. Deus colocou os hebreus em uma situação muito perigosa. Estavam encerrados por montanhas, pelo deserto e pelo mar, e de repente viram o exército egípcio que se aproximava deles; Deus quis revelar--se como o único guerreiro da batalha e protetor de seu povo dando-lhe um livramento inesquecível (14:4, 14-18).
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti" (Is 26:3).”
Bibliografia
Como Preparar mensagens Bíblicas – James Braga
Bíblia Anotada.
Estudos sobre o livro de Êxodo – C. H. Mackintosh
O Pentateuco – Paul Hoff
Bíblia de Estudo Genebra.

Foto de Examinai as Escrituras.