AS ORIGENS DA BÍBLIA

AS ORIGENS DA BÍBLIA

I. O que é a Bíblia.
1. Teorias:
(1) Racionalismo:
• Em sua forma extrema. Nega a possibilidade de qualquer revelação sobrenatural.
• Em sua forma moderada. Admite a possibilidade de revelação divina, mas essa revelação fica sujeita ao juízo final da razão humana.
(2) Romanismo. A Bíblia é um produto da igreja; por isso a Bíblia não é a autoridade única ou final
(3) Misticismo. A experiência pessoal tem a mesma autoridade da Bíblia.
(4) Neo-ortodoxia. A Bíblia é uma testemunha falível da revelação de Deus na Palavra, Cristo.
(5) Seitas. A Bíblia e os escritos do líder ou fundador de cada religião possuem igual autoridade.
(6) Ortodoxia. A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática.
2. Etimologia do Termo: O vocábulo “Bíblia” significa “coleção de livros pequenos”
• Biblos: Era a folha de papiro preparada para escrita.
• Biblion: Um rolo pequeno de papiro, o termo aparece em Lc 4.17; Jo 20.30
• Bíblia: Vários rolos. Aparece com este significado em Lc 4.17; Jo 20.30
3. Definição Teológica.
• “É a revelação de Deus à humanidade. O Autor da Bíblia é Deus; seu real interprete é o Espírito Santo, e seu assunto central é o Senhor Jesus Cristo.”
• A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Não é um mero repositório das apalavras de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus.

II. A Origem do Nome Bíblia.
• A palavra portuguesa “Bíblia” vem do grego “biblia”, que é o plural de biblion – “livro”. Essa palavra deriva-se originalmente da cidade fenícia de Biblos (no Antigo Testamento, Gebal), que era um dos antigos e importantes centros produtores de papiro.
• Este nome consta na capa da Bíblia mas não o vemos através do volume sagrado.foi primeiramente aplicado às Escrituras por João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla (347-407 d.C)

III. Bíblia – Palavra de Deus Escrita.

1. A Ordem para que se escrevesse a Bíblia. Deus ordenou a Moisés:”Escreve isto para memória num livro” (Êx 17.14). Essa mesma ordem foi repetida ao longo de 1.600 anos para cerca de 40 homens escolhidos por Deus (Is 34.16)

2. Métodos da Revelação Divina:

(1) Através de uma Ordem de Deus: “Escreve num livro todas as palavras que te tenho dito (Jr 30.2; 36.2;HC 2.1,2)
(2) Através de uma Inspiração Divina Repentina: “Veio a mim a palavra do Senhor” (Jr 1.4; Mq 1.1; Is 1.2)
(3) Através de Registros Diários: Outros registraram acontecimentos, assim como se escreve memória histórica (Êx 17.14)
(4) Através de Exaustiva Pesquisa: Outros examinaram minuciosamente aquilo sobre o qual receberam a direção para escrever (Lc 1.3).
(5) Através de Revelações (At 22.14-17; Gl 1.11,12,15,16; Ef 3.1-8;Dn 10.1)
(6) Através de Sonhos e Visões (Dn 7.1; Ez 1.1; 2 Co 12.1-3)
Mas todos escreveram o que receberam pela inspiração do Espírito Santo, e podiam dizer: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1Co 11.23; 15.3)

3. A Necessidade de se registrar a Palavra de Deus.
É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro. Como disse o Dr. Keyser: “Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração a geração.
As Vantagens de uma Revelação Escrita:
(1) Precisão. Uma das vantagens da linguagem escrita sobre os demais veículos de comunicação é a precisão.
(2) Permanência: Constitui meio pelo qual se pode preservar o pensamento ou a expressão sem que os percamos por lapsos da memória.
(3) Objetividade: A expressão escrita carrega consigo uma marca de irrevocabilidade extrínseca a outras formas de comunicação. A palavra escrita combate a má interpretação e a má transmissão da mensagem.
(4) Disseminação. É a capacidade de propagação, ou disseminação.Em geral a tradição oral tende a sofrer corrupção.Deus escolheu um modo exato de transmitir sua Palavra.

IV. Materiais e Instrumentos de Escrita da Bíblia.
1. Materiais de Escrita:
(1) Tabuinhas de barro. Eram usados não só na antiga Suméria, já em 3.500 a.C, como também por Jeremias (Jr 17.13) e por Ezequiel (Ez 4.1)
(2) Papiro. O papiro era extraído de uma planta aquática desse mesmo nome (Êx 2.3; Jó 8.11; Is 18.2; 2 Jo 12) – De papiro deriva o termo papel. Seu uso na escrita vem de 3000 a.C., no Egito.
(3) Pedras.Também eram usadas para fazer inscrições na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina (ex.: código de Hamurábi, a pedra de Roseta, e a pedra Moabita)
(4) Metal. (Êx 28.36; Jó 19.24; Mt 22.19,20)
(5) A Cera. (Is 8.1; 30.8; Hb 2.2; Lc 1.63)
(6) Pedras preciosas (Êx39.6-14)
(7) Velinho, Pergaminho e couro: São palavras que designam os vários estágios de produção de um material de escrita feito de peles de animais. O pergaminho é a pele de animais, curtida e preparada para escrita. É material superior ao papiro, porém de uso mais recente. Teve seu uso generalizado, a partir do início do Século I, na Ásia Menor.É também citado na Bíblia (2 Tm 4.13)

2. Instrumentos de Escrita:
(1) O estilete. Instrumento em formato de pontalete triangular com cabeçote chanfrado, com que se escrevia. Era usado de modo especial para fazer entalhes em tabuinhas de barro ou de cera, sendo às vezes denominado pena pelos escritores bíblicos (Jr 17.1)
(2) O Cinzel. Era usado para fazer inscrições em pedra (Js 8.31,32). Jó refere-se ao cinzel denominando-o “pena de ferro” (Jó 19.24)
(3) Pena. Era usada para escreverem papiro, em couro, em velinho e em pergaminho (3 Jo13)
(4) Canivete. Era usado para afiar a pena.
(5) A Tinta: Era uma mistura de carvão e uma goma arábica.

V. O Tipo de Escrita da Bíblia.
1. Uncial. É o manuscrito que contém só maiúsculas.
2. Cursivo. O que contém só minúsculas.

VI. Formatos Primitivos da Bíblia.

1. Rolos. Era feito de papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira para facilidade de manuseio. Naquele tempo ninguém podia conduzir pessoalmente a Bíblia como fazemos hoje. O que tornou isso possível foi à invenção do papel no Século II pelos chineses, e a do prelo de tipos móveis pelo alemão Johann Gutenberg em 1450 d.C.
2. Códice. É uma obra no formato de livro, de grandes proporções. A palavra livro vem do latim líber, que significou primeiramente casca de árvore, depois livro.

VII. Os Manuscritos da Bíblia.
1. Manuscritos originais, isto é saídos das mãos dos escritores, não existe nenhum conhecido no momento. Deus na sua providência permitiu isso. Se existisse algum, os homens o adorariam mais do que ao seu divino Autor. (Ler 2 Rs 18.4; Dt 34.5,6 e Jd 9).Além disso, temos a considerar o seguinte, historicamente:

(1) Era costume dos judeus enterrar os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra causa, para evitar sua mutilação, profanação e interpolação espúria.
(2) Os reis idólatras e ímpios destruíram muitos manuscritos, contribuindo para isso.
• Veja o caso descrito em (Jr 36.20-26).
• Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a. C), durante seu reinado extremamente cruel, decidiu exterminar a religião judaica, assolou Jerusalém em 168 a.C., profanando o templo e destruindo todas as cópias que achou das Escrituras.
• Nos dias do Imperador Romano Deoclesiano (284-305 d.C), os perseguidores destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante 10 anos Deoclesiano mandou vasculhar o império visando destruir todos os escritos sagrados. Chegou a crer que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
2. Cópias de Manuscritos Originais: Há inúmeras, em várias partes do mundo. Eles harmonizam-se admiravelmente, assegurando-nos assim da sua autenticidade. Os manuscritos bíblicos são indicados pela abreviatura MS.

VIII. Os Escritores da Bíblia.

Os Hagiógrafos (do grego hagiógraphos – autor inspirado dos livros da Bíblia)
A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação, preservação e transmissão, só pode ser explicada como milagre, ou melhor: Deus sendo seu autor. Foram cerca de 40 os escritores da Bíblia. Deste modo, a Palavra Escrita foi-nos dada por canais humanos, assim como o foi a Palavra Viva – Cristo (Ap 19.13). Esses homens pertenceram às mais variadas profissões e atividades. Escreveram e viveram distantes uns dos outros em épocas e condições diferentes. Levaram 1.500 anos para escrever a Bíblia. Apesar de todas essas dificuldades, ela não contém erros nem contradições. Há sim dificuldades na compreensão, interpretação, tradução, aplicação, mas tudo isso do lado humano, devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.

Bibliografia.
Manual da Escola Dominical – Antonio Gilberto CPAD
Introdução à Teologia – Eurico Bergstén
Bíblia Anotada.
Dicionário Teológico CPAD

 

Foto de Ide e Ensinai.