O QUE É AVIVAMENTO
O que não é avivamento.
Avivamento não é só emoção. Alguém definiu o avivamento como um “movimento dentro da tradição cristã que enfatiza o apelo da religião à natureza emotiva e afetiva dos indivíduos”. Não! O avivamento não é só emoções. Não é só carga afetiva
, nem aquela euforia que hoje nos embala, e amanhã desaparece como que por taumaturgia.
Avivamento não é só barulho. “Um avivamento pode produzir barulho, mas não é nisso que ele consiste. O fator essencial é a obediência de todo coração”.
Avivamento não é só misticismo.
O que é misticismo.
A palavra misticismo provém do vocábulo grego mústes que, literalmente, significa “iniciado nos mistérios”. Mystica, é o termo latino correspondente; seu significado pouco difere do grego. Alguém já o definiu como “conjunto de normas e práticas que tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus”. É a procura que tem como base, a experiência, e não propriamente a revelação.
O misticismo no pentecostalismo. Para os que temos a Bíblia como a única regra de fé e prática, o misticismo só é benéfico se tem a Palavra de Deus como soberana e não porfia em colocar-se em pé de igualdade com ela. Doutra forma, que seja ele completamente erradicado. O autêntico misticismo é aquilo que os evangélicos chamamos de verdadeira espiritualidade. Ir além dessas fronteiras é muito perigoso. Porque fatalmente haverá de desmerecer a Bíblia, colocando-a numa posição subalterna.
O pseudo-avivamento
Dentes de ouro.
“Cair no Espírito”.
Embora não seja nenhuma novidade, o “cair no Espírito”, como vem sendo caracterizado, começou a ganhar notoriedade a parti de 1994. Neste ano, a Igreja Comunhão Videira do Aeroporto de Toronto, no Canadá, passou a ser visitada por milhares de crentes – todos à procura de uma bênção especial. Ao contrário das demais igrejas pentecostais, que buscam preservar a ordem em seus cultos, mas sem matar o fervor nem extinguir o Espírito, a Igreja do Aeroporto, como passou a ser conhecida, granjeou surpreendente popularidade em decorrência das manifestações que ocorriam em seus cultos.
Dizendo-se cheios do Espírito, os frequentadores dessa igreja começaram a manifestar-se de maneira estranha e até exótica:
Em dado momento, todos punham-se a rir de maneira incontrolável;
Alguns chegavam a rolar pelo chão. Justificando essa bizarria, alegavam trata-se de santa gargalhada.
Outros iam mais longe: não se limitavam ao estrepitoso dos risos; saíam urrando como se fosse leões; balindo, como carneiros; ou gritando, como guerreiros.
E ainda outros “caíam” no Espírito.
O que diz a Bíblia:
Daniel 10.8,9: As visões, na Bíblia, tinham uma força impressionante. Agitavam, enfraqueciam e até deitavam por terra homens santos de Deus.
Ezequiel 1.28; 3.23; 43.3: Ezequiel também assusta-se com o que vê, apavora-se o profeta (Ez 1.28). Sem liturgia, ou intervenção humana, o mensageiro de Jeová prostra-se todo. E quem não haveria de prostrar-se? Mesmo o mais forte dos homens, não se aguentaria diante de tamanho poder e glória. Recurvar-se-ia; lançar-se-ia com o rosto em terra.
Nesses casos, as visões divinas foram tão fortes, que levaram tanto Ezequiel quanto Daniel a caírem por terra.
Isaías. Entretanto nem sempre ocorriam prostrações. Haja visto o exemplo de Isaías, tivera ele uma visão tão forte, mas não consta que ele tivesse caído por terra.
Saulo (At 9.4). Nada havia sido programado. Saulo foi levado a recurvar-se em virtude da sublimidade do Senhor Jesus. Noutras ocasiões, porém, os encontros com Deus deram-se de maneira suave. A entrevista de Natanael com o Cristo é um exemplo bastante típico dessa suavidade tão santa. O que também dizer do encontro de Gideão com o anjo do Senhor? Ou do encontro de Jeremias com Jeová? Como se vê, as experiências variam de acordo com as circunstâncias e a personalidade das pessoas envolvidas no plano de Deus.
A autoridade de Cristo. A autoridade do nome de Cristo é mais que suficiente para fazer com que todos os joelhos dobrem-se diante de si (Fp 2.9,10; Jo 18.6; At 5.3-5).
Não houve casos de “prostrações” no dia de Pentecostes (At 2.2); nem na casa de Cornélio (At 10.44-47); e nem entre os discípulos em Éfeso (At 19.6).
Algumas considerações a ser feitas caso ocorra alguma prostração:
Qual a sua procedência?
Teve como objetivo promover o homem ou glorificar a Deus?
Foi usada para catalisar a atenção dos presentes?
Foi provocada por sopros, toques ou por algum objeto lançado no auditório?
Houve sugestão coletiva?
Prejudicou a boa ordem e a decência da igreja?
Conta com o respaldo bíblico suficiente?
Tornou-se o centro do culto?
A oferta de Isaque: Há “obreiros” que, de igreja em igreja, espoliam os fiéis com a oferta de Isaque, mas sem o desprendimento de Abraão. (Lembrando que Abraão, desceu com Isaque novamente).
Teologia da Prosperidade.
Confissão Positiva.
Triunfalismo.
Maldição Hereditária.
Regressão Psicológica.
As divinas Revelações do Inferno e do céu.
G-12. Como esquecer o injurioso G-12? Que tantos transtornos e divisões causou no meio evangélico.
Sonhos, e visões que são colocados acima da Bíblia. Levantam-se os sonhadores e visionários, com tantos rompantes que, com um único enunciado, solapam a legitimidade da Bíblia e dos ministros por ela constituídos (Jr 23.25,26,28). Os tais sonhosos são mestres em torcer a Palavra, esvaziar o magistério cristão, deturpar as práticas legitimamente neotestamentária e minar a base do ministério pastoral. Ora, não pretendemos negar a validade dos sonhos e das visões; constituem-se estes numas gloriosa promessa para os nossos dias (Jl 2.28-31). Destinam-se eles, porém, ao conforto e à edificação pessoais, e não ao governo da igreja. Nenhum ministro de Nosso Senhor deve tomar decisões baseadas unicamente em sonhos e visões. Ainda que os tenha, há de esperar por uma confirmação cabal do Espírito Santo (Jz 6.36-40).
Quantas profecias não são urdidas, hoje, para dividir igrejas e separar grandes amigos?
Quantos oráculos não são enunciados com o único fito de obter vantagens materiais e ascensões eclesiásticas?
Quantos sonhos não são sonhados para destruir lares ou unir cônjuges que Deus jamais uniria?
Quantas visões não são visadas, nos bastidores da intriga, para promover a injustiça, o desrespeito e a irreverência?
Enfim, quantas miscelâneas doutrinárias não aparecem cobertas de ortodoxias?
O culto aos anjos.
Os promotores dessa nova “revelação”, dizendo-se privilegiados por visões angélicas e até por entrevistas com altas patentes celestes, tornaram-se tão atrevidos e arrogantes, que já nenhum pejo demonstram em propor a desconstrução de nosso mais sublime artigo de fé, que tem a Bíblia Sagrada como a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de Deus.
Estejamos vigilantes (2 Co 14.15; 11.3,4; Cl 2.18-20). Muitas seitas e heresias, tiveram início, através de supostas aparições angelicais (Gl 1.6-9; 1 Tm 4.1).
Não é missão dos anjos doutrina, e sim, resguardar os que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14). Veja o exemplo de Cornélio (At 10.1-6).
Definição Teológica:
“Retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja primitiva. É o retorno à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. É o retorno à oração como a mais bela expressão do sacerdócio universal do cristão. É o retorno às experiências genuínas com o Cristo, sem as quais inexistiria o corpo místico do Senhor. É o retorno à grande Comissão, cujo lema continua a ser: ‘até aos confins da terra’. O avivamento, enfim, é o reaparecimento da Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus.”’– Claudionor de Andrade.
“o avivamento é a intervenção divina no curso normal das coisas espirituais. É o Senhor desnudando o seu braço e operando com extraordinário poder sobre santos e pecadores” – Arthur Wallis
A IMPORTÂNCIA DO AVIVAMENTO
O Avivamento É Necessário Quando A Nossa Alma Está Rendida À Mais Profunda Tristeza (Sl 119.25). A tristeza é o cálice amargo que todos bebemos em doses maiores ou menores ao longo da vida. O salmista declara sua tristeza extrema ao dizer que sua alma está apegada ao pó. Está rendido a uma tristeza que vai além de circunstâncias adversas. Sua tristeza ressoa nas recâmaras da alma. Não consegue lugar de refúgio contra essa tristeza nem blindagem para a alma. Ao contrário, sua alma está apegada ao pó.
As nossas muitas tristezas: Ainda temos muitas tristezas:
Tristezas por realidades externas e internas.
Tristezas por problemas gerais e pessoais.
Tristezas pela nossa vida e pela nossa família.
Tristezas pelas nossas enfermidades e pelas nossas fraquezas.
Tristezas pelo nosso pouco desempenho na obra de Deus e pelos nossos pecados.
Tristezas pela igreja e pela nação.
Quando atingimos o limite de nossas tristezas. Quando a tristeza nos fere e nos joga na lona ou no pó, então é hora de buscarmos de Deus um tempo de restauração, um reavivamento espiritual.
O avivamento é necessário quando reconhecemos a nossa absoluta limitação e precisamos recorrer a Deus como o único que pode nos vivificar.
O avivamento é necessário quando temos consciência de que só através da Palavra de Deus ergue nossa alma do pó.
O OBJETIVO DO AVIVAMENTO.
O principal objetivo do avivamento é manter a Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus.
É preservar-lhe as características de movimento.
É arrancá-la ao denominacionalismo.
É compungi-la a reassumir aquela missão que lhe deu o Cristo de forçar as portas do inferno.
É conscientizá-la de que é, na verdade, um organismo e não uma organização que jaz sepultada em tradições meramente humanas.
É levar a Igreja a agir como Reino de Deus. Igreja avivada não é instituição. É o Reino em movimento. Encarava assim Habacuque a Obra de Deus.
Segundo J. Edwin Orr, o avivamento visa reconduzir a Igreja aos tempos de refrigério. Tempos estes que, estar no cenáculo, não era privilégio apenas daqueles que compartilhavam da experiência readquirida na rua Azusa no princípio do século XX; era um privilégio de todo o povo de Deus. Mas para que estejamos no cenáculo com os 120, faz-se necessário, vigiarmos com o Senhor no Getsêmani, faz-se urgente chorar por um avivamento até que este ressurja apesar dos olhos pesados e do coração sonolento.
AS CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO AVIVAMENTO
Tem a Bíblia Sagrada como a inspirada, infalível, inerrante e completa Palavra de Deus.
Não admite qualquer outra revelação que venha a contraria as Sagradas Escrituras, pois, estas são soberanas e irrecorríveis.
Prima pela ortodoxia bíblica e pela sã doutrina.
É espiritual, mas não admite o misticismo herético e apóstata que, sob a cada da humildade, busca desviar os fiéis das recomendações dos profetas do Antigo Testamento e dos apóstolos do Novo Testamento.
Prega o Evangelho completo de Nosso Senhor, anunciando que Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura os enfermos, pera maravilhas e que em breve, haverá de nos buscar, a fim de que estejamos para sempre ao seu lado.
Enfatiza a salvação pela graça através do sacrifício vicário do Filho de Deus.
É pentecostal; realça a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
Tem um firme compromisso com o imperioso ide de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isto não poupa recursos humanos e financeiros na evangelização local, nacional e transcultural.
Acredita na necessidade e na possibilidade de todos os crentes viverem uma vida de santidade e inteira consagração a Deus.
É intercessor. Leva os crentes a rogar ao Pai Celeste por aqueles que ainda não foram alcançados pelo Evangelho.
Estimula os crentes a viverem como irmãos e a amar aos outros como Cristo nos amou e por nós se entregou.
Leva os fiéis a devotar um amor incondicional pelo Senhor Jesus Cristo, e ansiar por sua volta gloriosa – nossa bendita esperança.
CONDIÇÕES PARA O VERDADEIRO AVIVAMENTO
Contínua Renovação. Além de valorizarmos tais condições, que possibilitam o usufruto do verdadeiro Pentecostes, não podemos ignorar a importância de o conservarmos. Na Lei havia apagador de fogo (Êx 25.38), mas na Graça não! Medite em Mateus 12.20 e 1 Tessalonicenses 5.19. Nesta última referência, a mensagem para nós é clara: “Não apagueis o Espírito” (ARA)
A conservação do poder pentecostal vem pela constante renovação espiritual do crente.
Se não atentarmos para a necessidade da contínua renovação espiritual, corremos o risco de “terminar na carne” (Gl 3.5).
De volta à Palavra: A reforma do século 16 foi uma volta às Escrituras. Essa volta à Palavra de Deus produziu mudanças na vida da igreja e trouxe um poderoso reavivamento. O Salmo 119, sendo o maior capítulo da Bíblia, trata da excelência da Palavra de Deus e de seus benditos efeitos em nossa vida. Destacaremos aqui a relação entre a Palavra de Deus e o reavivamento:
Reavivamento e restauração (119.25). “A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.” Davi está prostrado até o pó. Sua alma está humilhada ao extremo. Nessa prostração total, clama pela vivificação que vem por meio da Palavra. É a Palavra de Deus que restaura a alma!
Reavivamento e proteção (Sl 119.37). “desvia os meus olhos para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho”. Os nossos olhos podem nos atrair para armadilhas perigosas. Podem ser um laço para os nossos pés. Por isso, o salmista roga a Deus proteção da queda e ao mesmo tempo vivificação no caminho de Deus, o caminho da santidade.
Reavivamento e aspiração (Sl 119.40). “Eis que tenho suspirado pelos teus preceitos; vivifica-me por tua justiça”. Quanto mais suspiramos pela Palavra de Deus, mais somos cheios dela e mais vivificados seremos pela justiça divina. Quanto mais cheios da presença de Deus, mais desejamos Deus em nossa vida.
Reavivamento e consolo (Sl 119.50). “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica”. A vida com Deus é uma jornada por onde a angústia sempre nos espreita. Contudo, nas noites mais escuras da alma, a Palavra de Deus nos vivifica, nos consola e nos enche de verdor e frutos benditos.
Reavivamento e obediência (Sl 119.88). “Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os teus testemunhos oriundos de tua boca”. Quando descemos aos vales escuros da vida ou tropeçamos em virtude da nossa fraqueza, precisamos da misericórdia de Deus e, quando Ele nos vivifica, então renovamos o nosso compromisso de obediência à Sua Palavra.
Reavivamento e aflição (Sl 119.107). “Estou aflitíssimo, vivifica-me, SENHOR, segundo a tua palavra.” A aflição é o cálice que bebemos enquanto caminhamos na estrada juncada de espinhos, entre o berço e a sepultura. Contudo, nas horas em que sorvemos esse cálice amargo, Deus nos vivifica segundo a sua Palavra, apruma os nossos joelhos trôpegos, fortalece as nossas mãos descaídas e nos restaura o vigor.
Reavivamento e oração (Sl 119.149). “Ouve, SENHOR, a minha voz, segundo a tua bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos”. Oração e Palavra são os dois grandes instrumentos que nos levam à vivificação espiritual. Quando Deus ouve o nosso clamor, então Sua Palavra nos restaura. Pela oração, falamos com Deus; pela Palavra, Deus fala conosco!
Reavivamento e libertação (Sl 119.154). “Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a tua promessa”. Quando somos apanhados na rede da perseguição externa ou da aflição interna, precisamos de livramento e, quando este chega, Deus nos vivifica pela sua Palavra. Oh, bendito livramento! Deus não nos deixa exposto ao opróbrio dos nossos inimigos.
Reavivamento e misericórdia (Sl 119.156). “Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdia; vivifica-me, seguindo os teus juízos”. Por causa das muitas misericórdias de Deus, não somos consumidos. Por elas, Deus não nos dá o juízo que merecemos. Por isso, Ele nos ergue da nossa fraqueza e nos vivifica segundo os Seus juízos.
Reavivamento e amor à Palavra (Sl 119.159). “Considera em como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua bondade”. O amor à Palavra de Deus descortina diante de nós o caminho da bondade divina, e nesse caminho está a gloriosa realidade do reavivamento e da vivificação espiritual. É tempo de buscarmos o Senhor e a Sua Palavra até que Ele venha sobre nós, trazendo em Suas asas poderoso reavivamento espiritual.