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SALMOS - PANORAMA GERAL

SALMOS – O HINÁRIO DE ISRAEL

 

Panorama Geral Dos Salmos

 

Cânticos Da Confiança

 

Hinos De Devoção

 

Chamado Em Hebraico “Livro De Louvores”

 

150 Poemas Musicados Para O Culto

 

O Hinário E Livro De Oração De Israel

 

Para Uso Na Vida Particular E No Culto Público

 

O Livro Mais Amado Do Antigo Testamento

 

O Produto Mais Glorioso Da Idade Áurea De Israel

 

De 283 Citações Do Antigo Testamento No Novo, 116 São Dos Salmos

 

 

INTRODUÇÃO AOS LIVROS POÉTICOS

 

1.      Poeta.

(1)   Definição:

1)      Definição Secular: Poeta é aquele que quem tem faculdades poéticas e se consagra à poesia; aquele que faz versos. – dicionário Aurélio.

 

2)      Termo No Grego: Gr. POIÊTÊS: “fazedor”, “realizador”, “ator”, “agente”.

 

 

3)      Sentido Literário: Poeta é alguém que exprime suas ideias mediante imagens verbais, metáforas e outros artifícios literários.

4)       

5)      Uso Bíblico:

1-      Aparece em Atos 17.28, onde o apóstolo Paulo cita um trecho de Arato de Mísia: “[...] como também alguns dos vossos poetas disseram: Porque dele também somos geração”.

2-      Não obstante, o termo grego aparece em Romanos 2.13 e Tiago 1.22, com o sentido distinto daquele que faz poesia.

 

6)      Conceito Teológico: As Escrituras afirmam que Deus é o poeta por excelência, e os salvos e a criação, a sua maior poesia. “Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Ef 2.10).

 

2.      Definição Da Área Poética.

(1)   Poema é uma composição literária, geralmente em versos, que expressa uma ideia ou um sentimento.

 

(2)   Embora muitas seções da Bíblia contenham um pouco de poesia (os profetas), os hebreus identificavam três grandes livros poéticos: Jó, Salmos e Provérbios.

 

(3)   Na classificação da Vulgata, estão também incluídos Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos, perfazendo o total de cinco livros, geralmente chamados de “Poéticos”.

 

(4)   Esses cinco foram mais tarde divididos em dois grupos denominados dos livros “de Sabedoria” e “Hínicos”. Três livros de Sabedoria: Jó, Provérbios e Eclesiastes. Dois livros hínicos: Salmos e Cântico dos Cânticos.

 

3.      Distinções Entre Texto Em Prosa E Texto Poético

Poesia é um discurso emotivo marcado pelo sentimento, rima, ritmo e pelo uso da linguagem figurada. Ela difere da prosa, pois enquanto esta é essencialmente descritiva e dissertativa, aquela apesar de usar a descrição e a dissertação em alguns casos, concentra-se, peculiarmente, no uso de linguagem figurada.

 

(1)   Na prosa, o texto organiza-se em parágrafos – no verso, o texto organiza-se em estrofes.

(2)   No texto em prosa, a linha tem menor importância, pois aproveita inteiramente o espaço do papel – Na poesia, a linha tem muita importância. Os poetas contam as sílabas e também a posição da sílaba tônica para obter o efeito, assim a linha poética aproveita o espaço do papel em parte.

(3)   No texto em prosa, o recurso da rima não é usado – Na poesia, às vezes, usa-se o recurso da rima, isto é, da igualdade da terminação do final dos versos.

(4)   Na escolha de palavras, o escritor não considera o número de sílabas – Na escolha de palavras, o poeta leva em conta o número de sílabas e mesmo a sonoridade das palavras.

 

4.      Características Da Poesia:

 

(1)   Rima. Rima é o dispositivo literário de sons harmoniosos, desenvolvendo o ritmo pela ocorrência regular de terminações sonoras semelhantes. Aliteração e várias formas de consonância aperfeiçoam a rima, mas a mais importante é a recorrência dos sons finais.

 

(2)   Ritmo. Ritmo é a regularidade do movimento em composição literária, desenvolvida pela ocorrência da batida, pausa ou acento. Esse ritmo ou métrica, é determinado pela frequência dos acentos (sendo a “cadência” um grupo de sílabas com acento), que regulares quer irregulares. O ritmo cria um modo ou modelo que exige cumprimento ou simetria completa.

 

(3)   Expressão Figurativa. A linguagem é figurativa é a terceira característica da poesia. Faz analogia ou comparações por figuras de pensamento. Em contraste com a prosa comum, as figuras de linguagem logram seu intento desafiando a mente a descobrir relacionamentos óbvios, despertando assim emoções e desejo. São muito importantes as formas básicas de símile, metáfora, personificação, apóstrofes, hipérbole. Etc. Economia de linguagem ou “agudeza” é também uma característica da poesia muito usado para enfatizar eloquentemente profunda verdade, combinando exclamação e elipse.

 

5.      Características Da Poesia Hebraica – Paralelismo. Essência do paralelismo. A poesia hebraica enfatiza mais o “ritmo da ideia” do que o “ritmo do som”, pois a mente oriental está mais interessada no conteúdo da ideia do que nos meros artifícios literários. O paralelismo poético hebraico é um ritmo equilibrado do pensamento e das ideias, mais do que das palavras e dos sons. Essa característica é chamada “paralelismo”: A primeira linha do poema é paralela ou equilibrada com a segunda ou com as linhas seguintes, em uma das diversas maneiras, o que pode ser feito em dísticos (estrofe de dois versos), trísticos, ou em estrofes de quatro versos, e até mesmo de cinco. Estrofes maiores simplesmente combinam um ou alguns versos com os anteriores.

 

6.      Vantagem Do Paralelismo Hebraico. Além de desafiar o leitor a fazer o relacionamento de ideias, essa característica da poesia hebraica apresenta vantagem especial na tradução. O efeito rítmico e o movimento não se perdem quando traduzidos para outro idioma, como frequentemente acontece na tradução de características apenas mecânicas. A fim de preservar a característica da rima na tradução, por exemplo, o tradutor talvez tenha de sacrificar a ideia precisa para conseguir o efeito de som adequado. A genialidade do paralelismo é que ele permite a tradução para outros idiomas sem alterar a ideia, pois não é restrito a um determinado modelo sonoro de sílabas.

 

7.      Tipos De Paralelismo Hebraico.

 

(1)   Sinonímico.  A segunda linha repete ou reproduz a primeira em palavras semelhantes.

 

Salmo 19.1: “Os céus declaram a glória de Deus;

 o firmamento proclama as obras das suas mãos”.

 

Salmo 2.1: “Por que conspiram as nações

 e os povos tramam coisas vãs?”

 

 

(2)   Antitético. A segunda linha expressa ideia oposta à da primeira, fazendo contraste.

 

Salmo 1.6: “Pois o SENHOR aprova o caminho dos justos,

 mas o caminho dos ímpios leva à destruição!”

 

Pv 15.20: “O filho sábio alegrará a seu pai,

mas o homem insensato despreza a sua mãe”

 

Nota-se também esse paralelismo em Provérbios 10.15.

 

(3)   Sintético. A segunda linha completa ou amplifica a primeira. Salmos 19.7: “A lei do SENHOR é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do SENHOR são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes”. São três os tipos de paralelismo sintético:

1)      Conclusão: (Sl 2.6).

2)      Comparação (Sl 118.9).

3)      Razão: (Sl 2.12).

 

(4)   Outros Tipos De Paralelismos:

1)      Analítico: A segunda linha apresenta uma consequência da primeira. Salmo 23.1: “O SENHOR é o meu pastor; de nada terei falta”.

 

2)      Climático. A segunda linha repete a primeira e a conduz ao clímax.

 

Salmo 29.1: “Atribuam ao SENHOR, ó seres celestiais, atribuam ao Senhor glória e força”.

 

Salmo 9.9: “Torna-se, Senhor, refúgio para o oprimido,

refúgio nos tempos de tribulação”

 

3)      Emblemático. A segunda linha ilustra a figura apresentada na primeira. Salmo 103.11: “Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o teme”.

 

4)      Quiasmo. É um esquema bimembre (duas linhas poéticas). A segunda linha repete a primeira, mas em ordem invertida. (Quiasmo, do grego, chiasmos, ação de dispor em cruz).

 

Salmo 51.1: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões”.

 

“[...] Efraim não mais invejará Judá

e Judá não hostilizará mais Efraim” (Is 11.13b).

 

“não deis aos cães o que é santo,

 

nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas,

 

                 para que não as pisem com os pés,

 

E, voltando-se vos dilaceram” (Mt 7.6).

 

8.      Estrutura Das Estrofes: A estrutura da estrofe hebraica é composta por:

(1)   Dístico: Versos com duas linhas poéticas:

“O justo florescerá como a palmeira” – 1ª linha poética.

“crescerá como o cedro do Líbano” – 2ª linha poética.

 

(2)   Trístico: Versos com três linhas poéticas:

“Levantam os rios, ó Senhor” – 1ª linha poética.

“Levantam os rios o seu bramido” – 2ª linha poética.

“Levantam os rios o seu fragor” – 3ª linha poética.

 

(3)   Quaternário: Versos com quatro linhas poéticas.

“A lei do Senhor é perfeita” – 1ª linha poética.

“e restaura a alma;” – 2ª linha poética.

“O testemunho do Senhor é fiel” – 3ª linha poética.

“e da sabedoria aos símplices” – 4ª linha poética

 

(4)   Mesclado: Versos com mais de quatro linhas poéticas: Essa simplesmente combina um ou alguns versos com os anteriores:

“[...] Eis que os meus servos comerão,

Mas vós padecereis fome;

Os meus servos beberão;

Mas vós tereis sede;

Os meus servos se alegrarão.

Mas vós vos envergonhareis” (Is 65,13).

 

9.      Classe Características Da Poesia Hebraica – (Literatura Criativa dos Hebreus).

(1)   Drama Poético. Uma série de cenas apresentadas principalmente em formato de verso. O livro de Jó – “Não falta elemento algum de efeito dramático” – Richard Moulton.

 

(2)   Versos Líricos Poéticos. Preparados para se cantados ou salmodiados, mediando entre a “descrição” da epopeia e a “apresentação” do drama. Salmos – Os salmos apresentam a maioria dos tipos de poesia lírica: Odes, cânticos, elegias, intercessões, monólogos, visões e rituais.

 

(3)   Didática Poética: Verso poético destinado a ensinar.

1)      Didática Prática – O Livro de Provérbios.

2)      Didática Filosófica – O Livro de Eclesiastes.

 

(4)   Idílios Poéticos. Cenas campestres ou pastoris em forma de verso – Cântico dos Cânticos.

 

(5)   Elegias Poéticas. Versos expressando pesar ou lamentação. – O Livro de Lamentações de Jeremias.

 

10.  Os Livros Poéticos Do Antigo Testamento.

A Poesia do Antigo testamento não está limitada apenas aos cinco livros poéticos. Encontramos, no conteúdo dos livros históricos e proféticos, vários fragmentos da poesia hebraica (Dt 32; Is 1.2-3).

 

O acervo de literatura poética dos hebreus não se limitava apenas ao conteúdo do Antigo testamento, mas existiam outras produções literário-poéticas que eram populares em Israel (Nm 21.14; 1 Sm 2.1-11). Isso, porém, não altera o fato de que os cinco livros constituam um grupo específico dentro do conteúdo do Antigo Testamento.

 

(1)   Definição: Livros poéticos são aqueles nos quais o seu conteúdo é escrito numa linguagem caracterizada pela emoção, ritmo e linguagem metafórica.

 

(2)   Os Livros Poéticos:

 

 

LIVRO

IDEIA CENTRAL

A bênção por meio do sofrimento

Salmos

O louvor por meio da oração

Provérbios

A prudência por meio do preceito

Eclesiastes

A verdade por meio da vaidade

Cantares de Salomão

A bem-aventurança por meio da união

 

(3)   Classificação Da Literatura Poética Hebraica:

1)      Drama Poético. Uma série de cenas dramáticas apresentadas principalmente em formato de verso: o livro de Jó. Nele são apresentados muitos elementos de efeito dramático.

 

2)      Versos Líricos. Preparados para serem cantados ou salmodiados, mediando entre a “descrição” da epopeia e a “apresentação” do drama: o livro de Salmos. Os salmos apresentam a maioria dos tipos de poesia lírica:

 

ODES

Composição poética em que se louva uma pessoa ou coisa, dividida em estrofes semelhantes entre si (1 Sm 18.7). As odes podem ser sacras ou epódicas. Segundo as circunstâncias, as odes sacras podem ser classificadas como salmos (louvores a Deus) ou hinos (canção religiosa, canto em louvor à pátria ou poesia acompanhada de música em honra a uma nação, a um monarca, a uma causa). Davi, por exemplo, costumava cantar hinos a Deus, celebrando as obras da criação (Sl 8.1; 84; 122-126). As odes epódicas ocupam-se de matéria filosófico-moral (Sl 53; 62; 73; 77).

CÂNTICOS

Distribuídos por todos os salmos. Maria exalta ao Senhor com um belo canto genetlíaco – composição lírica que celebra o nascimento ou aniversário de uma pessoa (Lc 1.46-55).

ELEGIAS

Pequenos poemas consagrados ao luto e à tristeza (Sl 126; 137).

 

 

3)      Didática Poética. Verso poético destinado a ensinar: o livro de Provérbios.

 

4)      Didática Filosófica. O livro de Eclesiastes.

 

5)      Idílios Poéticos. Cenas campestres ou pastoris em forma de verso: Cantares de Salomão.

 

6)      Elegias Poéticas. Versos expressando pesar ou lamentação: O livro de Lamentações de Jeremias.

 

A POESIA HEBRAICA - INTRODUÇÃO

 

1.      Características Literárias Dos Salmos.

(1)   Poemas líricos. Os salmos não são apenas poemas, mas composições líricas. Um trabalho dessa natureza pode ser definido como “um pequeno poema para ser cantado, expressando pensamentos e principalmente os sentimentos do escritor” – Leland Ryken

1)      É musical, feito para ser cantada com acompanhamento de instrumentos de corda. Por esse motivo, a metrificação tem um modelo especial de “acentuação” (embora não tenha rima e o ritmo seja grandemente incerto em qualquer sequência regular).

 

2)      É subjetiva ou pessoal, expressando os próprios sentimentos da pessoa que fala. Do mesmo modo que o profeta proclama a palavra de Deus, o salmista expressa os pensamentos e sentimentos do homem para com o Criador. Embora possa usar o plural “nós”, expressa seus sentimentos pessoais como representante de todos.

 

3)      Enfatiza as emoções como um de seus traços identificadores mais importantes. Para retratar emoções intensas, usa figuras como hipérbole ou outras palavras e expressões emotivas. Seu objetivo principal não é contar história ou mesmo expor doutrina (apesar de isso estar envolvido), mas dar expressão ao lado emocional da religião. Os salmos foram escritos para serem representados de modo teatral.

 

4)      A poesia lírica também é breve. Uma vez que as emoções não podem ser prolongadas em uma alta intensidade, os salmos têm de ser breves. As emoções expressas são mantidas o tempo suficiente para chegar ao clímax e contornar o tema unificador. O salmo 119 é comprido, mas sua ênfase está em completar o ciclo através de todo o alfabeto hebraico.

 

(2)   Paralelismo. É a técnica poética básica da poesia hebraica, e tem de ser reconhecida para o livro de Salmos ser bem entendido. Interpretar poesia como prosa e deixar de reconhecer adequadamente essa técnica hebraica ou deturpará as ideias paralelas, ou fará que pareçam ridículas.

 

(3)   Imagens Ou Figuras. Do mesmo que a prosa é assinalada por descrições literais, a poesia usa representações figurativas. A maioria dos salmos emprega essas figuras em que dois níveis de significado ou de vida estão relacionados. O salmo 1, por exemplo, descreve as delícias de um viver piedoso pela simples imagem de uma árvore plantada junto a corrente de águas. O salmista tece dois ou mais significados para descrever com intensidade as verdades que estão sendo declaradas. O propósito não é entretenimento, mas ênfase. No salmo 23, o pastor e seu rebanho são descritos para salientar o relacionamento entre os crentes e o Senhor. A figura conhecida ajuda a identificar a desconhecida. Essas figuras instruem e persuadem, mas sua ideia básica é atingir a intuição pela analogia e emoção, fixando as verdades para serem percebidas por meio de diferentes níveis de experiência. As seguintes figuras dos salmos são as mais notáveis:

 

1)      Símile – Esta figura faz uma comparação por semelhança em um ou mais pontos. É uma comparação formal e usa a palavra “como”. Salmo 1.3: “É como árvore”.

 

2)      Metáfora: Compara por representação, declarando uma coisa para ser outra (sem a palavra formal “como”, por exemplo) Salmo 23.1: “O SENHOR é o meu pastor”.

 

3)      Alegoria: É a figura de metáforas que se estendem ao redor de um tema central. Salmo 80.8ss: Israel é aqui descrito como “uma videira do Egito”.

 

4)      Metonímia. Substitui uma palavra por outra, estabelecendo relação entre as duas. Salmo 73.9: “... com a língua [palavra] se apossam da terra”.

 

5)      Sinédoque – Consiste no emprego de uma palavra em lugar de outra na qual está compreendida, ou vice-versa. Salmo 52.4: “Você ama toda palavra maldosa, ó língua mentirosa!” (a língua está no lugar da pessoa).

 

6)      Hipérbole – É um exagero, empregado para dar maior ênfase. Salmo 6.6.: “De tanto chorar inundo de noite a minha cama”.

 

7)      Personificação – Fala de objetos inanimados ou ideias abstratas como se fossem seres vivos. Salmo 35.10: “Todo o meu ser exclamará: Quem se compara a ti, Senhor?”

 

8)      Apóstrofe (semelhante à personificação) – É a figura em que o orador se dirige a pessoas ausentes ou objetos inanimados como se estivessem vivos e presentes. Salmo 114.5-7: “Porque fugir, ó mar?...”

 

9)      Antropomorfismo – Atribui a Deus características humanas. Salmos 10.12: “Levanta-te, SENHOR! Ergue a tua mão”

 

2.      Acrósticos Alfabéticos. São nove os salmos alfabéticos, assim chamados porque apresentam uma ordem alfabética na primeira letra de suas linhas, versos ou estrofes subsequentes. O objetivo evidente desse

Mecanismo literário era ajudar a memória no aprendizado ou recitação e, talvez, chamar atenção para a sequência e beleza do texto. Esse mecanismo é usado em vários arranjos dos salmos 9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, 119 e 145.

(1)   Salmos 25 e 34 são os únicos que constroem o acróstico com 22 letras.

 

(2)   Salmo 9 e 10 são unidos por um acróstico irregular, que vai de um salmo ao outro.

 

(3)   Salmos 111 e 112 têm ambos dez versículos com 22 linhas, nas quais cada salmo se desenvolve.

 

(4)   Salmo 145 tem 21 versículos e deixa fora a décima quarta letra do alfabeto hebraico (nun), entre os versículos 13 e 14.

 

(5)   Salmo 119 é o mais elaborado, com 22 estrofes de oito versículos cada, e todos os oitos versículos de cada estrofe começam com a mesma letra do alfabeto. Essa ordem estrutural dá ênfase ao tema, que é a Lei de Deus.

 

O GÊNERO SAPIENCIAL

Embora expresse poesia, o conjunto de livros poéticos dá destacado espaço ao gênero sapiencial (do latim sapientia, ou seja, sabedoria, especialmente representado por Jó, Provérbios e Eclesiastes

A Sabedoria Dos Livros Poéticos

1.      Referência Prática À Sabedoria. A permanente referência que os escritos didáticos fazem à sabedoria, de forma que tentam inculcá-la nos seus leitores, é de caráter eminentemente prático. Não consiste tanto em um apelo teórico quanto numa exortação para viver bem, ou seja, para que o comportamento da pessoa seja adequado a todas e a cada uma das múltiplas circunstâncias da vida. A Bíblia possui a habilidade, a agudeza e as qualidades precisas para enfrentar com êxito as contingências da vida.

 

2.      Transmissão Da Sabedoria. Para transmitir os seus ensinamentos, os sábios recorrem frequentemente aos provérbios ou à reflexão que se acha nos poéticos, sob duas diferentes formas: a admoestação e a sentença. A primeira é logo reconhecida pela frequência do uso do modo verbal empregado para aconselhar e exortar os discípulos acerca do caminho que devem seguir (Pv 19.18; 20.13; Ez 7.21). Já a segunda (sentença) consiste na breve descrição objetiva de uma realidade comprovável, de um fato sobre o qual não se pronuncia nenhuma espécie de juízo moral (cf. Jó 28.20; 37.24; Pv 10.12; 14.17; Ec 3.7; Ct 8.7). Para os pensadores hebreus, a verdadeira sabedoria não era unicamente um raciocínio intelectual, mas acima de tudo prático, com sentido moral e religioso. Sendo “o temor do Senhor o princípio da sabedoria”, o verdadeiro sábio era aquele que era reverente a Deus em toda a forma de viver. Ao contrário, o insensato era insensível em matéria religiosa, ao afirmar solenemente: “Não há Deus” ou pelo menos ao comportar-se como se Deus não existisse.

Os Livros Poéticos E A Doutrina Da Sabedoria

A sabedoria, nos Livros Poéticos, surge como a revelação da verdade. Isso posto, coloca os sábios de Israel em harmonia no plano redentor de Deus dentro da história humana, distinguindo-os dos sábios das outras nações.

1.      Jó: Trata da “sabedoria para entender as provações da vida”. Esse primeiro livro de sabedoria trabalha um dos mais estranhos enigmas da vida: “Por que sofrem os justos ou porque o viver virtuosamente nem sempre resulta em felicidade e paz interior?” Essa ironia da vida é catastrófica à maioria dos sistemas morais e desafia aquele que crê na Bíblia, interrogando os mais profundos pensamentos sobre Deus e seus caminhos para com o homem.

(1)   A Sabedoria No Drama: Esse livro é um drama, no qual a soberania divina governa todas as esferas e conduz Jó, por meio do crisol do sofrimento, a um plano de conhecimento e fé mais profundo em Deus.

 

(2)   A Sabedoria Contrasta Com Uma Visão Distorcida De Deus E Da Sua Misericórdia. Está em prova um sistema religioso que chegou a um impasse, um sistema com visão distorcida de Deus e do homem, que somente com relutância se submete às mais profundas verdades da pessoa de Deus. o livro é um apelo para todos os aflitos aumentarem a sua fé em Deus e confiarem nEle “mesmo quando os céus se calam e a justiça parece estar ausente”. A verdadeira fé pode mover o coração de Deus de maneira inconcebível.

 

2.      Salmos: Dois aspectos relacionam-se com a sabedoria contida nos salmos:

(1)   Sentimento Otimista (14, 19, 90). Onde é contemplado o mundo criado por um Deus bondoso, a glória do cosmo e a consciência e o mistério do homem mortal, cuja alma se encontra em frente das grandes realidades da vida.

 

(2)   Dúvida E Temor (10, 37, 49, 73). Veja como o salmista exclama, ao considerar a situação do ímpio arrogante: “Por que estás longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos da tribulação?”

 

A prosperidade dos malfeitores e a adversidade do justo são temas recorrentes nos livros de sabedoria, que os autores aprofundam e procuram solucionar.

O salmo 37 responde: “A prosperidade dos ímpios não perdurará”.

O salmo 49 insiste: “O malfeitor terá na morte um castigo condigno”.

E, finalmente, o Salmo 73 conclui: “A verdadeira prosperidade só pertence aos bons”.

 

3.      Provérbios. Trata da “Sabedoria para crescimento e disciplina na vida”. O livro de Provérbios é uma coleção clássica de ditados selecionados sobre a formação de um caráter piedoso. Seu objetivo é contrastar dois modo de vida – sabedoria e insensatez – demonstrando ser absoluta loucura viver dominado pelas emoções. Realça a necessidade de estar com Deus desde a juventude, disciplinar-se para atingir valores mais altos e duradouros e reconhecer o poder e o potencial que podem ser adquiridos por meio do caráter forte e da vida espiritual. O livro não é uma miscelânea de provérbios soltos. São provérbios selecionados que valorizam a “sabedoria”, demonstram sua vantagem e concluem com a modelar descrição de quem dela se apropriou. Exemplo: A encantadora mulher virtuosa e vivaz do último capítulo.

 

4.      Eclesiastes: Trata da “sabedoria para encontrar o verdadeiro significado da vida”. Articula sobre a premente necessidade de aproveitar a vida è luz do temor de Deus. o objetivo da sabedoria de Eclesiastes é demonstrar o quanto é fútil uma filosofia de vida sem Deus. a sábia e inspirada conclusão da sapiência e eclesiástica é: “Deus tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos. Porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (12.13,14). O conceito de sabedoria divina tem ainda o propósito de preparar a vinda de Cristo. Além da doutrina do Logos (Verbo) de João, por exemplo, não será difícil encontrar a sabedoria personificada, sobretudo em Provérbios 8.22, onde a sabedoria assiste à criação do mundo. Por este e outros processos preparou-se a vinda de quem havia de ser a sabedoria de Deus e a nossa sabedoria, Cristo (1 Co 1.30).

 

 

TÍTULO

1.      O Hinário Nacional De Israel.

 

2.      Em Hebraico, Sefer Tehillim.hb. “O Livro de Louvores”.

(1)   O título hebraico antigo do livro era THILLIM “cânticos de louvor”. Esse título refletia o principal conteúdo dessa coletânea em geral.

 

3.      Em Grego: “Psalmos”: Poemas adaptados à música.

(1)   O verbo grego PSALLEIN significa “tanger”.

(2)   A Septuaginta diz “Psalmoi” como título do livro. (É a tradução do hebraico Mizmor – dado a 57 salmos). É da Septuaginta que se deriva nosso título moderno do livro. Psalmoi significa “melodia”

(3)   Em antigos códex, temos a designação “psalterion” de onde procede o cognato “Psalter”, ou seja, cantos para serem acompanhados por instrumentos de cordas.

(4)   A Vulgata Latina diz, como título “Liber Psalmorum”

 

4.      Intitulam-se “Os Salmos De Davi”, porque ele escreveu ou compilou a maior parte para o uso no culto público.

 

5.      A este hinário acrescentaram-se mais e mais salmos, de geração em geração, até Esdras o completar na forma que o conhecemos.

 

OUTROS TÍTULOS TÉCNICOS

Os propósitos dos títulos era sugerir como os Salmos deveriam ser usados. Ao entendê-los, compreendemos a força e a beleza de certos Salmos. Este assunto não é simplório como alguns sugerem. A natureza antiga das epígrafes anexadas aos Salmos é inquestionável. Elas já existiam antes da LXX (280 a.C). Comentaristas e hebraístas atestam com acurada certeza que elas datam ao século V a.C., isto é, aos dias de Esdras. Entretanto, cremos não apenas Esdras “organizou” o livro dos Salmos, mas, antes dele, outros já haviam iniciado a composição salmódica.

As Principais Divisões Das Epígrafes

Divisão

 

Exemplos

 

Números De Salmos

Títulos Reduzidos

Salmo de Davi

Salmo de Asafe

Oração de Davi

Salmo de Salomão

Salmo dos filhos de Coré

52

Títulos Históricos

Salmo de Davi quando fugia de Absalão, seu filho.

Salmo de Davi, quando Deus o livrou da mão de seus inimigos e de Saul

14

Títulos Especiais

Em voz de soprano;

Ao mestre de canto com instrumentos de corda;

Em tom de oitava;

Cântico, etc.

39

Títulos Que Expressam Propósito

Cântico para o dia de sábado;

Uma petição e oração do aflito que, ao desfalecer, derrama o seu lamento perante o Senhor

4

Títulos “Cântico Dos Degraus”

Salmo 120 a 134

15

Salmos Sem Títulos Ou Órfãos

34

Termo

Significado:

Termo

Significado

Shir – (29 Salmos)

“Cântico”. Qualquer canção de natureza sagrada ou secular.

Mizmor (57 Salmos)

“Melodia”, “salmo”; Canção acompanhada com instrumentos de cordas. Essa palavra subentende o tanger de algum instrumento de cordas, pelo que é similar ao termo grego PSALMÓS.

Sir Hammolot (Sal 120 a 134)

“Cântico dos Degraus”. Que eram cânticos entoados por peregrinos que subiam a Jerusalém para celebrar as festividades religiosas.

Miktam (Sal 16 e 56-60)

Cujo sentido exato se perdeu, embora haja nas composições envolvidas a ideia de lamentações e expiação. (Ex. Sal 16) pensa-se que significava “joia” ou áureo”, isto é, de pensamentos dignos de serem gravados ou registrados permanentemente...

Maskil (Sal. 74, 78 e 79).

“Instrução”. Que são salmos didáticos. Poema meditativo ou didático. Masquil tem o significado de “compreender” (do hebraico sakal), pode tratar-se de um rótulo ou classificação geral para uma série de cânticos didáticos ou penitentes (veja a relação possível com lamento em Am 5.16,17). É possível, tratar-se também de um cântico ou tema “habilmente elaborado”, com palavras de exaltação, conclamando o povo a louvar a Deus (veja 2 Cr 30.22).

Siggayon (Sal 7).- epígrafe.

Habacuque 3.1 – a forma plural: sigionote.

Também de significado duvidoso, mas talvez uma palavra relacionada ao termo hebraico SAGA, “dar uma guinada”, “girar” referindo-se a um tipo de música agitada. Talvez, um salmo penitencial.

Sigaiom (sing), sigionote (pl).

Um termo musical para instruir o regente do canto e da orquestra no templo.

Sentido do termo mais provável: “Poema lírico caracterizado pela emoção e pelo entusiasmo arrebatado, e quanto à forma, pela irregularidade das estrofes, e variedade de metros” (Isto é, um ditirambo, do ponto de vista bíblico).

Sigaiom é um ode marcial de triunfo. Baseando-se em comparações com o termo acadiano “segu” , “grito ou lamento”, é provável que esse termo seja uma classificação de salmo de lamento. A palavra em hebraico significa “desviar-se”.

Tepilla

“Oração”. Referindo-se a alguma composição poética entoada como uma oração ou petição (Sal 142).

Toda

“Agradecimento”

Le Annote

“Aflição”

Hazkir (Sal 38 e 70)

“Comemorar”, ou “lembrança”, como no caso de um pecado cometido.

Yedutum (Sal. 39 e 62) (Jedutum)

“Confissão” . Jedutum era um dos três regentes de música de Davi; os outros eram Asafe e Hemã (1 Cr 16.37-42). Conforme 2 Cr 13.15, ele era “vidente do rei”.

Lammed (Sal 60).

“Ensinar”

Menasseah (55 Salmos)

“Diretor musical”

Yonat elem rehoqim (Jonate-Elem-Recoquim) – (Sl 56)

 “A pomba nos terebintos distantes”. Que diz respeito a alguma “pomba” (Deve estar em foco algum tipo de sacrifício)

Ayylet hassahar (Aijelete-Hás-Saar)

“Corça do alvorecer” (Estando em foco algum tipo de sacrifício). Pode ser uma indicação do compasso musical, ou o título de uma melodia.

Sosanim (Salmos 60 e 65)

“Lírios”. Talvez uma referência ao uso de flores em cortejos nos quais eram entoados salmos. Ou uma canção de primavera, ou uma metáfora designando um coro feminino.

Neginot (Sal. 6, 54, 55 e 67).

Neginot significa “correr sobre cordas”. Uma referência a instrumentos musicais que sem dúvida acompanhavam o cântico de salmos.  A referência à lira tocada por Davi, em 1 Samuel 16.16, ao harpista, em 2 Reis 3.15, sugere tratar-se de um instrumento portátil (veja tbm Is 23.16).

Nehilot (Sl 5)

“Flautas” uma referência ao acompanhamento do cântico de salmos por meio desse instrumento de sopro. “Flautas de lamentação”.

Tehillá. (Sal. 145)

Canção de louvor. Veio daí o título hebraico do livro.

Mute-laben (Sl 9)

“morte do filho”

Alamote (Sl 46; 1 Cr 15.20)

Significa “Virgem”, ou coro de moças, ou voz de soprano. Aparece em 1 Cr 15.20, em que os músicos do Templo tocavam suas harpas “de acordo com Alamote”. Comparando com a palavra grega ELUMOS, que significa “flauta pequena” esse termo pode referir-se a uma voz aguda ou ao ato de tocar o instrumento em seu registro mais alto.

Seminite (Sl 6 e 12)

Significa “em tom de oitava”, provavelmente indicando a voz de baixo, ou vozes masculinas.

Cuxe (Sl 7).

Provavelmente era um dos oficiais de Saul, que perseguia Davi.

Higaiom (Sl 9)

Provavelmente uma nota musical. Esse termo pode ser uma orientação aos músicos. Tem o significado de “elocução” ou “Meditação” – Veja Isaías 16.7 para seu uso como “lamento”.

Maalate (Sl 53)

Significa “para cítara”. Baseado em 1 Rs 1.40, esse termo provavelmente se refere a um tipo de flauta usado em procissões de celebração. Visto que também pode ser traduzido por “doença” (1 Rs 8.37), é possível que o instrumento fosse usado em rituais de cura.

Al-Tachete (Sl 575-595; 75)

“Não destruas” parecendo referir-se a 1 Sm 26.9.

Susã-Edute (Sal 60 e 80)

“Lírio do testemunho”

Mahalath lleannoth (Sl 88).

A palavra “le1annoth” significa “afligir” e, portanto, pode set sido acrescentada aqui para coincidir com o tema de penitência do salmo 88. Uma vez que esse termo pode ser uma forma da palavra “anath”, “canto” (Êx 15.21), seu uso juntamente com “mahalath”, “flauta”, poderia ser referência a uma antífona ou música para mais de um instrumento

Outras Funções De Títulos De Legenda. Para compreender as legendas é útil observar as seguintes funções:

1.      Títulos descrevendo o caráter do salmo (como visto anteriormente).

2.      Título dando instruções musical, como: “Ao mestre de Canto” (Sal.4).

3.      Título indicando o uso litúrgico, como “Cântico para o dia de Sábado” (Sal 92).

4.      Título dando a autoria (todos, menos o 50).

5.      Título descrevendo o cenário original (somente 14, todos relacionados com Davi: 3, 7, 18, 30, 34, 51, 52, 54, 56, 57, 59, 60, 63, 142

 

A complexidade desses títulos reflete tanto a própria complexidade da coletânea quanto o seu variegado uso em conexão com a devoção privada e com a adoração pública. Especialmente aquele tipo que era acompanhada por música.

O Que Significa A Palavra “Selá”: Algumas Explicações:

1.      “Elevar”, talvez uma direção para que se elevasse a voz, em algum tipo de bênção ou vozes responsivas. Aparece em 39 salmos.

 

2.      Essa palavra de significado discutível, encontrada em algumas versões tradicionais em português, como a ARC [na NVI, “pausa”], é empregada 71 vezes no Livro 1; 30 vezes no Livro 2; 20, no Livro 3; e quatro no Livro 5. Não foi utilizado no Livro 4 (salmo 90 a 106). É sempre encontrada no final de um versículo, mas J. W. Thirtle acha que ela é usada parra notificar o princípio de uma nova seção ou estrofe de um hino. Não se tem certeza de seu significado. Poder derivar de “sala”, para fazer uma pausa, ou de “salal”, para levantar a voz. Talvez seja para ambas as coisas. A opinião de Delitzsch é que deve ser “um interlúdio tocado por instrumentos de corda”. Áquila pensa que seu significado seja “sempre, para todo o sempre”. O parecer de Jerônimo é que deve ser “amém” ou “paz” (shalom). Aparece pela primeira vez no salmo 3, o primeiro salmo atribuído a Davi, em que é vista três vezes. Afirmam os eruditos que o termo “selá” pede uma pausa ou um interlúdio, ou para os instrumentos musicais ou solene reflexão dos declamadores.

 

3.      É um termo musical quanto ao emprego na música e quanto ao sentido (figurado).

 

(1)   Aparece 76 vezes na Bíblia, sendo 73 vezes nos Salmos e três vezes em Habacuque.

(2)   Seu Sentido Pode Ser:

1)      Mudança de voz no canto, ou mudança de tom.

2)      Pausa técnica na partitura, no canto ou na execução instrumental (interlúdio).

3)      “Crescendo” musical (aumento progressivo da intensidade da música).

 

(3)   Lições:

1)      Pausa para fortalecimento da fé em Deus (Sl 3.1-8 , atenção aos vv. 2 e 8).

2)      Pausa espiritual no fim do dia – pensando em Deus (Sl 4).

3)      Pausa para meditar quando a vitória final é dos que confiam no Senhor (Sl 46).

 

A Palavra “Aleluia” Nos Salmos

1.      “Aleluia”. Em algumas versões do Antigo Testamento, aparece a expressão sinônima: “Louvai ao Senhor”. É palavra composta de duas outras: “hallel” (louvar) e Yah (forma abreviada de Yahweh - SENHOR). Com esse significado é empregada 35 vezes no livro de Salmos (aparece também em Apocalipse 19.16).

(1)   Três grupos de salmos são conhecidos como os “Salmos de Aleluia”:

1)      Salmos 11 – 113. Cada um começa com “Aleluia” (Nas Bíblias em Inglês: “Louvai ao Senhor”).

2)      Salmo 115 – 117. Cada salmo conclui com “Aleluia” (Nas Bíblias em Inglês: “Louvai ao Senhor”), e há mais um “Aleluia” no princípio do salmo 1117.

3)      Salmo 146 – 150. Todos principiam e terminam com “Aleluia” (Nas Bíblias em Inglês, todos esses cinco salmos principiam e terminam com “Louvai ao Senhor”).´

 

(2)   Essa frase não é encontrada nos salmos de Davi ou seus cantores. Ginsburg acha que é uma expressão litúrgica para uso antifônico, em resposta à qual a congregação repete o primeiro versículo depois de cada versículo consecutivo enunciado pelo dirigente. Requer adoração em harmonia com louvor ao Senhor.

 

2.      O Livro “Aleluia” Do Antigo Testamento. Na maioria dos idiomas atuais, o termo “aleluia” é usado na forma transliterada. Esse vocábulo ordena que se louve ao Senhor, e é somente usado em Crônicas, Esdras e Neemias, além de Salmos. Conforme já mencionado, há três seções de Aleluia, sendo a última a dos cinco salmos finais (146 – 150), que dão ao Saltério um clímax dramático com as instruções específicas na arte de louvar ao Senhor. Cada capítulo principia e termina com “Aleluia” ou “Louvai ao Senhor”, em um “[1]staccato crescendo” no salmo final. Cada capítulo contribui para o tema, e o último capítulo faz o resumo:

·         146 – Quando Louvar Ao Senhor? – “Por toda a minha vida”

·         147 – Por Quê? – Porque é bom, é agradável, por causa de sua pessoa e obra.

·         148 – Quem? – Toda a criação: todos os povos.

·         149 – Onde? – No santuário, nas festas, nos leitos, na guerra etc.

·         150 – Resumo: Quem, onde, por que, como e por quem será dado o louvor.

 

 

AUTORES

1.      Davi. (3-9; 11 a 32; 34 a 41; 51 a 65; 68 a 70; 86, 101, 108 a 110; 122; 124; 131; 138 a 145).

(1)   “O mavioso salmista de Israel” (2 Sm 23.1).

(2)   Era um homem perspicaz e de grande coração, de sensível emoções vibrantes e vontade férrea, com vida dedicada e disciplinada, e relacionamento com Deus (2 Sm 23.1).

(3)   Teve uma larga experiência como pastor, músico, poeta, guerreiro, fugitivo, amante, teólogo e homem de Estado, nas muitas vicissitudes da vida.

 

2.      Salomão. (72 e 127).

3.      Hemã . (Sal. 88). Era também um filho de Coré.

4.      Os Filhos De Coré: (42; 44 a 49; 84; 85; 87 e 88).

(1)   Os filhos de Coré formavam uma família de sacerdotes e poetas no tempo de Davi.

5.      Asafe: (50; 73 a 83).

(1)   Asafe era um dos principais músicos de Davi. A família de Asafe era encarregada da música de geração em geração.

6.      Etã – o ezraíta: (Sal. 89).

(1)   Quanto a este, ver 1 Rs 4.31.

7.      Moisés (90).

8.      Pelos Tradutores Da Septuaginta:

(1)   Ezequias: 15 salmos (120-134).

(2)   Jeremias: Salmo 137.

(3)   Ageu: Salmo 146.

(4)   Zacarias (Sal 147).

(5)   Esdras (Sal 119).

 

9.      Anônimos: Cerca de 50 salmos são anônimos.

 

DAVI E OS SALMOS

 

1.      Davi foi um guerreiro de bravura sem precedente, gênio militar e estadista, que levou sua nação ao pináculo do poder. Foi também poeta e musicista, que de todo o seu coração amava a Deus. seus Salmos são, na sua realidade, um empreendimento de mais vasta importância do que o próprio reino por ele fundado. É um dos mais nobres monumentos dos séculos. Nestes Salmos está retratado o seu próprio caráter; neles o povo de Deus em geral também se vê razoavelmente retratado, palpitando aí suas lutas, pecados, dores aspirações, alegrias e vitórias. Por séculos sem fim, milhões de redimidos do SENHOR sentir-se-ão gratos a Davi pelos seus Salmos.

2.      Tem havido intensa disputa entre os eruditos acerca da antiguidade e autoria desses salmos, e acerca de sua conexão com o rei Davi. Provavelmente foram compostos durante um período de mil anos ou mesmo mais.

3.      Dentre os 150 salmos, setenta e três têm, no seu título, as palavras “de Davi”; e, muitos deles foram compostos na primeira pessoa do singular.

4.      Alguns desses, ou porções dos mesmos, parecem ser de data posterior à do reinado de Davi. Entretanto, o cortejo com outras peças poéticas religiosas do Oriente Próximo e Médio da mesma época geral sugere que alguns dos poemas atribuídos a Davi datam, realmente do tempo dele.

5.      Sem importar os que os especialistas digam, é apenas natural que a crença popular tem atribuído a obra inteira ao maior dos reis de Israel, um poeta, músico que se sentia um íntima comunhão com Deus – WW.

6.      O profeta Amós no capítulo 6 e versículo 5, mostra quão grande era a reputação de Davi, como música e poeta, a qual continuou a ser notória mesmo século depois de sua morte. A Bíblia chega a revelar que Davi inventou instrumentos musicais.

 

Salmos Que Parecem Redefinir Situações Genuínas Na Vida De Davi

Salmo

Evento histórico

59

Foi ocasionado pelo incidente registrado em 1 Sm 19.11, e projeta luz sobre o caráter de certos associados invejosos de Davi.

56

Mostra como o temor que Davi sentiu em Gate (1 Sm 21.10), acabou transmutando-se em fé (56.12).

38

Ilumina as demonstrações de bondade subsequente, da parte do Senhor Deus (38.6-8; cf. 1 Sm 21.13)

142

À luz da perseguição descrita em seu sexto capítulo, sugere as experiências de Davi na caverna de Adulão (cf. 1 Sm 22.1), e não em Em-Gedi.

52

Enfatiza a iniquidade de Saul, como superior de Doegue, que foi o carrasco executor dos sacerdotes (cf. 1 Sm 22.9).

54

Impreca o julgamento contra os zifeus (cf. 1 Sm 23.13)

57

Envolve a caverna de En-Gedi, quando Saul foi apanhado na própria armadilha que havia armado (57.6; cf, 1 Sm 24.1).

7

Apresenta-nos Cuxe, o caluniador benjaminta (7.3), ao mesmo tempo em que o oitavo versículo desse mesmo salmo corresponde a 1 Sm 24.11,12.

18

É repetido na íntegra em 2 Sm 22; cronologicamente, deveria ter sido posto em 2 Sm 7.1.

60

Ilumina a perigosa campanha militar contra os idumes (2 Sm 3.13, 14; 1 Cr 18.12), também referida em 1 Rs 11.15.

51

Elabora o pecado de Davi com Bate- Seba e contra Urias (2 Sm 12.13,14).

3

Retrata a fé que Davi demonstrou ter, ao tempo da revolta de Absalão (cf. 2 Sm 15.16).

63

Lança luz sobre a fuga de Davi para o Oriente nessa ocasião (cf. 2 Sm 16.2), pois, em suas fugas anteriores, ele ainda não subira ao trono de Israel (Sl 63.11).

30

Alude ao pecado de orgulho de Davi, devido ao poder do seu exército (2 Sm 24.2), antes da perturbação que perdurou pouco tempo (2 Sm 24.13-17; 1 Cr 21.11-17). A isso seguiu-se o seu arrependimento e a dedicação do altar e da casa (a área sagrada do templo; 1 Cr 22.1) de Yahweh.

CARACTERIZAÇÃO

GERAL DOS SALMOS

1.      O livro de Salmos, tradicionalmente atribuído a Davi, é uma coletânea de cânticos e poemas sagrados dos hebreus.

2.      Aparece na terceira seção do Antigo Testamento, chamada “Os Escritos” – (no hebraico, Ketubim).

3.      Os temas dos salmos envolvem não somente louvores ao Senhor, mas também alegria e tristeza pessoais, redenção nacional, festividades e eventos históricos. O seu fervor religioso e poder literário têm conferido a essa coletânea uma profunda influência através dos séculos, e não menos no mundo cristão.

4.      Os salmos reverberam as mais profundas experiências e necessidades do coração humano, e assim exercem uma atração permanente sobre as pessoas de todas as religiões. Incorporam o que havia de melhor nas formas poéticas dos hebreus, tendo-as desenvolvido, e eram acompanhados por um surpreendente desenvolvimento musical, com frequência usado para acompanhar a recitação dos salmos na adoração formal de Israel.

DATAÇÃO DOS SALMOS

1.      Sendo o livro de Salmos uma obra com variados autores, cujos escritos e compilações são de diferentes épocas, não se pode datar com devida precisão a sua compilação geral. É muito provável que não fossem exarados imediatamente pelos autores que os compuseram, mas entregues à tradição oral. Teriam sido, assim, como se afirma dos poemas homéricos, cantados ou recitados por sucessivas gerações, alguns talvez durante largos séculos, antes de serem fixados por escrito.

 

2.      É também provável que os Salmos tenham a sua presente forma devido a atividade do sacerdote e escriba Esdras que, segundo a tradição judaica, formulou a agrupou o Cânon do Antigo Testamento, reunindo em uma só obra na sinagoga e fundou a grande sinagoga em Jerusalém. Esse fato é de relevante importância. Isso provavelmente era feito em consonância com a leitura do Pentateuco e alguns Salmos cantados em ocasiões específicas.

 

3.      Tem-se tornado comum os eruditos liberais aludirem aos salmos como “o hinário do segundo templo”, o que serve de boa descrição. Contudo, não há nenhuma razão constrangedora que nos force a duvidar de que pelo menos muitos dos salmos, bem como a música que os acompanhava, já faziam parte da liturgia do primeiro templo de Jerusalém. Esse hinário do segundo templo contêm muitos elementos antigos que correspondem ao que se conhece sobre a poesia antiga de outras culturas, e não somente da cultura hebreia; e isso favorece a antiguidade pelos menos de uma parcela razoável da coletânea.

 

4.      Convém lembrar que nesse período o Templo estava em fase de reestruturação, e a vida religiosa e política de Israel estava se reorganizando, o que torna a composição dos Salmos imprescindível para incutir o senso patriótico e religioso nos israelitas. Mas não devemos nos escusar e pensar que a elaboração dos Salmos é atividade atribuída unicamente a Esdras (Ne 10.39; 11.22; 12.27-36, 45-47), pois as referências bíblicas e históricas sugerem que Davi, Asafe, Etã e Quenanias participaram ativamente dessa atividade (1 Cr 15.16-22), bem como Ezequias (2 Cr 29.25 – 30; Pv 25.1)

 

5.      O Cântico de Moisés (Êx 15) e o Cântico de Débora (Jz 5) mostra que a poesia dos hebreus era muito antiga e muito bem desenvolvida.

 

 

6.      Admitindo-se que Moisés foi o primeiro escritor dos Salmos (1430 a.C., aproximadamente), esse livro foi escrito num período de carca de 1000 anos. No século XIX, alguns eruditos designaram datas do período Macabeu para alguns dos Salmos, mas essas datas foram abandonadas em favor das pré-helenísticas.

 

7.      Os autores especificados sugerem diversas épocas em que os Salmos foram escritos:

·         Época de Davi (1020-970)

·         Salomão (970-931)

·         Os filhos de Asafe e de Coré, talvez antes do exílio, e a época dos “homens de Ezequias”, mais ou menos em 700 a.C.

COMPILAÇÃO DOS SALMOS

1.      Sabe-se que existiram hinos usados no culto na babilônia e no Egito, por muito séculos antes de Abraão e José.  Embora fosse um caso notável, se a salmodia hebraica apresentasse sinais de ter crescido em tais ambientes, todavia ultrapassou os seus conterrâneos na ênfase e na perspicácia poética. Nesse aspecto, os Salmos de Israel não têm rival. Além disso, o seu uso comum por parte de uma congregação de adoradores, bem como pelos sacerdotes oficiantes, era uma prática desconhecida em todos os lugares.

 

2.      Quando os filhos de Israel estabeleceram o culto de Jeová, na Palestina, fizeram ne meio de um povo que possuía um considerável depósito de poesia religiosa.

 

3.      A base do saltério parece ser constituída por uma colação dos hinos davídicos. Davi esteve tradicionalmente associado com o culto organizado (1 Cr 151.16) e seus dons excepcionais combinaram-se com a sua notável experiência espiritual. O grupo principal pareceria ser os Salmos 51 a 72, mas há outros grupos davídicos, nomeadamente do 2 a 41 (omitindo o 33), 108 a 110 e 137 a 145.

 

4.      É possível que tenha havido mais do que um centro onde os hinos hebraicos foram colecionados, do mesmo modo que houve mais do que uma “escola de profetas”. Durante os séculos em que esses grupos se fundiram, algumas repetições foram aceitas. Estas continham, habitualmente, variantes em que aparecia a palavra Elohim para o nome de Deus, de hinos que se referia a Deus como Iavé, mas havia outras diferenças ligeiras.

 

5.      Pouco depois da constituição dos primeiros grupos davídicos, vieram associar-se a eles duas coleções de Salmos levíticos: a de Coré (42-49) e a de Asafe (50, 73 a 83). Alguns desses podem ter se originado nos principais regentes das escolas de cantores (1 Cr 6.31 e 39); outros receberam os seus títulos como uma indicação do estilo ou do lugar de origem.

 

6.      Os salmos de Asafe são mais didáticos, dão maior proeminência Às tribos de José, e fazem um maior uso da imagem do pastor e do discurso direto por parte de Deus. A esses combinados foram acrescentados uns poucos Salmos anônimos (33, 84 – 89) e também o Salmo 1, introdutório.

 

7.      Os salmos restantes (90-150) revestem-se de caráter mais litúrgico e incluem vários grupos de hinos que têm uma forte unidade tradicional, como por exemplo: o Hallel Egípcio (113 – 118), os quinze cânticos dos degraus (120-134) e o grupo final (145 – 150).  Outros como 95 a 100 (cânticos sabáticos de alegria), estão obviamente relacionados uns com os outros, como também os Salmos 92 a 94, 103 e 104.

 

8.      Moisés foi tradicionalmente associado com os Salmos 90 e 91, e há um fundo histórico comum para os de números 105, 106, 107, 135 e 136. A sua ênfase sobre o êxodo é equilibrada por uma reverência profunda pela Torah como se expressa no Salmo 119 de uma forma hábil, mas devota.

 

9.      Não é possível explicar como esse grupo de Salmos chegaram a ser selecionados, coordenados e, finalmente combinados numa grande coleção. A poucos deles pode atribuir-se uma data definida; uns são de Davi, outros distintamente pós-exílicos. É absolutamente possível que muitos tenham sido revestidos através de séculos de uso litúrgico.

TEMAS DOS SALMOS

1.      Tema messiânico:

2.      Louvor: Alguns exemplos são Sal. 47; 63; 104; 145 – 150.

3.      Pedidos de bênçãos e proteção: Sal, 86; 91 e 102.

4.      Pedidos de intervenção divina: Sal. 38 e 137.

5.      Confissão de fé, especialmente no tocante aos poderes e ofícios do Senhor: Sal. 33; 94; 97; 136 e 145.

6.      Penitência pelo pecado: Sal. 6; 32; 38; 51; 102; 130; e 143. Em alguns casos, o perdão recebido é o assunto principal.

7.      Intercessão em favor do rei, da nação, do povo, etc. Sal. 21; 67; 89 e 122.

8.      Imprecações. Queixas contra os adversários e o pedido para que Deus proteja, faça justiça e vingue: Sal. 35; 59; 109.

9.      Sabedoria, homilias espirituais, com o oferecimento de instruções (salmos pedagógicos). Sal. 37; 45; 49; 78; 104; 105-107; 122.

10.  O governo e a providência divina. Como Deus trata com todas as classes de homens, incluindo os ímpios. Sal. 16; 17; 49; 73 e 94.

11.  Exaltação à Lei de Deus. Sal. 19 e 119.

12.  O reinado milenar do Messias. Sal 72.

13.  Apreciação pela natureza. Temos aqui um reflexo da bondade, da glória e da beleza de Deus. Sal. 19; 29; 33; 50; 65; 74; 75; 104; 147 e 148.

14.  Salmos históricos e nacionais, onde é elogiada a condição de Israel. Sal. 14; 44; 46-48; 53; 66; 68; 74; 76; 78-81; 83; 85; 105; 108; 122; 124-129. São passados em revista muitos incidentes da história de Israel, e a providência divina é celebrada. O futuro de Israel é projetado de forma esperançosa.

15.  A humilde natureza humana e sua grandeza. Sal. 8; 31; 41; 78; 100; 103 e 104.

16.  A existência da alma e sua sobrevivência. Sal. 16.10,11; 171.15; 31.5; 41.12; 49.9, 14, 15. Historicamente, essa crença entrou no judaísmo mediante os Salmos e os livros dos profetas, e mostra-se ausente no Pentateuco.

17.  Liturgia. Sal. 4; 5; 15; 24; 26; 30; 66; 92; 113-118; 120-134.

 

A IMPORTÂNCIA DOS SALMOS

1.      Ministério Do Coração. A linguagem de Salmos visa mais a alcançar o coração do que a mente. Em vez de relatos completos de história ou teologia. Salmos apresenta com frequência um mosaico de pensamentos sobre um assunto, incluindo às vezes muitas repetições, contrastes e analogias. Sua composição é obra de artista, com hábeis toques e cores sutis. O poeta não se satisfaz apenas em transmitir informação: procura dar um colorido à verdade em várias dimensões, provocando analogias notáveis e multidimensional na apresentação da verdade.  Esse reconhecimento é essencial, seja para sua leitura seja para sua explanação. As muitas figuras de linguagem contidas no livro de Salmos são selecionadas com cuidado para proporcionarem o devido equilíbrio e elucidarem a verdade do assunto em foco. Além de ser de inspiração divina. Salmos constitui uma obra de arte literária e cativa a atenção de quem se dedica a seu estudo.

OBJETIVO DOS SALMOS

1.      Foram escritos pelos salmistas como reações sinceras diante de Deus, ao experimentarem as inúmeras alegrias, tristezas e provações da vida.

 

2.      Eram veículos de expressão do povo de Deus por meio de toda uma gama de experiência que os tornava aptos a apresentar os sentimentos e pedidos ao Senhor em termos significativos e intensos.

 

3.      Serviam para expressar os anseios de Israel pela vinda do Messias, revelando, por inspiração divina, muitos detalhes proféticos de sua primeira e segunda vinda.

 

4.      Revelam o espírito de devoção do povo de Deus por meio de vários acontecimentos e incidentes ocorridos;

 

5.      Divulgam as profecias messiânicas, cujo cumprimento os judeus tanto aguardam;

 

6.      Convidam outros povos a se unirem aos seus filhos da promessa, a fim de juntos prestarem culto ao Senhor.

 

7.      Eram o hinário de Israel para muitos rituais e cerimônias, tais como festividades religiosas, culto no templo e reuniões locais e nacionais.

CONTEXTO DOS SALMOS

8.      Contexto Histórico. Data em que os Salmos foram escritos.

(1)   Admitindo-se que Moisés foi o mais antigo escritor dos Salmos (c. 1430 a.C), esse livro foi escrito num período de cerca de mil anos. No século XIX, alguns eruditos designaram datas do período Macabeu para alguns dos salmos, mas essas datas foram abandonadas em favor das pré-helenísticas.

(2)   Os autores especificados sugerem diversas épocas em que os salmos foram escritos: época de Davi (1020 – 970), Salomão (970 – 931), os filhos de Asafe e de Coré, talvez antes do exílio, e a época dos “servos de Ezequias”, mais ou menos em 700 a.C.

 

9.      Contexto Religioso:

(1)   A religião é a essência dos salmos. Leland Ryken observou que “praticamente todos os poemas do Saltério contribuem de alguma maneira para o conflito entre o bem e o mal”. No mundo dos Salmos, há dois tipos de pessoas, as boas e as más, os justos e os ímpios. O salmista está quase sempre no meio da batalha, alinhando-se com a causa divina e dando louvores a Deus por sua intervenção já ocorrida ou prestes a ocorrer profeticamente.

 

(2)   As legendas dos títulos mostram que muitos salmos foram usados pela congregação com objetivos litúrgicos.  Leopold Sabourin demonstra que esses salmos acompanhavam muitas vezes o culto sacrificial. É também evidente que os salmos de Ezequias (120-134) foram usados pelos peregrinos quando subiam a Jerusalém para as festividades, e o grupo Aleluia era cantado na celebração da Páscoa, conforme Mt 26.30, bem como no Pentecostes e na festa dos Tabernáculos.

 

10.  Contexto Nacional.

(1)   Religião, política ou operações militares estavam grandemente entrelaçadas em Israel. Assim, nos salmos, as batalhas militares de Israel são vistas como cruzadas religiosas. O inimigo é considerado calamidade nacional, e são feitas imprecações para sua destruição como a alguém que luta contra Deus. os salmos retratam uma forte realidade nacionalista equivalente à devoção, e os israelitas assim pensam quando dependem do Senhor para alcançar a vitória.

(2)   Essa tela de fundo nacional e militar é observada num grande número de salmos, sobretudo na maioria dos atribuídos a Davi, que dão detalhes adicionais. No salmo 3, por exemplo, Davi é perseguido por Absalão; no 18, acaba de fugir de Saul; no 34, escapa dos filisteus; no 54, esconde-se de Saul.

(3)   Os salmistas escreveram sobre infortúnios, vitórias e louvores nas muitas dificuldades do viver diário. A intensidade dos problemas seculares levou-os a Deus e ensinou-lhes a dar louvores pela vitória.

CANONICIDADE

1.      Para Os Saduceus.

2.      Para Os Judeus Palestinos.

 

Posição No Cânon:

1.      No Cânon Hebraico: É o primeiro e o maior comprido dos livros do Hagiógrafo, a terceira divisão da Bíblia Hebraica.

 

2.      No Cânon Cristão: Faz parte dos livros poéticos do Antigo testamento.

ESPERANÇA MESSIÂNICA NOS SALMOS

Muitas das citações dos Salmos no Novo Testamento, são de natureza messiânica. O próprio Senhor Jesus referiu-se aos Salmos, que prediziam a seu respeito (Lc 24.44). Billy Graham chegou a asseverar que todos os Salmos são messiânicos.  Certamente isso é um exagero, mas o fato de que esse livro do Antigo testamento foi o mais constantemente citado pelos autores do Novo Testamento mostra que ali o elemento messiânico certamente é fortíssimo.

·         Sal. 2.1-11: O poderoso Filho de Deus, exaltado pelo Pai contra os seus adversários, triunfa sobre tudo e todos. Este trecho é citado em Atos 4.25-28; 13.33; Hb 1.13 e 5.5; onde recebe uma interpretação messiânica.

·         Sal. 8.4-8: A exaltação do Filho de Deus. todas as coisas foram postas debaixo de seus pés, o que sob hipótese nenhuma pode aplicar-se a um mero humano. Esta passagem é citada em Hb. 2,5-10 e 1 Co. 15.27, dentro de contextos messiânicos.

·         Sal. 16.10. A incorrupção do Filho de Deus em sua morte; sua divina e miraculosa preservação; sua segurança no Pai. Este salmo é citado em Atos 2.24-31 e 13.35-37, sendo aplicado à ressurreição de Cristo, bem como à sua autoridade e exaltação gerais.

·         Sal. 22: Um dos salmos da paixão que fornecem detalhes sobre a crucificação e descrevem os sofrimentos do Messias. Este salmo é descrito em Mt. 26.353-47; JO 19.23-25; e Hb 2.12. O Sal. 22.24 prediz a glorificação de Cristo; o vs. 26 fala sobre a festa escatológica e o futuro de trabalho de ensino do Messias. (vss. 22, 23, 25; HB 2.12);

·         Sal. 40.6-8. A encarnação. A citação acha-se em Hb. 10.5-10.

·         Sal. 46.6,7. O trono eterno do Messias. Sua natureza divina (vs.6), embora distinta do Pai (vs.7). o trecho de Hb. 1.8,9 cita esta passagem.

·         Sal. 79.25. A maldição sobre Judas Iscariotes, citada em Atos 1.16-20.

·         Sal. 72.6-17. O governo do Messias. Seu reino será eterno (vs.7); seu território será vastíssimo (vs.8); Todos virão para adorá-lo (vss. 9-11).

·         Sal. 89.3, 4, 28, 29, 34-36. O Messias como o Filho de Davi; sua descendência será eterna (vss. 4, 29, 36, 37). Este salmo é citado em At. 2.30.

·         Sal. 102. 25-27. A eternidade do Filho-Messias. Uma invocação a Yahweh (vss. 1-22) e a El (vs.24) é aplicada a Jesus Cristo.

·         Sal. 109.6-19. Judas Iscariotes é amaldiçoado. O Messias teria muito adversários, mas havia um maior de todos. O plural aparece nos vss. 4,5 e muda para o singular no vs. 6, sendo reiniciado no vs. 20. Este salmo é citado em At.1.16-20.

·         Sal. 110.1-7. A ascensão e o sacerdócio do Messias. Ele é o Senhor de Davi (vs.1), e é sacerdote eternamente (vs.4). Este salmo é citado em Mt. 22.43-45; At 2.33-35; Hb 1.11; 5.6-10; 7.24.

·         Sal. 132.11,12. Ele é o Filho de Davi, é a semente real e eterna. Este salmo é citado em At.2.30.

·         Ofício de Profeta, Sacerdote e Rei. Que o Messias pudesse ocupar esses três ofícios, foi profetizado antes mesmo do tempo de Davi. O Messias é visto como profeta (Dt 18.15), como Sacerdote (Lv 16.32) e como Rei (Nm 24.17). Ora, nos Salmos, há indicações acerca de todos esses três ofícios. Ele é profeta em Sal. 22.22, 23, 25. Ele é sacerdote, divino e humano em Sal. 110.2; Ele é rei em Sal. 2; 6; 12; 24 e 72;

DIVISÃO

1.      Os salmos estão divididos em cinco livros:

I.       Livro (1 a 41).

II.    Livro (42 a 72).

III. Livro (73 a 89)

IV. Livro (90 a 106).

V.    Livro (107 a 150).

 

2.      Pentateuco De Israel Para Deus. Do mesmo modo que os cinco livros de Moisés são o Pentateuco divino para Israel, Salmos é muitas vezes chamado de “O Pentateuco de Israel” para Deus. Apresenta as reações do povo piedoso para com o Senhor, em situações que se assemelham às contidas nos livros de Gênesis a Deuteronômio. A característica de se dirigir a Deus, e não aos homens, é um dos traços mais importantes de Salmos, e isso só é encontrado ocasionalmente nos outros livros bíblicos. Quase a metade dos salmos começa com uma oração, na maioria das vezes expressando necessidade ou angústia. Os salmos de Davi eram chamados de “Orações de Davi” (72.20), e o livro todo tem o nome de “O Livro de Oração de Israel”. O livro de Salmos tornou-se o manual de instrução de Israel para oração e culto, sendo seu tema dominante o conceito de adorar em oração. Um dos grandes proveitos prático que podemos tirar do estudo desse livro, é à semelhança dos salmistas, aprendermos a adorar a Deus com expressões de lamento, cólera, alegria e confiança, em toda a extensão das experiências humanas.

 

3.      A correspondência entre os cinco livros dos salmos e o pentateuco: A divisão quíntupla do livro de Salmos torna-o um Pentateuco poético. A partir dos dias de Esdras, coincidindo com o aparecimento das primeiras sinagogas, surgiu um sistema de comentário e explicação do sentido das Escrituras hebraicas. A princípio, os comentários eram apenas pela tradição oral, mas foram consolidados de forma definitiva e, posteriormente, perpetuados pela escrita. Quando assumiram definitiva e, posteriormente, perpetuados pela escrita. Quando assumiram essa forma definitiva e por escrito, vieram a ser conhecidos como os Midrashim (plural de Midrash), que significa “investigação” ou “interpretação”. O Midrash, ou comentário judaico sobre o primeiro versículo do livro de Salmos, fala da divisão do Saltério em cinco partes, com estas palavras: “Moisés deu aos israelitas os cinco livros da Lei e, por equivalentes, Davi deu-lhes os cinco livros dos Salmos”. A frase é hiperbólica, pois sabemos que Davi não foi o único salmista e nem o editor do hinário na sua edição definitiva. Delitzsch disse que “o Saltério é também um Pentateuco, o eco do Pentateuco mosaico, saído do coração de Israel. São os únicos livros que brotam da congregação para o Senhor, assim como a Lei compreende os cinco livros oriundos do Senhor para a congregação”.

 

PRINCIPAIS DIVISÕES DE SALMOS E O PENTATEUCO

SALMOS

PRINCIPAIS

Salmos (1 – 41)

Corresponde ao livro de Gênesis. Trata do homem, do conselho de Deus sobre a obediência e desobediência do homem e da criação. O nome divino frequente é IAVÉ.

Salmos (42 -72)

Corresponde ao livro de Êxodo. Trata de Israel como uma nação, sua ruína, seu Redentor e sua redenção. O nome divino frequente é EL/ ELOHIM (Deus).

Salmos (73 – 89)

Corresponde ao livro de Levítico, pois se ocupa dos conselhos de Deus sobre o santuário e suas relações com IAVÉ e o homem. Em quase todos esses Salmos, o Tabernáculo, os ritos levíticos e a santidade são abordados. O nome divino frequente é EL/ ELOHIM (Deus).

Salmos (90 – 106)

Corresponde ao livro de Números. Trata dos conselhos de Deus sobre Israel e as nações da terra. O nome divino frequente é IAVÉ (Senhor)

Salmos (107 – 150)

Corresponde ao livro de Deuteronômio. Contêm muita ação de graças pela fidelidade de Deus e enaltece a sua Palavra (Lei), fonte de todas as bênçãos divinas para Israel. Um dos principais Salmos dessa divisão é o 119. O nome divino frequente é IAVÉ (Senhor).

 

 

LIVRO

I.       LIVRO

II.    LIVRO

III. LIVRO

IV. LIVRO

V.    LIVRO

 

 

LIVRO 1

         1.         Salmo dos dois estilos de vida.

         2.         O ungido do Senhor

         3.         Refúgio de Davi contra os muitos adversários.

         4.         Descanso á noite em paz e confiança.

         5.         Andar com coragem

         6.         Desalento esmagado pela confiança em Deus.

         7.         Reação do justo à maledicência.

         8.         Dignidade do homem como o vice-rei do mundo.

         9.         Julgamento da soberania divina quanto aos ímpios.

       10.       Arrogância perversa dos ímpios.

       11.       Julgamento inevitável de Deus sobre os ímpios

       12.       Condenação dos lábios soberbos

       13.       Necessidade de confiança paciente quando Deus demora.

       14.       Fim trágico do tolo ateu.

       15.       O grande caráter dos cidadãos de Sião

       16.       Prazer em viver na presença de Deus

       17.       Nossa proteção como “a menina-dos-olhos” de Deus

       18.       O SENHOR como nossa Rocha, Cidadela e Libertador

       19.       Revelação natural e especial aos homens

       20.       Refúgio certo para tempos de aflição

       21.       Majestade dos reis que confiam no SENHOR

       22.       Salmo profético de Davi

       23.       Esplêndido Salmo pastoral de Davi

       24.       O SENHOR entre em Sião como o Rei da Glória

       25.       Instrução divina para tempos de aflição

       26.       Muito vale a oração do justo

       27.       Segurança de esperar em Deus

       28.       Agradecimento de Davi pela oração respondida

       29.       Poder majestoso da voz do SENHOR

       30.       Exaltação ao SENHOR pela cura

       31.       Confiar em Deus quando em desespero profundo

       32.       Alegria do perdão depois de ter confessado o pecado

       33.       Canção de louvor ao deus Criador

       34.       Deus está perto do penitente

       35.       Apelo por auxílio divino contra os inimigos

       36.       Benignidade divina e malícia humana

       37.       Deleite-se do SENHOR, e não nas pessoas

       38.       Confiar em Deus quando os amigos condenam

       39.       Conforto de esperança em tempos de punição

       40.       Prazer em executar a vontade de Deus

       41.       Graças do SENHOR para quem ajuda os pobres

 

LIVRO 2

       42.       Sedentos de Deus quando longe do lar

       43.       Espera em Deus longe do lar

       44.       Mistério da prolongada punição

       45.       Canção do amor conjugal do Rei divino.

       46.       Socorro bem presente nas tribulações

       47.       Celebrai a Deus, Rei da terra

       48.       Majestade de Sião, cidade de Deus

       49.       Insensatez de confiar em riquezas

       50.       Silêncio de Deus quebrado no julgamento

       51.       Salmo de Davi: confissão e restauração

       52.       Perfídia da língua fraudulenta

       53.       A inevitável depravação do ateu

       54.       Poder do nome de Deus para nossa defesa

       55.       Refúgio em Deus em tempos de traição

       56.       Oração de Davi quando errante no exílio

       57.       Refúgio de Davi à sombra das asas divinas

       58.       Iníquos juízes humanos a serem julgados por Deus               

       59.       Tranquilidade da força divina nas provações

       60.       Graça restauradora divina para os quebrantados

       61.       “Põe-me a salvo na rocha mais alta do que eu”

       62.       Esperar e confiar somente em Deus

       63.       Achar contínua satisfação em Deus

       64.       Sabedoria em deixar a vingança para Deus

       65.       Satisfação abundante do povo de Deus

       66.       Canção de louvor pelas poderosas obras divinas

       67.       Todas as nações convocadas para cantar e louvar ao SENHOR

       68.       Hino processional a Deus, vencedor poderoso

       69.       Alegria de Deus nas ações de graças pelo opróbrio

       70.       Súplica de Davi por libertação rápida

       71.       Oração de Davi pela graça divina na velhice

       72.       Oração de Salomão por sabedoria para julgar com justiça

 

 

LIVRO 3

       73.       Insensatez de invejar os ímpios

       74.       Mistério da inércia de Deus quanto à restauração

       75.       Deus é o Juízo final

       76.       Poder majestoso do Deus de Israel

       77.       Em dias sombrios, recordação dos atos poderosos de Deus

       78.       Prodígio da graça divina e rebelião de Israel

       79.       Oração de Asafe pela restauração de Jerusalém

       80.       Implora-se a restauração do pastor de Israel

       81.       Grande desejo divino de abençoar Israel

       82.       Severo julgamento divino contra os juízes injustos

       83.       Oração pela vingança divina contra os opressores

       84.       Grande prazer em habitar na casa de Deus

       85.       Apelo de Israel para total restauração vinda de Deus

       86.       Benignidade de Deus para com os aflitos e necessitados

       87.       Glória de Sião, cidade de Deus

       88.       Salmo de prolongada oração não respondida

       89.       Fidelidade de Deus no cumprimento de sua aliança

 

LIVRO 4

       90.       Oração de Moisés pelo renovado favor divino para com Israel

       91.       Paz e proteção ao habitar em Deus

       92.       Grande valor em ser grato ao SENHOR

       93.       Majestade do trono eternal do SENHOR

       94.       Certeza da futura vingança divina

       95.       Invocação para agradecimento, culto e obediência

       96.       Louvar ao SENHOR em virtude de sua vinda

       97.       Grande majestade do SENHOR soberano e julgamento

       98.       O SENHOR vitorioso traz salvação e julgamento

       99.       Invocação para cultuar o SENHOR por sua santidade

     100.     “Entrem por suas portas com ações de graças”

     101.     Compromisso de Davi de governar com justiça

     102.     Apegar-se ao cuidado do Deus Eterno quando oprimido

     103.     Davi convoca o Universo para bendizer ao SENHOR

     104.     Esplendor e majestade do SENHOR como Criador

     105.     Misericórdia da aliança do SENHOR para a descendência de Abraão

     106.     Rebelião de Israel e misericórdia da aliança divina

 

 

LIVRO 5

     107.     Convocação para agradecer a Deus por seus muitos livramentos

     108.     Salmo de Davi pela vitória militar

     109.     Inevitável julgamento contra os perversos acusadores

     110.     O SENHOR a governar Sião como Rei-Sacerdote

     111.     Aleluia para as obras magníficas do SENHOR

     112.     Aleluia para os benefícios do temor a Deus

     113.     Singular prazer divino de exaltar o necessitado

     114.     Episódio da natureza em Êxodo

     115.     Impotência dos ídolos e onipotência de Deus

     116.     Grande poder do SENHOR para livrar da morte

     117.     Todos os povos são convocados

     118.     Israel convocado para dar graças à misericórdia divina

     119.     Salmo magnífico de louvor à Palavra de Deus

     120.     Caráter guerreiro dos caluniadores

     121.     O SENHOR como protetor do viajante

     122.     Oração de Davi pela paz de Jerusalém

     123.     Confiança paciente quando em adversidade

     124.     Agradecimento de Davi pela grande libertação divina

     125.     Forte proteção do SENHOR para com os justos

     126.     Alegre colheita dos que “semeiam com lágrimas”

     127.     Inutilidade de construir uma casa sem Deus

     128.     Bênçãos garantidas em um lar que teme a Deus

     129.     Inevitável derrota dos inimigos de Israel

     130.     O amor clemente de Deus, a única esperança de Israel

     131.     Tranquilidade de confiar no SENHOR

     132.     Solicitude de Davi pela casa de Deus e vice-versa

     133.     Recompensas eternas de harmonia no lar

     134.     Bênçãos adicionais do SENHOR para os que adoram à noite

     135.     Louvar ao SENHOR como o único Deus vivo

     136.     Antífona nacional de Israel: a misericórdia permanente do SENHOR

     137.     Intenso amor de Israel por Sião enquanto estavam no exílio

     138.     Davi louva a fidelidade da palavra de Deus

     139.     Alcance ilimitado do poder perscrutador divino

     140.     Oração de Davi pela destruição do ímpio

     141.     Oração de Davi por lábios prudentes e caminhos orientados

     142.     Oração de Davi como um prisioneiro esquecido

     143.     Davi suplica libertação, como servo de Deus

     144.     “Como é feliz o povo cujo Deus é o SENHOR”

     145.     Louvor final de Davi pela grandeza de Deus

     146.     Louvor ao SENHOR pelo auxílio aos desamparados

     147.     Louvor ao SENHOR pela proteção a toda a Terra

     148.     O salmista ordena que toda a criação louve ao SENHOR

     149.     Louvor ao SENHOR com cânticos alegres, espada de julgamento

     150.     O grandioso final e profecia do louvor universal

 

 

CLASSIFICAÇÃO

1.      Classificação Dos Salmos Quanto À Estrutura.

(1)   Mictão De Davi: Isto é, áureos: (16; 56 a 60).

(2)   Os Salmos De Hallel (Hb. Louvor): 113 a 118. Cantados na páscoa.

(3)   Os Salmos Teocráticos: 95 a 100.

(4)   Os Cânticos De Degraus, ou de Romagem: 120 a 134. Cantados, provavelmente, pelos peregrinos subindo às festas anuais em Jerusalém.

(5)   Os Salmos De Aleluia: 146 a 150.

(6)   Os Salmos Acrósticos: (9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, 119 e 145).

1)      No hebraico, a primeira letra de cada linha, ou de cada estrofe, em ordem, segue a ordem do alfabeto hebraico.

2)      No Salmo 119, cada estrofe tem 8 linhas e cada linha começa com a mesma letra hebraica da sua estrofe.

(7)   Messiânicos: 2, 8, 16, 22, 45, 72, 89, 110, 118, 132 e outros.

 

2.      Classificação Dos Salmos Quanto Ao Assunto:

(1)   Ação De Graças: Apenas o salmo 100 é intitulado “Salmo para ação de graças”, todavia, os salmos têm mais referências a ações de graças do que o restante do Antigo Testamento (50, de um total de 75). Os salmos 105, 106, 107 e 108 começam conclamando o povo de Deus a agradecer ao Senhor. No salmo 136, os agradecimentos e os louvores são apresentados em forma de antífona, reconhecendo a grande “benevolência” do Senhor. A finalidade desse salmo, que se tornou um “Hino Nacional”, é deixar bem claro que do mesmo modo como o Senhor é caracterizado pela benevolência, seu povo deve ser caracterizado pela gratidão.

 

(2)   Salmos De Lamento Ou Queixa: Ao lermos os salmos, deparamo-nos imediatamente com uma intensa aflição por parte de quem os escreveu e constantes expressões de queixas e súplicas a Deus. Os salmos que contêm essas expressões formam o maior grupo (um terço) e estão espalhados pelos cinco livros. São chamados de “Lamentos”, individuais e de comunidades, mas devem ser distinguidos de meros queixumes sem esperança. Retratam uma pessoa em profunda aflição, muitas vezes à beira da morte, que se torna cônscia de seu pecado na presença do Senhor, entrega-se unicamente à graça de Deus e compromete-se a servir a e a louvar ao Senhor, enquanto anseia pela libertação que vem do alto como única esperança. Exemplificam a autêntica luta das pessoas piedosas num mundo perigoso e hostil, que só acham consolo e encorajamento na total confiança em Deus.

 

1)      Exemplos de Salmos de Lamentação:

1-      Lamentos individuais: 5 -7; 13, 17, 22, 25, 26, 28, 31, 35, 36, 38, 39, 42, 43, 51, 54 – 57, 59, 61, 63, 64, 69 – 71, 86, 88, 120, 130, 140 -143.

2-      Lamentos da comunidade: 12, 44, 58, 60, 74, 77, 79, 80, 82, 83, 85, 90, 94, 106, 108, 123, 126, 137.

3-      Expressão de confiança individual: 3, 4, 11, 16, 23, 27, 62, 121, 131.

4-      Expressão de confiança da comunidade: 115, 125, 129.

5-      Ação de graças individual: 9, 10, 30, 32, 34, 40, 41, 92, 107, 116, 138.

6-      Ação De Graças Da Comunidade: 65 – 68, 118, 124.

 

2)      Elementos Característicos De Lamento:

1-      Dirige-se a Deus e clama por auxílio.

2-      Queixa frequentemente expressa em figuras.

3-      Confissão de confiança.

4-      Petição de auxílio divino.

5-      Súplica de cuidado especial divino ou cumprimento de promessa da aliança.

6-      Voto de louvor e ação de graças.

7-      Confiança na resposta divina.

 

(3)   Salmos Imprecatórios. Alguns salmos são chocantemente julgadores dos iníquos, invocando a maldição e vingança de Deus sobre eles. As imprecações mais longas estão nos salmos 35, 69 e 109, mas traços de vingança aparecem em outros: 31.17,18; 40.141-16; 54.7; 55.15; 58.6,7; 59.9-13; 83.9-17; 137.8,9; 139.19; 140.11.  Sidlow Baxter admite que os Salmos Imprecatórios são “como espinhos agudos num ramo de rosas”. No Saltério , diz Baxter, “ocorrem aqui e ali certos Salmos expressando ira veemente e imprecações contra inimigos e malfeitores”. Não são poucos os que atribuem serem os Salmos Imprecatórios “um dos maiores problemas do velho Testamento” (Clyde Francisco), ou ainda, encontram “dificuldade em reconciliar a bondade e a misericórdia divinas com algumas maldições encontradas no Saltério”. Entretanto, as palavras e ditos austeros não são implicações somente das Escrituras Veterotestamentárias. O Novo Testamento também inclui certas palavras ásperas, tais como: Mateus 13.50; 23.13-33; 25.46; Lc 18.7,8; 19.27; At 13.8-11; 2 Ts 1.6-9; Ap 6.10; 18.4-6. Essas passagens ensinam plenamente que todos colhem as consequências de sua escolha (Mt 7.22,23; 2 Co 5.10; GJ 6.7).

 

1)      Considerações Ao Ler Os Salmos Imprecatórios:

1-      Expressam o anseio dos piedosos pela destruição dos iníquos e do triunfo da justiça. A mente hebraica via a iniquidade como característica pessoal e identificava o pecador com o pecado e o homem com sua família.

 

 

2-      Em alguns casos o imperativo “sejam destruídos” pode ser traduzido profeticamente no futuro, como “serão destruídos”.

 

3-      Entretanto, a ideia de destruir o iníquo estava de acordo com a incumbência de Israel de purificar a terra de Canaã. Moisés, Josué, Samuel, Davi e muitos outros agiram assim, e Elias pediu fogo aos céus sobre os iníquos.

 

4-      A sentença de julgamento de Cristo contra os escribas em Mateus 23 não se mostra menos agressiva, pois era a consequência da rejeição de sua graça.

 

 

(4)   Salmos Reais (10): O Rei Temporal De Israel Olhando Para O Rei Eterno.

1)      Casamento real: 45.

2)      Coroações: 2, 72, 110.

3)      Canções guerreiras de oração ou louvor: 18, 20, 21, 89, 144,

 

(5)   Salmos De Instrução Ou Didáticos (23):

1)      Salmos de sabedoria: 1, 37, 49, 73, 91, 112, 119, 127, 128, 133, 139.

2)      Salmos históricos: 78, 150.

3)      Exortação profética: 14, 50, 52, 53, 75, 81, 95.

4)      Liturgias: 15, 24, 134.

Elementos característicos de ensino, tais como provérbios, exortações, reflexões históricas, contraste entre os justos e os ímpios e lembranças dos “bem-aventurados”.

 

(6)   Hinos De Louvor (31 salmos)

1)      Hinos propriamente ditos: 8, 19, 29, 33, 100, 103, 104, 111, 113, 114, 117, 135, 136, 145 -150. – Contêm responsórios: “Amém”, “Aleluia” etc.

2)      Salmos De Entronização Ou Majestade Do SENHOR: 47, 93, 96 – 99.

3)      Canções De Sião: 46, 48, 76, 84, 122, 132 (exaltando Sião ou Jerusalém). Elementos característicos:

1-      Introdução, ou invocação para o culto. Por exemplo, “Aleluia”.

2-      Texto do hino descrevendo feitos e atributos divinos.

3-      Conclusão apropriada para louvor e obediência.

 

(7)   Salmos Messiânicos. No livro de Salmos há muitas referências à pessoa e à vinda do Messias. As descrições de Cristo e sua obra são algumas vezes mais detalhadas do que nos Evangelhos, registrando, por exemplo, não somente sua morte, mas seus pensamentos, quando ele estava na cruz. Essas referências eram considerada tão importantes que o Senhor repreendeu os discípulos por não compreenderem que elas diziam respeito a ele (Lc 24.25,44).

 

1)      A Pessoa Do Messias.

1-      Como homem (Sl 8.4,5; Hb 2.6-8).

2-      Como Deus (Sl 46.6,11; Hb 1.8).

3-      Como Ser Eterno (Sl 102.25-27; Hb 1.10).

4-      Como Filho de Deus (Sl 2.7,12; Mt 22.45; Hb 1.5).

 

2)      Caráter Do Messias.

1-      Benévolo (Sl 72.4,12-14; Mt 11.5; 12.20).

2-      Justo (Sl 45.7; Hb 1.9).

3-      Santo (Sl 89.18).

 

3)      Obra Do Messias.

1-      Na vida (Sl 40.6-8; Hb 10.5-7).

2-      Na morte (Sl 22; Os quatro Evangelhos).

3-      Na ressurreição (Sl 16.10; At 13.33-36).

4-      Na ascensão (Sl 68.18; Ef 4.8).

5-      No julgamento (Sl 72.2-14; 86.13; 98.9; 2 Ts 1.7-9; Ap 19).

6-      No domínio (Sl 72.8; 96.10; 103.19; Ap 19.16).

 

4)      Função Do Messias.

1-      Como Profeta (Sl 22.22; 40.9-10; Hb 2.12).

2-      Como Sacerdote (Sl 110.4; Hb 5.6).

3-      Como Juiz (Sl 72.2; 96.10-13; Mt 25.32; Ap 19.11; 20.11).

4-      Como Rei (Sl 2.6; 89.27; Mt 25.31-34; 27.11; Ap 19.16).

 

 

USO DOS SALMOS

1.      Todos os estudiosos concordam que os salmos concordam que os Salmos eram o hinário do segundo templo de Israel. No entanto, essa restrição não é imperiosa. O trecho de 1 Cr. 6.31 ss. demonstra o uso de música elaborada no culto divino, nos próprios dias de Davi. Portanto, o uso litúrgico dos salmos foi importante desde o começo. E isso teve prosseguimento na Igreja Cristã, onde muitos salmos foram musicados e usados nos cultos de adoração. Além disso, muitos versículos, porções de salmos ou ideias ali contidas foram incorporados nos hinos cristãos.

 

2.      Os salmos prestam-se muito bem a devoções particulares, sendo extremamente ricos em conceitos espirituais, além de excelentes como consolo e inspiração para o louvor ao Senhor. Muitos salmos são obras-primas literárias em miniaturas, conforme se vê nos Salmos 1; 2; 8; 19; 22; 23 e 91. Qualquer seleção será forçosamente defeituosa, mas essa seleção ilustra o ponto.

 

3.      Os Salmos são uma Bíblia em miniatura dentro da Bíblia, conforme Lutero afirmou, repleto de ideias religiosas e de fervor. Não foi por acidente que os autores do Novo Testamento citaram mais dos Salmos do que de qualquer outro livro do Antigo Testamento. O próprio Senhor Jesus muito se utilizou dos salmos. Ele e seus discípulos entoaram o Hallel (Sal. 113-118), por ocasião da Última Ceia.

 

 

4.      Textos de prova acerca do messiado de Jesus são abundantes nos Salmos.

 

5.      Uso Dos Salmos Em Ocasiões Especiais: Os títulos dos salmos dizem-nos que muitos deles eram usados em certas ocasiões, como o sábado, as festividades religiosas etc. Para exemplificar, o Sal. 92 era usado no sábado e talvez igualmente o Sal.136. Os Sal. 120 – 134 são conhecidos como “Salmos dos Degraus”, porquanto eram entoados pelos peregrinos quando subiam a Jerusalém, para celebrar as principais festas dos judeus.

SALMOS E A MÚSICA

1.      Os Instrumentos Musicais E Gênesis: Tubalcaim, o músico pioneiro. Dele a Escritura diz: “Ele foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão” (Gn 4.21). Sem dúvida, isso significa que ele foi o inventor desses instrumentos musicais, já que ele não tinha muitas gerações longe de Adão, podemos inferir que a música sempre desempenhou um papel importante na história da humanidade.

 

2.      Os Instrumentos Musicais Babilônicos Precederam Abraão. Como Abraão passou os primeiros anos de sua vida em Ur dos Caldeus, é muito provável que alguns dos instrumentos musicais usados pelos patriarcas tenham origem naquela terra.

 

(1)   As escavações de Wooley em Ur trouxeram à luz um dos sepulcros reais em que encontraram quatro harpas ou liras, umas das quais era um espécime magnífico. A beleza artística desses instrumentos musicais de ouro e mosaico enfatiza o fato de que a arte musical estava em alto nível naqueles tempos antigos.

(2)   Um selo cilíndrico de uma rainha da terra natal de Abraão, que reinou cerca de mil anos antes de seu tempo, revelou o fato de que os pandeiros eram usados em banquetes e em assembleias religiosas.

(3)   Labão o sogro de Jacó, morava em território babilônico, e quando ele saiu às pressas do lugar, Labão lhe disse: “Porque você se escondeu para fugir [...]. com pandeiro e vihuela? (Gn 31.27). Isso sugere a possibilidade de que alguns desses instrumentos musicais usados na Babilônia, tenham sido apresentados aos primeiros hebreus.

 

3.      Instrumentos Musicais Egípcios Influenciaram Moisés: Moisés recebeu uma educação completa dos egípcios, e a música era uma parte importante de sua educação. A música foi fortemente enfatizada nos serviços religiosos egípcios. Usavam os seguintes instrumentos: a harpa, a lira, a flauta, o pandeiro, e os címbalos. As danças estavam intimamente ligadas ao uso de instrumentos musicais. Alguns dos aspectos dos costumes musicais dos egípcios devem ter acompanhado os israelitas em sua saída do Egito para a terra de Canaã.

 

4.      O Cântico De Travessia. Após a milagrosa travessia do mar Vermelho por Israel, a vitória sobre os egípcios foi devidamente celebrada com música (Êx 15.20). Havia um cântico, cujas palavras Moisés preservou para nós, era acompanhado de danças, este pandeiro era um aro de madeira ou bronze, coberto com um couro bem esticado e pequenos sinos pendurados em volta.

 

5.      O Uso Das Trombetas Pelos Israelitas. As trombetas usadas pelos hebreus eram de três formas. O mais primitivo era feito de chifre de boi ou de carneiro. Outro era um trompete de metal curvo. Ainda mais tarde, era uma trombeta reta, cuja representação pode ser vista no Arco de Tito. Moisés foi ordenado pelo Senhor a fazer trombetas de prata que seriam tocadas (Nm 10.2,9; Lv 25.8,9) para reunir o povo em tempo de guerra para ir à batalha, e geralmente em tempo de paz para ir ao santuário para adoração divina.

 

6.      Músicas Em Ocasiões Especiais. Entre os hebreus, a música vocal e instrumental, juntamente com a dança, eram amplamente utilizadas na maioria das ocasiões de grande alegria. Era assim que celebravam triunfos nas batalhas. Assim as mulheres de Israel celebraram a vitória do jovem Davi e o exército de Saul sobre os filisteus (1 Sm 18.6). Na coroação do menino-rei Joás, a música teve um lugar de destaque (2 Cr 23.13). A música fazia parte da história do povo de Deus no Antigo Testamento:

 

(1)   O cântico de Moisés de Miriã quando atravessaram o Mar Vermelho (Êx 15).

(2)   O cântico do poço, quando Deus proveu água para seu povo (Nm 21.17-18).

(3)   O último cântico de Moisés (Dt 32).

(4)   O Cântico de Débora (Jz 5)

(5)   O Cântico de Ana (1 Sm 2).

(6)   O Cântico dos Cânticos de Salomão – Composto para celebrar o amor entre o Senhor e Israel, sua noiva e exaltar o amor conjugal.

(7)   No cativeiro o povo de Deus não encontrava motivação para louvar (Is 24.8; Sl 137.1-5).

 

7.      A Música, Instrumentos E Os Profetas. Começando com Samuel, os profetas de Israel fizeram muito uso de música e instrumentos musicais em conexão com suas profecias. Samuel disse a Saul: “Você encontrará um grupo de profetas descendo do alto, e diante deles saltério, adufe, flauta e harpa, e eles profetizam” (1 Sm 10.5). A música ajudou a criar a atmosfera certa para os exercício de devoção espiritual (2 Rs 3.5).

 

8.      Davi: Um Rei Com O Coração Voltado À Música. Ao longo dos séculos, os pastores da Palestina tocaram suas rústicas flautas de cana de dois tubos na presença de seu gado. Os tons da música são menores, mas apelam tanto para o pastor como para as ovelhas. Sem dúvida, a experiência musical de Davi começou com este instrumento, ele cuidava do gado de sua família. Mas além de tocar seu instrumento pastoral, o jovem Davi ficou famoso por sua habilidade de tocar o que na nossa versão bíblia chama de “harpa”. O instrumento não era grande o suficiente para se parecer com o que os ocidentais hoje chamam de harpa. Seria mais apropriado chamá-lo de “lira”.  Davi veio tocar harpa para Saul quanto teve um ataque de tristeza para acalmá-lo.

 

(1)   Não só Davi tocava instrumento, mas também, em todos os tipos de situações, ele escreveu belos salmos que ajudaram a formar o saltério dos Hebreus, o livro de Salmos. Ele teve muitas experiências desde a sua juventude para escrever seu imortal Salmo do Pastor (Salmo 23). Ele escreveu sobre suas experiências quando teve que fugir das mãos do rei Saul e se esconder em uma caverna (Sl 57), e celebrou sua liberdade quando o Senhor o livrou de todos os seus inimigos escrevendo o Salmo 18.

 

(2)   Davi inventor de certos instrumentos musicais. O cronista dos reis hebreus de Israel diz de Davi: “Quatro mil para louvar ao Senhor, disse Davi, com os instrumentos que eu fiz para render louvores” (1 Cr 23.5), e novamente: “E os levitas eles estavam com o instrumentos de Davi” (2 C R 29.26).

 

(3)   Davi, organizador da música de adoração hebraica. Durante muitos anos após a vida de Davi, a liturgia musical seguiu as orientações dadas por ele (1 Cr 16.42; 25.6,7).

 

9.      Cânticos no Novo Testamento.

(1)   O Magnificat ou Cântico de Maria – cantado em antecipação ao nascimento do Salvador (Lc 1.46-55).

(2)   O Benedictus ou Cântico de Zacarias : Cantado após o nascimento de João Batista (Lc 1.68-79).

(3)   A Canção dos Anos cantada aos pastores de Belém na noite do nascimento de Jesus (Lc 2.14).

(4)   O hino da Igreja Primitiva (1 Tm 3.16)

(5)   O livro de Apocalipse escrito por João contém referências as canções e músicas

·         “Um novo cântico” cantado no céu (Ap 5.9-10).

·         “O Cântico de Moisés” e “O Cântico do Cordeiro” (Ap 15.3,4).

·         A Queda de Babilônia é descrita graficamente (Ap 18.22).

 

10.  Os Salmos Foram Escritos Para Serem Cantados.

                    (1)        Moisés cantava e ensinava o povo a cantar (Êx 15; Dt 32 e 33).

                    (2)        Israel cantava durante a peregrinação para a Terra da Promessa (Nm 21.17).

                    (3)        Débora e Baraque cantavam (Jz 5).

                    (4)        Davi foi musicista consumado e cantava de todo o seu coração (2 Sm 6.5, 14, 16).

                    (5)        Os cantores de Ezequias cantavam palavras de Davi, ao som de trombetas (2 CR 29.28-30).

                    (6)        Os cantores de Neemias cantavam alto e bom tom na dedicação dos muros (Ne 12.42).

                    (7)        Paulo e Silas cantavam na prisão (At 16.25).

                    (8)        Na aurora da criação “As estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38.7).

                    (9)        No céu milhões de anjos cantam. E toda a criação redimida se junta ao coro (Ap 5.11-13).

                  (10)      Ali todos cantam e nunca pelos séculos sem fim, se cansarão de entoar louvores a Deus.

Instrumentos Musicais

Eram instrumentos de corda, principalmente a harpa e o saltério; instrumentos de sopro: a flauta, a gaita, a corneta e a trombeta; e instrumentos de percussão: o pandeiro e os címbalos. Davi tinha uma orquestra de 4.000 instrumentalistas (1 Co 23.5).

SALMOS CITADOS NO NOVO TESTAMENTO

Salmo

Referência no NT.

Citação:

2.1,2

Atos 4.25,26

Nações contra o Messias

2.7

Hebreus 1.5

És meu filho

2,8,9

Apocalipse 2.26 ss

Governará com cetro de ferro

4.4

Efésios 4.26

Irados, não pequem

5.9

Romanos 3.13

Gargantas são um túmulo aberto

6.8

Mateus 7.23

Afastem-se de mim

7.9

Romanos 8.27

Deus sonda os corações

8.2

Mateus 21.16

Louvor das crianças

8.4-6

Hebreus 2.6,7

Menor do que os anjos

10.7

Romanos 3.14

Boca cheia de maldição

14.1-3

Romanos 3.10ss

Não há nenhum justo

16.8-11

Atos 2.25 ss

Não permitirás [...] Santo sofra decomposição

18.2

Lucas 1.69

Poderosa salvação para nós

19.4

Romanos 10.18

Voz ressoou por toda a terra

19.9

Apocalipse 16.7

Juízos verdadeiros e justos

22.1

Mateus 27.46

Meu Deus! Meu Deus! Por quê...?

22,7,8

Mateus 27.39

Balançam a cabeça

22.18

João 19.24

Sorteio da túnica

22.22

Hebreus 2.12

A meus irmãos

23.1

Jo 10.11

O bom pastor

23.3,4

Mateus 5.8

Bem-aventurados os puros

31.5

Lucas 23.46

Pai, nas tuas mãos

32.1,2

Romanos 4.7,8

Não atribui culpa

33.6

João 1.3

Os céus foram feitos mediante a sua palavra

34.8

1 Pedro 2.3

Provem e vejam

34.12016

1 Pedro 3.10ss

Guarde a língua do mal

34.14

Hebreus 12.14

Esforço para viver em paz

34.20

João 19.36

Nenhum de seus ossos será quebrado

35.19

João 15.25

Inimigos gratuitos

36.1

Romanos 3.8

Não há temor de Deus

37.11

Mateus 5.5

Os humildes receberão a terra

38.11

Lucas 23.49

Ficam de longe

40.6-8

Hebreus 10.5ss

Fazer a tua vontade

41.9

João 13.18

O que partilhava do meu pão voltou-se contra mim

44.22

Romanos 8.36

Por amor de ti enfrentamos a morte

45.6-7

Hebreus 1.8,9

Teu trono, ó Deus

51.4

Romanos 3.4

Para que sejas justificado

55.22

1 Pedro 5.7

Lance sobre ele toda sua ansiedade

62.12

Romanos 2.6

Deus retribuirá a cada um segundo seu procedimento

68.18

Efésios 4.8

Ele subiu em triunfo às alturas

69.9

João 2.17

Zelo pela tua casa

69.9

Romanos 15.3

Insultos caíram sobre mim

69.21

Mateus 27.34

Deram-lhe para beber vinho misturado com fel

69.22,23

Romanos 11.9,10

Escureçam-se os seus olhos

69.25

Atos 1.20

Fique deserto seu lugar

69.28

Apocalipse 3.5

Apagarei seu nome do livro da vida

72.10ss

Mateus 2.11

Presentes de ouro

78.2

Mateus 13.35

Parábolas

78.24

João 6.31

Pão do céu

82.6

João 10.34

São deuses

89.3,4

Atos 2.30

Juramento a Davi

89.20

Atos 13.22

Encontrei a Davi

91.11,12

Mateus 4.6

Dará ordens a teu respeito

94.14

Romanos 11.1

Acaso Deus rejeitou seu povo?

95.7ss

Hebreus 3.8ss

Não endureçam seu coração

97.7

Hebreus 1.6

Os anjos de Deus o adorem

98.2,3

Atos 28.28

Salvação para os gentios

102.25-27

Hebreus 1.10ss

Perecerão

103.17

Lucas 1.50

Misericórdia estende-se aos que o temem

104.4

Hebreus 1.7

Faz de seus anjos ventos

105.8

Lucas 1.72

Lembrar sua santa aliança

105.21

Atos 7.10

Tornou José governador do Egito

106.20

Romanos 1.23

Trocaram a glória de Deus

107.9

Lucas 1.53

Encheu de coisas boas os famintos

109.8

Atos 1.20

Que outro ocupe seu lugar

110.1

Mateus 22.44

Senta-se à minha direita

110.4

Hebreus 5.6

Sacerdote para sempre

111.9

Lucas 1.49

Santo é seu nome

118.6

Hebreus 13.6

O Senhor é meu ajudador

118.22

Mateus 21.42

A pedra que os construtores rejeitaram

118.26

Mateus 21.9

Bendito é o que vem

130.8

Mateus 1.21

Ele salvará seu povo

135.14

Hebreus 10.30

O Senhor julgará

140.3

Romanos 3.13

Veneno de serpente está em seus lábios

141.2

Apocalipse 5.8

Oração como incenso

143.2

Romanos 3.5

Não há justo

146.6

Atos 4.24

Fez os céus e a terra.

CURIOSIDADES SOBRE OS SALMOS

 

1.      O salmo começa com bem-aventurança.

2.      Jesus apreciava muito os Salmos. Tanto se impregnaram os Salmos na natureza mental de Cristo, que Suas últimas palavras, expressam quando agonizava na Cruz, eram citações deste livro: 22.1; 31.5; Mt 27.46; Lc 23.46. Disse que muita coisa a Seu respeito tinha sido escrita nos Salmos (Lc 24.44).

3.      O livro dos Salmos está localizado no coração da Bíblia. O Salmo 117 é o capítulo central, e o salmo 118.8, o versículo central: “É melhor buscar refúgio no SENHRO do que confiar nos homens”.

4.      O salmo 3 é uma oração matinal, já o salmo 4 é uma oração vespertina, e o 134 é um salmo da noite.

5.      O salmo 9 e 10 formam um acróstico

6.      O salmo 14 é quase idêntico ao salmo 53

7.      O salmo 18 é quase idêntico a 2 Samuel 22

8.      O salmo 19 trata da “Supremacia da Lei do Senhor”.

9.      W.E. Gladstone afirmou: “Todas as maravilhas da civilização grega, tomadas no seu conjunto total, são menos admiráveis do que este simples livro dos Salmos”.

10.  Martinho Lutero se baseou no Salmo 64 para escrever o seu famoso “Castelo Forte é nosso Deus”, hino de guerra da Reforma.

 

Bibliografia:

1.      Orlando Boyer – Pequena Enciclopédia Bíblica VIDA

2.      Conheça Melhor O Antigo Testamento – Stanley Ellisen VIDA

3.      Introdução Ao Estudo Do Antigo Testamento – Esdras Costas Bentho & Reginaldo Leandro Plácido CPAD

4.      Manual Bíblico H.H.Halley VIDA NOVA

5.      Manual De Cultura, Costumes E Tradições Dos Tempos Bíblicos – Leonardo Andrade FONTE EDITORIAL

                   

 

 

Wilson De Jesus Alves

 

[1] Staccato: É uma palavra de origem italiana, significa “destacado”. É um termo muito utilizado na música principalmente por pianistas. Indica que numa sequência de notas rápidas, cada uma deve ser nitidamente destacada das outras.