DANIEL - O APOCALIPSE DO ANTIGO TESTAMENTO
DANIEL - O APOCALIPSE DO ANTIGO TESTAMENTO
Um companheiro do Livro do Apocalipse.
O Profeta-Estadista Hebreu na Babilônia
Quando ainda jovem, Daniel foi levado para a Babilônia, onde viveu durante todo o período do cativeiro, desempenhando por vezes elevada função nos Império Babilônicos e Persa.
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- (1) Daniel, como Ezequiel, esteve cativo na Babilônia. Foi trazido perante o rei Nabucodonosor em sua juventude e instruído na língua e nas ciências babilônicas (caldaicas).
- (2) O Profeta. Daniel cujo nome significa “Deus é meu Juiz” foi um estadista na corte de reis pagãos. Levado cativo para a Babilônia quando Jovem, na primeira deportação ordenada por Nabucodonosor, em 605 a.C., passou lá o restante de sua longa vida como oficial do governo, e como profeta do Deus verdadeiro. Ele reivindica a autoria deste livro e Jesus Cristo identificou-o como profeta (Mt 24.15; Mc 13.14). Por não ter ocupado o cargo ou desempenhado formalmente a função de profeta entre os israelitas, seu livro encontra-se na terceira divisão da Bíblia hebraica, os “Escritos” em vez de na segunda, os Profetas. Durante toda a sua vida Daniel jamais abriu mão de seu compromisso e fidelidade para com Deus.
- (3) Sua vida imaculada em meio à corrupção de uma corte oriental leva Ezequiel a mencioná-la como um dos exemplos mais notáveis de piedade. (Ez 28.3)
- (4) Sua vida é similar à de José – Foi elevado ao cargo mais alto no reino (2.48), manteve sua vida espiritual em meio a uma corte pagã (6.10)
- (5) A Autoria de do Livro de Daniel: O próprio livro informa que Daniel foi seu ator (7.1,28; 8.2; 9.2; 10.1,2; 12.4,5). Sua autenticidade foi sancionada por Cristo (Mt 24.15). Assim é que foi reconhecido por Jesus e primitivos cristãos. Porfírio, um infiel do 3º século A.D., propôs a teoria de que o livro teria sido uma falsificação do período da revolta dos macabeus, 168-164 a.C. Entretanto, o ponto de vista tradicional, de que o livro é um documento histórico verídico, que data da época de Daniel mesmo, persistiu unanimemente entre os eruditos cristãos e judeus, até o aparecimento da crítica moderna. Hoje os críticos em nome da “erudição moderna” revivem a teoria de Porfírio, e dão como fato consumado que o livro foi escrito por autor desconhecido, o qual, vivendo 400 anos depois de Daniel, assumiu o nome deste e impingiu à sua geração seu livro espúrio como obra autêntica de um herói morto já fazia muito tempo. Todavia, insistem esses críticos que isto não anula o valor religioso do livro. Se o livro não é exatamente o que pretende ser, como admitir que Deus possa ter parte nessa impostura? Não tem a mínia honestidade o escritor que publica suas próprias idéias sob o nome de heróis que viveram já há muito tempo. Suspeitamos que o verdadeiro ponto crucial do esforço em desacreditar o livro de Daniel é a indisposição do orgulho intelectual de aceitar os estupendos milagres e admiráveis profecias registradas nele.
- Tema Principal. A soberania de Deus sobre os assuntos dos homens em todas as épocas. As confissões do rei pagão deste fato constituem os versículos chave deste livro (2.47; 4.37; 6.26). O livro de Daniel é, na sua maior parte, uma história profética dos poderes gentílicos mundiais desde o reinado de Nabucodonosor até a vinda de Cristo. Os profetas em geral salientam o poder e a soberania de Deus com relação a Israel, e o revelam como aqueles que determina os destinos de seu povo escolhido através dos séculos até a restauração final. Daniel, por outra parte, destaca a soberania de Deus com relação aos impérios gentílicos do mundo, e revela Deus como aquele que domina e governa os negócios desses impérios até a época de sua destruição. Na vinda de seu Filho. O tema de Daniel pode ser resumido da seguinte maneira: Deus revelado como o que domina a elevação e queda dos reinos deste mundo até a sua destruição final e que estabelecem seu próprio reino. Por causa de suas muitas visões, o livro de Daniel vem sido chamado “O Apocalipse do Antigo Testamento”
“A visão é a de um Deus que governa, cheio de sabedoria e poder; de reis que desaparecem; de dinastias e impérios que surgem e caem enquanto Deus, entronizado no céu, governa seus movimentos” _ Campbell Morgan.
- A Língua do Livro: É aramaica ou caldaica de 2.4 – 7.28: era essa a língua do comércio e da diplomacia da época. O restante está escrito em hebraico. Era o que se podia esperar de um livro escrito para judeus que viviam no meio de babilônios, o qual continha cópias de documentos babilônicos oficiais na própria língua em que foram escritos originalmente.
- O próprio ataque contra a posição tradicional, que data a composição do livro no sexto século a.C partiu de Porfírio (A.D 232-303), um ardoroso opositor do cristianismo, que afirmou ter sido o livro escrito por um judeu desconhecido, contemporâneo de Antíoco Epifânio (175-163 a.C). Este ponto de vista foi amplamente promovido por eruditos dos séculos XVIII e XIX pelas seguintes razões:
- (1) Alegavam eles que Daniel não poderia ter feito tais predições, já que elas se cumpriram tão exatamente que só poderiam ter sido escritas depois de terem acontecido.
- (2) Palavras persas e gregas usadas no livro. Alegam tais críticos, seriam desconhecidas de um judeu que tivesse vivido no sexto século a.C.
- (3) Afirmavam ainda que o aramaico usado em 2.4 – 7.28 pertence a uma época posterior a Daniel.
- (4) Alegavam ainda inexatidões históricas.
Repostas:
- (1) A profecia preditiva não é apenas possível a um verdadeiro profeta de Deus. Ela é esperada deles!
- (2) Por ter vivido até o império persa, não seria estranho que um estadista como Daniel conhecesse a língua persa.
- (3) A presença de palavras gregas é facilmente explicada, já que cem anos antes de Daniel, mercenários gregos serviam nos exércitos assírios de Esaradom (683 a.C) e nos exércitos babilônicos de Nabucodonosor.
- (4) Descobertas recentes, de documentos aramaicos datados do quinto século a.C, demonstram que Daniel foi escrito em aramaico imperial, um dialeto oficial conhecido em todas as partes do Oriente Médio naquela época.
- (5) Supostas inexatidões históricas têm desaparecido com rapidez, em vista das informações oferecidas pela Crônica de Nabonido quanto à identidade de Belsazar (5.1) e uma evidência que identifica Dario, o medo, com um governador chamado Gubaru (5.31)
- (6) Além de tudo isso, como justifica uso tão escasso de palavras gregas se o livro tivesse sido escrito por volta de 170 a.C., depois de um governo de língua grega ter dominado a Palestina por 160 anos? Era de se esperar a presença de muitos termos gregos.
- (7) Também deve-se observar que os documentos de Qumran (os manuscritos do mar Morto), datados umas poucas décadas depois da data alegada pelos críticos para o livro de Daniel, mostram diferenças gramaticais que indicam terem sido escritos séculos, e não décadas, depois de Daniel.
- (8) Além disso, os rolos de Daniel encontrados em Qumran são cópias, indicando que o original fora escrito antes do período dos Macabeus.
- A Época – O Ambiente Histórico. Em 605 a.C, Nabucodonosor levou a Daniel e outros como cativos para Babilônia. Por causa dos acontecimentos registrados no capítulo 2 do livro, Daniel recebeu um lugar de destaque e responsabilidade no reino de Nabucodonosor. Depois da morte do rei, Daniel aparentemente perdeu seu lugar de prestígio, mas foi chamado de volta à corte para interpretar o escrito que aparecera na parede durante a festa promovida por Belsazar (5.13). Daniel foi nomeado um dos três presidentes durante a administração de Dario (6.2) e viveu até o terceiro ano de Ciro (536 a.C). Seu ministério foi o de testificar, por sua vida pessoal e por suas profecias, do grande poder de Deus. Embora no exílio, o povo de Israel não fora abandonado por Deus, e Daniel revelou muitos detalhes do plano divino para o futuro do povo. Daniel também descreveu o curso da história dos poderes gentílicos desde seus dias até a segunda vinda de Cristo.
- Esboço Geral de História Universal:
- Império Babilônico, 605-539 a.C
- Império Persa, 539-331 a.C
- Império Grego, com suas quatro divisões, 331-146 a.C
- Guerra de reis Siros e Greco-egípcios, 323-146 a.C
- Antíoco Epifânio e a profanação de Jerusalém, 175-163 a.C
- Império Romano, 146 a.C – 400 A.D
- Ministério Público de Cristo 26-30 A.D
- Destruição de Jerusalém pelo exército romano, 70 A.D
- Interpretação de Daniel. O livro é companheiro do livro do Apocalipse; ambos contêm muita linguagem figurada e de difícil interpretação. A intenção de adaptar as profecias de Daniel e Apocalipse aos fatos da história humana tem produzido ilimitado conflito de opiniões. A verdadeira interpretação dos detalhes das visões nem sempre é clara. Dois fatos são geralmente reconhecidos pela maioria dos eruditos:
- (1) As profecias representam uma revelação parcialmente velada de eventos futuros da história secular e sagrada.
- (2) As visões assinalam o triunfo final do reino de Deus sobre todos os poderes satânicos e do mundo.
- Porções Seletas.
- (1) O propósito de Daniel (1.8)
- (2) A pedra do monte (2.44-45)
- (3) A resposta dos três jovens hebreus (3.16-18)
- (4) A festa de Belsazar (cap.5)
- (5) Daniel na cova dos leões (6.1-24)
- (6) A visão do juízo (7.9-14)
- (7) A promessa aos ganhadores de almas (12.3)
- Os Milagres no Livro de Daniel: Coisas maravilhosas se dizem neste livro. Aos que acham difícil crer nelas, dizemos: Lembremo-nos de que durante mil anos Deus viera adestrando a nação judaica com o propósito de, por meio dela, estabelecer num mundo de nações idólatras a idéia de que o SENHOR é Deus. Agora, a nação de Jeová tinha sido destruída por um povo que adorava ídolos. Para todas as nações do mundo era isto clara evidência de que os deuses da Babilônia eram mais poderosos do que o Deus dos judeus. O momento era crítico, na luta contra a idolatria. Se houve tempo em que Deus precisava fazer algo para mostrar Quem é Deus, foi durante o Cativeiro Babilônico. De fato, seria estranhável se nada fora do comum acontecesse. Alguma coisa haveria de faltar na história bíblica, se estes milagres estupendos não fossem operados. Se parece difícil crer neles, mais difícil será crer no resto da história sem eles. Pelo menos os judeus, que desde o princípio, geração após geração estiveram caindo sempre na idolatria, agora, por fim, no Cativeiro Babilônico, convenceram-se de que o seu Deus era o verdadeiro Deus; e desde então nunca mais resvalaram para o culto dos ídolos. Não há dúvida de que estes milagres desempenharam sua parte nesta convicção. Tais milagres exerceram poderosa influência tanto em Nabucodonosor com em Dario (3.29; 6.26)
- Sumário das Profecias de Daniel:
- Os quatro reinos e depois eterno de Deus, cap.2
- A loucura de Nabucodonosor e seu restabelecimento, cap 4
- A queda de Babilônia e elevação do Império Persa, cap.5
- O “quarto” império, seus “dez chifres” e o “outro chifre”, cap.7
- O Império Grego e seus “quatro chifres”, cap.8
- As Setenta Semanas, de Daniel ao Messias, cap.9
- Angústia da Cidade Santa no período inter-testamentário, cap.11
- Sinais do tempo do fim, cap. 12