AMÓS – CHAMADO PARA PROFETIZAR

AMÓS – CHAMADO PARA PROFETIZAR

 

A Apostasia e Perversidade de Israel

 

A Condenação Certa

 

A Restauração

 

A Glória Futura do Reino de Davi

Esta profecia parece ter sido proferida por ocasião de uma visita a Betel (7.10-14), uns 30anos antes da queda de Israel.

 

  1. Amós era morador de Técoa (uma vila que ficava 16 quilômetros ao sul de Jerusalém e a10quilômetros ao sul de Belém) e viajou para o norte, até Betel, pregando assim no que era, virtualmente, solo estrangeiro. Embora fosse um leigo, não um profeta profissional, recebera uma chamada direta de Deus para sua obra (7.15), Não foi ordenado oficialmente como profeta, nem tinha assistido à escola deles; Por ocupação ele era um criador de ovelhas, talvez um pastor importante, com pastores assalariados. A mesma palavra hebraica é usada para descrever a atividade de Mesa (2 Rs 3.4). A pregação de Amós em Betel, centro de idolatria e residência do rei de então, Jeroboão II, provocou tamanha oposição que ele retornou a Judá, onde colocou em forma escrita a sua mensagem. Esse registro demonstra que ele era um homem de negócios, não um pastor rústico e ignorante.
    • (1) Seu Nome: Significa “Carga” ou “carregador”.
    • (2) Cidade: Era um cidadão de Tecoa, na Tribo de Judá.
    • (3) Sua Profissão: Foi boiadeiro e recolhedor de figos silvestres (7.14)
    • (4) Sua Chamada (7.15) Seu ministério foi especialmente às Dez Tribos, embora tivesse também uma mensagem para Judá e para os países vizinhos. Betel foi a cena principal de sua pregação, talvez a única.
    • (5) Perseguição: A intenção de fazê-lo calar (7.10-13) Após haver feito ali vários discursos, Amasias, o sumo sacerdote do santuário real, enviou uma mensagem ao rei, que aparentemente não estava presente, acusando o pregador de traição, e ao mesmo tempo ordenou a este último que saísse do reino. Evidentemente havia alguma razão para temer que os pobres oprimidos se rebelassem contra seus senhores e amos. As ameaças do castigo vindouro perturbariam a muitos ouvintes. As denúncias de crueldade e injustiça produziriam grandes repercussões. A linguagem do sacerdote demonstra todo o desprezo de um oficial de posição elevada para com um intruso que não é ninguém, um homem que vive a sua vida de uma maneira precária, profetizando (7.10-17).
    • (6) Sua Obra: “Ao chegar a casa, Amós indubitavelmente escreveu o teor dos seus discursos” – M. Taylor

 

  1. 742 a.C. Profetizou durante os reinados de Jeroboão II em Israel (2 Rs 14.23-29), e Uzias em Judá (2 Cr 26)

 

  1. Época. Uzias, rei de Judá (791-740 a.C), governava sobre uma nação próspera, mas estava sob a influência de Jeroboão II, rei de Israel (793-753 a.C), cujo reinado foi, exteriormente o zênite do poderio israelita, ao passo que, internamente, foi um período de idolatria e corrupção (cf. 2 Rs 14.24,25). Além disso, caracterizaram aquela época a prosperidade material e os males sociais (2.6-8; 3.11; 4.1; 5.10-12; 8.4-6)

 

  1. O “terremoto” (1.1): Diz Josefo que coincidiu com a imposição da lepra de Uzias (2 Cr 26.16-21). Foi no princípio da co-regência de Jotão, cerca de 740 a.C., e, segundo esse cálculo, a profecia de Amós ocorreu cerca de 742 a.C.

 

  1. A mensagem de Amós é de castigo vindouro e de restauração que o seguirá. Nota-se certa semelhança com os temas de muitos profetas. Isto se explica pelo fato de haver um fator predominante que ocasiona suas mensagens, a saber, o pecado nacional; por isso, as mensagens, na sua maioria, são condenatórias. Atacando tanto os males sociais de seu povo quanto seu culto paganizado. Mas quando chegava a mensagem de repreensão para o povo em geral, chegava também a de consolação e restauração para uma minoria fiel. Amós lançou um apelo urgente ao arrependimento como o único meio de escape do juízo iminente. Amós vê o pecado de Israel em relação aos grandes privilégios que lhe foram concedidos, e demonstra que por causa desses privilégios e por não andar de uma maneira digna dos favores que Jeová lhes havia concedido, o castigo seria maior do que os dos pagãos que não gozavam dos mesmos privilégios que eles gozavam (3.2). A posição privilegiada de Israel, declarou ele, deveria ter sido um incentivo a uma vida justa, e jamais uma permissão para o pecado. Podermos apresentar o tema de Amós da seguinte maneira: exposição dos pecados de um povo privilegiado, cujos privilégios lhes trouxeram grande responsabilidade e cujas faltas sob essas responsabilidade lhes acarretaram um castigo de acordo com a luz que tinham recebido. “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez cousas dignas de reprovação, levará poucos açoites. Mas àquele a quem foi muito dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc12. 47,48). Alguns versículos favoritos e importantes do livro se encontram em 3.2; 3.3; 5.24; 9.11.

 

  1. Estilo: Simples, porém pitoresco.

 

  1. Metáforas no Livro de Amós.

 

  • A fadiga da misericórdia de Deus para com os pecadores comparada a um carro sobrecarregado (2.13)
  • A pressão do dever do profeta comparada ao rugir do leão (3.8)
  • O escape difícil do remanescente de Israel comparado ao pastor que livra da boca do leão duas pernas ou a ponta da orelha (3.12)
  • A escassez da Palavra de Deus comparada a um homem no mundo (8.11-12)

 

  1. Contemporâneos de Amós: Amós, quando menino, provavelmente conheceu a Jonas, e pode tê-lo ouvido contar a visita que fizera a Nínive. É possível também que tivesse conhecido Eliseu, ouvindo-o narrar sua intimidade com Elias. Jonas e Eliseu estavam se retirando do palco da História, quando Amós chegou. Joel também pode ter sido seu contemporâneo, ou predecessor próximo. A praga de gafanhotos a que se refere 4.9, pode ter sido a do tempo de Joel. Oséias foi seu cooperador. Podia estar em Betel ao tempo da visita de Amós. Sem dúvida, eles se conheciam bem e podem ter comparado notas, muita vezes sobre as mensagens que Deus lhes havia dado. Oséias, sendo mais moço, continuou obra depois Amós e afastou. Outrossim, quando Amós encerrava seu trabalho, Isaías e Miquéias começava,o seu.

 

 

  1. Amós, como profeta, em muitos sentidos foi como Cristo.
    • (1) Em sua ocupação, um trabalhador (7.14)
    • (2) Em sua humildade, reconheceu sua origem humilde (7.15)
    • (3) Em seu método de ensino por meio de ilustrações.
    • (4) Ao afirmar sua inspiração divina “Assim diz o Senhor”, ocorre quarenta vezes em sua profecia.
    • (5) Ao ser acusado de traição (7.10; Jo 19.12)
    • (6) Na pressão do dever que estava sobre ele (3.8; Jo 9.4)
    • (7) Ao denunciar o egoísmo dos ricos (6.4-5; Lc 12.15-21)

 

  1. Sinopse:
    • (1) Os juízos vindouros sobre as nações vizinhas (1.3-15; 2.1-3)
      • O pecado da Síria: Crueldade (1.3-5)
      • O pecado da Filístia: Tráfico de escravos (1.6-8)
      • O pecado da Fenícia: Negociantes de escravos, apesar do pacto (1.9,10)
      • O pecado de Edom: Uma irreconciliabilidade determinada e vingativa (1.11, 12)
      • O pecado de Amom: Crueldade baseada na cobiça (1.13, 15)
      • O pecado de Moabe: Ódio com violência e vingança (2.1-13)

 

  • (2) Discursos ameaçadores.
  • Contra Judá (2.4,5) – As Leis de Jeová desprezadas.
  • Contra Israel (2.6-16) – Corrupção e opressão.

 

  • (3) O chamado de Israel para que busque a Deus com sinceridade (cap.5)
  • (4) A condenação da vida na opulência (cap.6.4-14)
  • (5) Uma série de cinco visões.
  • A visão de gafanhotos (7.1-3) – Símbolos dos Assírios.
  • A visão do fogo (7.4-5) – Representa a seca.
  • A visão do prumo (7.7-9) – Julgamento conforme a Justiça Divina.
  • A visão de um cesto de frutos de verão (8.1-3) – Israel pronto para o julgamento.
  • A visão de um santuário derrubado (9.1-10)
    • (6) As visões são interrompida pela intenção de intimidar o profeta.
    • (7) A predição da dispersão e da restauração de Israel (9.9-15)

 

  1. Análise. O reinado de Jeroboão havia sido de muito sucesso. O reino fora consideravelmente ampliado (2 Rs 14.23-29). Israel estava no auge da prosperidade, mas em descarada idolatria e exalando o mau cheiro de sua podridão moral: era uma terra de falsos juramentos, furtos, injustiças, opressões, roubalheiras, adultérios e homicídios. Fazia uns 200 anos que as dez tribos se haviam separado do reino de Davi (931 a.C) e estabelecido independente do Norte, tendo como religião o culto do bezerro (2 Rs 12.25-33). Durante parte desse tempo o culto de Baal também fora adotado, e muitas das práticas abomináveis da idolatria cananita ainda predominavam. Entrementes, Deus enviara Elias, depois Eliseu e mais adiante Jonas. Mas, sem nenhum efeito sobre o povo, Israel, empedernido na idolatria e perversidade, descambava, agora, veloz para a ruína. Foi então que Deus enviou Amós e Oséias, num derradeiro esforço por frear a nação na sua arremetida para a morte.