O TRIGO E O JOIO
Texto Bíblico: Mateus 13.24-30.
INTRODUÇÃO
1. Na primeira parábola a semente era de uma só espécie, mas havia diferença nas condições do terreno. Agora, o campo – o mundo – é um só, mas há mistura de sementes.
2. Não podemos esperar uma igreja perfeita deste lado do céu. As parábolas do joio e da rede advertem-nos da presença de elementos bons e maus dentro da igreja.
I. O HOMEM QUE SEMEIA A BOA SEMENTE
1. O Semeador é o Filho do Homem (v.24, 37)
2. A Boa Semente – São os Filhos do Reino (v.24): A boa semente não é aqui, a palavra do Evangelho, mas o que o Evangelho produz, “os filhos do Reino” (v.38). Estes estão semeados entre os homens, e Satanás semeia justamente o “joio”.
3. O Campo é o Mundo (24, 38).
(1) O campo lhe pertence. Ele é o proprietário verdadeiro.
(2) O campo é o mundo todo, não apenas Israel ou a Igreja.
II. O INIMIGO
1. O Inimigo – É o diabo (v.25,39). Na parábola do joio, atribui-se à ação do inimigo a introdução de pessoas mundanas entre o povo de Deus.
2. Ele, é ladrão, e age em campo que não lhe pertence.
3. Ele age, enquanto os servos de Deus, dormem (espiritualmente).
4. Ele age, semeando o joio, no meio do trigo, que representa tudo que é falso no meio do povo de Deus:
• Falsas doutrinas.
• Falsos crentes.
• Falsa adoração.
• Falso Evangelho.
• Falsa Bíblia.
• Falsos Obreiros.
5. Ele pode transformar pessoas tão eficientemente quanto o Evangelho (porém, sempre para o mal).
III. AS DUAS PLANTAÇÕES
1. O Trigo.
(1) Colheita Importante. Uma importantíssima colheita nos tempos bíblicos conforme já seria fácil de imaginar, o trigo, aparece em várias passagens bíblicas notáveis.
• Gideão estava malhando o trigo quando o Senhor o chamou para ser um dos mais notáveis e bem sucedidos juízes de Israel (Jz 6.11)
• Rute, a viúva moabita de um israelita, chegou em Belém no tempo exato, para poder respigar trigo suficiente para as suas necessidades, por bondade de Boaz (Rt 2.23).
• Ornã estava malhando o trigo, quando viu um anjo do Senhor (1 Cr 21.20).
• O Senhor Jesus também nos dá um quadro sobre o arrebatamento dos salvos, quando o “trigo” tiver de ser recolhido (Lc 3.17).
• E o Senhor também usa o trigo para nos ensinar a necessidade de morrermos para o nosso próprio “eu” em João 12.24: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas de morrer, produz muito fruto”. Neste versículo, o trigo é um símbolo do próprio Cristo.
(2) Simboliza: alimento e força. Dele se faz o pão, alimento universal da humanidade.
(3) Será ajuntado no celeiro de Deus (v.30)
(4) Representa os justos:
1) Que resplandecerão como o Sol.
2) Que resplandecerão no Reino do Pai.
2. O Joio – São os Filhos do maligno (25. 38).
(1) O Joio:
1) É uma planta que se confunde com o trigo, crescendo juntamente com ele, e só se distingue quando vem a época da ceifa, quando então o trigo revela seu verdadeiro, valor, produzindo cereal comestível. Até então, o joio é poupado por causa do trigo.
2) O “joio” nesta parábola familiar é conhecido hoje em dia como “arroz selvagem”. Também é chamada de “cizânia”.
3) É semente venenosa.
4) Cresce mais que o trigo.
5) Se parece com o trigo no período da folhagem, mas vai se distinguindo ao florescer e frutificar. O joio produz grãos pardos e embaçados, enquanto o trigo produz grãos dourados.
(2) Quem são eles:
1) Representa aqueles que cometem escândalo (v.41)
2) Representam aqueles que cometem iniquidade (v.41)
(3) Foi semeado pelo diabo (v.25)
(4) Cresce junto com o trigo (v.26). Os justos têm tido de viver no meio dos ímpios desde o começo. E há ímpios até no meio do povo de Deus. Nossa função é amar indistintamente, e permitir que os dois “cresçam juntos”. Deus é capaz de distinguir o falso do verdadeiro, e certamente fará isso no dia do juízo.
(5) Sua presença no meio do trigo, é tolerada temporariamente, a fim de não prejudicar o trigo. (v.29). Deus retém o juízo imediato por causa dos eleitos que estão no mundo. Zelosos idealistas proclamam: “Vamos purificar a igreja!”. As intenções são boas e há lugar para a disciplina na igreja. Todavia somos falíveis em nossa pressa, e poderemos arrancar trigo juntamente com o joio, ou lançar fora peixes bons. Não devemos tentar “purificar” a igreja arrancando aqueles que julgamos serem joio.
1) Em primeiro lugar, não podemos ter certeza sobre quem tem uma fé verdadeira e que aparenta ter fé.
2) Em segundo lugar, expulsar os falsos são semelhantes a danificar o verdadeiro.
3) O ensino é que não podemos tirar o joio do mundo, embora as muitas perseguições religiosas do passado tentassem fazê-lo. Mas na igreja pode haver uma disciplina purificadora.
(6) As raízes do joio entrelaçam-se com as do trigo de tal maneira que é impossível arrancar uma sem destruir a outra.
(7) Seu destino será a Fornalha de fogo (v.30, 40,42).
IV. A CEIFA E OS CEFEIROS
1. A Ceifa – É o fim do mundo (v.30,39). A parábola demonstra que um dos aspectos do Reino é o juízo, e que este juízo está reservado à autoridade divina, e não ao critério humano.
2. Os Ceifeiros – São os Anjos (v.30,39)
CONCLUSÃO
1. Desta parábola aprendemos que:
2. Quando Cristo age, Satanás opera também;
3. Que um dos seus modos prediletos de agir é pela imitação.
4. Que ele opera ocultamente.
5. Que nós devemos agir cautelosamente (v.29).
6. Esta história tem a ver com a mistura do bem e do mal nesta vida, mas que serão separados no dia do juízo.
7. Os maus permanecerão ao lado dos bons até ao fim do mundo, quando os ímpios irão para o seu desgraçado destino, e os jutos para o reino da glória eterna.
8. Jesus não tinha qualquer ilusão acerca de vir a ser este mundo uma utopia. Ele sabia plenamente que até ao fim Seu Evangelho seria rejeitado por grande parte do mundo.
9. Jesus só reconhecia duas classes, os salvos e os perdidos. Muitas vezes Se referiu à desgraça dos perdidos, ao seu “choro e ranger de dentes”.
10. Que no fim tudo será revelado.
BIBLIOGRAFIA
Mateus, o Evangelho do Grande Rei – Myer Pearlman.
Bíblia de Estudo de Genebra
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento – Lawrence O. Richards
Manual Bíblico SBB
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. Champlin Ph. D. Vol 6
Bíblia Shedd
Manual Bíblico H.H.Halley