JERUSALÉM
A CIDADE DO GRANDE REI
Cidade Central da História Bíblica
INTRODUÇÃO
1. É mencionada pela primeira vez nas Escrituras em Js 10.1.
2. Cidade ao sul da Palestina, capital de Israel e Judá, e em tempos mais recentes, capital da Palestina.
3. Davi fez de Jerusalém a capital de Israel, em 1000 a.C. – Cidade magnífica.
4. Foi destruída pelos babilônios em 587 a.C.
5. Nos dias de Cristo já era de novo uma cidade imponente.
6. Matou, porém, Aquele cujo nascimento era a finalidade de sua fundação.
I. JERUSALÉM – SEUS NOMES
1. É Designada como:
1) Ariel sig. “Leão de Deus” (Is 29.1)
2) Lareira de Deus (Is 29.1 ARA).
3) Cidade de Davi (2 Sm 5.7; Is 22.9). Belém chamava-se também “a cidade de Davi”.
4) Cidade de Deus (Sl 46.4; 87.3).
5) Cidade do Grande Rei (Sl 48.2)
6) Cidade de Judá (2 Cr 25.28)
7) Cidade da Verdade (Zc 8.3)
8) Cidade Santa (Ne 11.1)
9) Cidade Fiel (Is 1.26).
10) Cidade de Justiça (Is 1.26).
11) Santa Cidade (Is 48. 2; Mt 4.5).
12) Santo Monte (Dn 9.16)
13) Jebus sig. “Lugar que é pisado” (Is 18.28; Jz 19.10).
14) Perfeita em Formosura (Lm 2.15)
15) Salém sig. “Paz” (Gn 14.18; Sl 76.2). Era onde reinava Melquisedeque.
16) Trono de Jeová (Jr 3.17)
17) Sião (1 Rs 8.1; Zc 9.13; Sl 87.1). Era uma das colinas onde estava edificada Jerusalém – chamada “Sião monte Santo” (Sl 9.11; 76.2; Is 8.18).
18) Jerusalém: Sig. “Habitação de paz”
2. Como tipo da Igreja tem ainda estes títulos:
(1) “Jerusalém Celestial” (Hb 12.22)
(2) “Cidade do Deus Vivo” (Hb 12.22)
(3) “Jerusalém que é lá de cima” (Gl 4.26)
(4) “Cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb 11.10).
(5) “Santa Cidade, Nova Jerusalém” (Is 48.2; Ap 21.2).
II. JERUSALÉM – SUA IMPORTÂNCIA
1. Jerusalém é a cidade principal da Palestina, a cidade santa dos cristãos, dos judeus e dos maometanos.
2. Qual é o segredo da sua grandeza? Não tinha um porto marítimo, como Alexandria e Roma. Nem estava situada num rio, como Mênfis e Babilônia. E nem tinha a grande vantagem de umas das grandes vias comerciais entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Jordão, nem das entre a Ásia Menor e o Egito.
3. Contudo, enquanto Roma era o centro político, e Atenas o centro intelectual, Jerusalém era o centro espiritual do mundo, a cidade da maior influência sobre a esperança e o destino do gênero humano.
4. Era a cidade escolhida do Único e Verdadeiro Deus, o centro de Seus cultos, leis e revelação, com a missão de proclamá-lo a todo mundo.
III. JERUSALÉM E MELQUISEDEQUE
1. Jerusalém parece ter sido escolhida por Deus, antes mesmo da chegada de Abraão, para ser o Quartel Terrestre da operação divina entre os homens, visto como Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, já se encontrava lá (Gn 14.18).
2. Se, como sustenta a tradição hebraica, Melquisedeque era Sem, sobrevivente do mundo antediluviano, mais velho dos homens viventes, sacerdote, no período patriarcal, de toda a população terrestre, - então, algum tempo antes da chegada de Abraão, Melquisedeque, já havia saído da Babilônia, numa migração anterior, para tomar posse, em nome de Deus, dessa localidade específica.
3. Melquisedeque devia ter visto Abraão menino, ainda quando em Ur, e talvez tenha preparado sua mente para sua chamada para vir a esta Terra Prometida, escolhida por deus para fazer aí realizar a obra da redenção humana.
IV. JERUSALÉM – SUA LOCALIZAÇÃO
1. Jerusalém e Canaã:
2. Localização de Jerusalém:
(1) Cantavam-se: “Como em redor de Jerusalém estão os montes” (Sl 125.2). A cidade está cercada de um triângulo de montes mais altos do que o tabuleiro no cume da cordilheira sobre o qual está edificada. Enquanto a própria cidade tem a altitude de 800 metros acima do nível do mar. Assim a vista está dominada em todos os lados para o deserto e os montes de Moabe. A cidade circundada, na maior parte de profundas ravinas, era uma fortaleza natural.
(2) Jerusalém situava-se no centro sul de Canaã, na parte mais alta a bacia jordânica-mediterrânea, a uns 32 km do Jordão e cerca de 64 km do Mediterrâneo, região protegida ao oeste, por montanhas e ao sul, pelo deserto, e a leste pelo desfiladeiro do Jordão.
(3) Era edificada numa serra, cercada de vales profundos dos lados leste, sul e oeste. A serra consistia de duas colinas, com um vale no meio. A colina Oriental era formada de três colinas menores, chamadas colinas do Sudeste, Centro-Leste e Nordeste. A Colina Ocidental era constituída de duas colinas menores, chamadas Colinas do Sudoeste e Noroeste. Situando-se um a pequena distância fora da Estrada Costeira, onde civilizações mundiais se encontravam e se mesclavam e era bem apropriada para ser a sede principal da obra divina entre as nações.
(4) Originalmente a cidade ocupava a colina do sudeste. Sua posição inexpugnável por natureza, com uma fonte d’água, Giom, ao pé da colina, deu-lhe a localização ideal para ser uma cidade murada.
(5) Na colina do sudeste ficava a cidade de Melquisedeque. Na centro-leste, chamada Moriá, consta que Isaque foi oferecido; nela 1000 anos mais tarde, edificou-se o Templo de Salomão. Na colina do nordeste, outros 1000 anos mais adiante, Jesus foi crucificado.
3. Jerusalém – Centro do Mundo. Jerusalém está no centro geográfico das nações da terra. Ocupa também um lugar central na história bíblica. É um tema bem saliente na mensagem dos profetas e nas profecias ainda não cumpridas. Foi ainda o berço do Cristianismo, o lugar onde se formou a Igreja de Jesus Cristo. Jerusalém fica no centro de Canaã, na linha divisória entre a região do Jordão e a costa do Mediterrâneo, possui uma posição natural quase inexpugnável.
(1) A cidade foi construída sobre quatro colinas: Sião, Acra, Moriá e Bezeta. Sião era o monte mais alto, foi a antiga fortaleza dos jebuseus, e ficava ao sudoeste da cidade. Ao norte de Sião ficava Acra. A parte da cidade sobre Acra era chamada cidade baixa, e a parte sobre Sião, cidade de cima. Moirá ficava a leste de Acra, foi o lugar onde Isaque foi levada para ser sacrificado (Gn 22). Era ali a eira de Ornã o Jebuseu (2 Sm 24.16-25). Onde foi edificado o Templo de Salomão (2 Cr 3.1). Bezeta ao norte de Moriá foi anexada à cidade pelo rei Agripa, o que julgou Paulo (At 26).
(2) O vale de Josafá cerca Jerusalém por três lados, e por ele corre o ribeiro de Cedrom para o Oriente. O vale de Hinom fica ao sul e oeste. Ao sul do vale de Hinom, fica o campo do Oleiro ou Campo de Sangue.
(3) A leste de Jerusalém, passando o vale de Josafá, fica o monte das Oliveiras, lugar bem destacado nos Evangelhos. Por mais de três mil. Anos, o vale de Josafá tem sido cemitério. Ali foram sepultados muitos milhares de cristãos, judeus e maometanos, nos dois lados do ribeiro de Cedrom.
(4) Examinando-se qualquer planisfério, nota-se que Jerusalém divide a população do mundo em dois grupos mais aproximados do que qualquer outra cidade. Foi determinação de Deus: “Assim diz o Senhor Jeová: Esta é Jerusalém; pus-la no meio das nações e terras que estão ao redor dela” (Ez 5.5).
4. Distâncias a partir de Jerusalém:
• O Egito – 483 km a sudoeste.
• A Assíria – 1.126 km ao nordeste.
• A Babilônia – 1.126 km a leste.
• A Pérsia – 1.609 km a leste.
• A Grécia – 1.287 km a noroeste.
• Roma – 2.413 km a noroeste.
V. JERUSALÉM – SUAS PORTAS. Muitas portas de Jerusalém se acham mencionadas:
1. A Porta das Águas (Ne 3.26).
2. A Porta de Benjamim (Jr 37.13).
3. A Porta dos Cavalos (Jr 31.40)
4. A Porta de Efraim (2 Rs 14.13)
5. A Porta da Esquina (Ne 12.39).
6. A Porta da Fonte (Ne 2.14)
7. A Porta do Gado (Ne 12.39)
8. A Porta da Guarda (Ne 3.11)
9. A Porta do Monturo (Ne 2.13)
10. A Porta Oriental (Ne 3.29).
11. A Porta das Ovelhas (Ne 3.1)
12. A Porta do Peixe (2 Cr 33.14)
13. A Porta do Vale (2 Cr 26.9)
14. A Porta Velha (Ne 3.6)
VI. JERUSALÉM – FATOS HISTÓRICOS IMPORTANTES
O passado de Jerusalém é assunto mui impressionante. O futuro é ainda mais comovente. Suas ruínas não permanecerão para sempre. O futuro templo e Israel restaurado. Quando Jerusalém vai vestir-se das suas roupas formosas (Is 52.1). devem ser a nossa meditação diária: o dia quando os pés de Cristo estarão sobre os Montes das Oliveiras (Zc 14.4) deve ser o nosso maior anelo.
1. Jerusalém – Sua História nos Tempos da Bíblia.
(1) História de Jerusalém no Antigo testamento.
1) Há provas do próprio sítio da cidade de Jerusalém estar habitada, muitos séculos antes de Davi, por grande número de homens pré-históricos.
2) A tradição de que Jerusalém era a cidade de Salém do reino de Melquisedeque (Gn 14.18), parece confirmada em Sl 76.2.
3) O primeiro registro certo, da cidade de Jerusalém, aparece nas inscrições em caracteres cuneiformes descobertos em Tell Armana. No tempo desse registro, o nome da cidade era Urusalem e seu rei era Abd Khiba.
4) No tempo da conquista de Canaã, por Josué, o rei de Jerusalém era Adoni-Zedeque (Js 10.3).
5) Quando Josué repartiu as terras entre as tribos, Jerusalém ficou na herança de Judá, porém os filhos de Judá não puderam expulsar os jebuseus de Jerusalém (Js 15.63). permaneceu com os jebuseus e era chamada por eles Jebus (Jz 19.10).
6) A cidade tomada pelos filhos de Judá (Jz 1.8)
7) Davi levou a cabeça de Golias a Jerusalém (1 Sm 17.54)
8) Davi expulsou os jebuseus de lá (2 Sm 5.7). Dali em diante, Jerusalém ficou sendo a capital de Israel até hoje.
9) Joabe e seus soldados subiram “pelo canal subterrâneo” e tomara a cidade (2 Sm 5.8; 1 Cr 11.6). Isto é, eles passaram por este canal até a escavação vertical, pela qual os habitantes da cidade alcançaram a água em baixo conduzida de fora (2 Sm 5.8). Esta proeza foi repetida por alguns oficiais em 1910, que assim sem escadas entraram no centro da cidade de Davi.
10) A arca foi leveda a Jerusalém (2 Sm 6).
11) Davi edificou um altar na eira de Araúna, onde Salomão, depois, edificou o templo, no monte Moriá (2 Sm 24.25; 2 Cr 3,1).
12) Jerusalém se tornou capital de Judá (1 Rs 12). Davi cerca de 1.000 tomou a cidade e, depois de ter reinado 7 anos em Hebrom, reinou lá 33 anos (2 Sm 5.5; 1 Rs 2.11). Fez de Jerusalém a capital de seu reino e o centro religioso do país.
13) Salomão alargou os muros da cidade e construiu o templo com grande magnificência. Edificou também um palácio real, de um esplendor que rivalizava com o templo.
14) Roboão, filho de Salomão, continuou a reinar em Jerusalém, sobre as duas tribos depois do reino se dividir. No quinto ano de seu reinado a cidade foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14.25).
15) No reinado de Jeorão, foi tomada novamente pelos filisteus e arábios (2 Cr 21.16).
16) No tempo do rei Amazias, o rei de Israel Joás, rompeu uma grande parte do muro, e levou muito despojo (2 Cr 25.23).
17) Rezim, rei da Síria e Peca, rei de Israel, fracassaram na tentativa de tomar Jerusalém, no reinado de Acaz.
18) Semelhantemente, fracassou a tentativa de Senaqueribe, no reinado de Ezequias (2 Rs caps. 18 e 19).
19) Os pecados de Manassés foram a causa da sua prisão e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9).
20) Josias, neto de Manassés, realizou em Jerusalém uma grande reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3).
21) No reinado de Jeoaquim, a cidade foi cercada e tomada por Nabucodonosor, que deportou para Babilônia a maior parte do povo (2 Rs 24.12-16).
22) Sitiada e destruída por Nabucodonosor (2 Rs 25). No nono ano do reinado de Zedequias, a cidade foi sitiada, ele foi preso, seus olhos vazados e ele levado a Babilônia. Todas as casas foram queimadas, inclusive o templo (2 Rs 25).
23) Os cativos voltaram e a reconstrução do templo foi iniciada por Ciro (Ed 1 a 3). No tempo de Ciro, como se acha marcado em Esdras, o povo voltou do cativeiro e reedificou o templo. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3).
24) Foi continuada por Artaxerxes (Ne 2).
25) Os muros foram reconstruídos por Neemias (Ne 12).
26) Jerusalém continuou como capital, mas Israel era colônia do Império Medo-Persa.
(2) História de Jerusalém no Novo Testamento.
1) A apresentação de Jesus em Jerusalém (Lc 2.22)
2) O menino Jesus permaneceu lá (Lc 2.43)
3) Cristo entrou na cidade montado em um jumento (Mt 21)
4) Ele lamentou sobre a cidade (Mt 23.37)
5) Predisse a sua destruição (Mt 24), até que o tempo dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles (Lc 21.24).
6) Os discípulos foram cheios do Espírito Santo em Jerusalém (At 2.4).
7) Era o lugar do martírio de Estevão (At 7).
8) Paulo assaltado lá e salvo da morte (At 21).
9) A Destruição de Jerusalém Pelos Romanos.
1- As guerras judaicas, de rebelião contra Roma, começaram em 66 d.C. Tito, com o seu exército, parou defronte dos muros da cidade no dia da Páscoa de 70 d.C. Rampas de terra foram construídas, aríetes colocados e o sítio começou. O exército romano montava a 30.000 homens; o judaico, a 24.000. A cidade estava cheia, com 600.000 visitantes, de acordo com Tácito. Havia acerbas, desavenças e lutas entre os judeus, dentro dos muros. Depois de cinco meses, os muros foram derribados, o Templo incendiado, arrasadas as últimas defesas e a cidade assolada, exceto as três grandes torres de Herodes, no ângulo noroeste, que foram deixadas como lembranças da compacta solidez das fortificações que Tito arrasara. O exército romano avançou para Cesaréia. 95.000 cativos foram levados entre os quais Josefo. Mais de 1.000.000 foram mortos. Eusébio diz que os cristãos, à vista do exército romano, devido a algum aviso profético, fugiram na direção de Pela.
2- Durante os 50 anos seguintes, Jerusalém desapareceu da História.
3- No Salmo 83, verso 4, há uma expressão que tem sido em várias ocasiões o pensamento dos inimigos de Israel, que marcham para destruí-la, esquecidos de que Deus o ampara: “... Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel”.
2. Jerusalém – Sua História nos Tempos Modernos.
(1) Alexandre Magno visitou a cidade quando Jádua (Ne 12.11,22) exercia o sumo-sacerdócio.
(2) Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C.
(3) Antíoco o Grande conquistou-a em 201 a.C.
(4) Scopas, o general alexandrino, retomou-a em 199 a.C.
(5) Foi tomada e o templo profanado por Antíoco Epifânio (Dn 11.31).
(6) Foi reconstruída por Judas Macabeu, em 165 a.C.
(7) Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C.
(8) Foi saqueada pelos partos em 40 a.C.
(9) Herodes Magno retomou-a em 37 a.C., foi ele que restaurou, novamente, o templo.
(10) No ano 70 A.D, o exército romano, de 100.00 homens comandados por Tito, depois de um cerco de cinco meses, tomou e destruiu a cidade. Os sitiados defenderam-se com desesperado valor, e uma vez rompidos os muros, os conquistadores cavaram e viraram as próprias pedras dos alicerces (Mt 24.2). o historiador Tácito calculou em um milhão a perda de vidas.
(11) O imperador romano, Adriano conquistou-a e devastou-a em 132 d.C.
(12) Barcocheba, pretenso messias 135 d.C, encabeçou uma revolta, apoderou-se da cidade e tentou reconstruir o Templo. A revolta foi sufocada pelo exército romano; 580.000 judeus foram mortos e Judá ficou uma desolação. Os judeus foram proibidos de tornar a entrar em Jerusalém, sob a pena de morte. Erigiu-se, a Júpiter, um templo no local do que fora arrasado.
(13) Sob Constantino, 326 d.C, o templo de Astarte, no local do atual Santo Sepulcro, foi demolido; dizem que, escavando-se, ali, encontrou-se o lugar da crucificação. A cidade veio a ser importante centro cristão. Permitia-se aos judeus entrarem na cidade uma vez por ano.
(14) O imperador Juliano, a Apóstata, 363 d.C., deu-se aos judeus permissão de reconstruir o Templo, mas ele não o conseguiram.
(15) No 5º século, Jerusalém tornou-se sede de um patriarcado independente.
(16) Cosroes II, rei da Pérsia, conquistou-a e saqueou-a em 614 d.C.
(17) Heráclito retomou-a em 628 d.C.
(18) Caiu em poder dos maometanos entre 637 d.C. Omar, sucessor de Maomé, ocupou-a em 637 d.C.
(19) Revolucionários mulçumanos conquistaram na em 842.
(20) Os edifícios dos cristãos foram destruídos em 973.
(21) E exceto por uns 100 anos, no período das cruzadas, permaneceu como cidade muçulmana até 1917, quando voltou ao domínio da cristandade.
(22) A dinastia fatimita ocupou-a em 969.
(23) Calif Him destruiu-a em 1010.
(24) Os turcos seljuk ocuparam-na em 1075.
(25) Afdul a sitiou e a conquistou em 1096.
(26) Godofredo, chefe da primeira cruzada sitiou-a, conquistou-a e massacrou os habitantes, em 1099.
(27) Saladino, chefe da terceira cruzada, ocupou-a em 1187. Os muros foram destruídos em 1219.
(28) O emir de Kerak conquistou-a em 1229.
(29) Entregou-se a Frederico II, na sexta cruzada em 1239.
(30) Os Kharesmians conquistaram-na e os árabes saquearam-na em 1240.
(31) Foi ocupada pelos turcos em 1547.
(32) Ibrahim Pachá, do Egito ocupou-a em 1831.
(33) Os turcos bombardearam-na em 1835.
(34) Foi ocupada novamente pelos turcos em 1841.
(35) Em 1897 – É realizado o 1 Congresso Mundial Sionista, em Basiléia, Suíça, onde foi aprovado o programa para a formação do novo Estado de Israel. As bases desse programa foi lançado em 1896 pelo Escritor judeu-húngaro Theodor Hertz em seu livro O Estado Judeu: “Todos devem, por todos os meios, trabalhar para que a Palestina, seja considerada como lar nacional dos judeus”. A figueira estava começando a verdejar! “E houve um ruído, enquanto eu profetizava” (Ez 37.7): Esse “ruído” representa o grande movimento sionista iniciado em 1896, quando os judeus conceberam os planos para a volta à Palestina. Foi um ruído de esperança. Esse movimento chegou a um ponto tal, que os judeus começaram a usar, como saudação de despedida, a expressão: “No ano que vem em Jerusalém!”.
(36) General Allenby libertou-a em 1917. Em 1917, a 11 de dezembro o exército inglês comandado pelo general Allenby, tomou Jerusalém do poder dos turcos, e a Terra Santa ficou sob o protetorado inglês. Os judeus tiveram mais facilidade para voltar à sua terra, e foram comprando terrenos e se estabelecendo por lá. A Inglaterra pensava em tirar proveito material nesta posição. Surgiram problemas, e o Império Britânico, não podendo resolver, entregou a direção à Organização das Nações Unidas (ONU). A pedra pesada feriu as mãos dos ingleses.
(37) Nas reuniões da ONU, foi Israel o assunto que gastou mais tempo, mais papel, mais tinta e mais energia.
(38) Em 1947 foi voltada uma partilha entre árabes e judeus, que serviu somente para agravar a situação. A resolução não satisfazia a ninguém.
(39) Em 14 de maio de 1948, renasceu a nação de Israel com sua capital em Tel Aviv. Desde 1948 dividida entre árabes (a parte da cidade antiga) e a república de Israel (a parte nova). Em 14 de maio, foi criado o Estado de Israel, numa Assembleia da ONU, sob a presidência do Brasileiro Oswaldo Aranha. Reaparecia a nação do povo de Deus.
(40) Em 1949, a ONU resolveu que Jerusalém ficasse como cidade internacionalizada e administrada pela mesma ONU. Em vez de resolver, a situação piorou. A Jordânia ocupava a parte antiga de Jerusalém, e os judeus a parte nova. Nenhum do dois grupos concordou com isto, e a ONU não tinha forças para executar o que resolveu. A pedra é pesada para todos os povos. Ai de quem se esquece da Palavra de Deus.
(41) Quatro vezes já houve guerra contra Jerusalém entre 1.948 e 1973. Cada vez que o Egito dá o brado de guerra, os povos árabes o acompanham para atacar a Israel.
• Em 1948 foi contra a existência do Estado de Israel.
• Em 1956, para dominar o Canal de Suez.
• Em 1967, foi nestes termos: “Vamos tirar Israel do mapa em vinte e quatro horas”.
• Em 1973, quando no YOM KIPPUR (“dia do Perdão” dos judeus) os egípcios atravessaram o canal de Suez e dominaram a defesa de Israel.
Todas as quatro, vezes, numa situação militar bem inferior, surpreendendo a todos os observadores, Israel venceu.
(42) A guerra mais célebre destas quatro foi a de junho de 1967, porque ocupou mais espaço no noticiário dos jornais e dos rádios. Os árabes e egípcios não se lembravam da predição do Salmo 83.4 e usaram o mesmo pensamento: “Vamos riscar Israel”. Juntaram-se militarmente onze nações contra uma nação pequena. Eram mais de 100 milhões de indivíduos contra menos de 3 milhões, que era a população dos judeus. Em seis dias, Israel venceu e conquistou terreno, alargando suas fronteiras e apossando-se do território que formava a Palestina no tempo de Jesus Cristo. A pedra era mais pesada do que os homens pensavam.
(43) Hoje, uma mesquita mulçumana ocupa o lugar do templo “Até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).
(44) A história do povo judeu mostra que Deus realmente protege os descendentes de Abraão. Permaneceu a nação israelita durante quase 2.000 anos, da destruição de Jerusalém em 70 d.C até 1948, sem pátria, sem exército e sem organização, espalhada por todo o mundo, e sobreviveu a ponto de se estabelecer como nação. Só a intervenção divina poderia realizar isto. Jerusalém já foi atacada militarmente ou destruída 44 vezes e permanece viva e progressista. É que o próprio Deus a chama de “minha cidade” (Is 45.13b).
VII. JERUSALÉM – BERÇO DO CRISTIANISMO
Diversos acontecimentos relacionados com a redenção da humanidade tiveram lugar em Jerusalém:
1. Ali Abraão foi abençoado por Melquisedeque e deu-lhe o dízimo de tudo (Gn 14.19,20 e Hb 7.1-7).
2. Na terra de Moriá, que era uma colina de Jerusalém no tempo dos reis, foi Isaque apresentado para ser sacrificado (Gn 22.1-4). Isaque é tipo de Cristo. A pergunta do versículo 7 “Onde está o Cordeiro...?” foi respondida por João Batista (em Betara, no outro lado do Jordão) “... Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
3. Davi foi escolhido rei por Deus, tomou Jerusalém dos jebuseus e firmou ali o seu trono. Assim reinou em Jerusalém. Jesus Cristo há de reinar no trono de Davi (2 Sm 5.5-7; Lc 1.32).
4. O Templo foi construído por Salomão no Monte Moriá, em Jerusalém (2 CR 3.1). O Templo era a casa de Deus, representava sua presença. Nós os crentes somos o Templo de Deus “... Porque vós sóis o templo do Deus vivente” (2 Co 6.16b).
5. Jesus foi crucificado e ressuscitou em Jerusalém.
6. Em Jerusalém desceu o Espírito Santo no dia de Pentecoste, produzindo quase três mil conversões num dia. Este acontecimento foi o começo da Igreja.
7. Jerusalém vem em primeiro lugar no campo onde os discípulos de Jesus teriam de evangelizar (At 1.8b).
8. Para os crentes, remidos pelo sangue do Cordeiro de Deus, Jerusalém é o tipo da cidade celestial, onde não haverá guerra, nem pecado, nem sofrimento. Tudo é paz, gratidão e amor.
VIII. JERUSALÉM – SEU FUTURO GLORIOSO.
1. Jerusalém nas Profecias:
(1) Na promessa de Deus a Abraão foi dito que aquela terra seria de sua descendência para sempre (Gn 13.13-16). Uma descendência é terrestre como o pó da terra (Gn 13.14-18), e outra celestial como as estrelas do céu (Gn 15.4,6). “... os que são da fé são filhos de Abraão” (Gl 3.7). Daí por diante, Deus considera aquela terra possessão dos israelitas. Também foi dito por Deus um concerto com Davi acerca do reino, dizendo: “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2 Sm 7.16).
(2) Quando o povo caiu na idolatria, apesar de tantos avisos proféticos, Deus disse por intermédio de Jeremias: “E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de dragões, e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas” (Jr 9.11). Esta profecia foi cumprida literalmente quando o exército babilônico destruiu Jerusalém (2 Rs 25.9-13; 2 Cr 36.15-21).
(3) Pelo mesmo profeta Jeremias, foi dito que pela desobediência viria o castigo, os judeus iriam para Babilônia como servos, mas depois de setenta anos seriam trazidos por Deus para sua terra (Jr 25.9-13). No fim de setenta anos, o rei Ciro ordenou a volta dos judeus para reedificarem a cidade e o templo (2 Cr 36.23; Ed 1.2,3).
(4) Na vinda de Jesus Cristo, os judeus não o receberam (Jo 1.11), não quiseram a proteção do Salvador (Mt 23.37); disseram: “Não temos rei, senão o César” (Jo 19.15c). Quando Pilatos apresentou Jesus com Barrabás para ser solto um dos dois, pediram que soltassem Barrabás e crucificassem Jesus (Mt 27.16-26). Jesus fez várias predições para os judeus: “Vossa casa vai ficar-vos deserta” (Mt 23.38). Acerca do templo: “Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mt 24.2b). E acerca de Jerusalém: “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levadas cativos: e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.20 e 24).
(5) Quando o exército de Tiro tomou Jerusalém, apareceu entre seus soldados uma lenda, dizendo que havia tesouro debaixo dos alicerces do templo, por isso arrancaram todas as pedras. Este fato é narrado por Flávio Josefo. Cumpriu-se o que Jesus disse: “Não ficará pedra sobre pedra” (Mt 24.2b). Ainda conta Flávio Josefo que, depois do massacre, os judeus que sobraram foram como cativos para Roma; a maior parte foi levada para a cidade do Cairo e oferecidos em praça pública. Poucos foram comprados, e um grande número não teve comprador. Cumpriu-se outra profecia pronunciada por Moisés: “o Senhor te fará voltar ao Egito em navios... e ali sereis vendidos por servos e por servas aos vossos inimigos, mas não haverá quem vos compre” (Dt 28.68).
(6) Estava predito que o rei entraria em Jerusalém montado num jumento (Zc 9.9). Embora o povo judeu tivesse rejeitado a Jesus, quando Ele entrou na cidade, a multidão aclamou o Rei Bendito, Filho de Davi, que vinha em nome do Senhor (Mt 21.8,9; Mc 11.8-10; Lc 19.37,38).
2. Profecias que Ainda Aguardam Cumprimento:
(1) A volta dos judeus para a sua terra (Is 11.12; Jr 24.6b; Ez 36.24; Am 9.14,15; Zc 8.8 a).
(2) O reino do Senhor em Jerusalém (Is 24.23). A casa de Jacó é a terra que Deus deu por herança eterna aos seus descendentes, o povo de Israel. E o trono de Davi é em Jerusalém (Mt 1.1-2). O anjo afirmou que o Filho de Deus reinará em Jerusalém e seu reino não terá fim (leia Zc 14.6)
(3) As nações indo a Jerusalém para receberem bênçãos de Deus.
(4) Jerusalém como um copo de tremor e uma pedra pesada para ferir e despedaçar todos os povos. Todos os países que perseguiram os judeus têm sofrido consequências bem penosas. Os exemplos mais conhecidos são; Espanha, Portugal e Alemanha. Parece atualmente que todo mundo vive interessado no destino de Jerusalém. Muitas nações dedicam grande atenção à Palestina, por causa das grandes riquezas que existem ali. Os minérios existentes no Mar Morto e no solo da Palestina vêm despertando o interesse mundial. Tornou-se assim uma região cobiçada. Os árabes, egípcios, ingleses, russos, americanos, e outros povos procuram algum meio de tirar proveito, ou se apossarem dos tesouros da terra de Israel. Como seus pensamentos são de ambição material, esquecem-se de que Deus disse: “Farei de Jerusalém uma pedra pesada” (Zc 12.3). Todos os que pensaram em dirigi-la, militar ou politicamente, feriram as mãos e a cabeça. “O copo” faz ficar tonto, e “a pedra” machuca.
(5) Deus chama a terra de Israel “minha terra” e a Jerusalém “mina cidade” (Sl 132.13; Is 60.14c; 2 Cr 7.20a; Is 45.13; Jr 2.7b; Ez 38.16b).
3. A Nova Jerusalém (Ap 21)
A Bíblia começa com um jardim e finda com uma cidade. É aquela cujos fundamentos Abraão saiu para descobrir, deixando Ur dos Caldeus: Cidade que agora é levada a cabo, com Abraão a deleitar-se em suas glórias. É a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, a Noiva de Cristo, a Esposa do Cordeiro. A Cidade Santa é a antítese de Babilônia. A Igreja, noiva de Cristo, adulterou com o reino do mundo e então seu nome veio a ser Babilônia. Mas agora a adúltera desapareceu, e a verdadeira esposa toma o seu lugar.
(1) Descrição: A Cidade é de Ouro: (18-21): É a noiva de Cristo, cidade mostrada a João pelo mesmo anjo que lhe mostrara a Igreja adúltera (Ap 17), que também era uma cidade, Babilônia. A antiga Babilônia, de que a igreja-meretriz tomou o nome, fora uma “cidade dourada” (Is 14.4). Agora a verdadeira Cidade de Ouro aparece em seu infinito esplendor e magnificência.
(2) Dimensões da Cidade: (Ap 21.16): 12.000 estádios (2.220 km). Pode ser a extensão de cada lado, ou todo o circuito, tendo cada lado 3.000 estádios, e as 12 portas 1.000 estádios separadas uma da outra. A muralha tinha 144 côvados, uns 66 m. Se isso se refere à sua espessura, sua altura seriam os 3.000 ou 12.000 estádios. Se os 144 côvados se referem à altura da muralha, então a cidade de ouro do seu interior erguer-se-ia muito acima dela. As dimensões são múltiplos de 12. Doze é sinal característico do povo de Deus. Os muros são de 12 vezes 12 côvados. Há 12 portas, insculpidos nelas os nomes da 12 tribos de Israel. Doze fundamentos, com os nomes dos doze Apóstolos. A cidade era um cubo perfeito, tal e qual o seu protótipo, o Santo dos Santos no tabernáculo. Os 12.000 são símbolo do povo de Deus, multiplicado por mil, representando o estado completo, aperfeiçoado e glorioso da criação redimida. Os nomes das doze tribos insculpidos nas portas, e os doze apóstolos nos fundamentos podem indicar que os fundadores da cidade, quanto ao aspecto humano, foram os pregadores da Palavra de Deus no Antigo e no Novo Testamento.

BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Referência Thompson.
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando S. Boyer
Manual Bíblico H.H.Halley
Sombras, Tipos e Mistérios da Bíblia – Joel Leitão de Melo.
Wilson de Jesus Alves Bacharel em Teologia