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O SALVADOR E O CEGO

O SALVADOR E O CEGO

Demonstrando Relevância Pelos Que São Julgados Insignificantes

 

Texto Bíblico: Marcos 10.46-52

INTRODUÇÃO

Este milagre é citado também em Mateus 20.19-34 e Lucas 10.46-52.

Bartimeu (Mt 20.29-34): A menção do nome indica que este homem foi conhecido, na Igreja primitiva.

Lucas também relata a milagrosa cura dele (Bartimeu) sem mencionar seu nome, e Mateus fala dele e de um seu companheiro (talvez menos conhecido) que também recebeu a vista.

É possível que Bartimeu tenha sido curado entre a velha Jericó (cidade cananéia) e a nova (recente construção de Herodes). A Jericó do Novo Testamento em que Jesus entrou agora (v.46) havia sido construída por Herodes, o Grande e seu filho Arquelau (Mt 2.22) e ficava um pouco ao sul da cidade do Antigo Testamento com o mesmo nome.

As pessoas referidas na narrativa são: Jesus, o cego e a multidão. Podemos estudar o incidente com referência às três individualidades e a sua conduta.

CAUSAS DE CEGUEIRA: Os Evangelhos, e mais tarde João em suas Epístolas, relatam frequentemente várias situações em que a visão e a cegueira servem como metáforas contrastantes. A cegueira vem de quatro maneiras:

Alguns nascem cegos (Jo cap.9). Muitas vezes, pessoas sem a visão física veem a Jesus e o reconhecem como Filho de Deus, enquanto outros cujos olhos vêm a figura de Jesus são cegos ao significado das suas palavras e das suas obras.

Alguns ficam cegos por causa naturais: A grande incidência de cegueira, nos países do Oriente, surpreende as pessoas de outras culturas. Através dos milênios, as oftalmias têm-se mostrado epidêmicas, naqueles países.

Certas enfermidades como a varíola, e determinadas doenças venéreas também exercem esse mau efeito. A cegueira de nascença, nos tempos antigos e modernos, com frequência é causada pela gonorreia, transmitidas ao bebê através da mãe infectada. Porém, quando se tornou usual pingar algumas gotas anti-sépticas apropriadas nos olhos dos recém-nascidos, esse tipo de cegueira diminuiu sensivelmente. A sífilis congênita é uma outra causa de cegueira.

Um outro agente de infecção é um vírus que produz o tracoma.

Além dos germes patogênicos.

Há fatores como a pobreza.

Condições sanitárias insatisfatórias.

Luz solar excessiva.

Calor demasiado.

Areias sopradas pelo vento.

Acidentes.

Ferimentos de guerra.

As potentes drogas de nossos dias geralmente produzem curas, em casos não muito adiantados. Mas os povos antigos não dispunham de tais recursos.

Alguns têm sido cegados – pelo deus deste século (2 Co 4.4)

Alguns se cegam a si mesmos (Mt 13.15)

 

A CEGUEIRA E A LEI NO ANTIGO TESTAMENTO

 

De acordo com a lei do Antigo Testamento, um homem cego ficava excluído do sacerdócio. Isso servia para ensinar uma boa metáfora espiritual: Quem pode servir espiritualmente a outros, enquanto é espiritualmente cego? (Lv 21.18; Ml 1.13,14).

 

Por outra parte, a legislação mosaica requeria tratamento humanitário em favor dos cegos (Lv 19.14; Dt 27.18).

 

 

A CEGUEIRA – USO METAFÓRICO

Aqueles que são espiritualmente ignorantes, pagãos ou não, são cegos racional e espiritualmente (Mt 15.15; Rm 2.19).

Aqueles que são destituídos de conhecimento espiritual também são classificados desse modo (Ap 3.17). Esse mesmo versículo fala sobre aqueles que se cegam mediante a vida fácil e luxuosa, abandonando assim qualquer inquirição espiritual séria.

Os juízes tornam-se cegos quando influenciados pela ignorância de causa, por peitas, ou por lisonjas (Êx 23.8).

Os mestres tornam-se cegos quando buscam honrarias, ou quando são espiritualmente ignorantes (Is 59.10; Mt 23.16).

Qualquer pessoa é considerada cega quando permite que o senso de importância própria, o ódio aos seus semelhantes, ou qualquer outra atitude errada a impeça de ver as coisas do ponto de vista espiritual (1 Jo 2.11).

Jesus curou muitos cegos literais (Mt 9.27 ss; Jo 9.1 ss). E o seu evangelho agora nos cura espiritualmente da cegueira da alma.

 

A CONDUTA DO CEGO. No caso do cego vemos o quadro de um homem sujeito a uma grande necessidade. A sua doença bastante comum no Oriente, o priva de um dos maiores gozos que a criatura humana conhece: o gozo da vista. Os seres irracionais também veem, mas não podemos dizer que gozam a vista.

Há também uma cegueira espiritual, que priva o cego de gozos reais, e às vezes é tão completa que o cego afirma que as coisas espirituais que ele não percebe não existem!

A cegueira não somente rouba os gozos da vida, mas inutiliza a pessoa, de modo que ela não pode servir aos seus semelhantes. E o mesmo dá-se com a cegueira espiritual.

Notemos no cego:

Sua Aflição.

Seu desejo. A razão da convicção de Bartimeu de que Jesus poderia curar a cegueira pode ter sido o seu conhecimento de que Isaías 61.1 predisse que o Messias curaria os cegos para que enxergassem.

Sua Oportunidade: Este é o último milagre de cura feito por Jesus no evangelho de Marcos.

Sua Fé.

Seu apelo.

Sua perseverança. A persistência espiritual nos faz avançar ao longo da estrada que conduz a Deus,

Sua obediência.

Sua confissão.

Seu estado de ânimo. Ele sentiu a necessidade, desejava ardentemente a cura, confiava que Jesus podia salvá-lo do seu mal. Quando o mesmo se dá com quem sofre da cegueira espiritual, chamamo-lo de crente, e, em seguida, vemo-lo curado.

Notemos o procedimento do homem. Ele começou a clamar a e a pedir misericórdia. Porventura os leitores têm feito o mesmo?

“Filho de Davi” (Lc 18.38,39): É um título messiânico e indica que já corriam os rumores que culminaram na entrada triunfal de Jesus, em Jerusalém (Lc 19.28 ss). Era perigoso gritar isto nos ouvidos dos governadores romanos.

 

A CONDUTA DA MULTIDÃO.

A grande maioria do povo não sentia, em si, nenhuma necessidade de cura. As características daquela multidão são todas negativas:

Indiferença. Para a multidão, o cego era uma pessoa sem importância, um qualquer que deveria ser censurado e silenciado. Todos os olhos estavam fixos em Jesus, aquele sobre o qual giravam as controvérsias, cujo Nome estava nos lábios de todos. Aos olhos da multidão, só Jesus era importante e o cego era totalmente insignificante. E sob certo sentido, eles estavam certos. Jesus, o Deus encarnado é, sem dúvida, o coração e o centro não só da nossa fé, mas da própria história do universo. No entanto, naquele momento Jesus “virou todas as coisas de cabeça para baixo”. Pois ele deixou de lado as suas preocupações, a sua visão da cruz, a angústia da sua alma, o seu senso de propósito, e o seu inabalável compromisso de fazer a vontade de Deus nos próximos dias, que seriam absolutamente estressantes – e parou por causa de um cego.

Intolerância.

Incredulidade.

Falta de cortesia.

 

Eram pessoas indiferentes, e como tais somente podiam impedir a pessoa que ardentemente desejava a cura.

Eli julgou que Ana estivesse embriagada.

Mical zombou de Davi, pela forma espontânea em que ele adorava a Deus.

No dia de pentecoste, muitos zombavam dos crentes, chamando-os de embriagados.

Um dia, os líderes dos judeus, diziam a Jesus, que ordenasse a multidão, a se calarem.

Acharam que tanta energia e tanta importunidade eram demais, e “o repreendiam”.

Mas é de notar que o cego não consentiu em ser impedido pela multidão. O cego Bartimeu demonstra a lição prática da parábola sobre a oração importuna (Lc 18.1 ss)

 

A ATITUDE DE CRISTO.

Atenção. Jesus está viajando através de Jericó, até Jerusalém. Suas predições anteriores (Mc 8.31-33; 10.32-34) deixam claro que Ele está perfeitamente consciente do significado dessa viagem. Muito breve as lágrimas derramadas no Getsêmani revelarão a grande tensão sob a qual Ele está vivendo agora. Então, quando Jesus passa por Jericó, sua mente está repleta de pensamentos sobre aquilo que o espera, com alegria pela realização da vontade de Deus, mas com angústia pela certeza daquilo que essa vontade envolve em relação a Ele. Na presença de uma necessidade tão grande, Ele parou, nessa Sua última viagem a Jerusalém. A ação do Senhor é uma repreensão aos que, desprezando o cego, “o repreendiam”.

Interesse: Escutou os rogos do cego.

Compaixão: Apesar das antecipações de Sua paixão que preocupavam o Seu espírito.

Simpatia: Mandou chamá-lo. O mesmo sucede hoje. Jesus espera, e manda chamar ao pecador necessitado.

Poder Divino: Então faz-lhe a oferta de um Rei: “Que queres que te faça?”. Jesus convida-nos a especificar nossos pedidos.

Que momento para o cego!

Pediu alguma grande esmola?

Pediu comida ou bebida?

Não, porque um só desejo enchia seu espírito: anelava ver as maravilhas da natureza que o rodeavam – Como nós também, quando primeiro sentimos a nossa cegueira espiritual, anelamos ver as boas coisas que Deus preparou para os que O amam.

Serviço: “Que queres que te faça?” Nesse ato, ao mostrar sua disposição de servir a essa pessoa, que para a multidão era desprezível, Jesus, em uma admirável demonstração, o Senhor do Universo tornou-se servo de Bartimeu, servindo a um cego que pelo mundo era considerado inútil e necessitado.

 

 

JESUS – FONTE DE VISÃO ESPIRITUAL

Como o cego Bartimeu, o pecador precisa:

Ouvir (v.47). – Já que não pode ver (2 Co 4.4), a fé vem pelo ouvir (Rm 10.1ss).

Clamar (Rm 10.13) o que mostra a sua fé.

Perceber sua miséria – apelando para a compaixão de Cristo (Lc 18.9-14)

Crer em Jesus como Rei e Salvador (Jo 20.13)

Ir ter com Jesus (Lc 15.20)

Seguir a Cristo (Jo 10.21)

 

CONCLUSÃO

E assim começamos a sentir o que quer dizer para o importante, no reino de Deus, tomar o lugar do serviçal; e para os líderes, tornarem-se servos dos cidadãos.

Como Cristo, escolhemos livremente afastar nossas preocupações – embora elas pareçam ter uma grande importância – e preferimos responder às aflições dos humildes.

Não é aquela pessoa que todos admiram pelos grandes edifícios, ou fabulosas conquistas, que é grande no reino de nosso Senhor. É aquela que tem uma missão, que entende que a dor e o sofrimento, experimentados por aqueles que são considerados insignificantes são tão importantes para Deus que Ele interrompe sua missão para suprir as necessidades humanas.