LEPRA – O GOLPE DE DEUS
Texto Bíblico: Mateus 8.1-4; Marcos 1.40-45; Lucas 5.12-16.
Teste: Deus tem uma nova saúde espiritual para dar a quem quiser.
INTRODUÇÃO
1. A saúde é uma coisa que muito preocupa as pessoas. O Salvador mostrou-Se interessado na saúde dos corpos dos homens, mas ainda mais na saúde das suas almas.
2. A enfermidade física é uma infelicidade, mas a da alma envolve pecado. A cura do corpo pode advir de remédios ou da intervenção divina, mas os males da alma só podem ser curados pelo sangue de Jesus.
3. A lepra era uma moléstia de causar dó. O termo “lepra” deriva de uma raiz que significa “golpear”. O fato de a lepra ser um “golpe” de Deus, algo detestável, marco por estigma e preconceito, sugere fortemente que pode ter servido como ilustração do pecado.
4. Na manhã desse dia, o sol raiou sobre uma criatura expulsa da conveniência dos homens, um leproso mais morto que vivo. Ao anoitecer do mesmo dia, esse “homem cheio de lepra” (Lc 5.12). Achava-se limpo, feliz, livre de todas as dores e restabelecido à companhia de seus amigos e queridos.
I. A DOENÇA – A lepra é uma figura do pecado, porque aquela arruína o corpo como este arruína a alma.
1. Doenças Identificadas com a lepra: A lepra, segundo o vernáculo original, encerrava várias doenças da pele. Não é a doença hoje, chamada hanseníase, porque não se citam sintomas dela. Para os hebreus, simbolizava o pecado, por ser nojento contagioso e incurável.
(1) Impigem: Uma doença que se confundia com a lepra.
(2) A Lepra tuberosa: Começava com empolas vermelhas e produzia manchas e deformações (as lepromas).
(3) A Lepra trofoneurológica: Paralisava os nervos de tal maneira que os membros tornavam-se entorpecidos, atrofiados e sem vida.
(4) Escrófula: Produz tumores.
(5) Outras: Eczema, micose e várias dermatites, as quais os sacerdotes precisavam conhecer para identificá-las em cada caso, individualmente.
2. A lepra como figura do pecado: Porque implicou na imundícia (Lv13) era natural que se tornasse um símbolo do pecado.
(1) Destrói a imagem de Deus.
(2) É repugnante. O sofrimento do leproso era digno de pena: ele exibia sinais de luto, rasgando suas roupas, mantendo o cabelo em constante desalinho e cobrindo o bigode (colocando sobre o rosto uma dobra da veste).
(3) Os sintomas da lepra assemelham-se ao pecado:
• A inchação: sugere o orgulho.
• A pústula: sugere a deformação produzida pela sensualidade.
• A macha lustrosa: talvez o brilho da falsa religiosidade, a hipocrisia.
• A úlcera descrita em Levítico 13.18-23 é comparável às feridas no mundo: as mágoas, os maus hábitos antigos, normalmente são um ponto fraco para onde converge o pecado.
• A queimadura descrita em levítico 13.24-28 pode representar alguma paixão, como se descreve em 1 Coríntios 7. 9.
(4) Incapacita para o serviço de Deus.
(5) Contamina; torna a pessoa repugnante. Assim o pecado de Adão passou a todos os homens (Rm 5.12).
(6) É uma doença progressiva. Os pecados e hábitos depravados tendem a aumentar, dominando as suas vítimas.
(7) Era motivo de isolamento. Assim como o pecado causa separação de Deus (Is 59. 1,2) e separa os vários membros do povo de Deus (2 Co 6.17).
(8) Causa angústia, tormento e até a morte (Rm 6.23).
(9) É uma doença que abate o espírito, por não ter esperança de cura, fora da operação graciosa de Deus – Cristo é a única solução.
(10) É contagiosa. Espalha-se.
(11) Destrói a sensibilidade.
(12) A cura (como o perdão) é instantânea, quando Jesus toca no homem.
(13) Como neste leproso, não há em nós coisa alguma que mereça a bênção de Deus.
II. O DOENTE
1. O que não sabemos dele – nome, idade, duração da doença, caráter, fortuna.
2. O que sabemos dele:
(1) Compreendia seu mal.
(2) Desejava a cura.
(3) Tinha ouvido a fama de Jesus.
1) Ele veio ao local onde Cristo se encontrava. Ele se aproxima de Jesus contrariando a Lei (Lv 13). Como se aproximar de Jesus?
1- Com grande humildade: “rogando-Lhe e pondo-se de joelhos.”.
2- Com inteira e viva fé no Seu poder: “podes limpar-me”
3- Devemos ir a Jesus, como o leproso, não somente confiado em Seu poder em geral, mas em Seu poder sobre a nossa próxima necessidade: “podes limpar-ME”.
4- Temos de nos aproximar de Jesus inteiramente submissos à vontade divina: “se queres”.
2) Ele veio a Jesus e não aos santos. Veio com humildade e submissão, como todo pecador arrependido.
3) Ele ajoelhou-se e orou. Prostrado sobre o rosto, demonstrando, assim, o seu profundo abatimento e seu reconhecimento da dignidade de Jesus. E pede a purificação. É isso o que nós temos pedido ao Salvador?
4) Ele tinha uma certeza e uma dúvida:
1- Certo do poder.
2- Duvidoso da vontade de Jesus. Desconfiou da boa vontade de Jesus. Contrastar isto com o “se tu podes fazer alguma coisa” de Marcos 9.22.
3. O Estado do Leproso:
• Imundo. O leproso pediu que Jesus o limpasse não que o curasse. O Senhor ordenou que ficasse limpo, não apenas curado. E o leproso ficou limpo; não apenas curado. O leproso era imundo conforme a lei; a doença é tipo do pecado (Lv 13).
• Enfraquecido.
• Sem esperança de cura.
• Contaminado, isolado. O leproso era cerimonialmente impuro, tinha que viver fora das cidades de outras pessoas, tinha de gritar: “Impuro”.
4. A Oportunidade do Leproso.
(1) Jesus ia passando, mas o homem não hesitou; agiu imediatamente e energicamente.
5. A Oferta do Leproso Curado: Jesus disse que o homem fosse mostra-se ao sacerdote, porque era assim que a lei exigia de um leproso que se curava, capacitando-se deste modo a reingressar na sociedade (Lv 13 e 14). Está determinado em Levítico 14: Abrangia um ritual elaborado. Tinha, como se observa, um sentido típico. Acompanhando até o templo este leproso favorecido por Cristo, e observando a cerimônia, aprendemos como o pecado pode ser expiado, o pecador, santificado e recebido entre o povo de Deus.
6. A Desobediência do Leproso (Mc 1.45): Jesus ordenou-lhe que nada dissesse a respeito, a fim de que o movimento popular tendente a fazer Jesus rei não tomasse incremento incontrolável.
(1) Uma desobediência muito natural, considerando-se todas as circunstâncias.
(2) Uma desobediência com consequência imprevista e inconveniente (Mc 1.45).
(3) Uma desobediência que teria evitado se sempre tivesse tido o costume de obedecer à voz divina.
(4) Uma desobediência que dificultou o ministério de Jesus: “de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade”.
III. O MÉDICO – JESUS
1. A Sua Disposição: Aproximação, interesse, simpatia, atenção, boa vontade, poder, revelação do amor de Deus, respeito pela lei de Moisés, o desejo de solidão, a dependência que ora.
2. A Sua Ação.
(1) No fato de Jesus tocar o morfético, descobrimos compaixão, simpatia, pureza, poder – e em tudo, Deus revelado.
(2) Não havia outra pessoa que ousasse tocar no leproso. Mas Cristo para nos abençoar, desce ao nosso nível.
(3) Aquele que tocou o leproso sem ficar imundo, nem contrair a doença, tornou-se como Seus irmãos, exceto no pecado.
3. As Suas Palavras.
(1) “Veemente advertência” (v.43 ARA): Uma palavra muito forte (cf. Jo 11.33,38) frisando a importância de guardar segredo sobre Sua pessoa e missão messiânica, até após a ressurreição (cf. Jo 6.15). Os judeus esperavam um Messias guerreiro, político, nacionalista, não o Salvador do mundo e da condição de pecado do homem (Mc 10.45).
(2) Jesus não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber alívio físico.
IV. O RESULTADO – A CURA:
Uma revelação do poder, da bondade e da misericórdia de Cristo.
1. Imediata.
2. Completa.
3. Permanente.
CONCLUSÃO
1. Cada ouvinte deve pensar no que este incidente significa para si. Jesus ainda abençoa os corpos dos crentes, mas hoje o Seu grande serviço é com as suas almas.
2. Podemos experimentar o Seu poder milagroso em nos curar também.
3. Alguém já orou tanto, para ser purificado da lepra do pecado, quanto o leproso rogou pela sua cura?
BIBLIOGRAFIA
Guia do Pregador – S.E.Mcnair
Bíblia Shedd
Bíblia Explicada – S.E.Mcnair
Manual Bíblico H.H.Halley
Espada Cortante, Vol 1 – Orlando S. Boyer
Bíblia Anotada