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BECO SEM SAÍDA

“BECO SEM SAÍDA”
O que Fazer, Quando não Há Para Onde Ir?
Texto Bíblico: Êxodo 14.1-31
INTRODUÇÃO
O dilema de Israel. Encurralado, perplexo e atordoado como o deserto, Israel era perseguido pelos carros leves de Faraó, dando ao Senhor uma oportunidade de ser glorificado na destruição dos perseguidores egípcios. O Faraó receberia informações que o levaria a supor que os israelitas estavam num impasse e, portanto, seriam presa fácil.
Quantas vezes, passamos situações semelhantes, onde perguntamos: “Elevo os olhos para os montes: de onde virá o socorro?” (Sl 121.1), ou como Pedro disse: “... para quem iremos nós?” (Jo 6.68). Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, o que fazer? Nestes momentos sentimos que estamos diante de um verdadeiro – “BECO SEM SAÍDA”
I. “BECO SEM SAÍDA” É O LUGAR A QUE ÀS VEZES DEUS NOS LEVA (1-4a)
1. Mediante Ordem Específica (1,2).
(1) Deus Fala: Deus falou com Moisés, e continua a nos falar. “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho...” (Hb 1.1.2).
(2) Deus Ordena: Temos muitos exemplos de Deus dando ordens específicas para seus servos:
• Deus ordenou ao Homem, que não provasse da Árvore do Conhecimento.
• Deus ordenou que Noé, construísse a Arca.
• Deus ordenou que Abrão, saísse de Ur dos Caldeus, e do meio de sua parentela, para uma terra que Deus lhe mostraria.
• Deus ordenou que Josué cercasse a cidade de Jericó, várias vezes.
• Deus ordenou que Jonas fosse pregar em Nínive.
• Deus ordenou que Filipe fosse para a estrada de Gaza, que estava deserta.
• Deus ordenou que Ananias, fosse orar por Saulo.
• Deus ordenou que Pedro fosse visitar Cornélio.
A localização desses lugares é incerta (v.2), mas a rota da marcha foi mudada de sudeste (que, se continuada, levaria os israelitas a entrar em choque com os guardas egípcios de fronteira), para sudoeste (o que colocou o Mar Vermelho entre eles e Canaã).
Temos aqui, um caso interessante, Deus ordena que seus filhos recuem! “Fala aos filhos de Israel que voltem” (v.2). Deus é enfático, sua ordem é clara, não admite dúvidas, seu mandamento é positivo e soberano. É isto que Ele quer que seja feito e é assim que tem de ser!
2. Para seus Propósitos (3-4a) Qual o motivo? O SENHOR mesmo explicou a Moisés, a finalidade, era parecer a Faraó, que os filhos de Israel estavam perdidos, como uma presa que caiu numa armadilha, prestes a ser abatida pelo voraz faraó. “Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou” (v.3). Deus conhece o íntimo do ser humano, inclusive as pequenas petulâncias de um rei que se considera divino, mas que é mesquinho e covarde, esperando uma oportunidade de vingança. Para Faraó, isto era uma grande ironia, o deserto que representava a liberdade dos escravos hebreus, acabou servindo-lhes de prisão. Faraó quer lutar até à morte contra Deus e seu povo. Às vezes, parece que estamos mesmo encurralados. Temos a impressão que o próprio Deus nos colocou numa encruzilhada, atados, algemados e entregue aos nossos piores temores! Porém, assim como Deus foi desvendando seus planos a Moisés (v.4). Está escrito: “Certamente o SENHOR Deus não fará cousa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7) – “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer...?” (Gn 18.17) – “O segredo do SENHOR é com aqueles que o teme; e ele lhes mostrará a sua aliança” (Sl 25.14) – “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado de amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo 15.16).
(1) O Propósito de Deus é Triunfante: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido” (Jó 42.2). O Salmo 76.10 nos ensina que até a ira dos homens há de glorificar a Deus. Isto quer dizer que nem as piores circunstâncias terrestres (Tg 1.20) podem ofuscar a glória de Deus, mas sim, até mesmo contribuir para ela, juntamente com o resto do universo (Sl 19.1). “Serei glorificado” (Êx 14.4).
(2) O Propósito de Deus ao nosso favor é Bondoso: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para dar o fim que esperais” (Jr 29.11).
(3) O Propósito de Deus é Elevado: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. (Is 55.9)
(4) O Propósito de Deus é Revelado no seu Devido Tempo: “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois” (Jo 13.7).
II. “BECO SEM SAÍDA” É O LUGAR EM QUE DEUS NOS PROVA (4b-9)
1. No Caminho da Obediência (4b). Como Deus se apraz com a obediência de seus filhos.
2. Permitindo que nos sobrevenha circunstâncias difíceis (5-9)
(1) As circunstâncias mudaram Israel agora estava sendo alvo da perseguição de Faraó (v.5). Foi a percepção de que haviam perdido uma proporção considerável de sua força de trabalho que levou os egípcios a começar a perseguição.
(2) Os egípcios então vem usando o que de melhor eles possuíam em termos de carros e armamentos (v.6). em comparação, as armas dos israelitas devem ter sido grosseiras e inadequadas (Israel não possui carros de guerra em quantidade razoável antes do reinado de Salomão).
(3) Era uma perseguição implacável, cruel e avassaladora (v.7-9).
(4) “Afoitamente” (v.8): Ou melhor, “ousadamente”, lit., com punho erguido, isto é, confiantemente e em atitude de desafio a Faraó. A ARC diz “os filhos de Israel saíram com alta mão” e a NTLH, traduz assim: “... estavam saindo de maneira vitoriosa”. Os israelitas não estavam dependendo das mudanças do coração de Faraó. Estavam avançando, segundo as ordens transmitidas por Moisés.
(5) Em fim, alcançaram Israel. Se aproximaram o máximo que podiam. É uma cena agonizante. Nosso coração palpita mais forte. Falta o fôlego. Os nervos se agitam. Momento eletrizante. Respiração ofegante. Olhares arregalados. O que será de nós agora? Parece que estamos lá também. É possível ouvir o barulho dos carros, dos cavalos... dá pra ver a poeira subindo... e os exércitos chegando. E Deus? Onde Ele está, quando mais precisamos?
III. “BECO SEM SAÍDA” É O LUGAR EM QUE ÀS VEZES FALHAMOS COM O SENHOR (10-12)
1. Por nossa falta de fé (v.10).
(1) Temeram muito: A coragem e o temor dos que são principiantes na fé dependem tão somente das condições visíveis e externas. Temeram muito diante da situação ameaçadora. Tem sido assim também com você? (v.10)
(2) Clamaram ao Senhor. Só diante do medo, é que eles resolvem orar! Porque não nos habituarmos a falar com Deus sempre. Assim o fazia Daniel: “quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa, e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como antes costumava fazer” – note “como antes costumava fazer” (Dn 6.10).
2. Por nossas reclamações (11,12). Infelizmente, misturaram suas orações com murmurações (v.11,12). Se a oração é o segredo insofismável da vitória, logo a murmuração é a razão inquestionável do fracasso.
(1) “Não haver sepulcros” (v.11): O povo falou com amargo sarcasmo, em vista da preocupação obsessiva dos egípcios com túmulos!
(2) “Fazendo-nos sair” (v.11): A primeira da longa série de queixas e lamúrias que Moisés precisou enfrentar por quarenta anos. O libertador de um povo com espírito de escravidão tem uma tarefa das mais difíceis. Vê-se que quem escraviza o povo não era só Faraó, mas também a própria mente mesquinha que achava melhor viver como boi ou cavalo, apenas com comida garantida.
IV. “BECO SEM SAÍDA” É O LUGAR EM QUE DEUS NOS AJUDA (13-31)
1. No Momento Certo (13).
(1) Não Tenham Medo! (v.13).
(2) Fiquem quietos! (v.13): (Ou permanecei firmes). É melhor se calar, quando não se há o que dizer! Aqui está a importantíssima doutrina da fé. O povo, tendo finalmente obedecido à chamada de Deus para sair da escravidão e tão somente servi-lo, se viu numa situação humanamente impossível, por ter seguido às instruções do servo de Deus. Então veio a hora de parar de debater, de se preocupar e começar a possuir esta fé dinâmica que, embora pareça ser “apenas ficar quieto”, é na verdade o canal pelo qual a plenitude do poder intervém. É um exemplo de fé salvadora, que aceita a obra de Cristo e não se apoia na força humana. “Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor” (Zc 4.6).
(3) Vede o livramento do Senhor. É possível, que alguém esteja apenas vendo os males, as lutas, então teremos que orar: “SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja” (2 Reis 6.17).
2. Tomando o Controle (14-20) “Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer” (Jo 6.6).
(1) Deus peleja por nós (v.14).
“Porque o Senhor dos Exércitos o determinou: quem o invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois a fará voltar atrás?” (Is 14.27).
(2) “Por que clamas a mim?” (v.15): A promessa da libertação já fora dada. Agora é só marchar para frente, confiando em Deus. Sempre foi esta a atitude da fé (Tg 2.14-26)
(3) “Saberão” (v.18): Apesar do peso das pragas e das punições, é melhore reconhecer a Deus aqui na terra, do que ser forçado a reconhecê-lo no dia do Julgamento. Daí se compreende que os milagres do Êxodo deram uma oportunidade para a salvação dos egípcios.
(4) “Escuridade” (v.20): Josué 24.7 lembra que nessa ocasião Deus colocou “trevas entre vocês e os egípcios”. As coisas de Deus sempre se tornam um confusão e escuridade para os ímpios, mas luz, alegria, e vitória para os fiéis.
3. Decidindo a Vitória (21-31):
(1) “Qual muro” (v.22,29): Mesmo que o Mar Vermelho fosse menos fundo, no lugar e na época da passagem dos israelitas, havia muita água de ambos os lados da passagem. As águas que eram uma ameaça e uma destruição para os ímpios, são muros de segurança para os que seguem o caminho de Deus. Assim, Cristo é o aroma da vida eterna para os que O aceitam, mas cheiro de morte para os que O rejeitam (2 Co 2.14-17).
(2) “Estende a mão” (v.26): Moisés assume a autoridade divina sobre o mar, quando os egípcios estão empenhados na perseguição que não haverá meio de escapar. Isto é semelhante ao perigo do pecado, que tão seguramente prende suas vítimas.
(3) “Israel viu os egípcios” (v.30); Os que estavam sempre perante os israelitas como perseguidores temíveis, agora não passam de cadáveres. Também o crente, pela fé, deve encara os problemas da vida, já vencidos por Cristo.
(4) “Confiou” (v.31): Infelizmente esta confiança dependia da prosperidade dramática visível, enquanto Moisés, o herói da fé, vivia como “quem vê o invisível” (Hb 11.27).
CONCLUSÃO
Voltando as perguntas que fizemos na introdução, a Palavra de Deus nos diz:
1. “Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro” – “O meu socorro vem do SENHOR” (Sl 12.1.2).
2. “Senhor, para quem iremos nós?” –” Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68).
3. Quando você sentir que não há uma luz no fim do túnel, lembre-se a Palavra de Deus estará a te dizer: “Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR, e firme-se sobre o seu Deus” (Isaías 50.10).
BIBLIOGRAFIA
Como Preparar Mensagens Bíblicas – James Braga
Manual Bíblico Unger
Bíblia Anotada
Bíblia Shedd
Comentário Bíblico NVI
Wilson de Jesus Alves
Bacharel em Teologia