LABÃO
As Lambanças de Labão
Texto Bíblico: Gênesis 24.29; 25.20
INTRODUÇÃO
O PERFIL DE LABÃO
Nome. A palavra hebraica assim traduzida para o português significa “branco”; e, conforme alguns, também quer dizer “glorioso”. Presumivelmente, o indivíduo assim chamado na Bíblia recebeu esse nome devido à brancura de sua tez, desde que nasceu.
Família:
Era filho de Betuel e irmão de Rebeca (Ge 24.29; 25.20; 28.5) e portanto, tio de Jacó. Foi o idoso e astuto homem que tanto teve a ver com a juventude de Jacó.
Esse ramo da família de Abraão permanecera em Harã, depois que Abraão e Ló continuaram sua migração até à terra de Canaã. Tanto Isaque quanto Jacó receberam mulheres da família que tinha ficado em Harã.
Harã: Ficava a uns 640 km ao nordeste de Canaã. Foi onde se criou Rebeca, e donde Abraão migrara anos antes. Labão era tio de Jacó; este lá esteve durante 20 anos. Foram tempos de lutas e sofrimentos.
LABÃO O NEGOCIANTE DE CASAMENTOS.
Naturalmente, Labão foi uma importante figura nas negociações que tiveram lugar para que Rebeca se tornasse esposa de Isaque (Gn 24)
Labão e Betuel reconheceram a mão do Senhor Jeová, que tinha chamado a Abraão, seu parente, com quem estabelecera uma aliança, na orientação providencial ministrada àquele servo de Abraão (Gn 24.50)
Os presentes oferecidos à mãe e ao irmão (parece que Betuel já era muito idoso ou estava enfermo; portanto, Labão estaria no seu lugar como responsável por Rebeca, o que estava compreendido em seus direitos de primogênito que era), eram conhecidos como Mohar, isto é, espécie de compensação à família pela perda da moça (Gn 24.53).
Também foi Labão quem enganou mais tarde a Jacó, dando-lhe Lia como esposa, em lugar de Raquel, pela qual Jacó já havia trabalhado para Labão pelo espaço de sete anos. Assim como, por meio de logro, conseguira as bênçãos do pai. Jacó começava a colher exatamente o que semeara. Sua safra foi abundante (Gl 6.7).
O oferecimento para trabalhar sete anos, em lugar do dote exigido pelos costumes da época, demonstra o tipo de disciplina a que Jacó estava sendo submetido. Ele não só se encontrava desolado, mas também pobre e destituído de privilégios, não obstante, estar constituído herdeiro das riquezas acumuladas por Abraão e Isaque (Gn 29.18).
Esta era uma perfeita retribuição a serviço da providência e da disciplina que Deus estava exercendo. Do mesmo modo como Jacó tinha passado por Esaú num momento sério, também Labão persuadiu a Léia, no sentido de passar por Raquel, num instante não menos significativo (Gn 29.23).
O logro, contudo foi reparado, quando Raquel também foi lhe dada como esposa, uma semana mais tarde, em troca de mais sete anos de serviços prestados. A paixão de Jacó por Raquel não conhecia limites, e ele serviu outros sete anos, em um total de catorze anos, por causa dela. Não fora a intervenção divina, talvez ele acabasse servindo ainda por mais tempo, por amor a ela.
OS DOIS ENGANADORES ENGALFINHAM-SE EM UM DUELO DE ASTÚCIA
Todo menino de Escola Dominical sabe quantas contorções Jacó teve de fazer para libertar-se de Labão, com suas esposas, filhos e possessões materiais. Esta família polígama, com muitos fatos vergonhosos contra si, foi aceita por Deus como um todo, para dar início às doze tribos, que se tornariam a nação messiânica, escolhida por Deus para trazer ao mundo o Salvador. Isto mostra que:
Que Deus usa os seres humanos assim como são, para servirem aos Seus propósitos, e, por assim dizer, faz o melhor que pode com o material com que tem de operar.
Não indicação
Labão, que havia defraudado a Jacó, viu-se assim defraudado (Gn 29 e 31)
Nestes três capítulos vemos as manobras de dois homens astuciosos, cada um disposto a enganar o outro, mas Labão começou primeiro.
A festa nupcial pública parece ter sido o método regular de celebrar um casamento, e essa festa durava sete dias. Não teria sido conveniente interromper as solenidades (29.27).
A lição principal é evidente: embora Jacó não seja abandonado, é permitido colher as consequências da sua própria escolha.
O Testemunho de Labão (Gn 30.27): O testemunho de Labão a propósito da bênção que lhe adviera por causa de Jacó evidencia o cumprimento da promessa de Deus em Betel (Gn 28.14). A palavra que aí vem traduzida como “experimentado” pode significar, também, “adivinhado”, isto é, obtido informação através de práticas próprias ao “ocultismo”.
Jacó fugiu, mas Labão saiu em sua perseguição.
E poderia mesmo tê-lo matado, não fora uma divina advertência, que recebeu por meio de um sonho.
E os dois terminaram firmando um acordo mútuo de não-agressão (Gn 31).
E então se separaram.
A PERDA DOS ÍDOLOS DA FAMÍLIA
Essas imagens não existiram meramente para efeito de adoração idólatra.
Na antiguidade oriental, aquele que possuísse os “ídolos do lar” poderia tornar-se o chefe da família e o herdeiro principal.
O aspecto “econômico” da questão, sem dúvida, fez parte do desejo que Raquel exibiu por manter a posse daqueles objetos.
Labão muito ansiou por tê-los de volta, mas Raquel ocultou-os, assentando-se sobre eles (que ficaram escondidos debaixo da sela de seu camelo) e afirmando que não podia levantar-se por estar em seu período de menstruação. E havia costumes antigos que impediam que ela fosse revistada.
Esse relato ilustra a forma primitiva da religião que os hebreus tinham na época. Esse primitivismo é mantido por grandes segmentos da cristandade onde se usam imagens de santos, quadros, ícones, gravuras etc.
O lado melhor do incidente aparece quando Jacó, ao retornar a Betel, onde se encontrara antes com o Anjo do Senhor, ordenou que todos os ídolos que estivessem com seus familiares fossem enterrados debaixo de um carvalho, perto de Siquém (Gn 35.2-4). Logo, Labão, nunca mais viu aqueles ídolos. Todos precisamos aprender essa lição. Se quisermos desfrutar da presença do Senhor, temos de sepultar todos os nossos ídolos, todos os nossos “deuses estrangeiros”
LABÃO DESAPARECE DA NARRATIVA BÍBLICA
Depois que Jacó e Labão separaram-se, não mais se ouve falar em Labão, nas páginas da Bíblia. Sem dúvida, ele foi mencionado em função de Jacó, e não por seus próprios méritos.