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EXTINGUINDO A VIOLÊNCIA DO FOGO

EXTINGUINDO A VIOLÊNCIA DO FOGO

 

Fiel até a Morte

 

 

Texto Bíblico: Daniel 3.1-30

 

INTRODUÇÃO

Em momentos de grande provação podemos contar que Deus será a nossa suficiência.

Somos provados todos os dias, mas às vezes vêm provações maiores e extraordinárias. Geralmente é a maneira em que enfrentamos as provações pequenas que nos prepara para resistirmos às grandes.

A imagem descrita no capítulo dois “cujo esplendor era excelente, e a sua vista terrível”, representa o governo dos homens; enquanto a enorme estátua de ouro no presente capítulo simboliza a religião dos homens.

O primeiro império mundial, o de Nabucodonosor, iniciou-se com a inauguração de uma estátua (Daniel 3) para ser adorado por todos os habitantes da terra. O último império gentílico, o do Anticristo, no tempo do fim, erguerá outra imagem deslumbrante e serão mortos todos que a não adorarem (Ap 13.14,15).

 

O MANDÁTO DO DÉSPOTA, E A PENA:

A Estátua e sua Inauguração: A estátua do capítulo 2 foi em sonho: esta é real. Tinha sessenta côvados de altura – cerca de 29 metros (o côvado babilônico tinha mais ou menos 48 cm). Tudo aqui era a base de 6, indicando coisas puramente humanas (ver 1 Samuel 17.4 e Apocalipse 13.18, onde também sobressai o número humano).

 

O Significado da Estátua: Que representava esta imagem de ouro? Há duas possíveis respostas:

 

Uma imagem de Nabucodonosor mesmo, presumindo que o rei era bastante orgulhoso.

Uma imagem de alguma divindade babilônica, e, nesse caso Nabucodonosor teria renunciado à sua opinião da grandeza de Deus do Daniel; isto explicaria a antecipação de oposição (v.6) e a ira do rei (v.13). Explicaria também a recusa dos moços de adorar uma imagem, por ser isso proibido pela lei de Moises. As Escrituras não nos informam se a estátua era de Bel-Merodaque, padroeiro de Babilônia, ou do deus Nebo, do qual foi derivado o nome do rei, ou ser era da própria pessoa do rei Nabucodonosor. De qualquer forma, o ídolo era uma imagem nova e nacional. Mas a exortação para nós é: “Pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi confiada aos santos”

 

O Local da Estátua: Dura.  O arqueólogo Oppert, que fez escavações nas ruínas de Babilônia, em 1854, achou o pedestal de uma colossal estátua, num lugar chamado Duair (seria Dura?), que pode ter sido o resto da gigantesca estátua de ouro de Nabucodonosor, que talvez fosse uma imagem dele mesmo.

 

A Ordem de Adoração da Imagem do Rei e a Obediência dos Povos (3.4-7): Temos aqui a tentativa de uma religião mundial de aparências, de exterioridades. Algo para ver (v.3); algo para ouvir (v.5), mas nada para satisfazer a alma. Não havia coisa alguma do verdadeiro sacrifício de sangue, de perdão do pecado, do Espírito Santo, nem do novo nascimento com o poder de livrar o pecador de seus pecados. Era uma religião sem sangue que exaltava o homem e se opunha a Deus, que colocava o culto das imagens em lugar do culto a Deus.

 

O mandato do rei tinha um caráter idólatra; por isso não podia ser obedecido.

A Pena: A pena marcada era a capital – ser atirado na fornalha de fogo.

O rei mostrou-se despótico. Nós também às vezes sofremos pelas exigências dos outros (talvez de um vizinho), mas tais provações podem resultar, afinal, em lucro espiritual. Quais características nota no rei?

Uma Religião Mundial: Nabucodonosor queria consolidar todas as nacionalidades do mundo em uma só nação. Para alcançar tal coisa era essencial que o governo fosse supremo em tudo, tanto no sentido religioso como no civil. Roma pagã, séculos depois, fez o mesmo perseguindo os crentes, não somente porque faziam cultos a Cristo, mas porque não adoraram a César, o imperador, como um ser divino. Alguns dos governos modernos estão inclinados a agir como absolutos. Se acharem que qualquer doutrina é fanática, pode ser a doutrina do batismo, da cura divina, a da segunda vinda de Cristo, ou qualquer outra, o pastor é avisado que deve mudar a doutrina da sua igreja.

 

A INTRANSIGÊNCIA DOS TRÊS MOÇOS FIÉIS

Diz-se que o temporal bate com mais força contra os montes mais altos da cordilheira. Certamente a fúria do rei bateu com toda a força nesses três vultos erguidos, tanto no espírito como no físico, na planície de Dura.

Grandes Perigos: Esses jovens crentes do livro de Daniel enfrentaram dois grandes perigos:

Contaminação com coisas materiais, porém com efeitos espirituais [as iguarias do rei (cap. 1.5)]; e:

 

Contaminação com coisas espirituais (religião falsa 3.5).

 

O Crime da Intolerância (3.6): Um infame exemplo disso são os horrores da Inquisição, instituída pela Igreja Romana no Concílio de Tolosa, em 1229. Entre os anos 1540 e 1570 esse Tribunal matou 900.00 cristãos. Na famigerada Noite de São Bartolomeu, na França, em 24/08/1572, a Inquisição matou 70.00 cristãos.

 

A Intransigência dos Três Jovens Hebreus: Vemos os três moços, os únicos de pé enquanto todo mundo, prostrado, adora o ídolo. Por quê? Porque não podiam obedecer a um mandato idólatra nem servir a um Deus falso. Não faltaram acusadores que imediatamente avisaram ao rei.

 

Os Jovens Hebreus Denunciados (3.8-12). A pressa do ímpio em denunciar o justo: “no mesmo instante” (v.8). Talvez tenha sido inveja, o motivo da acusação. Pelo relato, se vê que Daniel não estava presente, talvez estivesse viajando ou doente.

 

A Ira:

 

Os Males da Ira (3.13-18): A ira do rei fê-lo cego, de modo a cometer grandes erros, como:

Utilizar os homens mais fortes do exército para atar três mansos hebreus (v.20).

Aquecer demasiado a fornalha, o que abreviaria o sofrimento dos três jovens (Se é que queria prolongar e multiplicar seus sofrimentos teria de usar menos fogo – 19).

A fornalha superaquecida consumiu os mais fortes soldados do rei.

O contra-senso do rei quanto a Deus. Em 2.47, ele engrandece a Deus, agora o desafia (v.15). Assim faz o homem que não controla a sua ira.

 

Estágios da Ira (3.19-23). Antes o rei estava “irado e furioso” (v.13), mas agora “se encheu de fúria” (v.19). A ira é assim: se não for controlada, transforma-se em cólera cega e louca: “Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente isso acabará mal” (Sl 37.8) – Aí está o aviso divino!

 

Paz, Firmeza e Confiança em Deus, ante o Perigo (3.17-18). Isso vemos nos três jovens crentes hebreus, O Senhor Jesus legou a sua paz aos seus seguidores: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14.27). Judas ficou com a bolsa; os soldados, com a túnica; o ladrão moribundo, com o perdão; João, com a mãe de Jesus, mas os discípulos, em todos os tempos, ficaram com a sua paz.

As alternativas (13-15): Há ocasiões em que é preciso escolher entre duas alternativas: entre experiências e lealdade.

Qual a resposta dos moços? Mostraram-se convencidos do poder de Deus para os livrar do fogo, mas sem certeza que seria do agrado dEle assim fazer. A resposta dos três moços é positiva e sem equívoco. Quando era preciso submeter-se à fornalha do rei para conservar o favor de Deus, não hesitaram. Confiaram no poder e na vontade de Deus para os libertar, “mas se não...”, podiam morrer pelas suas convicções religiosas. São atirados ao fogo, e caem, atados. O rei cumpre a sua ameaça, mas não consegue o seu propósito. Deus estava com os moços no fogo.

 

A SALVAÇÃO MILAGROSA

A Salvação Milagrosa: Deus está com eles no fogo, e são milagrosamente conservados. Não sei diz que Deus apagou o fogo, mas que Ele preservou Seus servos do poder desse.

 

“Extinguiram a Violência do Fogo” (Hb 11.34): Isso vemos no caso desses três jovens crentes (3.24,25): Era a presença de Deus ali, mediante a fé (Isa 43.1,2; Mt 28.20; Hb 13.5).

 

Salvos na Fornalha, não da Fornalha (3.26). Deus não nos promete livrar sempre da angústia, mas estará conosco na angústia, se tivermos de atravessá-la (Sl 91.15). Salvos na fornalha foi um milagre maior do que salvos da fornalha. É o caso de Lázaro. O milagre da sua ressurreição foi maior do que o da sua cura (Jo 11.44).

 

 

Anjos – Os Engenheiros do Universo (3.28): Sim, Eles controlam as forças e os elementos da natureza (Ap 7.1; 14.18; 16.5).

 

Um Decreto Raro (3.29); O resultado do milagre é que o iníquo é convertido. Qual é o testemunho que ele dá de Deus? (v.29). Um decreto sobre blasfêmia contra Deus; sobre falar mal de Deus, e por um rei pagão!

 

CONCLUSÃO

Assim, vimos que o “tempo dos gentios” começou com a adoração de imagens, e desse modo também findará (Mt 24.15; Ap 13.8,11). Para os crentes, a Palavra de Deus adverte: “Guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21). Na vida do cristão, um ídolo é tudo aquilo que toma o lugar e o tempo que pertencem a Deus.

Muitos “fazem em Roma como fazem os romanos”, mas estes moços não procedem assim. A fé em Deus está pronta tanto para a libertação da morte como para libertação mediante a morte.

Em toda provação Cristo está com Seu povo. Aprendemos disso:

Confiar em Deus.

Apresentar nossos corpos em sacrifício vivo (Rm 12.1).

Não temer os que matam o corpo (Mt 10.28).

Ter a certeza que Deus estará conosco na provação.