- O NOVO TESTAMENTO
- O que é Testamento.
- “Ato pelo qual alguém dispõe, para depois da sua morte, de seus bens.
- O Novo Testamento. O nome dado à segunda parte de nossa Bíblia é “Novo Testamento”, que significa literalmente “nova aliança” (Lc 22.20). A palavra aliança significava um acordo feito por um indivíduo ou grupo com outro indivíduo ou grupo, sendo que esta segunda parte podia aceitar ou recusar o acordo, mas não modificá-lo. O Antigo Testamento registra, primeiramente, o tratado de Deus com Israel, baseado na aliança outorgada através de Moisés no monte Sinai, ao passo que o Novo Testamento descreve um novo acordo entre Deus e os homens mediado através de Cristo com base na Nova Aliança (Êx. 24.1-8; Lc 22.14-20; 2 Co 3.6-11). A Antiga Aliança revelava a santidade de Deus no justo padrão da Lei, e prometia a vinda do Redentor; a Nova Aliança revela a santidade de Deus em Seu justo Filho. O Novo Testamento, portanto, consiste dos escritos que revelam o conteúdo desta Nova Aliança.
- Origem: Este título apareceu no escrito de um autor desconhecido cerca de 193 d.C.
- Definição. A segunda das duas partes em que a Bíblia se divide.
- Síntese do Novo Testamento:
A mensagem do Novo Testamento está centralizada
- Na Pessoa que Se entregou para a remissão dos pecados (Mt 26-28).
- No povo (a Igreja) que recebeu Sua salvação. Assim, o tema central do Novo Testamento é a salvação.
- Os Evangelhos – Apresentam o Salvador.
- O Livro de Atos dos Apóstolos – Descreve à disseminação das boas novas sobre a Sua salvação por grande parte do mundo mediterrâneo do primeiro século da Era Cristã.
- As Epístolas – Fornecem detalhes das bênçãos resultantes dessa salvação.
- O Apocalipse – Antevê a culminância da salvação.
- Ponte Histórica que une o Antigo ao Novo Testamento
“Os atos salvíficos no Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico, que incluirá as todas as pessoas sob suas bênçãos”
“Quem negligencia a história está condenado a repeti-la” – Pr. Eliseu Pereira
“Uma sociedade que não compreende a sua história é como uma pessoa sem memória”
“A história tem o caráter teológico; a totalidade dela leva os sinais da atividade divina”
- Fatores Nacionais no Plano Divino.
- Proclamação persa de Ciro e regresso dos judeus.
- Conquista de Alexandre, o Grande; Expansão da língua grega.
- Estabelecimento Romano de um governo mundial, estável, leis uniformes e boas estradas.
- Dispersão dos judeus, que espalharam as verdades acerca da unidade de Deus, a esperança messiânica e as Escrituras. A Dispersão é o nome pelo qual se denominam os judeus que viviam fora da Palestina e mantinham seus costumes religiosos nomeio dos gentios. Muitos preferiram ficar na terra do cativeiro. No período Inter-Testamentário, os judeus de fora da Palestina vieram a ser muito mais numerosos do que os da terra natal. Formaram-se importantes colônias de judeus em todos os países e em todas as cidades principais do mundo civilizado: Babilônia, Assíria, Síria, fenícia, Ásia Menor, Grécia, Egito, Norte da África e Roma. A Dispersão estava principalmente sediada na Babilônia, Síria e Egito. No tempo de Cristo estimava-se num milhão o número de judeus no Egito. E havia densa população deles em Damasco e Antioquia. Em cada lugar tinham suas sinagogas e suas Escrituras. Assim na providência de Deus, enquanto eles eram levados cativos para terras estranhas, em conseqüência dos seus pecados, esse cativeiro convertia-se em bênção para as nações entre as quais se espalhavam. Influíram sobre o pensamento delas, e também por elas foram influenciados.
- Dominação persa (400-330 a.C)
- Supremacia de Alexandre Magno (330-323 a.C). A conquista grega preparou o caminho para a tradução do Antigo Testamento para a língua grega – A Septuaginta.
- Sucessores de Alexandre.
- Supremacia Egípcia e Síria (323-166 a.C)
- A Judéia é anexada ao Egito (320 a.C)
- A Judéia é anexada à Síria (193 a.C)
- Antíoco Epifânio profana o templo (168 a. C)
- Independência Judaica sob os Macabeus (166-63 a.C)
- Começa a Rebelião dos Macabeus (167 a.C)
- Reedificação do templo (165 a.C)
- Movimento Geográfico: Dispersão dos Judeus.
- Partidos Religiosos:
- Pensa-se que a seita dos fariseus se originou no 3º século a.C., nos dias que antecederam as guerras dos Macabeus, quando sob a dominação da Grécia e do esforço grego por helenizar os judeus, havia entre estes forte tendência para aceitar a cultura grega com os seus costumes religiosos pagãos. O surto dos fariseus foi uma reação e um protesto contra essa tendência manifesta de compatrícios seus. Tinham por alvo preservar sua integridade nacional e conformar-se rigorosamente à Lei Mosaica. Começaram assim nesse espírito de férvido patriotismo e de devotamento religioso, porém mais adiante se transformaram em seita de formalistas, virtuosos aos seus próprios olhos, e hipócritas.
- Julga-se que os saduceus, como seita, originaram-se mais ou menos na mesma época dos fariseus. Orientados por considerações de ordem secular, eram favoráveis à adoção dos costumes gregos e tomaram o partido dos helenistas. Não participaram da luta dos Macabeus em prol da liberdade de sua nação. Constituíram uma facção sacerdotal, e apesar de serem os oficiais religiosos de seu povo, eram franca e declaradamente irreligiosos. Não eram numerosos, mas abastados e influentes. Embora racionalistas e de mentalidade mundana, até certo ponto dominavam o sinédrio.
- Essênios.
- Literatura (270-50 a.C)
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- Definição. Septuaginta foi uma versão grega do Antigo Testamento hebraico. Chamou-se Septuaginta porque 70 foram os tradutores que a começaram, conforme se diz.
- A Septuaginta foi traduzida por volta do ano 250 a.C. No reinado de Ptolomeu Filadelfo, e levada adiante nos 100 anos seguintes.
- A feita em Alexandria, onde havia muitos judeus que falavam grego.
- História. Reza a tradição que, a pedido de Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C.) 70 judeus, hábeis lingüistas, foram mandados de Jerusalém ao Egito. Traduziram primeiro o Pentateuco. Depois, os restantes livros do Antigo Testamento. São incertas algumas tradições ao seu respeito. O grego era língua universal naquele tempo. Nos dias de Cristo essa versão era de uso comum. O Novo Testamento foi escrito em grego. Muitas citações suas do Antigo Testamento são feitas da Septuaginta.
- Os Apócrifos.
- Definição. É esta a denominação que comumente se dá aos 14 livros contidos em algumas Bíblias, entre os dois Testamentos. ´
- Data. Foram escritos entre 300 a.C e 4 A.D.
- Origem. Originaram-se do 3º ao 1º Século, a maioria dos quais de autores incertos, e foram adicionados à Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, feita naquele período.
- A Inclusão dos Apócrifos em Algumas Bíblias. Quando se traduziu a Bíblia para o latim, no 2º século d.C., seu Antigo Testamento foi traduzido não do Antigo Testamento Hebraico, mas da versão grega do Antigo Testamento. Da Septuaginta esses livros apócrifos foram levados para a tradução latina; e daí para a Vulgata latina, que veio a ser versão comumente usada na Europa Ocidental até ao tempo da Reforma. Os protestantes, baseando seu movimento na autoridade divina da Palavra de Deus, rejeitaram logo esses livros apócrifos como não fazendo parte dessa Palavra, assim como a Igreja Primitiva e os hebreus antigos fizeram. A Igreja Romana, entretanto, no Concílio de Trento, 1546 A.D, realizado para deter o Movimento Protestante, declarou canônicos tais livros.
- Os Apócrifos do Antigo Testamento:
- 1 Esdras. É uma compilação de passagens do livro canônico de Esdras, 2 Crônicas e Neemias, com lendas a respeito de Zorobabel. Seu objetivo foi descrever a liberalidade de Ciro e Dario para com os judeus, como modelo para os Ptolomeus.
- 2 Esdras. Às vezes chamado de “4 Esdras”. Pretende conter visões dadas a Esdras referentes ao governo do mundo por Deus, a uma nova era futura, e à restauração de certas Escrituras que se haviam perdido.
- Romance, inteiramente destituído de valor histórico, de um jovem israelita rico, cativo em Nínive, o qual foi guiado por um anjo a desposar uma “casta viúva” que perdera sete esposos.
- Romance histórico, de uma viúva israelita, rica, bela e devota, que nos dias da invasão babilônica de Judá, jeitosamente penetrou na tenda do general babilônico e, fingindo entregar-se a ele, decepou-lhe a cabeça e deste modo salvou sua cidade.
- O Resto de Ester. Passagens interpoladas na versão Septuaginta do livro de Ester, principalmente para mostrar a intervenção de Deus na história. Esses fragmentos foram reunidos e agrupados por Jerônimo.
- A Sabedoria de Salomão. Muito semelhante a partes de Jó, Provérbios e Eclesiastes. Espécie de mistura do pensamento hebreu com a filosofia grega. Escrito por um judeu alexandrino que faz o papel de Salomão.
- Eclesiástico. Também chamado “Sabedoria de Jesus, filho de Sisaque”. Assemelha-se ao livro de Provérbio. Escrito por um filósofo judeu muito viajado. Apresenta regras de conduta para todos os particulares da vida civil, religiosa e doméstica. Enaltece grande número de heróis do Antigo Testamento.
- Apresenta-se como da autoria de Baruque, amanuense de Jeremias, que é representado a passar a última parte de sua vida na Babilônia. É endereçado aos exilados. Consiste, na maior parte, de paráfrases de Jeremias, Daniel e de outros profetas.
- O Cântico dos Três Jovens. Adição inautêntica ao livro de Daniel, inserta de 3.23, que pretende ser a oração que os moços fizeram na fornalha, e seu cântico triunfal de louvor pelo livramento.
- A História de Susana. Outra ampliação inautêntica do livro de Daniel. Relata como a esposa piedosa de um judeu rico de Babilônia, acusada falsamente de adultério, foi inocentada pela sabedoria de Daniel.
- Bel e o Dragão. Outra adição inautêntica ao livro de Daniel. Duas histórias, nas quais Daniel prova que os ídolos Bel e o Dragão não são deuses, uma delas baseia-se na história da cova dos leões.
- A Oração de Manassés. Apresenta-se como sendo a oração de Manassés, rei de Judá. Quando esteve cativo na Babilônia, oração mencionada em 2 Cr 33.12-13. O autor é desconhecido. Data provavelmente do 1º Século a.C.
- 1 Macabeus. Obra literária de grande valor sobre o período Macabeu. Relata acontecimentos da luta heróica pela liberdade, (175-135 a.C). Escrito cerca de 100 a.C., por um judeu palestinense.
- 2 Macabeus. É também uma narrativa da luta dos macabeus, restrita ao período de 175-161 a.C. Afirma-se ser um resumo da obra escrita por um certo Jason de Cirene, de quem nada se sabe. É suplemento de 1 Macabeus, porém inferior a este.
- Argumentos Contra a Inclusão dos Apócrifos no Cânon Sagrado:
- Não faziam parte do Antigo Testamento hebraico.
- Foram produzidos depois de haverem cessado as profecias, oráculos e a revelação direta do Antigo Testamento.
- Josefo rejeitou-os totalmente.
- Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras hebraicas.
- Nunca foram citados por Jesus, nem por ninguém mais do Novo Testamento.
- Nunca foram reconhecidos pela Igreja Primitiva como sendo de autoridade canônica, nem de inspiração divina.
- O templo de Herodes – Começou a ser construído em 19 a.C
- História.
- O Período Inter-Bíblico: A História do Intervalo entre o Antigo e o Novo Testamento é às vezes considerada como trivial, já que durante esse período nenhum profeta deixou algum escrito inspirado por Deus. Esse período é também conhecido como “Os Séculos de Silêncio”.
- Sem dúvida, o conhecimento tanto dos eventos importantes como da literatura da época é de grande valor, porque eles constituem um pano de fundo para a vinda e a vida de Cristo.
- Sob os Persas: Durante um período de duzentos anos após o cativeiro, a província da Judéia permaneceu sob domínio persa.
- A conquista de Alexandre, Magno no ano 330 a.C, não somente colocou os judeus sob a dominação grega, mas também introduziu a língua grega e idéias novas por todo o mundo antigo.
- O Egito e a Síria: Após a morte de Alexandre, seu reino foi dividido, e começou uma luta entre os Ptolomeus do Egito e os monarcas da Síria, resultando na sujeição da Judéia, primeiramente ao Egito, e depois à Síria.
- Antíoco Epifânio: Este último domínio foi um período sombrio na história judaica, especialmente durante o reinado de Antíoco Epifânio. Este rei Sírio, entre os muitos crimes cometidos contra os judeus, tentou estabelecer a idolatria em Jerusalém, profanando o templo.
- Os Macabeus: A perversidade de Antíoco provocou a revolta dos Macabeus em 166 a.C, na qual o Sacerdote Matatias e seus filhos derrotaram os sírios numa série de batalhas que asseguraram a independência da Judéia.
- A Dinastia Asmoneana: Foi este o fundamento da dinastia asmoneana, que reinou de 166 a 63 a.C.
- Sob os Romanos. A partir de 63 a.C ano em que o general romano Pompeu tomou Jerusalém, as províncias da Palestina se tornaram tributárias de Roma. Durante este período os imperadores confiaram o governo local a procuradores por eles designados ou a príncipes influentes em Roma. De 37 a 4 a.C., Herodes o Grande foi o rei da Judéia. Nos dias de Augusto, seu domínio expandiu-se até incluir um território considerável ao leste do Jordão. No tempo em que Cristo nasceu Herodes era o governador de toda a Palestina. Com a sua morte, possivelmente ocorrida no mesmo ano do nascimento de Jesus, sua província foi dividida entre seus filhos.
- Imperadores Romanos.
- César Augusto (27 a.C -14 d.C)
- Tibério César (14 – 37 d.C)
- Calígula (37-41 d.C)
- Nero (54-68 d.C)
- Galba, Otão, Vitélio (68-69 d.C)
- Vespasiano (69-79 d.C)
- Domiciano (81-96 d.C)
- Principais Data Relacionadas à História do Novo Testamento:
- Nascimento de Jesus (4 a.C)
- Nascimento de Paulo (2 a.C)
- Batismo de Cristo (25-27 d.C)
- Crucificação de Cristo (29,30 d.C)
- Conversão de Paulo (31-37 d.C)
- Viagens Missionárias de Paulo (45-58 d.C)
- Um dos encarceramentos de Paulo (61-68 d.C)
- Fim do estado judaico (70 d.C) Jerusalém é destruída pelo general Tito.
- Perseguição aos cristãos por Domiciano. Morte de João e fim da era apostólica. (90-100 d.C)
- Eventos que Precederam de Imediato a Jesus.
- O anúncio a Zacarias sobre o precursor de Jesus (Lc 1.5-17)
- Anunciação a Maria do Messias vindouro (Lc 1.26-35)
- A pregação de João Batista.
- A Divisão Política da Palestina nos Tempos do Novo Testamento.
A divisão política mudou com o correr dos tempos e dos governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão política constava de cinco regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia e Peréia
- Judéia e Samaria. Pôncio Pilatos (26-36 A.D) Pilatos era procurador romano. Sua capital política era Cesaréia, à beira-mar. A capital religiosa: Jerusalém.
- Galiléia e Peréia. Herodes Antipas (4.a.C a 39 A.D). Era filho de Herodes, o Grande. Jesus passou a maior parte de sua vida no território sob a jurisdição desse Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O vocábulo Peréia significa literalmente “região além” isto é, além do Jordão (Mt 4.15; 19.1; Jo 10.40)
- Ituréia e outros Distritos Menores. Herodes Felipe I (4.a.C a 34 A.D). O mesmo moderno território de Golã, em parte ocupado por Israel, integrava essa jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4.43; Js 20.8). É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento, em Lucas 3.1
- A Iduméia. No extremo sul do país, integrava a jurisdição da Judéia. É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento (Mc 3.8)
- Cidades Visitadas por Jesus:
- Nazaré (Lc 4.16)
- Betânia (Jo 1.28)
- Sicar (Jo 4.5)
- Naim (Lc 7.11)
- Cafarnaum (Jo 6.59)
- Betsaida (Jo 12.21)
- Corazim (Mt 11.21)
- Tiro e Sidom (Mt 15.21)
- Cesaréia de Filipe (Mt16. 13)
- Jericó (Lc 19.1)
- Emaús (Lc 24.13,14)
- A Língua do Novo Testamento.
- Grego Koiné.
- Hebraico. Alguns teólogos acham que, Mateus foi escrito em hebraico.
- Aramaico. Era a língua comum da Palestina, nos dias de Jesus. Foi o idioma antigo da Síria, muito parecido com o hebraico. Depois da volta do cativeiro babilônico, substituiu pouco a pouco o hebraico na fala ordinária do povo.
- A Disposição dos Livros do Novo Testamento: O Novo Testamento inclui 27 livros, escritos por nove diferentes (a não ser que Paulo tenha escrito Hebreus, quando então haveria apenas oito) durante um período de aproximadamente 50 anos. Estes livros se dividem naturalmente em quatro divisões:
- Os Quatro Evangelhos. Estes livros descrevem a vida e o ministério de Jesus Cristo. Apesar de terem sido escritos depois de vários outros livros do Novo Testamento, era natural que, na ordem dos livros, a posição de prioridade fosse dada a estes relatos da vida e do ministério terrenos de Jesus.
- O Livro de Atos. Esta é a história do início da Igreja e da disseminação do Cristianismo pelo mundo Greco-romano.
- As 21 Cartas (de Romanos a Judas). Descobertas arqueológicas têm demonstrado que, cartas eram um meio comum de comunicação nos primeiros séculos da era cristã e, portanto, não é de surpreender que a maior parte dos livros do Novo Testamento seja em forma de cartas. O apóstolo Paulo, o grande missionário e teólogo da igreja primitiva, escreveu 13 ou 14 dessas cartas. Elas foram endereçadas a igrejas e também a indivíduos, e ensinam doutrina cristã tanto de modo formal (como Romanos) quando de modo informal, aplicando o ensino a situações práticas da vida cotidiana (como 1 Coríntios e Filemom).
- O Apocalipse. Este último livro descreve o triunfo final de Jesus Cristo e Seu povo na futuro.
- Os Manuscritos do Novo Testamento.
- Os manuscritos originais de todos os livros do Novo Testamento, tanto quanto saibamos, perderam-se.
- Cópias: Desses preciosos escritos começaram a ser feitas logo no princípio, para outras igrejas; cópias de cópias foram se fazendo, geração após geração, quando as mais velhas se estragavam.
- O material de Escrita: Comumente usado, era o papiro. Este era feito de fatias de uma planta aquática, abundante no Egito. Duas fatias, sobrepostas transversalmente, eram prensadas e depois polidas, a tinta era feita de carvão vegetal, goma e água.
- A Confecção dos Rolos. Folhas simples usavam-se nas composições curtas. Nas longas, as folhas eram costuradas umas às outras, lado a lado, para formarem rolos.
- Os Códices: No 2° Século A.D, os livros do Novo Testamento, começaram a ser feitos à maneira de “Códices”, isto é, à maneira dos livros de hoje, no qual, de número qualquer de folhas, podia-se fazer um volume, com páginas numeradas. Isto tornou possível fazer volumes de coleções maiores de livros do Novo Testamento, o que não se podia fazer no formato de rolo.
- Do Papiro ao Pergaminho: O papiro não era muito durável. Tornava-se quebradiço com o tempo, ou apodrecia com a umidade, estragando-se logo, exceto no Egito, cujo clima, seco e as areias movidas pelos ventos preservaram, para ser descoberta em nossa época, uma admirável coleção de documentos antigos. No 4º Século A.D o papiro foi suplantado pelo velo, que se tornou o principal material de escrita. Velo era delicado pergaminho feito de peles. Era muito mais durável, fazia-se na forma de livros, não de rolo. Antes da recente descoberta dos papiros egípcios, todos os manuscritos que se conheciam da Bíblia eram em velo. Com a invenção da imprensa no Século 15, cessou a confecção de Bíblias manuscritas.
- Os Manuscritos Unciais (Entre o 4º e 15° Século). Os Unciais foram escritos com letras maiúsculas, largas. Sendo mais antigos, são mais valiosos do que os “Cursivos”
- Os Manuscritos Cursivos (Entre 10° e 15° Século). Foram escritos com letras pequenas e corrigidas, ligadas a letras.
- Os Escritores do Novo Testamento.
- Bíblias Impressas. A invenção da imprensa, de tipos móveis, por João Gutenberg, 1454 A.D, barateou e tornou abundantes as Escrituras, ao mesmo tempo em que promoveu grandemente a circulação e a influência delas entre o povo.
- A Estrutura do Novo Testamento.
- A Divisão em Livros.
EVANGELHOS
- Mateus
- Marcos
- Lucas
- João.
HISTÓRIA
- Atos dos Apóstolos.
EPÍSTOLAS
- Romanos
- 1 e 2 Coríntios.
- Gálatas.
- Efésios.
- Filipenses
- Colossenses
- 1 e 2 Tessalonicenses.
- 1e 2 Timóteo.
- Tito
- Filemom
- Hebreus
- Tiago
- 1 e 2 Pedro.
- 1, 2 e 3 João.
- Judas
PROFECIA - Apocalipse
- A Inspiração do Novo Testamento. Os Escritores do Novo Testamento não tinha a menor dúvida de estarem falando em nome de Deus.
- As Bases da Inspiração do Novo Testamento.
- Jesus ensinou a Inspiração Plenária da Bíblia, acusado de blasfêmia por haver reivindicado a própria divindade, Jesus apelou à expressão “sois deuses” que se acha no Salmo 82.6. contra essa acusação, edificou a sua defesa na verdade, já bem aceita, de que até mesmo uma frase relativamente obscura das Escrituras não pode ser anulada (Jo 10.34,35). A razão por que não podia ser anulada era que, mesmo como fragmento da Escritura, não deixando de ser a Palavra de Deus.
- Jesus não somente ordenou que os discípulos pregassem, mas também lhes disse o que deviam pregar (At 10.41-43)
- Suas palavras não eram “palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais” (1 Co 2.13)
- Os Apóstolos Reconheciam a Inspiração do Antigo Testamento.
- Os Escritores do Novo Testamento reconheciam a autoridade total das Escrituras, porque Deus “falou pelo Espírito Santo” (At 4.24,25; Hb 3.7; 10.15,16)
- Paulo escreveu a Timóteo, asseverando que as Escrituras podiam fazê-lo “sábio para a salvação” (2 Tm 3.15)
- O valor das Escrituras derivam de sua origem. Paulo indica que o mérito das Escrituras não está no escritor humano, mas no próprio Deus. Ele afirma “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16). O termo “inspiração” é derivado desse versículo, e aplicado à escrita da Bíblia. A palavra grega empregada aqui é theopneustos, que literalmente, significa “soprada por Deus”. O adjetivo grego (theopneustos) é claramente predicativo, e é usado para identificar a fonte originária de todas as Escrituras. Deus é o Autor, em última análise. Logo, toda a Escritura é a voz de Deus, a Palavra de Deus (At 4.25; Hb 1.5-13)
- Os Apóstolos Estavam Certos que a Inspiração se estendia à Bíblia Inteira. (O que inclui o Novo Testamento que estavam em processo de formação).
- Os Apóstolos Reconheciam a Inspiração do Antigo Testamento.
- Paulo cita Deuteronômio 25.4 e Lucas 10.7, em 1Timóteo 5.8, considerando ambos os livros como “Escrituras”.
- Pedro refere-se a todas as Epístolas de Paulo como “Escrituras” (2 Pe 3.16)
- Os Escritores do Novo Testamento comunicavam “com as palavras que o Espírito Santo ensina...” (1 Co 2.13)
- Pedro afiança: “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20, 21). O emprego que Pedro faz da expressão “profecia da Escritura” é um caso de “pars pro tota”. Ou seja, uma parte da Escritura representa a totalidade desta.
- As Evidências da Inspiração do Novo Testamento.
- Os apóstolos esperavam que as pessoas reconhecessem que, por escrito, estavam ela recebendo “mandamentos do Senhor” (1 Co 14.37)
- Paulo podia garantir aos gálatas que, “acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus não minto” (Gl 1.20), porque o tinha recebido da parte de Deus. (Gl 1.6-20).
- Os tessalonicenses foram elogiados por terem a mensagem “não como palavra de homens, mas (segundo é na verdade) como Palavra de Deus” (1 Ts 2.13).
- Preceitos e mandamentos eram escritos à comunidade em nome de Jesus, e deixar de observá-los podia ocasionar motivo para exclusão do desobediente (2 Ts 3.6-14).
- Assim como Deus tinha falado através dos santos profetas, agora o Senhor dava mandamentos através dos seus apóstolos (2 Pe 3.2)
- Receber a vida eterna está vinculado com o ato de crer no testemunho de Deus (registrado pelos discípulos) a respeito do seu Filho (1 Jo 5.10-12)
- Nestes trechos, e em outros semelhantes, fica evidente que os Escritores do Novo Testamento estavam convictos de estarem declarando “todo o conselho de Deus” em obediência ao mandamento de Cristo e sob a orientação do Espírito Santo. (At 20.27)
- O Cânon do Novo Testamento. Depois de escritos, os livros não foram imediatamente reunidos no cânon (a coleção dos 27 livros que compõem o Novo Testamento). Grupos de livros como as cartas de Paulo e os Evangelhos foram, a princípio, preservados pelas igrejas ou indivíduos a quem havia sido destinados, até que gradualmente todos os 27 livros foram coletados e formalmente reconhecidos pela Igreja como um todo.
- Definição: A palavra “Cânon” significa “cana” ou “vara de medir”. No uso cristão veio a significar a “regra escrita de fé”, isto é, a lista dos livros originais e autênticos que compunham a Palavra inspirada de Deus. Os livros “canônicos” do Novo Testamento foram aqueles que vieram a ser gradualmente reconhecidos pelas igrejas como escritos genuínos e autênticos.
- As Escrituras do Antigo Testamento: Nos dias de Cristo havia na literatura da nação judaica um grupo de escritos chamados “As Escrituras”, que hoje as chama “Antigo Testamento”, os quais eram comumente considerados pelo povo como tendo procedido de Deus. Chamavam-no A Palavra de Deus. Jesus mesmo assim os reconhecia. Eram lidos em público e ensinados regularmente nas suas sinagogas.
- As Igrejas Cristãs: Desde o princípio, receberam estas Escrituras Judaicas como Palavra de Deus, e deram-lhes em suas assembléias, o mesmo lugar que haviam ocupado nas sinagogas. À medida que apareciam os escritos dos apóstolos, iam sendo adicionados a essas Escrituras Judaicas, e gozavam da mesma consideração sagrada. Cada igreja queria, não só o que lhe havia sido endereçado, como também cópias dos escritos dirigidos às outras.
- Começos do Cânon do Novo Testamento. Há indicações no Novo Testamento de que, ainda nos dias dos Apóstolos e sob a supervisão deles, começaram a serem feitas coleções dos seus escritos para as igrejas, os quais eram postos ao lado do Antigo Testamento como inspirada Palavra de Deus.
- Paulo reivindicou para a sua doutrina a inspiração divina (1 Co 2.7-13; 14.37; 1 Ts 2.13)
- O mesmo fez João, quanto ao Apocalipse (1.2)
- O intuito de Paulo era que suas Epístolas fossem lidas nas Igrejas (Cl 4.16; 1 Ts 5.27; 2 Ts 2.15)
- Pedro escreveu a fim de que “estas coisas” permanecessem nas igrejas depois de sua partida (2 Pe 1.15; 3.1,2)
- Paulo citou um livro do Novo Testamento como “Escritura” (1 Tm 5.18) “Digno é o obreiro do seu salário”. Esta expressão só se encontra em Mt 10.10 e Lc 10.7 – evidência de que o Evangelho de Mateus ou Lucas existia quando ele escreveu 1 Tm, e era considerado como “Escritura”.
- Pedro equipara as Epístolas de Paulo às “demais Escrituras” (2 Pe 3.15-16)
Até que ponto os Apóstolos percebiam que seus escritos se tornariam parte da Palavra de Deus escrita, nos séculos futuros, não sabemos. Eles escreveram muitas cartas, para atender à necessidades imediatas, mal sabendo qual seria o último destino delas. Cremos que Deus superintendeu a tudo e a Seu próprio modo escolheu os escritos que seriam preservados.
- Livros do Novo Testamento que primeiro apareceram:
- Na Palestina. Mateus, Tiago, Hebreus (?)
- Na Ásia Menor. João, Gálatas, Efésios, Colossenses, 1 e Timóteo, Filemom, 1 e 2 Pedro, 1, 2,e 3 João, Judas e Apocalipse.
- Na Grécia. 1 e 2 Coríntios, Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses, Lucas (?).
- Em Creta. Tito
- Em Roma. Marcos, Atos, Romanos.
A Palestina, a Ásia Menor, a Grécia e Roma ficavam distantes uma da outra. Os livros do Antigo Testamento haviam surgido no âmbito de um país pequeno; os do Novo Testamento em países muito separados um do outro.
- Incompleta a Primeira Coleção. O mundo de então não tinha os modernos meios de comunicação e transportes que possuímos hoje. As viagens e as comunicações se faziam devagar, eram caríssimas e perigosas. Também não havia imprensa, as cópias feitas à mão eram vagarosas e bem trabalhosas. Demais disto, a época era de perseguições quando os preciosos escritos cristãos tinham de se conservar escondidos. Não havia concílios ou conferências, onde cristãos de lugares distantes pudessem se reunir e comparar notas a respeito dos escritos que tinham, o que só aconteceu em nos dias de Constantino. De modo que, naturalmente, as primeiras coleções de livros do Novo Testamento teriam de variar, em diferentes regiões, sendo vagaroso o processo de se chegar à unanimidade quanto a que livros pertenciam de fato ao Novo Testamento.
- Formação do Novo Testamento. Este processo durou cerca de 350 anos. No segundo século a circulação de livros que promoviam heresias acentuou a necessidade de distinguir entre as Escrituras legítimas e outra literatura cristã. Numa investigação ampla, Eusébio procurou informar-se sobre quais livros haviam sido aceitos pelas igrejas.
- Na História da Igreja, de sua autoria, fala de quatro classes de livros:
- Os Aceitos Universalmente:
- Os Discutidos: Tiago, 2 Pedro, Judas, 2 e 3 João.
- Os livros “espúrios”: entre os quais menciona os “Atos de Paulo”, o “Pastor de Hermas”, o “Apocalipse de Pedro” e a “Epístola de Barnabé” e o “Didaquê”.
- Os inventados pelos herejes: “Evangelho de Pedro”, “Evangelho de Tomé”, “Evangelho de Matias”, “Atos de André”, “Atos de João”.
- Certos testes foram desenvolvidos para determinar os livros a serem incluídos no cânon:
- O livro foi escrito ou aprovado por um apóstolo?
- Seu conteúdo era de natureza claramente espiritual?
- Dava provas de ser inspirado por Deus?
- Teve recepção ampla entre as igrejas?
- O Reconhecimento dos Livros do Novo Testamento: Nem todos os 27 livros que eventualmente vieram a ser reconhecidos como canônicos foram aceitos por todas as igrejas nos primeiros séculos, mas isto não significa que aqueles que não foram imediata e universalmente aceitos fossem espúrios. Cartas dirigidas a indivíduos (Filemom, 2 e 3 João) não teriam circulado tanto quanto cartas enviadas a igrejas. Os livros mais controvertidos foram Tiago, Judas, 2 Pedro, 2 e 3 João, mas por fim estes também foram incluídos e o cânon de Cartago, em 397 A.D.
- O Primeiro Cânon Completo do Novo Testamento. Foi feito por Atanásio em 367 A.D
- O 3º Concílio de Cartago 397 A.D: Ratificou formalmente os 27 livros do Novo Testamento, que conhecemos. Não elaborou o Cânon do Novo Testamento, mas apenas expressou o que já era sentimento unânime das igrejas, e aceitou o Livro em si, que fora a ser a “Herança Mais Preciosa do Homem”.
- O Cânon do Novo Testamento, conforme hoje o possuímos, foi oficialmente reconhecido no Terceiro Concílio de Cartago (397 A.D) e pela Igreja Oriental até 500 A.D.
- O Cânon Bíblico Está Fechado. A revelação infalível que Deus fez de si mesmo já foi registrada. Hoje, Ele continua falando através dessa Palavra. Não se deve acrescentar outros escritos às Escrituras. O Cânon contém as raízes históricas da Igreja Cristã, e o “Cânon não pode ser refeito assim como a história não pode ser mudada”
- Os Originais e as Cópias do Novo Testamento: Embora nenhum dos escritos originais dos livros que compõem o Novo Testamento tenha sobrevivido, existem mais de 4.500 manuscritos gregos do todo ou de partes dele, mais cerca de 8.000 manuscritos latinos, e pelo menos 1.000 manuscritos de versões de outras línguas para as quais os livros foram traduzidos. O estudo e a comparação cuidadosos destas muitas cópias nos fornecem um texto acurado e fidedigno do Novo Testamento.
- A Crítica Moderna A Bíblia, com os seus 27 livros canônicos em o Novo Testamento, como foram aceitos pelos primeiros Pais da Igreja, e finalmente ratificados pelo Concílio de Cartago, tornou-se, sem mais questão, a Bíblia reconhecida da cristandade durante mil anos. Com o surto da crítica moderna, empreendeu-se nova investigação da origem e autenticidade dos livros da Bíblia, assim como de todos os livros antigos. “Crítica”, aplicada à Bíblia, é um termo infeliz, embora seja exatamente isso, quando feita por indivíduos pretensiosos e irreverentes, de modo que a palavra é comumente considerada como a denominação do esforço intelectual moderno por solapar a divina autoridade da Bíblia. Quando a palavra significa exame criterioso e imparcial de fatos ou de fatos alegados, numa investigação honesta da verdade histórica, tal crítica é natural, razoável e legítima, e serve para ampliar nossos conhecimentos a respeito das Escrituras.
- A Crítica Histórica. Relaciona-se com a genuinidade e autenticidade dos livros da Bíblia, isto é, quem escreveu cada livro, e quando, e se o livro é histórico, ou o que é. Com relação aos livros do Novo Testamento, trata-se apenas de reabrir a questão já liquidada satisfatoriamente pelas primeiras gerações de Pais da Igreja. Os críticos modernos não têm feito mais por averiguar a genuinidade dos livros do Novo Testamento, do que as gerações em que tais livros apareceram primeiro. Com efeito, essas gerações estavam em muito melhores condições de determinar a natureza desses livros do que os críticos que vieram depois. Um dos fatos lamentáveis com os críticos que desconsideram o parecer tradicional a respeito das origens dos livros da Bíblia é o eles avocarem a si o monopólio da “erudição”. A opinião deles é a “opinião unânime dos eruditos”. São de mentalidade tão estreita para pensar que só os que aceitam a opinião deles é que são eruditos? Ou ignoram o fato de serem conservadores muitos dos mais profundos eruditos do universo? Pontos de vista não são índice de erudição, mas apenas de tipos de mentalidades. O querido e velho Livro, qual bigorna, tem desgastado muitos martelos, e muito depois de os críticos caírem no esquecimento, ele continua sua marcha, amado e honrado por milhões incontáveis. Preciso Livro!
- A Crítica Textual. Chama-se a isso à comparação de vários manuscritos para se determinar o texto original exato de que foram copiados. Como resultado, temos o Hebraico Massorético do Antigo Testamento, e os textos gregos do Novo Testamento, de Westcott e Hort e de Nestlé os quais, pela maior parte, contém as palavras originais exatas da Bíblia. A imprensa veio afastar o perigo de erros no texto.
- Livros Apócrifos do Novo Testamento:
Trata-se de Evangelhos, Atos de Apóstolos e Epístolas, todos lendários e espúrios, que começaram a aparecer no 2º Século. Foram forjados, na maior parte, e assim reconhecidos desde o princípio. “São tão cheios de estórias ridículas e indignas a respeito de Cristo e dos apóstolos, que nunca foram reconhecidos como divinos, nem incorporados à Bíblia”. “São tentativas deliberadas de preencher lacunas na história de Jesus, como é apresentada no Novo Testamento, com o fim de fomentar idéias heréticas através de falsas afirmações”. A grande quantidade desses escritos espúrios fez a Igreja Primitiva ver quanto era importante distinguir entre os falsos e os verdadeiros. Neles está a origem de alguns dogmas da Igreja Romana. A principal característica destes escritos é serem obra de ficção, que se apresentam como história, mas em sua maior parte são absurdos por tal forma que a falsidade deles evidencia-se por si mesma.
(1) Evangelhos.
- Evangelho de Nicodemos. Inclui os “Atos de Pilatos”, pretenso relatório oficial do julgamento de Jesus ao Imperador Tibério. Foi produzido no 2° ou 5º Século. Puramente imaginário.
- Proto-Evangelho de Tiago. Narrativa que vai do Nascimento de Maria ao massacre dos inocentes. Contos que começaram a circular no 2º Século. Foi completado no 5° Século.
- O Passamento de Maria. Repleto de milagres ridículos culmina com a remoção do “seu corpo imaculado e precioso” ao Paraíso. Escrito no 4° Século, com o aparecimento do culto da Virgem.
- Evangelho Segundo os Hebreus. Adições aos Evangelhos canônicos com algumas frases atribuídas a Jesus. Por volta de 100 A.D.
- Evangelhos dos Ebionitas. Compilado dos Evangelhos Sinópticos, no interesse da doutrina ebionita. Entre o 2° e 4º Século.
- Evangelhos dos Egípcios. Conversas imaginárias entre Jesus e Salomé. Entre 130 e 150 A.D. Usados pelos Sabelianos.
- Evangelho de Pedro. Meados do 2º Século. Baseado em Evangelhos canônicos. Escrito no interesse de doutrinas docetistas, anti-judaicas.
- Evangelho de um Pseudo-Mateus. Falsa tradução de Mateus, do 5º Século, repleta de milagres da infância de Jesus.
- Evangelho de Tomé. 2º Século. Vida de Jesus, dos 5 aos 12anos. Apresenta-O operando milagres para satisfação de Seus caprichos infantis.
- Natividade de Maria. Obra de ficção do 6º Século, premeditada, para fomentar o culto da Virgem. Histórias de visitas diárias de anjos a Maria. Com o surto de papado, tornou-se imensamente popular.
- Evangelho Arábico da Infância. 7° Século. Histórias de Milagres operados durante a estada no Egito. Fantástico em extremo.
- Evangelho do carpinteiro José. 4º Século. Originou-se no Egito. Dedicado à glorificação de José.
- Atos de Pedro. Fim do 2° Século. Um caso de amor com a filha de Pedro. Conflito com Simão, o Mágico. Contém a história do “Quo Vadis”
- Atos de Paulo. Meado do 2° Século. Romance que aconselha a continência. Contém a suposta Epístola aos Coríntios que se perdeu.
- Atos de João. Fim do 2º Século. História de uma visita a Roma. Puramente imaginária. Contém um quadro revoltante de sensualismo.
- Atos de André. História de André, que persuade Maximila a evitar relações com o marido, o que resultou no martírio dele.
- Atos de Tomé. Fim do 2º Século. Como os Atos de André, é um romance de viagem, no interesse da abstinência de relações sexuais.
- Epístolas.
- Cartas de Pedro a Tiago. Fim do 2º Século. Ataca violentamente Paulo. Pura invenção mo interesse dos ebionitas.
- Epístola de Laodicéia. Diz ser a que é referida em Cl 4.16. Um aglomerado de frases de Paulo.
- Cartas de Paulo a Sêneca. E outras deste àquele. Invenção do 4º Século. Objetivo: ou recomendar o Cristianismo aos seguidores de Sêneca, ou recomendar este aos cristãos.
- Cartas de Abgar. Estas podem ter alguma base. Eusébio assim pensava. Conta que Abgar, rei de Edessa, estando enfermo, ouviu falar do poder de Jesus. Escreveu-lhe uma carta pedindo que fosse curá-lo, ao que Jesus respondeu por escrito: “É necessário completar aquilo para o que fui enviado; depois disso serei recebido em cima, por aquele que Me enviou. Quando, pois, Eu for recebido no céu, enviarei um dos Meus discípulos que te curará.” Contam que foi Tadeu o enviado, a quem mostraram as Cartas que ficaram arquivadas em Edessa. Possivelmente, Jesus mandou um recado verbal, que eles registraram.
- Apocalipse:
- Apocalipse de Pedro. Pretensas visões do céu e do inferno concedidas a Pedro. Eusébio chamou-o “espúrio”
- As Seitas do Novo Testamento.
- Principalmente Religiosos.
- Fariseus (Mt 23.2)
- Saduceus (At 23.8)
- Essênios.
- Principalmente Políticos.
- Principalmente Religiosos.
- Herodianos (Mc 3.6)
- Zelotes (Mt 10.4)
- Sicários (At 21.38)
- Grupos, etc.
- Escribas (At 6.12)
- Intérpretes da Lei (Mt 22.35)
- Nazireus (Nm 6)
- Prosélitos (At 2.11)
- Publicanos (Mt 9.10)
Samaritanos (Jo 4.9) - A Grande Sinagoga. É o nome pelo qual se designa o conselho de 120 membros, que se diz ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C, sob a presidência de Esdras, com o propósito de reconstruir o culto e a vida religiosa dos cativos repatriados, e a qual a tradição atribui importante papel no ajuntar, agrupar e restaurar os livros canônicos do Antigo Testamento. Pensa-se que foi uma corporação que teve continuidade e governou os judeus repatriados mais ou menos 275 a.C.; depois deu lugar ao Sinédrio.
- Sinédrio (Mt 26.59). O conselho supremo, reconhecido, dos judeus no tempo de Cristo. Pensa-se que sua origem data 3º século a.C. Compunha-se de 70 membros, na maioria sacerdotes e saduceus nobres, alguns fariseus, escribas e anciãos (cabeças de tribo ou família), presidido pelo sumo sacerdote. Desapareceu com a destruição de Jerusalém, 70 A.D.
- Sinagogas (Jo 12.42). As sinagogas surgiram nos dias do cativeiro. Destruindo o Templo e dispersa a nação, houve a necessidade de lugares de instrução e culto, onde quer que existissem comunidades judaicas. Após o repatriamento, continuaram as sinagogas, tanto na terra natal como nos centros judaicos de outros países. As cidades maiores tinham uma ou mais. Em Jerusalém, apesar de lá se achar o Templo, havia muitas sinagogas. Eram presididas por um corpo de anciãos ou chefes. Cada um possuía uma cópia dos livros da Escritura, que eram lidos regular e publicamente. As primeiras reuniões de cristão se os primitivos lugares de reunião deles tiveram em parte por modelo as sinagogas.
- A Preparação para Cristo. O Antigo Testamento é a história de como Deus tratou a nação judaica com o fim de, por meio dela, trazer ao mundo um Messias para todas as nações. O Antigo Testamento é uma espécie de hino triunfal do Messias vindouro. Começando piano, com notas esparsas e indistintas, à medida que o tempo avança, expande-se num crescendo até atingir a tonalidade clara, vibrante, robusta e exultante do Rei que se aproxima. Entrementes, Deus em Sua providência preparava as nações:
- A Grécia. Uniu as civilizações da Ásia, Europa e África, e estabeleceu uma língua universal.
- Fez do mundo inteiro um império só. As estradas romanas tornaram acessíveis todos os pontos dele.
- A Dispersão. Dos judeus entre as nações, com suas sinagogas, suas Escrituras, sua religião, seu monoteísmo, fizera conhecida em toda parte a expectação deles por um Messias.
Foi assim que Deus preparou o caminho para a propagação do Evangelho de Cristo entre as nações.