- APOCALIPSE: O LIVRO DA REVELAÇÃO
O Grandioso Final da História Bíblica
Hino de Vitória
O Triunfo Final de Cristo
Novos Céus e Nova Terra.
O livro do Apocalipse baseia-se no discurso de Cristo sobre as coisas por vir e é dele uma explanação mais ampla (Mt 24; Mc 13; Lc 21). Está cheio de expressões empregadas por Jesus e tira muitas coisas de suas figuras de Ezequiel e Zacarias.
- Título. Apocalipse: Note-se que “Apocalipse” vocábulo grego quer dizer “revelação”, ou ato de fazer conhecido. Todos os livros da Bíblia são uma revelação, mas especialmente esse, o derradeiro de todos.
- O Livro é Uma Revelação. E como tal, espera-se que seja entendido. Grande parte do seu conteúdo é assustadoramente claro. Alguns símbolos são explicados (1.20; 17.1, 15-18) Outros não.
- Esta Revelação é de Jesus Cristo. Ele é o centro de todo o livro (1.1). Em sua glória como o ressuscitado (Cap.1). Ele dirige Suas igrejas (caps. 2-3). Ele é o Cordeiro morto e ressurreto a quem todo o louvor é dirigido (caps. 4-5). Os julgamentos do período vindouro da Tribulação (7anos) sobre a terra são a demonstração da ira do Cordeiro (caps. 6-19). O reino Milenar de Cristo é apresentado no capítulo 20, e os novos céus e a nova Terra são descritos nos capítulos 21 e 22.
- O Autor Divino. O próprio Deus. É esta a primeira declaração do livro. O próprio Deus o notificou a João, por meio de Jesus cristo, por intermédio de um anjo, e João o registrou e enviou o livro resultante para as sete igrejas (1.1-4). Há críticos racionalistas modernos que entendem que o livro não contém nada de profecia inspirada, mas apenas “a atividade desenfreada da fantasia religiosa, revestindo-se de forma visual irreal”. A tal opinião rejeitamos com desprezo.
- O autor humano. O apóstolo João (1.1) segundo tradição bem estabelecida, desde a época dos pais apostólicos, e no julgamento da grande maioria dos cristãos, o apóstolo João, o “discípulo amado”, o mais íntimo amigo terrestre de Jesus, escritor do evangelho de João, e das três epístolas de João, foi também o escritor deste livro. O fato de o estilo do Apocalipse ser diferente do estilo do Evangelho de João e da Epístolas de João, não prova que seu autor tenha sido outra pessoa. A natureza da literatura apocalíptica, o fato de esta revelação ter sido dada numa visão, e as circunstâncias de João como prisioneiro são suficientes para explicar as diferenças de estilo.
- Diz-se ser a revelação de Jesus.
- A Autenticidade do Livro. Cremos absolutamente que o Livro é exatamente aquilo que se declara ser; que traz consigo a marca do seu divino Autor. Que algumas das suas passagens são entre as mais sublimes e as mais preciosas da Bíblia inteira. Que sua grandeza, que vai atingindo um clímax, forma uma terminação completa condigna da história bíblica. E que suas visões gloriosas da obra completa de Cristo fazem que o Livro seja um verdadeiro caminho de Deus para chegar à alma humana.
- Data. Indeterminada. Claramente o livro do Apocalipse foi escrito num período em que os Cristãos estavam sendo perseguidos por Roma, sem dúvida sob a pressão para renunciarem à sua fé e aceitarem o culto ao Imperador.
- A Perseguição de Nero. Alguns afirmam que o livro foi escrito durante a perseguição promovida por Nero depois do incêndio de Roma, em 64 A.D .
- A Perseguição de Domiciano: De acordo com a opinião tradicional perto do ano 96 d.C João tinha sido banido à ilha de Patmos. Segundo tradições da era apostólica, isto ocorreu durante a perseguição promovida por Domiciano, uma personalidade corrupta e malévola (81-96 A.D). Esta data mais recente para o livro era sustentada por antigos escritores cristãos como Irineu (c.130-200 A.D), e concorda melhor com o quadro de complacência e deserção das igrejas nos capítulos 2 e 3. Esta datação é amplamente aceita por modernos estudiosos do livro.no ano seguinte João foi libertado, e foi permitida sua volta a Éfeso.
- Local – a ilha de Patmos. “uma ilha que deve seu renome àquele que nela esteve preso.”. Ficava 96 km a sudoeste de Éfeso; tem uns 16 km de extensão por uns10 de largura: desprovida de árvores, e rochosa, na costa ocidental da Ásia Menor, onde João foi desterrado “por causa da Palavra de Deus”
- Contexto histórico do Apocalipse:
- As perseguições: estas visões foram concedidas, e o livro foi escrito, na luz lúgubre de mártires sendo queimados. A igreja não tinha mais do que uns cinqüenta anos de vida. Tinha crescido enormemente. Tinha sofrido, e continuava a sofrer enormes perseguições. O apóstolo João foi desterrado para a rochosa ilha de Patmos (1.9). Foi no tempo em que o apóstolo Pedro foi crucificado e o apóstolo Paulo decapitado.
- As heresias: e não havia só o problema da perseguição vindo de fora – havia também os sinais da corrupção e da apostasia que começavam a solapar a igreja, vindos de dentro da igreja.
- Parece que o propósito de Deus, ao dar estas revelações, era fortalecer a Igreja para os dias terríveis que o futuro reservava para ela.
- O tema do livro é Jesus Cristo, que se nos apresenta de maneira tríplice:
- Quanto ao tempo: “que é que era, e que há de vir”
- Quanto às suas relações:
- Para com as igrejas (1.9 a 3.22)
- Para com a tribulação (4.1 a 19.21)
- Para com o reino (20.1 a 22.21)
- Quanto a seus cargos:
- Sumo Sacerdote (8.3-6)
- Noivo (19.7-9)
- Rei-juíz (20.1-15)
- Versículo Chave: “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém” (1.7)
- Síntese do Livro de Apocalipse: Escritor, o apóstolo João. Temas Importantes: é principalmente uma série de visões apocalípticas acerca dos acontecimentos na história religiosa. Descreve um grande conflito moral entre os poderes divino e satânico, terminando com a vitória do Cordeiro.
- A Natureza do Livro:
- É um livro de mistérios. No livro há muitos mistérios, que não entendemos.
- É um livro prático: apocalipse encerra muitas coisas que entendemos, e devemos aplicar em nossas vidas. Incrustadas nas suas figuras estranhas e misteriosas acham-se algumas das mais salutares advertências e mais preciosas promessas de todas as Escrituras.
- É um livro de regozijo espiritual: a alma de João vibrava e exultava quando ele meditava nas visões que teve. Isso acontece também conosco?
- É um livro de esperança: as suas repetidas cenas, alternadamente na terra e no céu, ajudam a firmar a esperança no meio do desespero. O Apocalipse é a mensagem de Deus aos Seus filhos nas trevas mais densas de todos os séculos, quando parecia certo o fracasso completo e irremediável da Igreja de Cristo.
- É um livro de otimismo inquebrantável: para o povo de Deus, que nos assegura repetidamente estarmos sob a proteção divina e que Deus nos defendera de todo o mal e nos receberá por fim na glória eterna.
- É um livro da ira de Deus. Sempre a contrastar as alegrias dos remidos com as agonias dos perdidos. E quanto precisamos ser lembrados desse fato nesta época de indiferença e impiedade!
- É um livro de revelação: O Apocalipse não é “uma obra muito escura” como muitos crentes declaram. Essa idéia é tão geral que a palavra “apocalíptico” adquiriu este sentido: “De difícil compreensão, obscuro”. Certamente o Apocalipse não é um enigma, sem solução, para a Igreja desprezar, mas é a Revelação de Jesus Cristo, em que Ele nos revela muitas coisas práticas e indispensáveis.
- Termos usados no livro:
- A palavra “anjo” ocorre em quase todos os capítulos.
- É usado em lugar do nome cristo.
- “mulher, esposa, noiva, santos, a cidade santa, nova Jerusalém”. Empregam-se por igreja.
- Dragão. Usa-se para significar satanás.
- “a grande meretriz, Babilônia”. Indicam as potências associadas, a satanás.
- A palavra “anticristo” não ocorre em parte alguma do livro, o que é de admirar, em vista de seu uso freqüente nos livros que há acerca do apocalipse.
- Figura Central. O Cordeiro, finalmente vitorioso sobre todos os poderes do mal. O Cordeiro é mencionado cerca de trinta vezes.
- Acontecimentos da Época: Há muitos destes acontecimentos no livro, sugerimos dois, que devemos considerar no estudo das visões:
- O Nascimento do Filho Varão. Visto por muitos como a encarnação de Jesus Cristo (12)
- O Toque da Sétima Trombeta: Que anuncia sua vitória em todo o mundo (11.15)
- Interpretação.
- Escola Pretérita. Todas as suas profecias já se cumpriram, uma grande parte nos tempos das perseguições de Império Romano. Deste ponto de vista as profecias do livro não são mais profecias. A escola Pretérita entende que o livro se refere principalmente a eventos dos seus dias, escrito para confortar uma Igreja perseguida, mas escrito em código que a Igreja daquela época haveria de compreender: a luta entre o Cristianismo e o Império Romano.
- Escola Histórica. As profecias do Livro serão todas cumpridas no passar dos tempos, desde os dias de João até a consumação dos séculos. Mas os expositores não podem concordar nas suas interpretações históricas. É de parecer que o livro foi destinado a antecipar uma vista geral de todo o período da História da Igreja, uma espécie de panorama, uma série de quadros em que se delineiam as etapas sucessivas e aspectos importantes da luta da Igreja até a vitória final
- Escola Eclética, Simbólica ou Espiritual. As visões são consideradas como figuras de certas verdades. Firma-se nos princípios espirituais do livro e não dogmatiza sobre detalhes das visões mais misteriosas. Esta escola crê que há três classes de passagens no Apocalipse: as que são mui claras em seu ensino; as que são misteriosas, mas que contêm elementos da verdade e são instrutivas; as que são tão ocultas que é inútil, com nosso conhecimento atual, dar-lhes interpretações finais. É provável que algumas profecias contenham dois elementos, o próximo e o distante. O primeiro se refere especialmente a eventos durante a época de João ou pouco depois; o último trata de acontecimentos dos tempos vindouros.
- Escola Futurista. A maior parte da série de profecias pertence aos últimos dias.
- Divisões.
- Coisas passadas. “o que tens visto” isto é, a visão em Patmos.
- Coisas presentes. “as que são”. Refere-se às sete igrejas.
- Coisas futuras. “as que depois hão de acontecer”. Os acontecimentos depois do período das sete igrejas. Incluindo:
- Os sete selos (4.1-8.1)
- As sete trombetas (8.2-11.19)
- As sete personagens (12.1-14.20)
- As sete taças (15.1-16.21)
- Os sete juízos (17.1-20.15)
- As sete coisas novas (21.1-22.21)
- As cinco passagens parentéticas.
- O restante de Israel e os santos durante a tribulação (7.1-17)
- O anjo, o pequeno livro, as duas testemunhas (10.1-11.4)
- O cordeiro, o restante, e o evangelho eterno (14.1-13)
- O ajuntamento dos reis em Armagedom (16.13-16)
- As quatros aleluias no céu (19.1-6)
- Atitudes para com o Apocalipse.
Alguns escritores, pregadores e outros levam longe demais o apocalipse, ou seja, suas interpretações favoritas, e, por isso, em parte pelo menos, outros evitam-no por completo. Ambas as atitudes são errôneas. O livro nem deve ser negligenciado nem por demais exaltado sobre os outros livros da Bíblia. Mas com certeza tem direito a uma aparte razoável dedicação e estudo por parte do cristão, e isto produzirá frutos que valem a pena.
- A Canonicidade do Livro do Apocalipse.
A canonicidade do apocalipse demorou a ser reconhecida pela igreja. Não era admitida por Eusébio Panfílio, Cirilo de Jerusalém, concílio de Laodicéia, Gregório Nazianzeno, Anfilóquio de Icônio, e Filástrio de Bréscia.
“o concílio de Beth-Lapeth deliberou sobre a aceitação do apocalipse no cânon da Peshita e, por muitos séculos não foi aceito pelos cristãos orientais.” – Lamsa.
“depois de 400 anos, já não existiam dúvidas a respeito do cânon do novo testamento.” – Dr. Angus
- Conteúdo.
- O final do livro: é uma nota de grande consolo e encorajamento: depois das trevas vem a luz; depois do sofrimento vem a paz; depois do trabalho vem o descanso; depois das lágrimas vem a alegria para sempre.
- O Livro do Apocalipse trata dos tremendos eventos no tempo do Apocalipse de Cristo, isto é, ao manifestar-se nas nuvens, ao voltar a terra, na Segunda Vinda. O Livro, se nos lembrarmos da chave, não é mais um mistério inexplicável, mas uma obra clara e certa. É enfaticamente um Livro fecundo, de lições compreensíveis e práticas, de bênçãos incalculáveis e eternas, para os que guardam a vinda novamente de Cristo a terra.
- Particularidades e curiosidades do livro do Apocalipse.
- O último livro do Novo Testamento; o livro que encerra o cânon das Sagradas Escrituras (Ap 22.18)
- Melito, bispo da mesma igreja de Sardes, no segundo século, era eminente pela dedicação a deus e à instrução. Visitou a palestina para assegurar-se, e ao seu rebanho, sobre o cânon do Velho Testamento e escreveu um livro sobre o assunto. Escreveu também um comentário sobre o apocalipse.
- Inicia-se Gênesis com as palavras “No princípio Deus” finda-se com: “Num caixão no Egito”. Mas o Apocalipse é a grande consumação das profecias do Antigo Testamento, o grande final da história divina, o maravilhoso peã do pleno triunfo de Cristo.
- Há bênçãos extraordinárias para aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras deste livro (Ap 1.3)
- Há uma maldição para quem tentar alterar as palavras desta profecia (22.18-19)
- Sete é o número predominante no livro: (sete candeeiros, igrejas; selos; anjos; trombetas; taças; tronos; espíritos; estrelas etc.)
- Gênesis e Apocalipse:
GÊNESIS |
APOCALIPSE |
É o Livro das Origens |
É o livro das Consumações. |
Trata da origem dos céus e da terra, da noite, do sol e da lua, da morte, da dor, da maldição. |
Revela que haverá novos céus e nova terra, que não haverá mais mar, nem noite, que não haverá necessidade de sol nem de lua, que não haverá mais morte nem dor e nem maldição. |
A primeira palavra do Gênesis: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (1.1) |
Uma última palavra do Apocalipse é: “Vi novo céu e nova terra” (21.1) |
“Ao ajuntamento das águas chamou Mar” (1.10) |
“E o mar já não existe” (21.1) |
“Ás trevas chamou noite” (1.5) |
“Lá não haverá noite” (21.25) |
“Deus fez os dois grandes luzeiros (sol e lua) (1.16) |
“A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, pois a glória de Deus a iluminou” (21.23) |
“No dia em que dela comeres. morrerás” (2.17) |
“Não haverá mais morte” (21.4) |
“Multiplicarei sobremodo as tuas dores” (3.16) |
“Não mais haverá sofrimentos” (21.4) |
“Maldita é a terra por tua causa” (3.17) |
“Não mais haverá maldição” (22.3) |
Satanás aparece como o enganador da humanidade (3.14) |
Satanás desaparece para sempre (20.10) |
O Homem foi afastado da Árvore da Vida (3.22-24) |
Reaparece a Árvore da Vida (22.2) |
O homem afastou-se da presença de Deus (3.24) |
“Verão a Sua face” (22.4) |
A primeira habitação do homem foi um jardim à beira de um rio (22.10) |
A eterna habitação do homem redimido será ao lado de um rio que corre para sempre do trono de Deus (22.1) |
- Cristologia no Apocalipse.
- A Fiel Testemunha (1.5)
- O Alfa e o Ômega (1.8)
- O Leão da Tribo de Judá (5.5)
- O Cordeiro (17.14)
- O Verbo de Deus (19.13)
- Rei dos reis e Senhor dos senhores (19.16)
BIBLIOGRAFIA
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer.
Bíblia Thompson
Manual Bíblico H.H.Halley
Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal – Stanley M. Horton
Bíblia Explicada
Bíblia Anotada.
Elaborado por Wilson de Jesus Alves