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JOÃO - O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS

JOÃO – O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS

 

É o último dos livros inspirados (escritos uns 50 anos depois da ascensão). É de todos os Evangelhos o mais profundo. Tem sido chamado “o âmago de Cristo”, porque revela o próprio coração de Jesus, é o âmago também do Eterno. Schaff chama Este Evangelho “a mais importante composição literária já produzida”.

 

  1. Título. João significa “Graça ou favor de Deus”
  2. O autor não se dá a conhecer senão no final do Livro (21.20,24), onde declara ser “o discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 20.2) isto é, o apóstolo João, o amigo pessoal mais íntimo de Jesus.
    • O Autor era judeu: Ele era obviamente um palestino que testemunhou os acontecimentos da vida de Cristo, pois demonstra conhecimento de costumes judaicos (7.37-39; 18.28), e da terra da Palestina (1.44, 46; 5.2) e inclui detalhes típicos de uma testemunha ocular (2.6; 13.26; 21.8,11)
    • João, o presbítero. A tradição antiga e subseqüente reconheceram a autoria de João, até que surgiu a crítica moderna. A mesma classe de críticos que negam a concepção de Jesus, Sua divindade, Sua ressurreição corporal, baseando sua hipótese numa antiga, vaga e ambígua menção a um certo “João, Presbítero”, concluiu apressadamente que o autor não foi o apóstolo João, e sim um outro João de Éfeso. Naturalmente, isto inutilizaria o valor do livro como testemunho da divindade de Jesus. Baseia-se a teoria em evidência tão frágil e no desejo tão patente de desacreditar o livro, que nem merece a consideração séria dos crentes. Se a mencionamos aqui é somente porque faz parte da propaganda favorita de certa escola “erudita” da atualidade.
    • João, o Apóstolo.
  • Nome: João (Jo 21.24)
  • Família: Era irmão de Tiago, e filho de Zebedeu (Mt 4.21). Sua mãe parece que foi Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40) a qual, comparando-se com João 19.25, é possível que fosse irmã de Maria, mãe de Jesus. Se assim foi, então João era primo em primeiro grau de Jesus, e sendo de quase a mesma idade, deve tê-Lo conhecido desde a infância.
  • Profissão. Pescador (Mt 4.21) Foi homem de negócios e de algum recurso.
    • Parece ter sido de família próspera, seu pai tinha empregados (Mc 1.20)
    • Tinha casa em Jerusalém (Jo 19.27)
    • Era pessoa conhecida do Sumo Sacerdote (18.15-16)
    • Fora discípulo de João Batista (1.35,40)
    • Era provavelmente, primo de João Batista (Lc 1.36) E devia estar a par dos anúncios angélicos a respeito de Jesus (Lc 11.17,32). Assim, quando João Batista apareceu nas ribanceiras do Jordão, bradando que o Reino dos céus estava próximo, João filho de Zebedeu, estava pronto a decidir-se por Ele.
    • Torna-se um discípulo (Mc1. 19,20) . Com o testemunho do Batista, logo se tornou discípulo de Jesus (1.35-51), um dos primeiros discípulos, e voltou com Jesus à Galiléia (2.2,11). Depois, ao que parece, regressou à sua pesca. Mais tarde, talvez um ano mais ou menos, Jesus convidou-o a deixar o negócio e seguir em Sua companhia. Daí por diante esteve continuamente com Ele, tornando-se testemunha ocular do que escreveu no Evangelho.
    • Um dos apóstolos (Mt 10.2)
    • A ele e a seu irmão deu Jesus o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do Trovão” (Mc 3.17). O que parece implicar ter ele um temperamento violento. Mas conseguiu dominar-se.
    • O caso de haver proibido o estranho de usar o nome de Cristo na expulsão de demônios (Mc 9.54) e o desejo de pedir fogo do céu sobre os samaritanos (Lc 9.54), são ilustrações interessantes de sua natureza.
    • Era o “discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26; 21.20) e que se reclinava sobre o peito de Jesus (Jo 13.25). Deve ter sido um homem de qualidades raras de caráter para atrair assim o companheirismo de Jesus.
    • Com Pedro e Tiago, goza de favores extraordinários de Cristo (Mt 17.1; Mc 5.37; Mt 26.37).
    • Assiste ao julgamento de Cristo (Jo 18.26)
    • Assiste a crucificação (Jo 19.26)
    • Maria entregue a sua proteção (Jo 19.27)
    • O primeiro a chegar ao sepulcro de Cristo (Jo 20.4)
    • Colega de Pedro depois do Pentecoste (At 3.1; 4.13; 8.14). Ele e Pedro vieram a ser reconhecidos como líderes dos doze e, apesar de completamente diferentes de índoles, geralmente estavam juntos (20.2; At 3.
    • Seu irmão, Tiago morto por Herodes (At 12.2)
    • Durante anos residiu principalmente em Jerusalém. Passou seus últimos anos em Éfeso.
    • Pastoreava a Igreja de Éfeso, de onde foi desterrado para a ilha de Patmos, no mar Egeu. Depois libertado, voltou a Éfeso.
  • Obras Literárias. Escreveu:
    • O Evangelho Segundo João.
    • A Primeira Epístola de João.
    • A Segunda Epístola de João.
    • A Terceira Epístola de João.
    • O Apocalipse.
  • Tradição.
    • Conta-se que quando já velho e não podia pregar, levavam-no para os cultos, onde se contentava em exortar dizendo: “filhinhos, amai-vos uns aos outros”
    • Policarpo e Inácio foram seus discípulos.

 

  1. Incerta. Provavelmente na última parte do primeiro século. Comumente lhe atribuem a data de mais ou menos 90 A.D. Ferrar Fento, na Bíblia de sua tradução (Oxford, Press), expressa a opinião de que o Evangelho de João foi o primeiro dos livros do Novo Testamento; que João o escreveu originalmente em hebraico, não muito depois da ressurreição, e ainda mais adiante o verteu para o grego, com o acréscimo de notas, sendo esta a edição de Éfeso, que deu origem a todos os manuscritos existentes. Pela primeira teoria, os três Evangelhos Sinópticos já circulavam, fazia anos. A primeira das igrejas tinha cópias dos mesmos. O Evangelho de João é suplementar; apresenta quantidade imensa de material riquíssimo, que não se encontra nos demais, e retrata-nos com muitíssima intimidade a mente e o coração de Jesus.

 

  1. A chave do livro é a palavra “crer”. O objetivo é inspirar a fé em Jesus Cristo como o Cristo, o Filho de Deus. O Evangelho Segundo João foi escrito para que o leitor creia que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e crendo tenha vida em Seu nome (Jo 20.31). E não somente tenha vida, mas que a tenha em abundância (Jo 10.10)

 

  • Neste Evangelho, Jesus se nos apresenta como aquele em quem devemos crer. Mas crer em quê? Na Divindade do Homem Cristo Jesus.
  • Nas Epístolas de João como aquele a quem devemos amar.
  • No Apocalipse, como aquele que devemos esperar.

 

  1. Propósito. Segundo testemunhas muito antigas, foi escrito e publicado e em Éfeso, a pedido do Apóstolo André e dos bispos asiáticos, a fim de combater certos erros então correntes sobre a divindade de Cristo.

 

  1. Ênfase: A ênfase especial de João é sobre a Divindade de Cristo. Consiste principalmente em discursos e conversas de Jesus. Apresenta-se o que Ele disse, de preferência ao que fez. No Livro de João, O Evangelho do Filho de Deus, vê-se como Jesus assemelha-se à natureza da águia que voa e nos leva às alturas da Sua Divindade Eterna. É o Livro que nos revela o mistério de Ele ser um com o Pai. Nenhum dos quatro Evangelistas, contudo, pretende dar uma biografia completa de Jesus Cristo. Ao contrário, vede, por exemplo, João 21.25. Os Quatro Evangelhos juntos apresentam não uma biografia, mas uma Personalidade.
  2. Síntese.
    • Autor, “o discípulo amado”. A narração revela a Jesus como o Filho de Deus e registra seus mais profundos ensinamentos. Duas palavras “fé” e “vida eterna” ressaltam através do livro.

 

  1. Particularidades do Evangelho de João.
    • O quarto livro do Novo Testamento.
    • Este é o mais teológico dos quatros Evangelhos. Trata da natureza e da pessoa de Cristo e do significado da fé.
    • O contraste entre João e os outros três Evangelhos Sinópticos, é evidente mesmo por uma leitura superficial.
    • Foi escrito originalmente em grego, língua conhecida em todo mundo.
    • O Evangelho não registra qualquer parábola.
    • O uso da palavra “judeu” que se encontra uma vez em Mateus, duas em Lucas, mas em João sessenta vezes.
    • Menciona somente oito milagres dos quais apenas dois são relatados nos outros Evangelhos. O objetivo dos milagres no Evangelho de João é provar o poder da palavra de Cristo.
    • Descobriu-se na biblioteca de John Rayland, em Manchester, ente papiros adquiridos em 1920, no Egito, pelo professor Bernard Greenfall, uma folha tendo de um lado os versículos 31-33 do capítulo 18 do Evangelho Segundo João, e no verso os versículos 37-38. Esse fragmento de codex proviria de Osyhynchus (Benhesa), no Alto Egito. A importância do achado está em que o fragmento data da primeira metade do segundo século, portanto, anterior a tudo quanto se havia identificado até aqui, e demonstra que o Evangelho se achava em circulação nessa data, o que destrói a opinião de que ele era muito posterior aos Sinópticos.
    • É considerado por muitos como o livro mais profundo e mais espiritual da Bíblia.
    • O autor enfatiza a realidade física da fome, sede, cansaço, dor e morte de Cristo como uma defesa contra a alegação gnóstica de que Jesus não possuía verdadeira natureza humana.
    • Nele, Cristo dá uma revelação mais completa de si mesmo e de Deus Pai que não se encontra em nenhum dos Evangelhos Sinóticos. A apresentação que João faz de Cristo como o divino Filho de Deus se vê nos títulos que Jesus recebe no livro:
      • Os Títulos de Jesus.
    • “o Verbo de Deus” (1.1)
    • “o Cordeiro de Deus” (1.29)
    • “o Messias” (1.41)
    • “o Filho de Deus”
    • “o Rei de Israel” (1.49)
    • “o Salvador do Mundo” (4.42)
    • “Senhor... e Deus” (20.28)

 

  • A Divindade de Jesus também é afirmada na série de pronunciamentos “Eu Sou” (6.35; 8.12; 10.7,9, 11, 14; 11.25; 14.6; 15.1,5). Em outros pronunciamentos “Eu Sou”, Cristo deixou implícita e explícita Sua reivindicação de ser o EU SOU – Javé do Antigo Testamento (4.24; 8.24, 28, 58; 13.19). Estas eram as mais fortes reivindicações de divindade que Jesus poderia ter feito.
  • O Evangelho de João é ocasionalmente chamado de “O Livro dos Sete Sinais”, já que o autor escolheu sete sinais milagrosos para com eles revelar a pessoa e missão de Jesus. Estes são:
  • A transformação da água em vinho (2.1-11)
  • A cura do filho do oficial (4.46-54)
  • A cura do paralítico (5.1-18)
  • A (primeira) multiplicação dos pães (6.6-13)
  • A caminhada sobre as águas (6.16-21)
  • A restauração da vista ao cego (9.1-7)
  • A ressurreição de Lázaro (11.1-45)

 

  • A Cristologia em João – O retrato de Jesus que temos neste Evangelho é do “Unigênito do Pai”. João mostra o que era que convencia homens e mulheres de todas as classes de que Jesus era Deus. Serve de material novo, até então reservado por Deus. Cada capítulo do Evangelho de João contém a descrição de algum aspecto especial do caráter ou da obra de Cristo:
  • Ele é o Filho de Deus, e sua divindade é descrita “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
  • Ele é o Filho do Homem. Aqui temos uma imagem que ilustra sua humanidade perfeita. Aparece como convidado de um casamento em Canaã em suas atividades sociais.
  • Ele é o Mestre Divino, que ensina a um mestre de Israel, Nicodemos, diz: “sabemos que és Mestre, vindo de Deus (2)
  • Ele é o Ganhador de Almas. Aqui vemos os passos de Jesus conduzindo a alma enegrecida da mulher samaritana para a luz.
  • Ele é o Grande Médico, cheio de compaixão pelos paralíticos que sofrem. Mostra seu poder divino curando, de maneira instantânea, um caso sem esperança.
  • Ele é o Pão da Vida (6.48) Sem ele a alma do homem morre faminta.
  • Ele é a Água da Vida (37). Que satisfaz o coração sedento.
  • Ele é o Defensor dos fracos. Uma cena mostra como defendeu a mulher decaída (3-11)
  • Ele é a Luz do Mundo (5). Reivindica este direito e o comprova, dando luz a um cego de nascença (11)
  • Ele é o Bom Pastor (11). Cuida do “rebanho” com extremo cuidado e dá sua vida pelas ovelhas.
  • Ele é o Príncipe da Vida (25). Prova seu direito a este título quando chama a Lázaro da morte (43-44)
  • Ele é o Rei. Entra em Jerusalém montado em um jumentinho, e é aclamado rei de Israel pela multidão (12-15)
  • Ele assume o lugar de um Servo. Aqui temos a cena maravilhosa de sua condescendência, ao lavar os pés dos discípulos (4,5)
  • Ele é Consolador. Mesmo sua crucificação estando tão próxima, esqueceu-se de si mesmo por completo e consolou a seus discípulos (1)
  • Ele é a Videira Verdadeira (1). É a fonte de todo fruto espiritual.
  • Ele é o Doador do Espírito. Quando partiu, prometeu enviar o Consolador ao mudo (7-15)
  • Ele é o Grande Intercessor. Oferece sua maravilhosa oração intercessora pela igreja em todos os tempos.
  • Aparece como O Sofredor Modelo (11). Submissamente toma o cálice de sofrimento de seu Pai.
  • Ele é o Salvador Crucificado (18; 3.14). Chega a ser “obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2.8)
  • Ele é o Conquistador da Morte. Por quatro vezes encontrou e derrotou “ao rei dos terrores”. Primeiro, ao lado da cama de uma menininha (Mt 9.24,25); segundo, no enterro do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15); terceiro, na tumba de Lázaro (Jo 11.43-44). Finalmente, entrou na própria fortaleza do “destruidor sinistro” e transformou-se no Conquistador (20.11-17).
  • Ele é o Restaurador do Arrependido. Comissiona Pedro como pastor do rebanho e o manda alimentar as ovelhas e os cordeiros (15-17)

 

  1. A Mensagem de João. Pode-se dizer que os Evangelhos constituem o coração da Bíblia, e o de João é o coração dos Evangelhos; é o Santo dos Santos no Templo da Verdade.
    • Material Exclusivo de João. Quase tudo aqui é novo:
  • Somente João nos dá o primeiro ano do ministério do Senhor (Cap. 2-4)
  • Somente ele relata os grandes discursos sobre o novo nascimento, a Água Viva, o Pão da Vida, o Bom Pastor, a Luz do Mundo, junto com a maravilhosa exposição dos propósitos de Cristo na última Ceia (13-16).
  • Somente oitos milagres são narrados por João, seis dos quais não se encontram nos outros Evangelhos.

 

  • Omissões no Evangelho de João. Mas não é somente o que se diz que é significativo, o que não se diz igualmente o é:
  • Aqui não há genealogia.
  • Nem nascimento.
  • Nem mocidade.
  • Nem crescimento.
  • Nem batismo.
  • Nem tentação.
  • Nem Getsêmani

Tudo condiz com o mesmo propósito: provar que Jesus é Deus. “Estas coisas foram escritas para que creais que Jesus é o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome.” (20.31). O livro todo é um testemunho desta verdade, e “testemunho” é uma das palavras-chaves do livro.

  • Porém isto não é tudo. Um cuidadoso estudo do exórdio deste Evangelho (1.1-18) fornece-nos uma análise simples mas completa do seu conteúdo espiritual.
    • Aqui primeiro o Filho é revelado como a Vida Eterna “no princípio” com Deus: é Ele o verdadeiro Deus, e o Criador de toda a vida, desde os serafins até os vermes (1-5).
    • Então Ele é revelado como a Luz eterna, a luz dos homens, que brilha nas trevas, da qual João Batista veio dar testemunho, porém não foi compreendido (6-13)
    • Finalmente Ele é revelado como o Amor Eterno, feito carne, e habitando entre os homens da sua plenitude (14-18)
  • Cristo como Vida: Que é manifesto ao mundo (caps. 1.19- 12.)
  • Cristo como a Luz: Que é apresentado aos discípulos (caps. 13-17)
  • Cristo como o Amor: Que é revelado a crentes e descrentes na Cruz, no sepulcro e na ressurreição. (caps. 18-21)