MATEUS – O EVANGELHO DO REI
Jesus o Messias.
- Título do Livro. Mateus significa “Dom de Deus”
- Mateus. O Evangelho não menciona seu autor. Todavia, desde os primitivos pais da igreja, a começar de Papias (discípulo de João), admitiu-se que esse autor foi o apóstolo Mateus.
- Nome: Mateus é a forma abreviada de Matatias (Lc 3.2), chamava-se antes “Levi” (Mc 2.14; Lc 5.27).
- Família: Era filho de Alfeu (Mc 2.14)
- Ofício: Publicano, isto é cobrador de impostos (10.3). Os publicanos eram cobradores de impostos de Roma, de ordinário extorquidores e geralmente desprezados pelos judeus.
- Chamado: Tornou-se discípulo de Cristo (Mt 9.9)
- Ministério. Mateus reage positivamente ao chamado de Cristo.
- Ofereceu grande banquete a Jesus e “deixou tudo” para segui-lo (Lc 5.29). Ele porém, nem sequer assume as honras desse feito. Perde de vista a sua própria pessoa em total adoração ao seu Herói. Amamo-lo por essa humildade com que se retraiu. Maravilhamo-nos diante da graça de Deus que escolheu um homem assim para ser o autor do livro que dizem ser “o mais lido do mundo”.
- Enviado como apóstolo (Lc 6.15)
- Seu nome aparece nas quatro listas dos apóstolos (Mt 10; Mc 3; Lc 6 e At 1)
- Sua Maior Obra. Não há registro de suas pregações. Todavia, quanto serviço prestou à humanidade com a produção deste livro!
- Tradição. A tradição diz que, depois de pregar aos seus conterrâneos, ( na Palestina por 12anos) foi para outras nações, e que Etiópia foi o centro dos seus trabalhos. A maior parte dos primitivos escritores afirma que ele teve a morte de um mártir.
- A Produção do Evangelho de Mateus. Entende-se que ele escreveu seu Evangelho originalmente em hebraico, e anos mais tarde, talvez lá pelo ano 60 A.D. apresentou dele uma edição mais completa em grego. A profissão de cobrador de impostos fê-lo acostumar a tomar notas. Foi companheiro pessoal de Jesus por uns dois anos ou mais, no decurso de todo seu Ministério Público. A hipótese muito disseminada hoje, contudo sem base, de que ele copiou seu Evangelho do de Marcos, é patentemente absurda. Não se têm absoluta certeza de Marcos haver sequer conhecido Jesus. Por que haveria Mateus de copiar, de um que não fora testemunha ocular, narrativas de fatos que ele mesmo vira com seus próprios olhos e ouvira muitas e muitas vezes com seus próprios ouvidos?
- Destinatários: Principalmente judeus. Este ponto de vista está confirmado pelas referências às profecias bíblicas hebraicas, cerca de 60, e pelas aproximadamente 40 citações do Antigo Testamento. Ressalta especialmente a missão de Cristo aos judeus.
- “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (4.17)
- O Propósito do Livro: Se descobre no primeiro versículo; Mateus é o “livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Isto O liga a duas das mais importantes alianças do Antigo Testamento: a com Davi acerca do trono, e a com Abraão quanto a terra (2 Sm 7.8-16; Gn 15.18). Mateus tinha como propósito mostrar que Jesus de Nazaré era o Rei-Messias das profecias hebraicas.
- A Abordagem Peculiar de Mateus. Mateus foi escrito para judeus, visando responder às suas indagações sobre Jesus de Nazaré, que alegava ser o Messias de Israel. Seria Ele de fato o Messias predito no Antigo Testamento? Se era, por que não estabeleceu o reino prometido? Esse reino será estabelecido algum dia? Qual o propósito de Deus para este ínterim? Assim, neste Evangelho, Jesus é freqüentemente chamado de Filho de Davi e é apresentado como Aquele que cumpre as profecias messiânicas do Antigo Testamento; o reino dos céus é o assunto central de boa parte de Seu ensino aqui registrado. Mateus também é caracterizado por sua inclusão de pessoas estranhas ao judaísmo. Os versículos finais registram a comissão de ir e pregar a todas as nações, e, nos quatro Evangelhos, somente em Mateus surge a palavra “igreja” (16.18; 18.17). Jesus também é chamado de Filho de Abraão (1.1), pois em Abraão “serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3)
- Ênfase: No Livro de Mateus, O Evangelho do Rei, vê-se nos primeiros capítulos o Rei dos judeus e por fim o Rei soberano nos céus e na terra, enviando Seus embaixadores às nações para exigir sua sujeição e adoração. A ênfase especial de Mateus é sobre o fato de ser Jesus o Messias vaticinado pelos profetas do Antigo Testamento, por ele citado repetidamente. Parece que visou de modo particular, leitores judaicos. Tão freqüente ocorre a expressão “reino dos céus”, que este Evangelho é comumente chamado “Evangelho do Reino”.
- A Estrutura do Evangelho de Mateus. Embora obedeça, não em cada incidente, mas no conjunto deles, uma ordem cronológica geral, seu material é antes agrupado por assuntos. Apresenta-se pormenorizadamente os discursos de Jesus, especialmente o “Sermão do Monte” e o discurso sobre “Sua Vinda e o Fim do Mundo”.
- O Evangelho do Reino: O Evangelho do Reino, pregado por Cristo e seus discípulos (4.23; 10.7) não é idêntico ao Evangelho pregado hoje. Aquele era a boa notícia de que Deus estava para estabelecer sobre a terra um reino político e espiritual, governado por Jesus, como o Filho de Davi. Este se ocupa com o domínio espiritual de Cristo. O Evangelho do Reino foi pregado até a rejeição e crucificação de Cristo, e será pregado novamente durante a Grande Tribulação. (24.14) e antes da Segunda Vinda de Cristo como Rei. “As Boas Novas que pregamos hoje são concernentes à salvação por Cristo, e a chamada de um povo seu. Isto é o Evangelho da graça de Deus” – Lee
- Síntese:
- Autor, um dos Doze apóstolos. De estilo narrativo, especialmente adaptado aos judeus, mostra que Jesus era o Rei e Messias das profecias hebraicas.
- No primeiro capítulo da sua obra Mateus prova que Jesus nascera da linhagem real.
- No terceiro capítulo descreve-se o precursor do Rei, proclamando que o Reino está próximo.
- O Sermão do Monte é realmente o manifesto desse Rei. Seus milagres são suas credenciais (8 e 9)
- Suas parábolas são intituladas “Os mistérios do Reino”
- Até fora do país ele foi chamado “O Filho de Davi”.
- Declarou-se livre da obrigação de pagar tributos, sendo o Filho do Rei.
- Entrou por Fim em Jerusalém como Rei.
- Na sombra da cruz predisse a Sua volta em glória para reinar sobre tudo.
- Na ocasião de sua morte, fenderam-se as rochas, a terra tremeu e mortos saíram dos túmulos.
- A sua ressurreição foi com poder majestoso, acentuado por terremoto e grande terror entre os guardas.
- Nas suas últimas palavras proclamou-se Seu direito de Rei e deu a Sua ordem real: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto”
- Divisões importante de Mateus são:
- O Sermão do Monte (5-7)
- As Parábolas do Reino (13)
- O Sermão Profético (24-25) – que trata de eventos futuros
- Particularidades de Mateus.
- O primeiro livro do Novo Testamento, embora escrito depois de Marcos.
- O único livro do Novo Testamento escrito, originalmente, em hebraico, ou aramaico.
- Este Evangelho, mais do que qualquer dos outros,faz ver a ligação entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
- Há neste livro, cerca de 60 citações do Antigo Testamento.
- A expressão “para que se cumprisse...”, repetida com freqüência indicam que as profecias do Antigo Testamento se cumpriram em Cristo.
- “reino” aparece 50 vezes, e “reino dos céus” 30 vezes. “Filho de Davi” sete vezes.
- Jesus de Nazaré é o grande Messias, o verdadeiro Rei, prometido de Deus e esperado por seus patrícios, os judeus. Para esse fim, Mateus cita cerca de 40 passagens do Antigo Testamento.
- O único lugar na Bíblia onde aparece o termo “reino dos céus” é no livro de Mateus; aí aparece 33 vezes!
- A genealogia completa de Jesus (1.1-17)
- A matéria do livro de Mateus, na maior parte, não foi escrita em ordem cronológica. Note-se como quase todos os milagres estão agrupados nos capítulos 8 e 9, enquanto uma grande parte das lições de Cristo estão ajuntadas nos capítulos 5 a 7, e 23 a 25.
- Matérias Exclusivas do Evangelho de Mateus.
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- A visita dos magos (2.1)
- A fuga para o Egito (2.13-14)
- A matança dos meninos (2.16)
- A volta a Nazaré (2.19-23)
- Os fariseus e saduceus vêm a João (3.7)
- Pedro caminha sobre as águas (14.28-31)
- As trinta peças de prata aceitas por Judas (26.15)
- O sonho da esposa de Pilatos (27.19)
- A aparição dos santos ressuscitados (27.52)
- A guarda no túmulo (27.64-66)
- O suborno dos soldados (28.12-13)
- O terremoto (28.2)
- A Grande Comissão (28.19,20)
- O Sermão da Montanha (5-7)
- “Vinde a mim todos os que estais cansados” (11.28)
- O sermão contra a hipocrisia religiosa dos líderes judeus (23)
- A cura dos dois cegos (9.28-30)
- O dinheiro do tributo (17.24-27)
- Parábolas.
- O joio (13.24)
- O tesouro escondido (13.44)
- A pérola de grande valor (13.45)
- A rede (13.47)
- O credor incompassivo (18.23)
- Os trabalhadores da vinha (20.1-16)
- Os dois filhos (21.28-32)
- As bodas do filho do rei (22.1-14)
- As dez virgens (25.1-13)
- Os talentos (25.14-30)
- As ovelhas e os bodes (25.31-46)
- A Cristologia em Mateus – Uma descrição de Jesus:
A característica predominante de Cristo em Mateus é a do rei prometido:
- O Renovo de Davi (Jr 23.5; 33.15).
- Chamado “Rei” (2.2; 21.5; 25.34,40)
- Chamado “Filho de Davi” (1.1; 9.27; 12.23; 15.22)
- A palavra “cumprimento” indica que as profecias messiânicas foram cumpridas nele. O propósito deste Evangelho é mostrar que Jesus, a quem os judeus crucificaram era o Messias predito, por isso abundam as referências ao Antigo Testamento, em número superior a oitenta, havendo mais de quarenta citações verbais. A frase “que fosse cumprida” ocorre nove vezes, e mais nove vezes se encontram “cumprir” ou “cumprido”.
- Jesus nasceu de uma virgem, como foi predito por Isaías (1.23)
- Nasceu em Belém, de acordo com a profecia de Miquéias (2.5,6)
- Desceu ao Egito, de acordo com Oséias (2.15)
- Morou em Nazaré, cumprindo a esperança (2.23)
- Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, para cumprir a profecia (4.13-16)
- Ele veio, não para destruir a Lei, mas para cumpri-la (5.17,18)
- Quando curava, fazia-o de acordo com a profecia (8.16,17)
- E seus discursos eram o cumprimento das Escrituras ( 13.10-15).
- A sua entrada em Jerusalém, a denúncia, a captura no Jardim, a sua morte e amaneira pela qual se realizou, a sua voz na cruz, o seu enterro e a sua ressurreição, todos estes fatos se deram de acordo com as Escrituras, para que fosse cumpridas. No monte da Transfiguração, o Pai testificou dele por citações tiradas das Sagradas Escrituras: a Lei, os Profetas, e os Salmos, e mediante essas mesmas Escrituras, Jesus derrotou o Diabo no deserto.
Tão intimamente estão ligados a vida e ministério de Jesus à revelação do Antigo Testamento, que para entender a Cristo é necessário conhecer as Escrituras do Antigo Testamento, e para entender essas mesmas Escrituras é preciso conhecer a Cristo. E desta verdade Mateus é o expositor.
- Mateus registra:
- A genealogia de Jesus.
- Seu Nascimento em Belém, a cidade de Davi, de acordo com Miquéias.
- O ministério do seu precursor, segundo Malaquias (Ml 3.1)
- O ministério do Rei. Sua rejeição por Israel, e as suas predições de uma Segunda Vinda em poder e grande glória.
Somente depois de ter apresentado Cristo como Rei é que Mateus volta à aliança anterior, relatando a morte expiatória do Filho de Abraão (Mt 26.28). Essas considerações determinam o propósito e a estrutura de Mateus, que é em primeiro lugar, o Evangelho para Israel, e, extensivamente, pela morte expiatória de Cristo, um Evangelho para todo o mundo.