EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
- A EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS
A Unidade da Igreja
- As Epístolas da Prisão. Efésios, Filipenses, Colossenses são às vezes denominadas “Epístolas da Prisão”, já que foram todas escritas durante a prisão de Paulo em Roma (3.1; Fp 1.7; Fm 9). Debate-se a dúvida quanto à possibilidade de Paulo ter sido prisioneiro uma ou duas vezes em Roma, embora pareça que os fatos se encaixem melhor na teoria das duas prisões. Durante a primeira prisão, Paulo foi mantido prisioneiro num acampamento da guarda pretoriana (ou próximo a ele), ou ainda numa casa que ele mesmo alugara (At 28.30) por dois anos, durante os quais estas cartas foram escritas. Ele previa sua libertação (Fm 22), após a qual realizou várias viagens, escreveu 1 Timóteo e Tito, foi novamente aprisionado, escreveu 2 Timóteo e foi martirizado. Estas portanto, são as cartas da primeira prisão em Roma, ao passo que 2 Timóteo é a carta da segunda prisão.
- Paulo (1.1)
- Títulos da Epístola. Devido a sua linguagem altamente espiritual, ela é conhecida como:
- “A Epístola do Terceiro Céu de Paulo”
- “Os Alpes do Novo Testamento”
- “O Evangelho da Graça de Deus”
- Data e local: Provavelmente escrita em Roma, ano 60-64 A.D
- Uma Encíclica: Várias coisas indicam que Efésios foi uma carta circular, um tratado doutrinário em forma de carta, enviada às várias igrejas da Ásia Menor.
- Alguns bons manuscritos gregos omitem as palavras “em Éfeso” em (1.1).
- Há marcante ausência de controvérsia nesta carta, que não trata de problemas de uma igreja em especial.
- Já que Paulo trabalhara em Éfeso por quase três anos, e que normalmente mencionava os nomes de muitos amigos nas igrejas às quais escrevia, a ausência de nomes pessoais nesta carta apóia fortemente a idéia de seu caráter encíclico. Provavelmente, foi enviada primeiro a Éfeso, por meio de Tíquico (Ef 6.21,22; Cl 4.7), sendo talvez a mesma carta chamada “a dos de Laodicéia” em Colossenses 4.16.
- Contexto Histórico:
- O Ministério de Paulo em Éfeso. O Cristianismo provavelmente chegou a Éfeso com Áquila e Priscila, quando Paulo fez ali uma breve parada em sua segunda viagem missionária (At 18.18-19). Em sua terceira viagem ele permaneceu na cidade por quase três anos e o evangelho se disseminou por toda a província Romana da Ásia (At 19.10). A cidade era um centro comercial, político e religioso, estando ali o templo de Ártemis (Diana). Como grande centro comercial, rivalizava com Alexandria e Antioquia. Depois de Paulo, Timóteo liderou a igreja por algum tempo (1 Tm 1.3)e, mais tarde, o apóstolo João fez da cidade a sua base de operações.
- Sua primeira visita (At 18.18-21).
- Em sua segunda visita, o Espírito Santo foi dado aos crentes (At 19.2-7)
- Continua seu trabalho com êxito extraordinário (At 19.9-20)
- Seu conflito com os artífices (At 19.23-41)
- Sua palavra aos anciãos (At 20.17-35)
- Marco Histórico: Os judeus nas igrejas primitivas se inclinavam a ser exclusivos e a separar-se de seus irmãos gentios. Esta situação na igreja de Éfeso pode ter motivado o apóstolo a escrever esta carta, cuja idéia fundamental é a unidade cristã.
- Tema Principal: O grande tema desta carta é o propósito eterno de Deus de estabelecer e completar o Seu corpo, a Igreja de Cristo. A unidade da igreja, especialmente entre os crentes judeus e gentios. Ao desenvolver este tema, Paulo trata de predestinação (1.3-14), a liderança de Cristo sobre o corpo, como Cabeça (1.22-23; 4.15-16), a Igreja como edifício e templo de Deus (2.21,22), o mistério de Cristo (3.1-21), dons ministeriais (4.7-16), e a Igreja como a noiva de Cristo. Paulo dedicou a vida a ensinar aos gentios que eles podiam ser cristãos sem se tornar prosélitos dos judeus. Em geral, isso desagradava a estes, porquanto, na sua concepção, a Lei Mosaica, obrigava a todos, e tinham findos preconceitos contra os gentios incircuncisos que se atreviam a se ter na conta de discípulos do Messias judeu. Por um lado, Paulo ensinava que permanecessem firmes como rochedo na liberdade que tinham em Cristo, como fez nas cartas aos Gálatas e aos Romanos; por outro lado, não queria que esses gentios tivessem preconceitos contra os judeus, seus companheiros cristãos, antes os considerassem como irmãos em Cristo. não queria ver duas igrejas: uma judaica e outra gentílica; mas uma Igreja: Judeus e gentios um em Cristo.
- Seu gesto, em favor dessa unidade, visando os elementos judaicos da Igreja, foi a grande oferta em dinheiro que levantou nas igrejas gentílicas, ao fim de sua terceira viagem missionária, em prol dos crentes pobres da igreja-mãe em Jerusalém. Esperava que esta demonstração de amor cristão levasse os cristãos judeus a ser mais benévolos para com seus irmãos gentios.
- Seu gesto, em favor dessa mesma unidade, tendo em mira os elementos gentílicos da Igreja, foi esta Epístola, escrita ao principal centro de seus convertidos gentios, onde exalta a UNIDADE, UNIVERSALIDADE e GRANDEZA INDIZÍVEL do corpo de Cristo. Para o apóstolo, Cristo era algo imenso, em quem havia lugar não somente para pessoas das mais diferentes raças, pontos de vista e preconceitos, mas que possuía o poder de resolver todos os problemas da humanidade, bem como levar a unir-se e harmonizar-se com Deus não só toda a vida da sociedade e da família (5.22-6.9), como também até as miríades de seres do universo invisível.
- Síntese.
- Escrita à igreja de Éfeso. É uma exposição do glorioso plano de salvação. Enfatiza especialmente o fato de que foram derrubadas todas as barreiras entre judeus e gentios.
- Esta é uma das quatro “Epístolas da Prisão”, escritas por Paulo quando detendo em Roma (62-64 A.D); as outras foram Filipenses, Colossenses e Filemom. Três destas foram escritas ao mesmo tempo e conduzidas pelos mesmos portadores: 6.21; Cl 4.7-9; Fm 10-12. Houve outra, que não existe hoje (Cl 4.16)
- “Três pensamentos principais aparecem nesta Epístola: a posição exaltada, pela graça de Deus, do crente. A verdade concernente ao Corpo de Cristo, e o andar condigno com essa posição” – Scofield
- Particularidades da Epístola.
- Uma das três escritas da sua prisão em Roma (At 28.16; Ef 3.1; 4.1; 6.20)
- É a primeira em ordem das cartas escritas durante o encarceramento romano.
- É a carta mais impessoal de Paulo.
- Há registrado nas Escrituras cinco mensagens dirigidas aos Efésios.
- De Paulo aos presbíteros da igreja de Éfeso (At 20.18-35)
- A Epístola do mesmo apóstolo.
- Duas cartas de Paulo a Timóteo, na ocasião que este pastoreava a Igreja em Éfeso.
- A carta de Cristo (Ap 2.1-7)
- Uma Carta Circular (?):
- Apesar de Paulo trabalhar mais de dois anos em Éfeso, não há nesta epístola qualquer saudação aos seus muitos amigos.
- Ainda mais as palavras “em Éfeso” acarecem em somente em somente um dos três manuscritos mais antigos.
- Alguns comentaristas acham que esta epístola servia como uma carta circular, escrita para todas as igrejas da Ásia.
- Éfeso, sendo a cidade principal, seu nome, por fim entrou permanentemente na sua saudação.
- A Doutrina da Epístola confirma este pensamento. Ela contém a mais elevada verdade da Igreja, mas nada diz sobre a ordem na Igreja. A igreja aqui é a verdadeira Igreja, “seu corpo”, não a igreja local como em Filipos, Corinto, etc.
- Alguns opinam, também, que é a epístola aos de Laodicéia (Cl 4.16)
- Cinco vezes ocorre nesta Epístola a frase “As regiões celestiais” (1.3, 20; 2.6; 3.10; 6.12)
- A palavra “graça” aparece doze vezes.
- A palavra “riqueza” é igualmente repetida muitas vezes: “a riqueza da Sua graça” (1.7; 2.7); “A riqueza da Sua glória” (1.18; 3.16); “insondáveis riquezas de Cristo” (3.8)
- As palavras “com” e “juntamente” (1.10; 2.6; 2.22)
- A palavra “Um”:
- “um só novo homem” (2.14,15)
- “um só corpo” (2.16)
- “um Espírito” (2.18)
- “uma esperança” (4.4)
- “um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e Pai de todos” (4.5,6)
- “Em Cristo”: (1.1,3, 6, 12, 15, 20; 2.10, 13; 3.11;4.21)
- Seleções escolhidas:
- Orações de Paulo pela igreja (1.16-23; 3.14-21)
- A unidade cristã (4.3-16)
- A armadura espiritual (6.10-17)
- A Cristologia em Efésios – Cristo Descrito por Paulo.
- O Exemplo Supremo de Maturidade (4.13)
- A Mensagem de Efésios. “A Epístola aos Efésios leva-nos às maiores alturas da posição cristã. É como se entende, a Epístola dos lugares celestiais. Cristo está assentado ali, e nós estamos sentados com Ele. A própria cena do nosso conflito é os lugares celestiais. Nisto, há uma semelhança, como tem sido notado há tempos com o livro de Josué. Precisamente como Israel precisava tomar posse praticamente daquilo que lhe pertencia pelo dom de Deus, assim devemos nós tomar posse daquilo que é nosso nos lugares celestiais. A altura da perspectiva aqui dá-nos uma mais ampla visão da verdade do que aquele que temos gozado anteriormente – de fato, a mais larga possível. É verdade que em Romanos a declaração do nosso lugar em Cristo perante Deus implica virtualmente a posição celestial, mas o assunto não é desenvolvido ali. Temos em Romanos a cabeça da nova criação. Em Gálatas, a nova criação é referida casualmente. Em Efésios, em algum sentido, vamos mais adiante. A nova criação e sua Cabeça estão em contraste com a velha criação, e o primeiro Adão; mas aqui encontramos todas as coisas reunidas em Cristo, coisas no céu e na terra. Olhamos para trás para ver o propósito divino a nosso respeito antes que o mundo existisse. Olhamos adiante para ver a graça de Deus manifestada aos principados e potestades nos lugares celestiais na sua “bondade conosco em Cristo Jesus”, e a divina glória manifesta na Igreja durante os séculos. Assim temos a visão mais ampla que se encontra no Novo Testamento. Efésios não trata do aspecto terrestre, por assim dizer, da nossa posição, como se apresenta em Romanos e Gálatas. Não lemos nem “mortos ao pecado” nem “à lei” nem “crucificados ao mundo”. Aqui, somos criados em Cristo Jesus, vivificados nele, elevados e sentados com Ele nos lugares celestiais. Isso é o que é nosso individualmente, e o que prepara o caminho para o desenvolvimento da verdade da Igreja. Primeiro vemos que a noiva de Cristo há de ser do seu parentesco, como Abraão exigiu que fosse a noiva de Isaque. Assim temos logo de começo o que é individual e que prepara o caminho para considerarmos nossa posição corporativa como unidos a Cristo pelo Espírito e feitos membros do seu corpo, bem como habitação de Deus pelo Espírito. Esta é a plena revelação agora daquilo que foi mistério escondido em Deus nos séculos passados. Paulo é o ministro especial dessa verdade, para levar os homens à plenitude da bênção – Grant