LUCAS - O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM
LUCAS – O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM
Jesus, o Filho do Homem.
O Evangelho de Lucas é um documento histórico, bem pesquisado e fundamentado.
Este é o Evangelho do compassivo Filho do Homem que oferece salvação a todo o mundo (19.10)
- Título.
- Lucas (compare Lc 1.1-3 com Atos 1.1,2). Também é o autor de Atos. (Seu nome menciona-se só três vezes no Novo Testamento: Cl 4.14; Fm 24; 2 Tm 4.11). Ambos os livros estão dirigidos à mesma pessoa.
- Evidências externas: Para uma expressa alusão a Lucas como sendo o autor deste Evangelho temos de esperar até os tempos de Irineu e o Fragmento Muratório no fim do segundo século.
- Evidências Internas.
- Lucas.
- Profissão. O médico amado (Cl 4.14)
- Segundo Eusébio, era natural de Antioquia, na Síria. Era gentio, talvez grego.
- Lucas e Paulo. Acompanha Paulo (At 16.10; 2 Tm 4.11). Lucas foi amigo íntimo e companheiro de viagem de Paulo, como se percebe nas sua alusões pessoais ao registrar as viagens do apóstolo [Veja o livro de Atos onde o autor muda os pronomes para “nó”, indicando que ele estava presente nestes tempos (At 16.10; 20.6; 27.1; 28.16)]
- Obras Literárias.
- Escreveu o Evangelho segundo Lucas e
- Atos dos Apóstolos.
- Estilo de Lucas.
- Método Científico de Lucas. No prólogo do Evangelho, Lucas afirma que seu próprio trabalho foi estimulado pelas obras de outros (1.1), que ele consultou testemunhas oculares (1.2), e que ele selecionou e dispôs as informações (1.3) sob a direção do Espírito Santo, para instruir Teófilo quanto à fidedignidade da fé (1.4).
- A Exatidão de Lucas: Lucas demonstrou ser um historiador de confiança, mesmo nos detalhes. Sir William Ramsey mostro que, ao fazer referência a 32 países, 54 cidades e 9 ilhas, Lucas não cometeu nenhum erro!
- As Fontes de Lucas.
- Sua estada em Cesaréia propiciou-lhe abundantes oportunidades de conseguir, em primeira mão, dos primeiros companheiros de Jesus e fundadores da igreja, informações acuradas de todos os pormenores.
- A mãe de Jesus possivelmente ainda vivia, na casa de João em Jerusalém. Lucas deve ter passado muitas horas preciosa ao lado dela, ouvindo-lhe as reminiscências do Filho maravilhoso.
- E Tiago, bispo de Jerusalém, irmão de Jesus, pode ter contado a Lucas muitos fatos interessantes sobre a vida inteira de Jesus.
- A Influência de Paulo. Muitos eruditos vêem algo da doutrina de Paulo no Evangelho de Lucas. A data exata da escrita do Evangelho é desconhecida. Porém, se este foi escrito depois que Lucas esteve sob a influência de Paulo, seria muito natural que este último desse algum colorido à narração.
- Tradição. A tradição diz que evangelizou no sul da Europa, e morreu como mártir na Grécia.
- Supõe-se geralmente que Lucas escreveu seu Evangelho cerca do ano 60 A.D, quando Paulo estava preso em Cesaréia; em seguida escreveu os Atos, durante a detenção desse apóstolo em Roma nos dois anos seguintes visto que, sendo os dois livros, endereçadas à mesma pessoa, são praticamente dois volumes de uma obra só.
- Dar uma narração coordenada e ordenada da vida de Cristo como a viram testemunhas oculares. João trata da divindade de daquele que é homem. Mas Lucas representa para nosso íntimo a humanidade daquele que é divino.
- A frase-chave é “O Filho do homem” (5.24; 6.5,22; 7.34; 9.22, 26, 44, 56, 58)
- O versículo-chave: “O Filho do homem veio procurar e salvar o que se perdera” (19.10)
- Destinatários:
- A Teófilo, cuja identidade é desconhecida. Teófilo, o recebedor da carta, era provavelmente um oficial público, pois o título “Excelentíssimo” não se aplicava a outras pessoas.
- Aos Gregos: A evidência interna indica que o livro foi escrito especialmente para os gentios (os gregos, especificamente). O livro é próprio para os gregos. Esta dedução decorre do fato de que o escritor se esforça para explicar os costumes judaicos, e algumas vezes substitui nomes gregos por hebraicos. A opinião comum é que, embora cada Evangelho se destinasse em última instância a toda a humanidade, Mateus visou imediatamente os judeus, Marcos, os romanos, e Lucas os gregos, cujo ideal de perfeição era diferente do conceito romano. Enquanto os romanos entenderam que sua missão era governar, os gregos sentiam que a sua era a educar, elevar e aperfeiçoar o homem. O ideal romano (para quem Marcos escreveu) era a glória militar, a autoridade governamental; o dos gregos, a sabedoria e a formosura.
- A civilização judaica fizera-se em torno das Escrituras, daí Mateus apelar para estas.
- A civilização romana gloriava-se na idéia de governo, e de poder, donde Marcos chamar atenção específica para os milagres de Jesus, que eram demonstrações do Seu poder sobre-humano.
- A civilização grega representa a cultura, a filosofia, a sabedoria, a razão, a beleza, a educação, motivo por que, para apelar ao espírito meditativo, culto e filosófico dos gregos, Lucas, numa obra completa, coordenada e clássica, que tem sido chamada “a mais bela que já se escreveu”, esboça a beleza e a perfeição gloriosa da vida de Jesus, o homem ideal e universal.
- Depois, a estes três Evangelhos João acrescenta o seu, para tornar claro e iniludível que Jesus era DEUS encarnado, em forma humana.
- Ênfase: A ênfase especial de Lucas é sobre a humanidade de Jesus. Como os outros evangelistas, apresenta-O como o Filho de Deus, porém de algum modo sublinha a Sua simpatia pelos fracos, pelos sofredores e pelos proscritos. No Livro de Lucas, O Evangelho do Filho do Homem, mostra-se o coração de Jesus em uma série de manifestações de Sua compaixão, ternura e amor. Primeiro revela-o como Criança de colo e, por fim, no passeio a Emaús, mostra que Seu coração humano não se mudara na morte e nem na ressurreição; Ele continua Filho do Homem.
- O Reconhecimento do Evangelho de Lucas. Quando Paulo escreveu sua Primeira Carta a Timóteo, lá por 65 d.C., ou o Evangelho de Lucas ou o de Mateus já circulava entre as igrejas reconhecido como “Escritura”, porquanto Paulo cita, como “Escritura”, as palavras – “Digno é o obreiro do seu salário” – 1 Tm 5.18, que não se encontram em parte alguma da Bíblia, salvo (Mt 10.10; Lc 10.7)
- Síntese.
- Autor, “médico amado”.É a biografia mais complexa de Jesus como o Filho do Homem, cheio de compaixão pelos pecadores e os pobres.
- É com intento de destacar Jesus como o Filho do Homem, que Lucas narra os eventos salientando a humanidade de Jesus.
- Sua genealogia é traçada até Adão.
- É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os eventos na vida de Sua mãe, do Seu nascimento, da Sua infância e da Sua mocidade.
- São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana.
- Contudo Lucas não se esquece de forma alguma, da superabundante glória da divindade e da majestade de Jesus Cristo.
- Particularidades
- O último dos três Evangelhos Sinópticos.
- Este junto com Atos dos Apóstolos, no princípio, formavam uma obra de dois volumes sobre a origem do Cristianismo e sua disseminação de Jerusalém a Roma.
- Um dos característicos do Evangelho Segundo Lucas é que registra mais parábolas do que os outros evangelhos.
- É este o Evangelho da graça universal de Deus. (2.32; 3.6; 24.47). Embora especificamente destinado a Teófilo, o Evangelho se inclina para todos os gentios.
- O autor demonstra interesse incomum em assuntos médicos (4.38; 7.15; 8.55; 14.2; 18.35; 22.50)
- Há muita atenção para os acontecimentos ligados ao nascimento de Cristo. Somente Lucas registra a anunciação a Zacarias e Maria, os cânticos de Isabel e Maria, o nascimento e a infância de João Batista, o nascimento de Jesus, a visita dos pastores, a circuncisão de Jesus e Sua apresentação no templo, detalhes da infância de Jesus e os pensamentos íntimos de Maria.
- É o Evangelho do Filho do Homem – Ressalta a amável atitude de Cristo para com os pobres, os humildes, e os marginalizados.
- Os discípulos pobres (6.20);
- A mulher pecadora (7.37);
- Maria Madalena (8.2);
- Os samaritanos (10.33);
- Os publicanos e pecadores (15.1);
- Os mendigos abandonados (16.20,21);
- Os leprosos (17.12);
- O ladrão na cruz (23.43)
- É o Evangelho devocional.
- As Orações no Evangelho de Lucas.
- Orações nas Parábolas.
- O amigo à meia-noite (11.5-8)
- O juiz iníquo (18.1-8)
- O fariseu e o publicano (18.9-14)
- As Orações de Jesus.
- Em seu batismo (3.21)
- No deserto (5.16)
- Antes de escolher aos discípulos (6.12)
- Na transfiguração (9.29)
- A oração do Pai-Nosso (11.1)
- Por Pedro (22.32)
- No jardim do Getsêmani (22.44)
- Na cruz (23.46)
- O Louvor no Evangelho Lucas. Ao descrever o maior avivamento que o mundo jamais viu, registra cinco cânticos exclusivos do seu Evangelho. Alguns dos grandes hinos cristãos foram baseados neste Evangelho.
- A “Beatitude” de Isabel.
- O “Magnificante” de Maria (1.46-55)
- O “Benectitus” de Zacarias (1.68-79)
- “Glória Excelsis” dos anjos (2.13-14)
- O “Nunc Dimitis” o regozijo de Simeão (2.29-32)
- Honra preeminente a mulher. A mulher tem um lugar preeminente na narrativa de Lucas (1; 2.37; 4.26; 7.12; 10; 18.3; 21.2; 23.27).
- Material Exclusivo do Evangelho de Lucas.
- A pesca milagrosa (5.6)
- A ressurreição do filho da viúva de Naim (7.11-15)
- Os dez leprosos (17.12)
- A cura de Malco (22.51)
- Cristo chora sobre Jerusalém (19.41)
- O suor como gotas de sangue (22.44)
- Cristo perante Herodes (23.8)
- Palavras de Cristo às mulheres de Jerusalém (23.8)
- O ladrão arrependido (23.40)
- O caminho de Emaús (24.13-31)
- Parábolas narradas somente no Evangelho de Lucas.
- O bom samaritano (10)
- O amigo importuno (11)
- O rico insensato (12)
- Os servos vigilantes (12)
- O mordomo fiel e prudente (12)
- A figueira estéril (13)
- A grande ceia (14)
- A moeda perdida (15)
- A ovelha perdida (15)
- O filho pródigo (15)
- O mordomo infiel (16)
- Os servos indignos (17)
- O fariseu e o publicano (18)
- O juiz iníquo (18)
- As dez minas (19)
- A biografia de Cristo. É mais completa em Lucas do que em qualquer dos outros Evangelhos. Cerca da metade do material deste livro não está nos outros. Muitos dos mais importantes discursos de nosso Senhor e dos impressionantes incidentes de sua vida estão registrados neste Evangelho.
- A Cristologia em Lucas – Uma Descrição de Jesus.
O retrato que Lucas apresenta de Cristo é o do Homem Perfeito- Esse que ultrapassa o mais elevado ideal dos gregos. Embora fale da divindade de Cristo, a ênfase está mais na perfeição da sua humanidade.
- O Amigo dos Pecadores e Desprezados.
- Veio buscar e salvar os perdidos (19.10) – Veja as Histórias:
- Do Bom samaritano (10.3-37)
- Da ovelha perdida (15.4-7)
- Do Filho pródigo (15.11-32)
- Do fariseu e do publicano (18.10-14)
- De Zaqueu (19.2-10)
- Do Ladrão arrependido (23.39-43)
- A Mensagem de Lucas. Lucas dá-nos “o semblante de um homem”, e em nenhum dos outros evangelhos sinóticos somos levados tão perto de Deus, ou nos é Ele revelado tão claramente. Isso se liga necessariamente ao aspecto da obra de Cristo exemplificada na “vítima pacífica”, o fruto da expiação, apresentada nos Evangelhos anteriores. Desapareceu a nuvem que ocultava o rosto divino. Sua humilde é provada em toda a realidade de fraqueza e dependência, no seu nascimento e infância; crescendo em sabedoria e estatura; constante em oração; no meio de tudo vemo-lo perfeito na obediência, uma coisa nunca antes vista sobre a terra – de maneira que o bom prazer de Deus nos homens, do qual os anjos falaram, é justificado e necessitado. Aqui Deus e os homens se encontram, com bem-aventurança para os homens, a qual enche o coração e a vida com louvor responsivo. Até mesmo da cruz, como a vemos aqui, foi-se a suprema agonia. Não há nenhum clamor de abandono: “Meu Deus”, muda-se em “Pai”. Ele intercede pelos inimigos; fala de paz ao ladrão moribundo ao seu lado. Em todo o livro a salvação é uma coisa cumprida: graça e paz, remissão de pecados proclamam-se em todas as páginas.