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1 E 2 EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES

  1. A I EPÍSTOLA DE PAULO AOS TESSALONICENSES

 

A Segunda Vinda do Senhor

 

Nestas cartas Paulo revela a sua alma mais que o seu assunto. Aqui o pulsar do amoroso coração do apóstolo tornou-se audível. Ele se compara a uma meiga pajem (2.7), a um pai severo (2.11), e a um órfão sem lar. Ele se mostra disposto a gastar e a ser gasto pela expansão do Evangelho. É Paulo, o homem que se nos apresenta meigo em sua força, amoroso em sua exortação, intrépido em sua coragem, sincero em suas motivações – um homem, como Carl Sandburg, disse de Abraham Lincol: “de aço e veludo, duro como a rocha e macio como nevoeiro que esvai”

 

  1. Autor. Paulo. Forçado a sair de Tessalônica pela violência dos judeus, deixou a recém fundada igreja sofrendo dificuldades. Em Atenas e sem poder voltar a Tessalônica (2.18) enviou-lhes Timóteo (3.1,2) Quando Timóteo voltou para Paulo, em Corinto (At 18.1-5; 1 Ts 3.6), o apóstolo escreveu a primeira epístola.

 

  1. O ano e o lugar não podem ser determinados com segurança. Acredita-se geralmente que esta carta foi a primeira de todas as cartas de Paulo e que provavelmente tenha sido escrita em Corinto, 49-54 A.D. Não muito depois da sua partida de Tessalônica, na sua segunda viagem missionária.

 

  1. Ocasião: A Igreja de Tessalônica foi fundada cerca de 50 A.D, na segunda viagem missionária de Paulo e após deixar Filipos (At 17.1-9). Parece de Atos 17.2 que Paulo só passou lá três semanas (Fp 4.16; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8) porém implicam que ele esteve lá mais tempo. Pode ser que pregasse três sábados na sinagoga, e depois em algum outro lugar. Mas, pelo menos, não esteve lá o tempo suficiente para instruir plenamente a igreja. Expulso de Tessalônica, dirigiu-se a Beréia, uns 80 km ao oeste. Logo, porém, foi tangido também daí, deixando Silas e Timóteo. Ao chegar a Atenas, 320 km ao sul, sozinho, mandou recado a Beréia para que esses dois amigos fossem ter com ele o mais breve possível (At 17.14,15). Chegando eles a Atenas, Paulo cheio de ansiedade pela jovem igreja de Tessalônica, imediatamente mandou Timóteo de volta para lá. Quando este regressou, Paulo tinha saído de Atenas para Corinto. Timóteo trouxe a notícia de que os cristãos tessalonicenses estavam suportando suas perseguições com bravura, mas que alguns haviam falecido e os outros estavam embaraçados para saber como esses falecidos lucrariam alguma coisa da Vinda do Senhor, doutrina esta a que Paulo, evidentemente, tinha dado ênfase especial quando estivera com eles. Foi então que o apóstolo escreveu esta Carta para dizer-lhes, principalmente, que os que morreram não perderiam nada quando o Senhor viesse.

 

  1. Destinatário.
  • A Cidade de Tessalônica. “Conquista de Tessália”, isto é, da antiga Grécia Capital da Macedônia, situada na via Egnatia que ligava Roma a toda região ao Norte do mar Egeu.
    • Paulo e Silas pregam lá (At 17.1)
    • Não examinavam as Escrituras (At 17.11)
    • Os Filipenses enviam ofertas para Paulo em Tessalônica (Fp 4.16)
    • Paulo dirige duas epístolas à Tessalônica.
    • Demas abandona Paulo indo à Tessalônica (2 Tm 4.10)
    • Durante alguns séculos depois de Cristo é conhecida como a “Cidade Ortodoxa” sendo um grande centro do Cristianismo.
    • Chama-se atualmente Salônica. Situada no ângulo N.O do Mar Egeu, defronte de belo ancoradouro, numa planície rica e bem irrigada sobre a grande estrada militar setentrional que se estendia de Roma ao Oriente. De lá se avistava o Monte Olímpo no tempo, habitação dos deuses gregos. Cidade principal da macedônia no tempo de Paulo. Ainda hoje é cidade próspera.
  • A Igreja de Tessalônica. As duas epístolas forma dirigidas à igreja em Tessalônica em conjunção com Silvano (Silas) e Timóteo (1.Ts 1.1; 2 Ts 1.1; At 17.14). Três missionários chegaram em Tessalônica. Dois deles, seus corpos marcados dos terríveis açoites que levaram, tinham saído da masmorra mais segura em Filipos. Seus aspectos revelavam sua pobreza abjeta, seus sofrimentos excessivos, sua insignificância terrestre. Mas eles proclamavam o Evangelho, “não somente em palavras, mas, sobretudo em poder, no Espírito Santo” (1.5). E no espaço curto de três semanas (At 17.2) fundaram uma igreja que se tornou o modelo não somente para os crentes na Macedônia e na Acaia, mas por toda parte (1.6-9). Ali Paulo encontrou uma oposição violenta à sua obra, mas teve êxito em ganhar alguns judeus e numerosos gregos, o que lhe permitiu estabelecer uma igreja.
    • Tessalônica – Uma Igreja Modelo.
    • O Sucesso de Paulo em Tessalônica: Embora só estivesse lá pouco tempo, Paulo revolucionou-a. Seus inimigos acusaram-no de “transtornar o mundo” (At 17.6); “numerosa multidão de gregos piedosos e muitas mulheres distintas” creram (At 17.4). O sucesso desse trabalho foi noticiado por toda a Grécia (1Ts 1.8,9)
    • A Escola Bíblica.
  • Duração. Durante uma missão de aproximadamente um mês.
    • Eleição (1.4)
    • Espírito Santo (1.5,6; 4.8; 5.19)
    • Segurança (1.5)
    • Trindade (1.1,5,6)
    • Conversão (1.9)
    • Segunda Vinda de Cristo (1.10; 2.19; 3.13; 4.14-17; 5.23)
    • Testemunho do crente (2.12; 4.1)
    • Santificação (4.3; 5.23)
    • Dia de Jeová (5.1-3)
    • Ressurreição (4.14-18)

 

  1. Chave: A Segunda Vinda de Cristo. Cada capítulo finda com esse assunto (1.10; 2.19,20; 3.13; 4.13-18; 5.23). Um dos motivos dos Tessalonicenses converterem-se foi o de aguardar dos céus, o Filho de Deus (1.9,10)

 

  1. Divisões da Carta – Robert Lee dá as seguintes divisões da Epístola
  • Capítulo Um. A Vinda do Senhor, Uma Esperança Inspiradora para o Novato.
  • Capítulo Dois. A Vinda do Senhor, Uma Esperança Encorajadora para o Fiel Servo.
  • Capítulo Três. A Vinda do Senhor, Uma Esperança Purificadora para o Crente.
  • Capítulo Quatro. A Vinda do Senhor, Uma Esperança Consoladora para o Aflito.
  • Capítulo Cinco. A Vinda do Senhor, Uma Esperança Despertadora para o Cristão Sonolento.

 

 

  1. Objetivos da Carta:

 

  • Novos Convertidos nas Verdades Fundamentais que já haviam aprendido.
  • Expressar sua gratidão.
  • Exortá-los. A prosseguir na santidade. Estimulou os novos convertidos a não apenas ficarem firmes diante da perseguição, mas também resistirem à pressão de voltar aos velhos hábitos pagãos.
  • Confortá-los. Quanto aos falecidos. Paulo respondeu à pergunta quanto ao que acontece aos crentes que morrem antes da volta do Senhor (3.2,3; 4.1-12)
  • Defender-se de uma campanha que visava difamar seu ministério, afirmando que era realizado apenas com fins lucrativos (2.9-10).
  • Discutir alguns problemas eclesiásticos que careciam de tratamento ( 5.12-12, 19-20)

 

  1. Marco Histórico: Timóteo havia sido enviado por Paulo a fim de animar e fortalecer a igreja. Aquele, em seu regresso, fez um relato que aparentemente inspirou o apóstolo a escrever a carta (3.6)

 

  1. Síntese.
    • Escrita à igreja de Tessalônica. Possui recomendações apostólicas, reminiscências, conselhos e exortações. Dá especial ênfase à esperança consoladora da futura vinda de Cristo.
    • O corpo da carta consiste principalmente de recomendações, reminiscências pessoais, conselhos e exortações.
    • Paulo, Silas e Timóteo chegaram pela primeira vez à cidade portuária de Tessalônica durante a segunda viagem missionária (At 17.1-14). Este foi o segundo lugar em o Evangelho foi pregado na Europa (Filipos fora o primeiro). Pelo fato de a pregação do evangelho ter esvaziado a sinagoga, os judeus acusaram o hospedeiro de Paulo, um certo Jasom, de abrigar traidores de César. Os governantes da cidade retiveram Jasom como uma espécie refém e permitiram que os missionários deixassem a cidade. Quando chegaram a Atenas, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica (1 Ts 3.1-2,5) para animar os crentes e depois trazer um relatório sobre as condições da igreja. Timóteo reuniu-se a Paulo em Corinto (3.6), onde foram escritas as duas cartas aos tessalonicenses. Alguns pensam que Paulo permaneceu menos de um mês em Tessalônica (somente três sábados são mencionados em At 17.2). ele deve ter tido, todavia, um ministério mais extenso fora da sinagoga e da comunidade judaica, já que a igreja era composta predominantemente de gentios. Seja qual for o caso, ele se preocupou com a saída sob pressão e com o problema de deixar a igreja sem uma liderança experiente. O relatório de Timóteo deu a Paulo apenas razões de louvor a Deus pela condição saudável da igreja. Esta é uma carta escrita por um pastor aliviado e agradecido para o seu rebanho em crescimento.

 

  1. Particularidades da Epístola.
  • A primeira, cronologicamente, das epístolas de Paulo.
  • Esta é uma das cartas mais pessoais de todas as de Paulo. Não é tão doutrinária ou polêmica como algumas outras.
  • As passagens-chave desta Epístola são escatológicas, ou seja, relacionadas aos acontecimentos dos últimos dias, como o arrebatamento da Igreja (4.13-18) e o dia do Senhor (5.1-11)
  • A Cristologia em 1 Tessalonicenses – Cristo Descrito por Paulo – O Senhor que vem (4.16)

 

  1. A Mensagem de 1 Tessalonicenses. É especialmente notável que tanto, nesta como na Epístola seguinte, não sejam feitas referências aos assuntos que, nas Epístolas posteriores de Paulo, têm especial importância, como a liberdade dos gentios com respeito à lei cerimonial judaica, e a doutrina da justificação pela fé. Provavelmente as controvérsias que ocasionaram estes ensinamentos, caracteristicamente paulinos, não se tinham ainda levantado nas igrejas da Macedônia. O simples Evangelho, como foi pregado aos tessalonicenses, é resumido nestas e em outras passagens (1.9; 2.11-12; 4.2-7,14). Esta especial insistência é feita sobre a certeza e ação súbita da Segunda Vinda de Cristo, com este mandamento: “Vigiai e sede sóbrios” (5.2-11). Desta instrução, deduziram muitos crentes que estava próximo o aparecimento de Cristo, e, tirando do fato uma conclusão errônea, choravam a perda dos seus amigos falecidos, que, segundo imaginavam, já não teriam a alegria de ver o divino Salvador. Paulo, porém lhes dá os devidos esclarecimentos em 4.14-17. Não nega a possibilidade de Jesus vir durante a vida deles, mas tranqüiliza-os, dizendo: “Nós os que vivemos, não precederemos os que dormem... os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” Quer isto dizer que do povo cristão os primeiros ressuscitados serão os santos que já repousaram. Não há aqui referência alguma aos outros mortos, quer ímpios, quer pagãos – Angus

 

 

 

  1. A II EPÍSTOLA DE PAULO AOS TESSALONICENSES

 

Outras Instruções Sobre a Vinda do Senhor

 

  1. O apóstolo Paulo (1.1).

 

  1. Provavelmente escrita em Corinto pouco depois da primeira.

 

  1. Ocasião. Pode bem ter sido a volta do portador desta e seu relatório das idéias dos tessalonicenses.

 

  1. Escrita de Corinto, não muito depois da primeira: Silas e Timóteo estão com ele.

 

  1. O assunto fica, infelizmente, um tanto obscurecido por uma tradução errada do capítulo 2.2 – “o dia de Cristo estivesse já perto”, que deve ser: “o dia do Senhor já presente”. Os crentes tessalonicenses foram “movidos no seu entendimento” e “perturbados” por uma carta falsificada que lhe dava a entender que as perseguições que sofriam eram as do “Grande e Terrível Dia do Senhor”, do qual tinham aprendido e esperar que fossem guardados pelo “Dia de Cristo e nossa reunião com Ele”.

 

  1. A Segunda Vinda de Cristo. O apóstolo escreveu a segunda epístola, não para contradizer o que escrevera na primeira epístola, que o dia do Senhor estava próximo, mas para corrigir o engano de que o dia do Senhor já tinha chegado. Alguns creram, por causa das graves perseguições que sofriam que a Grande Tribulação já começara.

 

  1. Marco Histórico: É evidente que certas expressões da primeira carta de Paulo a esta igreja haviam sido mal interpretadas. Quando se referiu à incerteza do dia da vinda de Cristo, suas palavras haviam sido entendidas como se houvesse ensinado que o dia do Senhor estava perto. Esse mal entendido resultou numa desnecessária comoção. Os convertidos estavam perturbados e alarmados (2.2). Tinham pontos de vista errados acerca da proximidade da vinda do Senhor, que transformaram suas vidas. Alguns acreditam, de acordo com os versículos 2 e 3 do capítulo 2, que uma carta falsa, recebida pela igreja, havia agravado o problema, mas isto não passa de conjectura. Não há dúvida de que a carta de Paulo foi escrita para ajudar a estabelecer esta confundida e preocupada igreja.

 

 

  1. Síntese.
    • Escrita, provavelmente, por volta de 52 A.D. A fim de esclarecer à igreja a doutrina da segunda vinda de Cristo e alertar os crentes acerca de distúrbios e desordens sociais.
    • É uma continuação da primeira carta. Nessa primeira, Paulo falara da vinda do Senhor como sendo súbita e inesperada. Nesta, ele explica que não ocorrerá senão depois da apostasia.
    • Esta carta visava corrigir uma nova situação. Paulo recebera de algum modo, notícias de que houvera mal-entendidos, se não distorções propositais (2.2), de seu ensino sobre o vindouro dia do Senhor (1 Ts 5.1-11). Alguns pensavam que os juízos do dia do Senhor já haviam começado; entretanto, haviam entendido que Paulo lhes ensinara que estariam isentos de tais juízos. A ramificação prática desta confusão doutrinária era que alguns, pensando estar próximo o fim do mundo, haviam parado de trabalhar e, assim criado uma situação embaraçosa (3.6.11). Paulo

 

 

  1. Particularidades da Epístola.
  • A segunda, cronologicamente, das epístolas de Paulo, e uma confirmação da primeira.
  • Primeira Tessalonicenses ocupa-se mais com o “Dia de Cristo” e Segunda Tessalonicenses com o “Dia do Senhor”.

 

  1. A Mensagem de 2 Tessalonicenses. A segunda Epístola aos Tessalonicenses é, como as segundas Epístolas em geral, um suplemento à primeira. Como a esperança cristã – a Vinda do Senhor – permeia e caracteriza a primeira epístola, assim a paciência desta esperança caracteriza a segunda. A Vinda do Senhor continua a ser proeminente; mas agora é mais a vinda ao mundo (seu aparecimento ou manifestação),do que a remoção do seu povo do mundo, que, embora ocupe lugar importante, é referida apenas uma vez (2.1). O Aparecimento de Cristo, é o que termina inteiramente o “dia do homem” sobre a terra – o período da vontade do homem sem qualquer manifesta intervenção divina. A Manifestação de Cristo será a manifestação do mundo também – apanhado, como será, em franco desafio a Deus e ao seu Filho. E para permitir que seu verdadeiro caráter se torne evidente, o “impedimento” que tem conservado as coisas em estado suportável, será removido, e o príncipe deste mundo desfraldará o estandarte da rebelião entre os louvores das nações: e, havendo terminado toda a neutralidade, o restante dos seguidores de Cristo tornar-se-á mais uma vez, e mais do que nunca, como ovelhas entre lobos, até que o Pastor, com vara de ferro, “apascente as nações”. Este é o tempo do Anticristo e da “mentira” – o tempo de retribuição sobre aqueles a quem, por não terem amor à verdade, Deus enviará uma forte desilusão: poderes, sinais e maravilhas mentirosas darão aparentemente o atestado à mentira satânica. E assim os homens congregar-se-ão contra Jeová e seu Cristo (Sl 2) até que o sopro do Senhor fira seus inimigos. Isto, pois, é o assunto central desta Epístola, um assunto solene para nós que podemos discernir, e não muito distante, o aparecimento dessas nuvens ameaçadoras. As lições práticas para nós são igualmente importantes. Toda a profecia do futuro é assim uma luz atual em lugares escuros, para guiar os pés dos peregrinos na senda divina. Que lhe prestemos toda atenção! – Grant