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EPÍSTOLA AOS FILIPENSES

  1. A EPÍSTOLA DE PAULO AOS FILIPENSES

 

Uma Carta Missionária

 

  1. O apóstolo Paulo (1.1). Esperando uma sentença ou de vida ou de morte, desejava a sua libertação. Foi absolvido e visitou novamente os queridos irmãos em Filipos. Mais tarde foi preso novamente, levado a Roma e decapitado.

 

  1. Data e local. Provavelmente tenha sido escrita em Roma, ano 60-64 A.D

 

  1. O Motivo da Carta. Paulo estava em Roma (62-64 A.D), cerca de dez anos depois de ter fundado a Igreja de Filipos, e uns três ou quatro após sua última visita a ela. Aparentemente, por algum tempo, não teve notícias dessa igreja “renovastes a meu favor o vosso cuidado” (4.10) e podia pensar que talvez o houvessem esquecido. Foi quando Epafrodito chegou, dessa distante Filipos, com uma oferta em dinheiro. Paulo ficou muito sensibilizado e profundamente grato. Epafrodito quase ia perdendo a vida ao viajar nesse serviço prestado a Paulo. Quando se restabeleceu, o apóstolo enviou-o de volta com esta bela carta (2.25-30; 4.18)

 

  1. “Alegrai-vos sempre no Senhor” (4.4). Esta epístola, cheia de alegria e gratidão, das profundezas da prisão (1.7, 13, 14, 17), e na sombra do cepo do decapitador, lembra os cânticos de louvor por volta da meia noite no cárcere de Filipos (At 16.25)

 

  1. O Assunto: Não é fácil dar o assunto desta Epístola. Versa sobre uma porção de assuntos, à maneira de carta. Contudo, como o que lhe deu ocasião foi o recebimento de uma oferta em dinheiro, feita por uma das igrejas de Paulo, destinada a ajudá-lo em sua obra missionária no estrangeiro, denominamo-la “Carta Missionária”. Em regra, Paulo não recebia pagamento do seu trabalho, porém mantinha-se trabalhando no seu ofício de fabricante de tendas, visto haver muitos inimigos e falsos mestres que abusaria do seu exemplo ou lhe atribuíam má intenção. A única igreja de que ele recebeu pagamento, ao que saibamos, foi a de Filipos. Pelo menos duas vezes mandaram-lhe oferta quando ele estava em Tessalônica (Fp4.16); e também quando estava em Corinto (2 Co 11.9), e agora em Roma (4.18).

 

  1. Contexto Histórico. Paulo, muito distante de Filipos e em prisão, não foi esquecido pelos irmãos em Filipos. Enviaram uma oferta para ao apóstolo; a Epístola de Paulo é a sua resposta aos filipenses, por mão de Epafrodito.

 

 

  1. Destinatário. Leia a história do começo da obra em Filipos na segunda viagem missionária de Paulo em Atos 16.12-40.
    • A Cidade de Filipos.

 

  • Filipos era uma cidade pequena, fundada pelo rei Filipe da macedônia, pai de Alexandre, o Grande.
  • Na Macedônia, parte norte que conhecemos por Grécia. Cidade estratégica.
  • Na grande estrada do norte, entre o Oriente e o Ocidente. Notável por suas minas de ouro.
  • Sua maior fama vinha da batalha travada em suas proximidades, em 42 a.C, entre as forças de Bruto e Cássio contra as de Antônio e Otávio (mais tarde César Augusto). Tornou-se uma “colônia” romana, um posto militar com privilégios especiais.

 

  • A Igreja.
    • Fundação. Foi fundada por Paulo em sua segunda viagem missionária (50 A.D) em meio a uma tempestade de perseguições. Foi a primeira igreja de Paulo na Europa.
    • Expansão: Os começos da obra se limitavam a umas poucas mulheres que se reuniam perto do rio. Lídia, uma vendedora de púrpura, foi a primeira convertida, mas logo se uniram a ela o carcereiro de Filipos e sua família. Estes, e talvez uns poucos mais, se converteram no núcleo da igreja (At 16.12-40)
    • Caráter. A igreja filipense era uma igreja ideal em muitos sentidos.
  • Era agradecida e bondosa (4.15-16; 2 Co 8.2).
  • Tanto quanto saibamos, a igreja filipense era a mais fiel de todas as igrejas do Novo Testamento.

 

  • Líder. Lucas, o médico amado, foi seu pastor nos primeiros seis meses. É possível que ele fosse o primeiro responsável pelo desenvolvimento do caráter sem defeito dessa igreja.
  • Paulo e a Igreja em Filipos. O relacionamento de Paulo com a igreja em Filipos sempre foi íntimo e cordial. Depois de já tê-lo ajudado financeiramente por duas vezes antes de a carta ser escrita (4.16), ao saber de seu aprisionamento em Roma, a igreja enviou Epafrodito com outra oferta. Filipenses é carta de agradecimento por essa oferta, e a mais pessoal das cartas que Paulo escrevera a uma igreja. Epafrodito adoecera quase que mortalmente quando de sua permanência em Roma com Paulo (2.27) e, depois de sua recuperação, Paulo o enviou de volta com a carta. Embora algo velado pela gentileza de Paulo nessa carta, alguns dos problemas da igreja são vistos nas entrelinhas. Incluíam rivalidades e ambições pessoais (2.3-4; 4.2), o ensino dos judaizantes (3.1-3), o perfeccionismo (3.12-14) e a influência de libertos antinomianos (3.18,19)

 

  1. Local. Paulo estava preso quando a carta foi escrita, mas há discordância quanto a exatamente em qual cidade.
    • Alguns pensam que foi em Cesaréia.
    • Outros em Éfeso. Éfeso tem sido sugerida como local de escrita, com base em 1 Co 15.32, mas esse versículo não traz indicação clara do aprisionamento.
    • Entretanto, ele deve ter escrito a carta de Roma, indubitavelmente. Em (1.13) ele menciona o pretório ou a guarda pretoriana, uma tropa romana de elite, destacada para assistir o imperador em Roma. Também é claro que, no julgamento que defrontava, Paulo estava com a vida em jogo, indicando que o julgamento seria conduzido perante César, em Roma (1.20). Embora Paulo tivesse estado preso em Cesaréia por dois anos, nenhuma decisão final para o seu caso sequer aventada ali (At 24).

 

  1. Síntese.
    • A Igreja em Filipos, fundada por Paulo em sua segunda viagem missionária, esta foi a primeira igreja a ser estabelecida por ele na Europa (At 16). É uma carta de amor à igreja de Filipos. Revela a intensa devoção do apóstolo a Cristo, sua feliz experiência na prisão, e seu profundo interesse em que a igreja esteja firme, na sã doutrina.

 

  1. Particularidades da Epístola.
  • A décima, na ordem cronológica e a sexta na ordem da Bíblia, das Epístolas de Paulo.
  • É uma carta simples e sincera, um derramamento afetuoso e espontâneo de um coração que podia exprimir-se sem reserva a uma igreja amaríssima.
  • Esta é uma carta de amor espiritual, cheia de entranhável carinho e gratidão. Escrita em circunstâncias difíceis enquanto Paulo estava prisioneiro. A carta ressalta a vitória e o gozo.
    • Gozo na oração (1.4)
    • No Evangelho (1.18)
    • Na Comunhão cristã (2.1,2)
    • Nos sacrifícios pela causa (2.17,18)
    • No cuidado entranhável pela igreja (4.10)
    • No Senhor (3.1)

 

  • A carta é um recibo: o mais belo recibo em toda a literatura.
  • “os da casa de Cezar”. É significativo que entre os santos em Roma que enviaram saudações aos santos em Filipos, mencionam-se especialmente, “os da casa de Cezar” (4.22). A casa de Cezar inclui escravos, subordinados e mesmo altos funcionários a serviço do imperador Nero. As cadeias de Paulo contribuíram para o progresso do Evangelho, até em toda guarda pretoriana (1.13). Este foi um corpo de 10 mil soldados do quartel general do imperador, alguns dos quais revezavam em guardar Paulo algemado.
  • Não há nenhuma citação do Antigo Testamento.
  • O Espírito é mencionado apenas três vezes (1.19; 2.1; 3.3)
  • Esta Epístola contém menos censura e mais louvor do que qualquer outra.
  • As divisões correspondem aos capítulos:
    1. Uma das mais importantes passagens doutrinárias do Novo Testamento é Filipenses 2.5-8; nela Paulo apresenta a doutrina da Kenosis – a auto-humilhação ou auto-esvaziamento de Cristo
    2. (4.6-7) São versículos importantes sobre oração.
    3. Um retrato autobiográfico significativo aparece em 3.4-14.

 

 

  1. A Cristologia em Filipenses – Cristo Descrito por Paulo.

O Prêmio Supremo na Luta da Vida

  • Cristo, a vida do crente – regozijo no sofrimento.
  • Cristo, o exemplo do crente – regozijo em humildade e serviço.
  • Cristo, o objetivo do crente – regozijo apesar das imperfeições.
  • Cristo, o poder do crente – regozijo, apesar da ansiedade – Scofield

 

  1. A Mensagem de Filipenses. Esta é a carta de um amigo aos amigos. Os cristãos filipenses tinham enviado um donativo, por mão de Epafrodito ao apóstolo encarcerado, e esta carta é a acusação do seu recebimento. Tem sido dito com razão: “Na Epístola a Filemom vemos como o apóstolo pede um favor; na Epístola aos Filipenses vemos como ele agradece um favor.” A primeira visita de Paulo a Filipos foi em 52 A.D, e suas experiências ali são detalhadas no livro de Atos. Foi uma visita frutífera, e quando o apóstolo seguiu para Tessalônica deixou atrás o núcleo de uma robusta igreja. A Epístola foi escrita uns dez anos depois da primeira visita. É uma carta, não de condenação, mas de elogio. Contudo, podemos discernir, através da sua linguagem amável, uma ligeira repreensão. Parece que Evódia e Síntique ocupavam lugares de destaque entre os crentes em Filipos, e que estavam em desacordo. Por isso o Apóstolo, quando agradece a dádiva, aproveita a ocasião para exortar a todos a que sejam unânimes e humildes, e para tanto cita o exemplo de Cristo. A nota principal da epístola, porém, é a de regozijo, e, indiretamente, ela mostra que há um gozo que será a experiência normal do crente; um gozo que tempos e circunstâncias não podem abalar. “Regozijai-vos sempre no Senhor, e outra vez vos digo: regozijai-vos” – Scroggie