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ATOS DOS APÓSTOLOS

ATOS DOS APÓSTOLOS

                                                                  

A Formação e a Propagação da Igreja

“Os Evangelhos recordam a vida de Jesus na carne; Atos, sua vida no Espírito Santo” – Lee

 

  1. Títulos do Livro.
    • Atos é “A Igreja de Deus em Ação”.
    • O livro é chamado “Atos dos Apóstolos”. Trata-se principalmente dos atos de Pedro e de Paulo, mais deste último. Paulo foi o apóstolo dos gentios, isto é, das nações não judaicas. Um dos assuntos principais do livro, se não mesmo o principal, em sua relação com o esquema geral dos livros da Bíblia, é a extensão do Evangelho aos gentios.
    • Era conhecido em tempos antigos como
  • “O Evangelho do Espírito Santo”.
  • “O Evangelho da Ressurreição.”
  • “Atos do Senhor Ressurgido e Glorificado”

 

  1. A Natureza do Livro.
    • É um livro de atividades missionárias, isto é, de estabelecer igrejas em regiões não evangelizadas.
    • É um livro das maiores vitórias registradas em toda a história.

 

  1. Lucas. Diferentemente das Epístolas de Paulo, os Atos não mencionam seu autor. O emprego do pronome pessoal “Eu”, na frase inicial, é evidência de que os seus primeiros destinatários sabiam de quem partia o livro. Desde o princípio este livro, bem como o terceiro Evangelho, têm sido reconhecidos, sem questão, como sendo da autoria de Lucas.
    • Pouco se sabe de Lucas.
    • Nome: É mencionado seu nome só três vezes no Novo Testamento: em Cl 4.14 Paulo chama-o “médico amado”, e é classificado entre gentios. Os outros dois lugares são (Fm 24 e 2 Tm 4.11).
    • Origem:
      • É o único escritor da Bíblia que foi gentio.
      • Eusébio diz que ele era natural de Antioquia.
      • Ramsey, um dos maiores eruditos paulinos modernos, pensa que era de Filipos.
    • Formação:
      • Homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos.
      • É possível que tivesse estudado na Universidade de Atenas.
      • Era médico. Ele emprega diversos termos médicos (1.3; 3.7, 9.18,33; 13.11; 28.10)

 

  • Ministério:
    • Juntou-se a Paulo em Trôade (At 16.10), onde emprega o pronome “nós”.
    • Fica em Filipos até a volta deste apóstolo, seis ou sete anos depois (At 16.40) “dirigiram-se”, quando tornou a se juntar a ele (20.6) “navegamos” e com ele ficou até ao fim.
    • Sendo médico, foi útil a Paulo de um modo especial.

 

  1. Parece que foi escrito logo após a chegada de Paulo em Roma, talvez no ano 65. Parece incrível que o autor deixasse de mencionar o resultado do julgamento de Paulo, se é que se realizou. Alguns pensam que possivelmente uma das finalidades imediatas que Lucas desejava para o livro era a de ser lido como sumário de argumento no julgamento do Apóstolo. Alguns críticos modernos atribuem uma data posterior à redação dos Atos, mormente sobre o fundamento de que foi escrito depois do Evangelho de Lucas, e este Evangelho, dizem eles, deve ter sido escrito depois da queda de Jerusalém, 70 A.D, porque as palavras de Lc 21.20-24 não podiam ter sido escritas antes dessa queda. Esse raciocínio não tem valor para os crentes por duas razões:
    • Não nos dispomos a crer que Lucas, quarenta anos depois da morte de Jesus atribuísse a Este palavras que Ele não proferiu.
    • Não temos a menor dificuldade em crer que Jesus pudesse predizer o futuro.

 

  1. Campo de ação. Os eventos registrados em Atos abrangem um período de 33 anos. Os acontecimentos nos levam à maior parte do Império Romano, começando em Jerusalém e findando em Roma.

 

  1. Cronologia de Atos: Numa narrativa corrida como esta de Atos, é desejável ter uma seqüência coordenada dos acontecimentos, porque em alguns casos os acontecimentos têm sentido conforme venham antes ou depois de outros que com eles se relacionem. Não há dados para uma cronologia exata, porém suficientes para se ter uma aproximação da maioria das datas. Aceitando o ano 30 ou 33 A.D, data da crucificação como ponto de partida, e a data da morte de Herodes, mencionada no cap. 12, como 44 A.D, e a designação de Festo (24.27), como 60 A.D, e mais certas expressões em Atos e Gálatas, pode-se organizar uma cronologia aproximada para o livro inteiro. A principal dificuldade se diz respeito aos 3 anos de Gl 1.18 e aos 14 anos de Gl 2.1: se os 14 incluem os 3, ou se se adicionam a eles, e se a visita a Jerusalém, mencionada em Gl 2.1 é a mesma de Atos 11.27-30, ou se é aquela de Atos 15.2. O seguinte pode ser considerado como um esquema provável de datas, mais ou menos correto, como uma aproximação de um ou dois anos, para mais ou para menos:
    • A fundação da Igreja em Jerusalém, 30 ou 33 A.D.
    • O apedrejamento de Estevão e dispersão da Igreja 31 ou 33 A.D.
    • A conversão de Saulo, 32 ou 35 A.D.
    • A primeira visita de Paulo a Jerusalém, depois da conversão 34 ou 38 A.D
    • A conversão de Cornélio, entre 35 e 40 A.D.
    • A fundação da Igreja em Antioquia, 42 A.D
    • A segunda visita de Paulo a Jerusalém 44 A.D
    • O concílio de Jerusalém 48 ou 50 A.D
    • A segunda viagem missionária de Paulo, Grécia 48-51 ou 50-53 A.D
    • A terceira viagem missionária de Paulo, Éfeso 53 ou 54-57 A.D
    • Paulo chega a Éfeso 54 A.D
    • Paulo deixa Éfeso, junho (1 Co 16.8) 57 A.D
    • Paulo na Macedônia, verão e outono (1 Co 16.5-8), 57 A.D
    • Paulo em Corinto, três meses (At 20.2,3), inverno 57-58 A.D
    • Paulo deixa Filipos, abril (At 20.6) 58 ou 59 d.c
    • Paulo chega a Jerusalém (At 20.16) 58 ou 59 A.D
    • Paulo em Cesaréia, verão 58 ou 59 A.D ao outono 60 ou 61 A.D.
    • Viagem de Paulo a Roma, inverno 60-61 ou 61-62 A.D.
    • Paulo em Roma 61-62 A.D ou 62-64 A.D.

 

  1. Destinatário. Teófilo.

 

  1. Tema. A história do desenvolvimento da igreja primitiva desde a ascensão de Cristo até o encarceramento de Paulo em Roma, e o seu ministério ali. Muitos eruditos da Bíblia vêem neste livro o começo formal da era do Espírito Santo. Ao partir, Cristo fez o anúncio de uma grande campanha de missões por todo o mundo, através da mediação humana sob o poder do Espírito (At 1.8)

 

  1. A Importância de Atos dos Apóstolos.

 

  • Atos nos oferece o registro da expansão do Cristianismo, desde o dia da descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, até a chegada de Paulo a Roma, para pregar o Evangelho na capital do mundo. Sob este aspecto, é o registro da continuação das coisas que Jesus começou a fazer na terra, como Cabeça da Igreja e Doador do Espírito Santo (1.12; 2.33). O Livro é chamado por alguns de “Atos do Espírito Santo”.
  • Os trinta anos de história cobertos pelo livro foram anos importantes de transição. O Evangelho foi pregado a princípio apenas aos judeus e a igreja primitiva era, majoritariamente, composta de cristãos judeus. À medida que mais e mais gentios eram incluídos, a Igreja foi-se distinguindo e separando do judaísmo.
  • Doutrinas que foram mais tarde desenvolvidas aparecem em forma seminal em Atos (o Espírito 1.8; o Reino 3.21; 15.16; governo da Igreja 11.30; salvação dos gentios 15.14). O livro enfatiza, contudo, a prática da doutrina, e não a sua formulação.

 

  1. O Espírito Santo em Atos do Apóstolos: “O Espírito Santo enche a cena. Como nos Evangelhos, a presença do Filho, revelando e exaltando o Pai, é o fato principal, assim a presença do Espírito Santo, exaltando e revelando o Filho, é o grande fato de Atos” – Scofield
  2. Síntese.
  • O Antigo Testamento é a história das relações de Deus, desde os tempos antigos, com a nação israelita, as quais tiveram o propósito de, por meio desta nação, abençoar todas as outras. Neste livro de Atos começa, afinal, entre as nações essa grande e maravilhosa obra. É aqui que a família de Deus deixa de ser uma questão de interesse nacional para ser de interesse internacional, e torna-se uma instituição mundial.
  • Autor, Lucas. É uma continuação do Evangelho de Lucas. Tema Principal: A Origem e o Crescimento da Igreja Primitiva, desde a ascensão de Cristo até o encarceramento de Paulo em Roma.
  • O escritor Lucas relata, no Evangelho Segundo Lucas o que “Jesus começou a fazer e a ensinar”. No livro de Atos relata o que Jesus continua a fazer e a ensinar, como Diretor sempre vivo no céu, com presença pessoal na terra, por intermédio do Espírito Santo.
  • Este livro narra a propagação do Evangelho de Cristo, desde Jerusalém até Roma. Dentro da geração dos apóstolos o Evangelho expandiu-se em todas as direções até alcançar cada nação do mundo então conhecido (Cl 1.23). O Novo Testamento, entretanto limita-se à história dessa expansão na palestina, na direção norte até Antioquia, e daí para o oeste, através da Ásia Menor e Grécia, até Roma, abrangendo a região que constituía a espinha dorsal do Império Romano.
  • Atos relata:
    • A ascensão de Jesus;
    • A chegada do Espírito Santo no Pentecoste;
    • Como Pedro, com a chave do reino de Deus (Mt 16.19), abriu a porta aos judeus, no dia de Pentecoste,
    • E aos gentios na casa de Cornélio;
    • O início da Igreja de Cristo;
    • A conversão e ministério de Paulo

Tudo isso é obra do Espírito Santo. Como a presença do Filho, engrandecendo e revelando o Pai, é o fato dos quatro Evangelhos, assim a presença do Espírito Santo exaltando e descobrindo o Filho, é o grande fato do livro de Atos.

 

  1. Particularidades de Atos dos Apóstolos.
  • O quinto livro do Novo Testamento. É a história do Cristianismo desde a ascensão de Cristo (ano 29) até o início do ministério de Paulo em Roma no ano 63.

 

  1. A Mensagem de Atos. Qual é o escopo deste livro, que liga os Evangelhos com as Epístolas ?. Tem-se dito que é “A origem e progresso do Cristianismo desde a capital do judaísmo até a capital do paganismo”: e também “os atos do Salvador Glorificado formando e treinando a sua Igreja”. No Evangelho de Lucas temos a narrativa daquilo que Jesus fez, Ele próprio, e, em Atos, do que fez por intermédio de outras pessoas. Cristo, mais do que a Igreja é o assunto, porque é Ele o autor, a autoridade da obra, enquanto a Igreja é apenas o instrumento. Isto compreendido, muitas dificuldades deixarão de existir; tais como: porque os discursos são resumidos; por que viagens longas são referidas em poucas palavras; por que faltam detalhes de grandes períodos de serviço em certos centros; e por que o livro termina não inopinadamente. O sentido do livro não é tanto biográfico ou histórico, mas espiritual, e seu propósito dominante é relatar o que o Senhor ressurreto fez por muitos servos em muitos lugares e em benefício de muita gente, pelo seu Espírito. Isso demonstrado, o propósito do livro estava realizado, e a pena foi posta ao lado. Não há nenhuma conclusão formal do livro, que fica aberto e incompleto, porque a grande obra começada não terminou com a prisão de Paulo. Ainda continua, e durante todos os tempos o Cristo glorificado nunca tem cessado de operar por meio dos seus remidos. (Scroggie)