- A EPÍSTOLA DE TIAGO
Sabedoria Cristã
Boas Obras.
Religião Pura.
- As Epístolas Gerais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, e 3 João e Judas eram denominadas “Epístolas Gerais”, “Universais” ou “Católicas” pela Igreja primitiva, porque suas saudações não são dirigidas a uma única localidade (à exceção de 2 e 3 João). Tiago, por exemplo, é dirigida “às doze tribos que se encontram na Dispersão” (1.1) – uma designação para os crentes em toda parte (provavelmente, todos os judeus Cristãos “naquela época remota”)
- Autores sugeridos: Dos quatro indivíduos identificados como Tiago, no Novo Testamento somente dois têm sido propostos como autor desta carta – Tiago, filho de Zebedeu (e irmão de João) e Tiago irmão de Jesus.
- É pouco provável que Tiago, o filho de Zebedeu, tenha sido o autor, visto ter sido martirizado em 44 A.D (At 12.2)
- O tom de autoridade evidente na carta não apenas elimina os outros dois Tiagos menos conhecidos, do Novo Testamento (Tiago, o menor, e o Tiago de Lc 6.16), mas aponta para o meio irmão de Jesus, que veio a ser o líder reconhecido da igreja em Jerusalém (At 12.17; 15.13; 21.18). Esta conclusão é apoiada pelas semelhanças existentes (no texto grego) entre esta carta e o discurso de Tiago, no Concílio de Jerusalém (1.1 e At 15.23; 1.27 e At 15.14; 2.5 e At 15.13)
- Tiago, o irmão do Senhor.
- Nome: Tiago (1.1). Chamado “o Justo”
- Identificação: A tradição da igreja primitiva identifica este Tiago como “O irmão do Senhor”.
- Caráter: Era homem religioso, austero, legal, cerimonial (At18-24)
- Fatos: Mencionado por Paulo, junto com João e Tiago, como “coluna” da igreja.
-
- Alguns negando a autoria de Tiago, devido ao excelente grego do texto, colocam a composição desta carta no final do primeiro século. Os galileus, todavia, conheciam o grego e usavam-no corretamente, junto com o aramaico e o hebraico.
- A tradição coloca o martírio de Tiago no ano 62 A.D. A sua epístola não dá demonstração das maiores revelações referentes à Igreja e da doutrina distintivas da graça feita pelo apóstolo Paulo, nem sequer das discussões concernentes à relação dos convertidos de entre os gentios para com a lei de Moisés, que culminaram no primeiro Concílio da Igreja (At 15), que Tiago presidiu. O uso da palavra “sinagoga” (assembléia) para descrever a Igreja em 2.2 e a forte expectativa da volta rápida do Senhor (5.7-9) Tudo isto dá a entender que sua Epístola foi a primeira carta dirigida aos cristãos.
- Destinatário. Tiago escreveu aos crentes judaicos da Dispersão (1.1). Compare At 2.5-11. Por “as doze tribos que andam dispersas” devemos entender, não os israelitas, mas os judeus convertidos entre a Dispersão. A Igreja começou com eles. Tiago, que parece não ter saído de Jerusalém, sentiria uma especial responsabilidade por essas ovelhas dispersas. Eles ainda freqüentavam a sinagoga, ou chamavam suas próprias assembléias por esse nome (Tg 2.2). Parece, por Tiago (2.1-8) que ainda usavam o estilo dos tribunais da sinagoga para julgar casos entre eles. A epístola é, pois, muito elementar.
- Tema: O tema de Tiago é “religião” (“threskeia”- serviço religioso exterior) como a expressão e prova da fé. Ele não apresenta as obras em contraste com a fé, mas afirma que a fé sempre produz as obras de acordo com o que se crê.
- Chave: A fé que nos justifica é acompanhada de obras – “a fé sem obras é morta”. Tiago escreveu aos crentes, para preveni-los dos pecados que os judeus tinham de resistir.
- Conflito Doutrinário Aparente entre Paulo e Tiago.
- Supor que Tiago 2.14-26 é uma polêmica contra a doutrina paulina da justificação pela fé, é absurdo: ainda não tinham sido escritas, nem Gálatas nem Romanos.
- “Qualquer suposto conflito doutrinário entre esta carta e a de Romanos é puramente imaginário. Paulo acossado por mestres do judaísmo nas igrejas, naturalmente deu grande ênfase à justificação pela fé sem as observâncias cerimoniais. Todavia, quando ele escreveu a Tito, o tema principal de sua carta foi: a importância das boas obras, mostrando deste modo uma perfeita harmonia com os ensinos de Tiago. É evidente que este último, quando parece depreciar a fé, se refere apenas ao assentimento intelectual da verdade e não à ‘fé salvadora a que se refere Paulo”
- Canonicidade: Questionou-se a condição canônica desta carta até que a Igreja se percebeu que seu autor fora, com toda probabilidade, o meio irmão de Jesus. Lutero não questionou a genuinidade de Tiago, e sim a sua utilidade, em comparação com as cartas de Paulo, pois ela diz muito pouco sobre a justificação pela fé, e dá destaque às obras.
- Síntese:
- Seu escritor foi possivelmente Tiago, irmão do Senhor. Dirigida aos judeus dispersos, convertidos. Tema Principal: a fé prática, manifestada em boas obras, em contraste com a simples profissão de fé.
- O Livro se preocupa com os aspectos práticos da conduta cristã e apresenta o modo pelo qual a fé opera na vida cotidiana. O propósito de Tiago foi oferece instrução ética concreta. Comparada a Paulo, Tiago demonstra muito pouco interesse em Teologia formal, embora a carta não esteja isenta de declarações teológicas (1.12; 2.1, 10-12, 19; 3.9; 5.7-9, 12, 14).
- Embora, haja pouca estrutura formal no livro, suas muitas instruções explicam como ser praticantes da Palavra (1.22)
- Entre os assuntos principais nela tratados estão:
- Fé e Obras (2.14-26)
- O uso da língua (3.1-12)
- A oração pelos enfermos (5.13-16)
- Particularidades da Epístola.
- A primeira das Epístolas Católicas, isto é, Gerais, não dirigidas a uma determinada igreja. São sete: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3João e Judas. 2 e 3 João, contudo, foram escritas a indivíduos.
- O livro consiste de preceitos morais, ajuntados uns aos outros sem qualquer plano, adquirindo o título de “O Livro de Provérbios do Cristão”.
- Muitos assuntos são tratados no livro, dando-se-lhe a forma de uma série de máximas dispostas em formato de carta.
- Nos 108 versículos da carta há referências, ou alusões, a 22livros do Antigo Testamento e pelo menos, 15 alusões a ensinos diretos de Cristo, contidos no Sermão do Monte.
- A Mensagem de Tiago. Não há contradição entre Tiago e Paulo; contemplam a mesma coisa de pontos de vista diferentes. Paulo ocupa-se com a justificação inicial que têm lugar quando um homem pela fé aceita Jesus Cristo como Salvador; Tiago, com a justificação progressiva que tem lugar quando um homem pelas suas obras prova a realidade da sua fé. Com Paulo o terreno da justificação é objetivo – encontra-se em Cristo; com Tiago é subjetivo – encontra-se no próprio homem. O ponto de convergência destes dois aspectos é que as obras que justificam são obras que nascem da fé em Cristo – Campbell. Esta epístola tem sido combatida pelo que não diz. Carece mais do que qualquer outra de elementos distintivamente cristãos e espirituais. Somente duas vezes Tiago emprega a palavra “Evangelho”. Nem uma vez ele alude à redenção, à encarnação, à ressurreição, ou à ascensão. Os próprios preceitos da moral são ensinados sem as constantes alusões aos motivos essencialmente Cristãos que nunca faltam nos escritos de Paulo, e que constituem a base de todos os apelos em Pedro e João. Porém não foi esse o aspecto da verdade que foi dado a Tiago para salientar; se outros foram incumbidos de falar da doutrina cristã, Tiago foi incumbido de enfatizar a ética cristã. Ele apresenta essencialmente o ensino de Cristo, por isso há pouco ensino referente a Cristo. – Beyschlag. “Tem-se dito que esta carta é baseada no Sermão da Montanha, e, examinando-a com cuidado, verificamos que, até certo ponto, esse alvitre se justifica” – Scroggie
- A I EPÍSTOLA DE PEDRO
- A Importância de I Pedro
“Esta escrita como fruto do amor do pastor que deseja ajudar a seu povo que atravessa por tempos difíceis e ao qual esperam coisas ainda piores”
“Tem-se dito que a característica de I Pedro é seu calidez”
“Primeira Pedro é uma das mais comovedoras peças da literatura do período da perseguição” – E.J Goodspeed
“Até o dia de hoje esta carta é uma das mais fáceis de ler de todo Novo Testamento, porque nunca perdeu a sua atração para com os sentimentos humanos”
“O belo espírito pastoral resplandece através de qualquer tradução do texto grego. Afetuosa, amante, modesta, humilde. São quatro adjetivos que Isaak Walton emprega para referir-se às Epístolas de Tiago, de João e de Pedro, mas é 1 Pedro, a que os merece especialmente.”
- Foi escrita pelo apóstolo Pedro.
- Este não era o Simão Pedro do começo, impulsivo e cheio de fraqueza, a quem Cristo chamou de Simão (Mc 14.37; Lc 22.31; Jo 21.15-17), mas o Pedro que, segundo Cristo profetizou, se converteria numa rocha (Jo 1.42) – o mesmo homem que havia sido disciplinado durante anos de sofrimentos e provas, e havia sido fortalecido com o batismo no Espírito Santo.
- Pedro foi martirizado por volta de 67 A.D
- Data e local. A carta, evidentemente, pertence aos últimos períodos de sua vida. A Babilônia à qual se refere no versículo 5.13, pode não ser a cidade às margens do rio Eufrates. Muitos crêem que era Roma, chamada figuradamente Babilônia. Babilônia era um nome simbólico para Roma, muito usado por outros escritores que desejassem evitar problemas com as autoridades romanas.
- Destinatário.
- A carta é destinada a “forasteiros da Dispersão” (1.1). Tais pessoas eram crentes que, como o antigo Israel, haviam sido espalhados pelo mundo, embora os leitores originais da carta fossem predominantemente gentios, em origem, ao invés de judeus (1.14; 2.9-10; 4.3-4). Sua situação era de provação e sofrimento (4.12). Mas não devidos a um interdito imperial contra o Cristianismo que só veio a acontecer mais tarde. Os sofrimentos aqui mencionados são aqueles comuns a crentes que vivem fielmente, numa sociedade pagã e hostil. A perseguição assumia formas de calúnia, distúrbios, intervenção policial e ostracismo social. Os leitores são encorajados a se regozijarem em tais provações e a viverem acima delas.
- Os eleitos espalhados através da Ásia Menor. Provavelmente a todo o corpo de cristãos dessa região, tanto judeus como gentios. Pedro envia esta mensagem espiritual de ânimo, instrução e admoestação, especialmente às igrejas fundadas por Paulo.
- O próprio Pedro define o tema da sua carta, em 5.12: “a genuína graça de Deus” na vida do crente. A Epístola apresenta todas as verdades fundamentais da fé cristã, com ênfase especial sobre a expiação. A nota distintiva de 1 Pedro é a preparação para a vitória sobre o sofrimento. Essa palavra ocorre 15 vezes, e é a chave da Epístola.
- Chave: O autor dirigia-se aos cristãos dispersos pelas províncias da Ásia Menor. Que é para a edificação dos convertidos não somente entre os judeus, mas, também entre os gentios vê-se no capítulo 2.10. O propósito da Epístola é firmar os crentes na fé, dirigir a vida e confortá-los no sofrimento. Ao escrever esta carta, Pedro obedeceu duas ordens dadas por Jesus:
- Animar e fortalecer aos irmãos (Lc 22.32)
- Alimentar o rebanho de Deus (Jo 21.15-17)
- Circunstâncias de Composição. A menção de Pedro como autor da carta (1.1) é confirmada pelas muitas semelhanças entre esta carta e os sermões de Pedro, registrados em Atos dos Apóstolos (1.20 e At 2.23; 4.5 e At 10.42). O mesmo Silas (também chamado de Silvano), que acompanhara Paulo em sua segunda viagem missionária, serviu de amanuense, ou secretário a Pedro (5.12).
- Contexto Histórico: Fazia mais ou menos 34 anos que foi fundada a Igreja de Cristo. Os fiéis já sofreram perseguição em muitos lugares, mas agora, depois do grande incêndio de Roma, a Igreja passa a sua primeira grande provação mundial – um fogo ardente que surge nomeio deles (4.12)
- Babilônia. Havia ali uma igreja. Alguns teólogos entendem que a palavra “Babilônia” se refere a Roma.
- Síntese.
- É uma carta de ânimo, escrita pelo apóstolo Pedro, aos santos dispersos por toda Ásia Menor. Tema principal: o privilégio dos crentes em obter vitórias nas provas, seguindo o exemplo de Cristo e de viver vidas santas num mundo ímpio.
- Particularidades da Epístola.
- O estilo literário da Epístola prova que Pedro, embora não possuísse a cultura (At 4.13) de Paulo, era homem prático que sabia produzir em poucas palavras uma obra-prima de sabedoria e de edificação.
- A palavra “sofrimento” ocorre mais de quinze vezes na carta.
- Sete coisas preciosas nas cartas de Pedro.
- As provas severas (1.7)
- O sangue de Cristo (1.19)
- O próprio Cristo (2.6)
- O espírito manso e tranqüilo (3.4)
- A fé dos crentes (2 Pe 1.1)
- As promessas divinas (2 Pe 1.4)
- A “Cristologia” na Epístola de Pedro:
- Fonte de Esperança (1.3)
- Cordeiro do Sacrifício (1.19)
- Principal Pedra Angular (2.6)
- Exemplo Perfeito (2.21)
- Sofreu pelo Ideal (2.23)
- Pastor e Bispo das almas (2.25)
- Senhor Exaltado (3.22)
- A Mensagem de 1 Pedro. Esta Epístola é analisada por Leighton nos seguintes termos: É um esboço muito claro, ainda que resumido, das consolações e instruções necessárias para animar e dirigir um cristão no caminho do Céu, elevando seus pensamentos e desejos no tocante a felicidade espiritual, e dando-lhe forças para vencer os obstáculos provenientes da corrupção interior e das tentações e aflições exteriores. São muitos os pontos de doutrina que a Epístola encerra, mas os principais em que há mais insistência são estes três: fé, obediência, e paciência, para firmeza da crença para direção na vida, e para conforto no sofrimento. E, para maior impressão na alma daqueles a quem escreve, é muitas vezes posto diante dos seus olhos o incomparável exemplo do divino Mestre e a grandeza das suas promessas, para que o sigamos. – Angus
- A II EPÍSTOLA DE PEDRO
Predição de Apostasia
A carta é um lembrete ou uma recordação (1.12; 3.1) da verdade do Cristianismo em contraste com as heresias dos falsos mestres. Passagens importantes incluem 1.16-18 sobre a transfiguração. 1.21 sobre a inspiração das Escrituras. E 3.4-10, sobre a certeza da Segunda Vinda de Cristo.
-
- Os Críticos: Alguns críticos modernos consideram-na obra de um pseudônimo do segundo Século, escrita por alguém desconhecido que assumiu o nome de Pedro, cem anos depois da morte deste. Ao espírito da média do nosso povo, isto seria uma impostura vulgar, ofensiva à lei civil e moral e à decência. Os críticos, no entanto, repetidamente, afirmam que nada há, contra a ética, em assumir, assim o nome alheio.
- Dificuldades Bíblicas em 2 Pedro. Muitos têm sugerido que outra pessoa, não Pedro, escreveu esta carta, depois de 80 A.D.
- Razões.
- Há diferença de estilo.
- A carta, supostamente, depende de Judas.
- O autor menciona que as cartas de Paulo já haviam sido reunidas numa coleção.
- Solução Bíblica:
- O uso de outro escriba, ou mesmo a não utilização de um escriba, certamente teria resultado em diferenças de estilo.
- Não há razão pela qual Pedro não pudesse ter feito citações da carta de Judas, embora seja mais provável que Judas tenha sido escrita depois de 2 Pedro.
- Por fim (3.16) não se refere necessariamente a todas as cartas de Paulo, mas apenas àquelas que já tinham sido escritas e circulado até aquela data.
- Além disso, as semelhanças entre 1 e 2 Pedro apontam para um mesmo autor.
- A sua aceitação no cânon exige autoridade apostólica em sua composição.
- Pedro, Apóstolo.
- Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo,
- O autor apresenta-se com tendo presenciado a Transfiguração de Cristo (2 Pe 1.1,17)
- E sido avisado de sua morte próxima (1.14). significa isto que a Epístola é um escrito autêntico de Pedro.
- A Epístola embora, demorasse a ser recebida no Cânon do Novo Testamento, era reconhecida pela Igreja Primitiva como escrito genuíno de Pedro, e, através dos séculos, tem sido reverenciada como parte da Sagrada Escritura.
- Escrita provavelmente entre os anos 60-70 A.D, deve ter sido escrita pouco antes de sua morte.
- Destinatário. Diferente da maior parte das Epístolas, não menciona localidade alguma. Foi, todavia, a “segunda epístola” de Pedro às mesmas pessoas (3.1). Embora ele possa ter escrito muitas epístolas, que não chegaram até nós, a suposição é que aí se refere ele à que é, comumente, conhecida como sua “Primeira Epístola”, dirigida às igrejas da Ásia Menor (1 Pe 1.1; igrejas às quais Paulo também escrevera 2 Pe 3.15)
- Pedro, na sua Primeira Epístola escreveu para tratar das perseguições, fora da Igreja e animar os crentes. Na sua Segunda Epístola escreve da falsa doutrina que ia entrar na Igreja e adverte os irmãos. Trata-se de uma advertência acerca dos falsos mestres e dos escarnecedores. Para combater a influência das falsas doutrinas, dá-se grande ênfase à Palavra de Deus e a certeza do cumprimento das promessas divinas.
- Síntese. Em grande parte é uma advertência contra os falsos mestres e zombadores. Foi escrita para advertir contra a apostasia vindoura, quando líderes na Igreja, por interesses pecuniários, permitiam licenciosidade e toda má ação. Apostasia em que a Igreja deixaria de aguardar a Vinda do Senhor, e para dar a entender que essa Vinda podia demorar longo tempo.
- Particularidades da Epístola.
- Semelhança entre 2 Pedro e 2 Timóteo:
- O escritor de 2 Pedro, tanto como o de2 Timóteo, reconhece que se aproxima o dia do seu martírio (2 Pe 1.14; Jo 21.18,19; 2 Tm 4.6).
- Ambos os escritores predizem tempos perigosos para a igreja.
- O predomínio dos ensinos falsos (2 Tm 3.13; 4.3; 2 Pe 2.1)
- A corrupção geral da sociedade (2 Tm 3.1-7; 2 Pe 2.10-22)
- Tanto um como o outro são fortalecidos e alegres e ambos prevêem a apostasia na última etapa da igreja.
- Mas nem um e nem o outro se mostra desanimado nem triste.
- Ambos mostram coragem e regozijo. Deus e suas promessas ainda são o recurso do crente.
- Semelhança entre 2 Pedro e 2 Timóteo:
- 2 Pedro e Judas. Em algumas passagens, são semelhantes, por tal forma, que muitos eruditos pensam que um deve ter copiado do outro, embora divirjam sobre quem foi que copiou. Não é absolutamente, necessário pensar que um ou outro copiasse. Os apóstolos, muitas vezes, viajaram juntos e, continuamente, estavam ouvindo um ou outro pregar as mesmas coisas, repetidamente, a diferentes congregações. Assim certas expressões e ilustrações bíblicas tornaram-se parte do vocabulário comum dos cristãos.
- A Mensagem de 2 Pedro. A Epístola é dirigida a todos os crentes (1.1), e especialmente às mesmas pessoas a quem foi mandado a primeira (3.1). Foi escrita pouco antes do martírio do apóstolo (1.14), circunstância esta que lhe dá um ar solene. Na primeira Epístola Pedro exorta os crentes a que sejam pacientes nos sofrimentos, mas nesta recomenda-lhes perseverança na verdade, para que não caiam nos erros e infidelidade daqueles tempos. E o melhor conselho para isso é, como lhes diz, uma piedade progressiva (1.3-11). Além disso, eles encontrarão uma prova clara da verdade das Escrituras no cumprimento das profecias e no testemunho irrefragável dos santos de Deus (1.12-21). Em termos muito enérgicos e terríveis, ele avisa os falsos mestres, e os que principiavam a atendê-los, a respeito de sua culpa e perigosa propaganda (2.1-22); assegurando-lhes que a Segunda Vinda do Senhor embora pareça estar com grande demora, e na maior clemência de Deus, é tão certa como o Dilúvio (3.1-13). Em seguida apresenta o lado brilhante da mesma verdade, e aconselha os cristãos a que sejam diligentes e santos (3.14-18). Apelando para os ensinamentos de Paulo, como confirmação das suas idéias, nota-se que eles tinham sido torcidos por certos homens com o fim de justificarem as mais perniciosas práticas, mas isso havia de ser remediado pelo conhecimento das Escrituras, devendo existir sempre nos crentes uma boa disposição para aprender, com espírito de humildade. – Angus .
- A I EPÍSTOLA DE JOÃO
Jesus é o Filho de Deus.
Os que O Seguem Devem Proceder Retamente.
Se Somos d'Ele, Amar-nos-emos uns aos Outros.
- Título: Esta carta pode ser chamada “A Carta das certezas”
- Esta Epístola, como a de Hebreus, não menciona seu autor nem as pessoas a quem é dirigida. Apesar de ser inteiramente pessoal, como indica o uso freqüente. Dos pronomes Eu e vós. Desde o princípio, tem sido reconhecida como carta do apóstolo João às Igrejas das cercanias de Éfeso. A fraseologia característica de Evangelho de João é a mesma da primeira Epístola. De acordo com antiga tradição, João fez de Jerusalém seu centro de operações, cuidando da mãe de Jesus enquanto ela viveu e, depois da destruição de Jerusalém, fixou residência em Éfeso que, no fim da geração apostólica, tornara-se o centro da população cristã, tanto em número como pela posição geográfica. Aí viveu e chegou à idade avançada. Seu cuidado especial era pelas Igrejas da Ásia Menor. Entre seus discípulos, contavam-se Policarpo, Papias e Inácio, que vieram a ser, respectivamente, bispo de Esmirna, Hierápolis e Antioquia. Escreveu o Evangelho de João, três Epístolas e o Apocalipse, perto do fim do século.
- Argumentos que distinguem João, o Presbítero e João, o Apóstolo. (2 Jo 1; 3 Jo 1)
- Um homem iletrado (At 4.13) não poderia escrever algo tão profundo como o Evangelho de João.
- O filho de um pescador não poderia ter conhecido o sumo sacerdote, como se afirma que João, o Apóstolo conhecia.
- Um apóstolo não se auto-intitularia de “presbítero”.
- Argumentos que Indicam que João, o Presbítero e João, o Apóstolo eram a mesma pessoa:
- Iletrado não significa analfabeto, e sim, alguém que não fora formalmente instruído numa escola rabínica.
- Alguns pescadores eram relativamente prósperos (Mc 1.20)
- Pedro também, apesar de ser apóstolo, afirmou ser um “presbítero” (1 Pe 5.1)
- Além disto, se João, o presbítero, é o “discípulo amado” e autor do Evangelho, por que não teria ele mencionado João, o filho de Zebedeu, figura tão importante na vida de Cristo, em seu Evangelho?
- As evidências todas apontam o fato de João, o Presbítero e João, o Apóstolo serem a mesma pessoa e o autor desta carta.
- Data e local. Provavelmente escrita em Éfeso, no final do primeiro século. É suposição geral que foi mandada de Éfeso, mas não se sabe a data precisa; é muito provável que seja dos fins do século primeiro, tendo em atenção os erros que aí são condenados. Foi escrita, provavelmente, depois do Evangelho e antes da perseguição desfechada por Domiciano em 95 A.D, o que coloca sua composição por volta do final da década de 80 ou princípio de 90.
- Destinatário. Aparentemente a igreja em geral, já que não tem saudações, despedidas e outras alusões pessoais; pertence, portanto, às Epístolas gerais.
- O Estilo da Carta. A falta de referências pessoais nesta carta indica que ele foi escrita em estilo homilético para os crentes de toda a Ásia Menor (tal como Efésios).
- Foi escrita “a fim de saberdes que tendes a vida eterna”. O autor apresenta quatro razões para escrever esta carta:
- Para aumentar seu gozo (1.4)
- Para guardá-los do pecado (2.1)
- Para adverti-los acerca de falsos mestres (2.26)
- Para fortalecer a sua fé em Cristo e para dar-lhes a garantia a vida eterna (5.13)
- Objetivo da Epístola: Dar ênfase aos pontos essenciais do Evangelho, e avisar contra heresias incipientes que, mais tarde, produziriam uma forma corrupta e paganizada de Cristianismo.
- Tema central. Deus é vida, luz e amor perfeitos. Seu caráter constrange os crentes a viverem em santidade.
- Cenário que Serve de Fundo à Epístola.
- A Expansão do Cristianismo. O Cristianismo já estava no mundo havia uns sessenta anos, e, em muitas partes do Império Romano, tornara-se uma religião importante e de poderosa influência. Naturalmente, houve toda espécie de tentativas para amalgamar o Evangelho com as filosofias e sistemas de idéias dominantes.
- O Gnosticismo: Certa forma de gnosticismo, despedaçava as igrejas no tempo de João. Eis seus principais ensinos:
- Exagerava o valor do intelectualismo. O conhecimento é superior à virtude.
- Sustentava que há, em a natureza humana, um irreconciliável princípio dualista: que espírito e corpo são entidades separadas, que se hostilizam;
- O pecado reside apenas na carne.
- O espírito poderia ter seus arrebatamentos.
- O corpo poderia fazer como queria.
- A piedade mística, mental, elevada seria inteiramente consistente com uma vida sensual, voluptuosa.
- A presença do mal no mundo impede que Deus seja o seu único criador.
- Negavam a encarnação de Jesus. A encarnação é um fenômeno inacreditável, pois a divindade não poderia jamais se unir a algo material como o corpo humano (Docetismo).
- Não há ressurreição da carne.
- O sentido não-literal das Escrituras é o certo, e só pode ser entendido por uma seleta minoria.
- Sustentavam que a humanidade de Cristo era apenas aparente.
- Em Éfeso, era líder dessa seita um indivíduo chamado Cerinto. Dizia ter experiências místicas íntimas, e elevado conhecimento de Deus, mas era voluptuoso como os maus mestres que perturbavam as sete igrejas (Ap 2.2, 6, 14, 15, 20, 21). Através desta Epístola, parece que João tinha em mente esses herejes quando insiste que genuíno conhecimento de Deus deve resultar em transformação moral, e que Jesus foi a manifestação verdadeira, material e autêntica de Deus na carne.
- Os padrões éticos de muitos gnósticos eram bem baixos, e por isso João enfatizou a realidade da encarnação e o alto padrão ético da vida terrena de Cristo.
- Síntese.
- É uma profunda mensagem espiritual dirigida pelo apóstolo João às diversas classes de crentes na igreja. Coloca grande ênfase no privilégio do conhecimento espiritual do crente, no dever do companheirismo e no amor fraternal.
- A carta mostra a óbvia afeição de João por seus “filhinhos” e sua preocupação com o bem-estar espiritual dos crentes. Ela contém vários contrastes: luz e trevas (1.67; 2.8-11); amor ao mundo e amor a Deus (2.15-17); filhos de Deus e filhos do diabo (3.4-11); o Espírito de Deus e o espírito do anticristo (4.1-3); Amor e ódio (4.7-12, 16-21)
- Particularidades da Epístola.
- Não tem saudações ou quaisquer alusões pessoais. Tem mais a natureza de uma dissertação sobre a crença e deveres dos crentes, do que a de uma certa igreja. O livro é uma carta íntima do Pai aos Seus “filhinhos” (2.1,18; 3.7, 18; 4.4.; 5.21)
- É o livro mais íntimo da Bíblia, talvez, a não ser Lamentações.
- Começa com uma declaração positiva do conhecimento pessoal de Cristo (1.3)
- Sete casos importantes, onde aparecem as palavras “sabeis” ou “sabemos”.
- Que a vida reta indica regeneração (2.29; 5.18)
- Que seremos semelhantes a Cristo quando ele vier (3.2)
- Que Cristo veio tirar os nossos pecados (3.5)
- Que o amor fraternal indica que temos passado da morte para a vida (3.14)
- Que ele vive em nós pelo Espírito (3.24)
- Que temos a vida eterna (5.13)
- Que nossas orações são respondidas (5.15)
- A Mensagem de 1 João. Esta é uma carta familiar de um pai aos seus filhinhos que estão no mundo. É um dos mais íntimos livros inspirados. O mundo é considerado uma coisa exterior. O pecado do crente é comparado à ofensa de uma criança contra seu pai, e é tratada como assunto de a família (1,9; 2.1). O governo moral do universo não é discutido. O pecado desse filho como ofensa à Lei foi resolvido pela Cruz, e “Jesus Cristo, o Justo” é agora o seu advogado para com o Pai. O Evangelho de João nos conduz para dentro da Casa do Pai. Sua primeira Epístola faz com que nos sintamos à vontade ali. Uma palavra terna se emprega para “filhos”, “teknia”, criancinhas. Paulo ocupa-se com nossa posição pública na família do Pai. – Scofield. Esta parte do Novo Testamento, embora chamada Epístola, podia mais justamente denominar-se uma dissertação sobre as doutrinas do Cristianismo e os deveres dos cristãos.parece ter sido dirigida aos crentes em geral, e especialmente aos gentios e aos residentes na Ásia Menor, entre os quais João tinha trabalhado (2.7,12-14, 20-27). O escritor não julgou necessário indicar o seu nome como autor, mas a notável semelhança, tanto na matéria como nas expressões, que se observa entre esta Epístola e os outros escritos de João, confirma o testemunho dos cristãos da igreja primitiva, sendo isso uma prova satisfatória de que o mesmo apóstolo a escreveu. Ela foi certamente escrita por uma pessoa que viu Jesus, e observou as suas obras (1.1-4 e 4.14).
- A II EPÍSTOLA DE JOÃO
Advertências Contra Falsos Mestres
O principal ensino de 2 João é andar nos mandamentos de Cristo.
- João.
- As circunstâncias e os assuntos tratados nesta carta indicam que foi escrita na mesma época que as demais cartas de João, e no mesmo lugar: Éfeso.
- Destinatário. É dirigida a uma senhora cristã e aos seus filhos, talvez à senhora eleita, uma família que vivia em Éfeso. Alguns comentaristas, desde a antiguidade, acham que quer dizer a uma certa igreja ou a Igreja geral, e aos seus membros. É modelo do amor e esforço que os pastores devem prestar aos seus filhos na fé.
- Tema Principal: “Um Discurso sobre a Verdade e o Erro”. A epístola foi escrita aparentemente para advertir a amigos contra a heresia e a associação com falsos mestres. Quanto a atitude para com os falsos ensinadores, não se deve dar-lhes hospedagem (10,11).
- Análise:
- É uma breve mensagem de João acerca da verdade divina e do erro mundano. Dirigido “à dama escolhida e a seus filhos”. Faz uma advertência contra a heresia e os falsos mestres.
- “O Presbítero” (1):Todos os outros Apóstolos já haviam morrido, fazia anos. Somente João ficou, o decano de toda a cristandade, já muito velho, o último sobrevivente dos companheiros de Jesus Cristo. como lhe cabia bem o título de “presbítero” (ancião!)
- “À senhora eleita” (1): Não há meio de saber se a palavra “Cyria” traduzida “senhora”, se refere a uma pessoa ou a uma igreja, simbolicamente chamada pelo nome dela. Se era uma Igreja, então os “seus filhos” eram os membros da congregação. Se era uma pessoa, era provavelmente uma senhora muito conhecida e proeminente, que morava em alguma parte não distante de Éfeso, em cuja uma Igreja se reunia. A “irmã eleita” (13), ou era a congregação em que João residia, ou era outra senhora cristã proeminente.
- A verdade divina e sua relação com os crentes (1-6)
Verdade: É uma das palavras favoritas de João. No Evangelho segundo João emprega-se mais do que 20 vezes, 9 vezes em 1João, 5vezes em 2João, 5 vezes em 3João.
- Os une em comunhão (1)
- Permanece eternamente neles (2)
- Junto ao amor, caracteriza o espírito de suas saudações (3)
- Obedecê-las, por amor, é a forma de conduzir-se (4-6)
- Devemos:
- Amar na verdade (1)
- Andar na verdade (3)
- Cooperar na verdade (8)
- Dar testemunho à verdade (12)
- O erro mundano (7-11)
São estes o mesmo grupo de homens referidos em 1 João 2.18-29. Iam de lugar em lugar atacando às igrejas, ensinado em nome de Cristo, doutrinas que eram inteiramente subversivas da fé cristã. Esta carta foi escrita para advertir à “senhora eleita” que não exercesse hospitalidade com tais mestres. A advertência é prefaciada com uma exortação ao “amor” (5,6), como a indicar que a prática do amor cristão não significa que devamos encorajar os inimigos da verdade.
- Tem muitos defensores enganadores (7)
- Nega a encarnação de Cristo (7)
- Devemos nos guardar deles (8)
- Afasta-nos dos ensinos de Cristo (9)
- O perigo da comunhão com seus seguidores (10,11)
- Particularidades da Epístola.
- Dos treze versículos desta Epístola, oito se acham, substancialmente, na primeira.
- Se a “Senhora eleita” for uma mulher, este seria o único livro Bíblia, dirigido a uma mulher.
- A palavra “amor” ocorre 4 vezes e verdade 5 vezes.
- Outras cartas: João escreveu outras cartas (1 Jo 2.13-14; 3Jo 9), talvez muitas. Esta e 3 João foram escritas a amigos a quem ele esperava visitar em breve; são cartas particulares. Cartas como estas não tinham a mesma oportunidade de circulação, como era o caso das que foram dirigidas a igrejas. Devido à sua brevidade e à natureza de cartas particulares, eram geralmente menos lidas nas assembléias cristãs, e geralmente menos citadas pelos pais da Igreja. Em vista de serem menos conhecidas. Estas duas Epístolas, sob a direção do Espírito de Deus, escaparam de cair no olvido e foram preservadas para a Igreja, possivelmente por estarem juntas ao exemplar de 1João na Igreja ou igrejas específicas onde foram recebidas.
- A III EPÍSTOLA DE JOÃO
Rejeição dos Auxiliares de João.
- O apóstolo João.
- Provavelmente 90 A.D .
- Destinatário.
- Chave: A verdade (1, 3, 4, 8,12)
- Pensamento chave: “A Hospitalidade cristã”
- Síntese.
- Um belíssimo exemplo da correspondência íntima do venerado presbítero.
- É uma carta apostólica de recomendação escrita a Gaio, a qual contém traços da personalidade de certos membros da igreja.
- Personagens principais desta Epístola:
- Gaio, para que João escreve a carta.
- Sua Identidade. Havia um Gaio em Corinto (1 Co 1.14; Rm16.23) em cuja casa, no tempo de Paulo, uma igreja se reunia. Há uma tradição de que ele mais tarde veio a ser escriba de João. Não se pode determinar com exatidão. Há muitas pessoas com este nome mencionadas no Novo Testamento. O que Paulo menciona em Rm 16.23 pode ser o mesmo ao que se refere João, mas isto não passa de suposição. No versículo 4 é chamado “filho” indicando que seria um convertido de João. João o amava muito (1,2,5,11)
- Suas Características:
- Filho na fé do apóstolo (4)
- Um crente amável.
- Digno do carinho de João.
- Um cristão praticante, que andava na verdade (3,4)
- Hospitaleiro (5,6)
- Diótrefes, que era aparentemente um líder da igreja.
Se Gaio e Diótrefes, eram pastores de diferentes congregações na mesma cidade, ou membros eminentes de uma mesma congregação, não o sabemos. Diótrefes era, provavelmente, um dos falsos mestres arrogantes referidos em I João. Aparentemente, a alguns destes evangelistas de João, numa de suas excursões, fora recusada admissão na Igreja sobre a qual Diótrefes presidia, porém Gaio os recebera. Voltando eles a Éfeso, relataram o caso à igreja, sede do apóstolo (6). Agora iam fazer nova visita à mesma localidade, levando esta carta a Gaio.
- Egocêntrico e fanático (9)
- Pretendia ser o chefe supremo da vinha. O apóstolo promete repreendê-lo pessoalmente (10)
- Demétrio: Em contraste com Diótrefes, que era um cristão modelo, de excelência reputação.
- Os evangelistas cristãos.
- Eram obreiros cristãos itinerantes, que ofereciam um serviço gratuito por amor a Cristo (7)
- Paulo, uns quarenta anos antes, estabeleceu igrejas em Éfeso e seus arredores, mas não dispunha de seminários que lhe fornecessem pastores. Tinha de fazer, de convertidos seus, os pastores de que precisava. Mais tarde João, assumindo o cuidado pastoral dessas igrejas, ao que parece, reuniu em torno de si e adestrou grande número de mestres e pregadores que o auxiliassem.
- Dignos de um bem-vindo e de uma efusiva hospitalidade, mas hostilizados duramente pelo soberbo Diótrefes.
- Particularidades da Epístola.
- As Epístolas de João, as de Pedro e a de Tiago denominam-se “Epístolas Católicas” ou “Gerias”, por não serem dirigidas a igrejas particulares. A segunda e a terceira Epístolas de João não são propriamente “católicas”, por serem dirigidas a pessoas particulares.
- Esta é uma carta muito pessoal, dirigida a Gaio. Seu foco é um problema eclesiástico quanto a mestres itinerantes. Gaio lhes oferece hospitalidade, ao passo que Diótrefes, líder autoritário de uma das igrejas, recusara-se a recebê-los. João exerce autoridade em sua repreensão a Diótrefes (10). Demétrio, que pode ele mesmo ter sido um mestre itinerante, provavelmente foi o portador da carta a Gaio.
- Prosperidade (2): Temos aqui uma oração, de pessoa muito íntima de Cristo, para que um crente fosse abençoado tanto no temporal como no espiritual: indicação deque não é erro, aos olhos de Cristo, alguém possuir bens e vantagens deste mundo. O próprio João,pelo menos nos primeiros anos de sua vida, fora pessoa de recursos. Mas este mesmo João adverte contra o amor às coisas deste mundo (1. Jo 2.15-17)
- A Mensagem de 3 João. Velho apóstolo escreve a certa igreja que está permitindo a um tal Diótrefes o exercício de prepotência que, mais tarde se tornou comum, mas que nos tempos apostólicos era novidade. Diótrefes tinha rejeitado as cartas e as autoridades apostólicas. Parece que tinha também rejeitado o ministério de pregadores visitantes (10). E lançado fora aqueles que os receberam. Historicamente, esta carta assinala o início da presunção clerical e sacerdotal no seu domínio sobre as igrejas, que resultou no desaparecimento da primitiva ordem eclesiástica. Esta Epístola revela também o recurso do crente para esse dia. Não mais escrevendo como apóstolo, mas como ancião, João dirige a carta, não à igreja como tal, mas a um homem fiel na igreja, para o conforto e animação dos que ficaram firmes na primitiva simplicidade. Esta Epístola é de particular interesse pelo fato de nos dar o conhecimento do que eram no fim do primeiro século as igrejas cristãs. A carta ajuda-nos a achar qual o caráter daquelas igrejas, não dum modo ideal, mas nas suas verdadeiras condições de todos os dias, com as suas virtudes e com os seus defeitos: com as suas nobres figuras e com as ignóbeis; com os seus humildes membros e com os ambiciosos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo os erros daqueles tempos. Vemos ali estereotipada a sua vida variada, mista e movimentada. Mostra-nos também alguma coisa sobre a independência das mesmas igrejas, a natureza do seu ministério, a relação em que estavam neste particular, e a ordem e administração que seguiam. – Angus
- A EPÍSTOLA DE JUDAS
Iminente Apostasia
A Fé que Uma vez por Todas Entregues aos Santos
Condenando os herejes de maneira bem enfática, Judas exorta seus leitores a batalharem “diligentemente pela fé”
-
- Nome: Escrita por “Judas... irmão de Tiago”, talvez o Tiago irmão de Jesus. Não era um dos Doze Apóstolos (17).
- Os irmãos do Senhor: Eles não criam em Jesus a princípio (Jo 7.5), mas depois da ressurreição se converteram em seus seguidores (At 1.14) É possível que Judas, devido ao fato de não ter crido ao princípio, sentiu-se indigno de assinar a carta como irmão de Jesus. Assim, ao escrever a carta refere-se a si mesmo como um simples “servo” (1).
- “Netos de Judas”: Eusébio relata que Domiciano, perseguindo os cristãos (96 A.D), e dando caça aos herdeiros do reino de Davi, mandou prender os netos de Judas, irmão de Jesus. Disseram ao imperador que eles eram lavradores, viviam de suas mãos, e que “O Reino de Cristo não era deste mundo, mas seria manifestado na consumação dos tempos, quando Ele viria em glória para julgar aos vivos e os mortos”
- Data e Lugar. A semelhança de situação com a mencionada em 2 Pedro sugere a possibilidade de ter sido endereçada esta Epístola às mesmas igrejas que, ao que parece de 2 Pedro 3.1, eram aquelas às quais 1 Pedro fora dirigida, que ficavam na Ásia Menor (1 Pe 1.1). Provavelmente por volta de 67 A.D.
- Ocasião da Carta. Parece que Judas tivera o plano de escrever uma declaração geral mais circunstâncias do Evangelho a que esse grupo de igrejas, nas quais parecia ter interesse pessoal e pastoral (3), quando notícias de súbito aparecimento de uma heresia assoladora dispuseram-no a expedir esta enérgica advertência (3,4)
- A carta foi evidentemente escrita antes de tudo para advertir a igreja contra os mestres imorais e as heresias alarmantes que estavam pondo em perigo a fé que os crentes possuíam. É dever cristão pelejar pela fé “a batalhar diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Nesta breve carta é prevista a apostasia da igreja professa. Em 2 Timóteo e 2 Pedro é considerada como já iniciada.
- Propósito. Esta carta foi escrita para defender a fé apostólica contra falsos ensinos que surgiram nas igrejas. Avanços alarmantes estavam sendo feitos por uma incipiente de gnosticismo – não do tipo ascéticos, atacado por Paulo na Epístola aos Colossenses, mas do tipo antinomiano. Os gnósticos consideravam tudo que fosse material como intrinsecamente mau e tudo que fosse espiritual como bom. Por isso, cultivavam suas vidas “espirituais” e permitiam que sua carne fizesse qualquer coisa que quisesse; como resultado eram culpados de todo tipo de iniqüidade.
- Destinatários. Os leitores não são identificados, mas sabemos que estavam acossados por falsos mestres que eram imorais, cobiçosos e facciosos.
- Síntese: Seu escritor foi possivelmente o irmão de Tiago. Temas principais: exemplos históricos da apostasia e juízos sobre os pecadores, com advertências contra os mestres imorais.
- Saudação (1,2)
- O motivo da carta é exortar acerca da defesa da fé devido à invasão de mestres imorais e heréticos (3,4)
- Advertência acerca de como Deus tratou os pecadores no passado (5-7) Esses versículos apresentam alguns casos históricos de apostasia, e como o juízo de Deus caía sobre os iníquos. Até os próprios anjos têm sido julgados. Sodoma e Gomorra serviram, durante os séculos como exemplo do juízo divino sobre cidades impenitentes.
- O destino dos anjos caídos e dos depravados habitantes de Sodoma (6,7)
- O castigo de Israel por causa da sua infidelidade (5)
- Descrição das características dos mestres ímpios e o juízo que sobre eles se pronuncia (8-13)
- “transformam em libertinagem a graça de Deus”
- “negam a cristo”
- “Como Sodoma entregue à prostituição e seguindo após outra carne”
- “sonhadores que contaminam a carne”, “rejeitam governo,”
- “difamam autoridades”
- “difamam quanto ao não entendem”
- “como irracionais”
- “prosseguem pelo caminho de Caim.”
- “precipitam-se no erro de Balaão”
- “pereceram na revolta de Coré”
- “pastores que a si mesmo se apascenta”
- “nuvens sem água”
- “árvores sem frutos”
- “ondas bravias, que espunham as suas próprias sujidades”
- “estrelas errantes”
- “murmuradores”
- “descontentes”
- “andam segundo suas paixões”
- “propalam grandes arrogâncias”
- “aduladores dos outros, por motivos interesseiros”
- “escarnecedores”
- “promovem divisões”
- “sensuais”
- “não têm o Espírito”
- Descrição das características dos mestres ímpios e o juízo que sobre eles se pronuncia (8-13)
- Referências a profecias.
Esses falsos mestres já haviam se intrometido (4), são referidos como a aparecerem “no último tempo”. Embora primeiramente a referência seja a alguma classe particular de homens dos dias de Judas, pode ser uma caracterização geral de toda a corporação de falsos mestres que, através dos séculos corrompiam por dentro a Igreja e assim estorvariam a obra redentora de Cristo. os que conhecem a História Eclesiástica bem sabem quanto a Igreja tem sofrido com tais homens.
- De Enoque: Que predisse a condenação dos ímpios (14-16)
- Dos Apóstolos: Acerca dos escarnecedores dos últimos dias (17-19)
- Resumo dos deveres Cristãos (20-23)
- Crescimento espiritual e oração (20)
- Amor para com Deus e confiança em Cristo para a salvação eterna (21)
- Ativos em ganhar almas (22-23) Não somente há um caminho, mas há também a missão (22): salvar alguns que ainda não estão de todo perdidos.
- Bênção (24,25) Vemos que no meio da apostasia geral há uma senda para os fiéis, os crentes amados, edificados sobre sua santíssima fé. Depois de contemplar a apostasia geral, o escritor, afinal, volta seus olhos para Deus, satisfeito e contente, e irrompe em louvores e ações de graça por toda a bondade e suficiência que descobre no Deus-Salvador.
- Particularidades da Epístola de Judas.
- A última das cinco epístolas gerais, Isto é, não dirigidas a uma certa igreja. As outras são: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 João.
- Uma grande parte desta Epístola (3-16) assemelha-se com uma parte de 2 Pedro.
- Vemos como a corrupção tende a entrar no terreno mais sagrado, na Igreja de Deus, e que os crentes fiéis precisam estar sempre de sobreaviso contra “homens ímpios que convertem em dissolução a graça de Deus”
- Os anjos caídos (6). Esta e 2 Pe 2.4 são as únicas referências bíblicas à queda dos anjos (Ap 12.9 - parece se referir à derrota posterior deles).
- Pensam alguns que é alusão a Gn 6.1-5, onde se fala que os “filhos de Deus” se misturaram pelo casamento com as “filhas dos homens”.
- Mais provavelmente, refere-se a um fato anterior, quando satanás liderou a rebelião de certos anjos contra Deus.
- A Contenda de Miguel com o Diabo. Miguel é mencionado em Dn 10.13,21 como “príncipe” e em Ap 12.7 como comandante de anjos, mas somente nesta passagem é chamado “arcanjo”. O sepultamento de Moisés vem referido em Dt 34.5-7. Mas a disputa de Miguel com satanás a respeito do corpo de Moisés não é relata ali. Diz Orígenes que a declaração de Judas é referente a uma passagem do livro apócrifo “Assunção de Moisés”, que foi escrito mais ou menos quando Cristo nasceu, existindo hoje do mesmo apenas uma parte, não constando nela tal passagem. Judas pode ter conhecido de outras fontes o incidente. Diz Josefo que Deus escondeu o corpo de Moisés para que não fizessem dele um ídolo. Possivelmente, satanás quis o corpo para incitar Israel a idolatria. Referindo o incidente, Judas parece ratificar sua historicidade. Serviu como exemplo contra o pecado da “infamação”: mesmo o Arcanjo, a mais elevada das criatura, não proferiu impropérios contra o diabo, o mais degradado dos seres criados.
- A Profecia de Enoque. (14,15). É a única alusão à profecia bíblica de Enoque. A curta história de sai vida é narrada em Gn 5.18-24, mas não há menção de qualquer palavra sua. A citação de Judas é feita do Livro de Enoque, apócrifo, escrito por volta de 100 a.C. Evidentemente, ele considera essas palavras como de fato da autoria de Enoque. Assim, quando Adão, fundador da raça, ainda era vivo, Enoque (contemporâneo seu durante 300anos) profetizou a vinda do Senhor, com Seus anjos, para executar juízo sobre a raça desobediente. Davis chama este Livro de Enoque: “uma produção extravagante, ampliando a história antediluviana de modo inacreditável” O fato de Judas sancionar uma passagem do livro, não importa na sanção do livro todo.