OS LAVRADORES MAUS
Texto Bíblico: Mateus 21.33-46; Marcos 12.1-12; Lucas 20.9-19
INTRODUÇÃO: A parábola é uma história de Israel em miniatura.
SÍNTESE DA PARÁBOLA:
A parábola dos dois filhos, que a precedeu, visou primeiramente os chefes da nação judaica. Está agora visa a própria nação. O sentido desta parábola é tão claro que aqueles contra quem foi dita bem entenderam seu alcance. Esta parábola fala de agricultores maus, que não somente se recusaram a pagar o aluguel como também mataram os cobradores e, finalmente, o próprio filho do dono. Foram expulsos, e a vinha, arrendada a outros. A parábola mostra o castigo da nação judaica pela rejeição a Jesus. A falsa profissão da religião, tornar-se-á em ódio contra aqueles que exigem a demonstração da realidade.
ANÁLISE DA PARÁBOLA:
- Parábola que resume a história espiritual de Israel:
(1) Israel, a vinha (Is 5. 1-7). Só gerou uvas bravas. A nação judaica é comparada a três árvores: à vinha (Is 5.1-7; Sl 80.8-16); à oliveira e à figueira. Antigamente a nação era como uma vinha frutífera, depois uma figueira estéril, e mais tarde será uma oliveira florescente.
(2) A videira é planta baixa, porém nobre; espalha suas gavinhas e galhos em cada lado; com trabalho paciente, chega-se a grande resultados.
(3) Cristo era a pedra que fora rejeitada (Sl 118.22,23).
- O proprietário de terras (Deus) plantou uma vinha – Israel (Is 5.1-7), plantado Israel, aprendeu a adorar ao Deus único, enquanto as demais nações estavam imersas na idolatria; recebeu a bênção de cantores cujos Salmos são hinário e manual de culto por todo o mundo. O povo escolhido cercado pela Lei, deveria ser frutífero, mas está cheio de homens de interesse próprio (os lavradores ladrões).
(1) Notemos o empenho do proprietário pelo fruto da sua vinha.
(2) Seu cuidado em cercá-la. Cercado foi de avisos proféticos, e arado pelas perseguições, e fertilizado por incontáveis misericórdias.
(3) A entrega da vinha aos lavradores. Os servos de Deus, que o
Representavam, tinham de guiar o povo de modo que produzissem os frutos da retidão. O arrendamento representa a aliança entre Deus e o seu povo. Onde se estabelecem as condições para a prosperidade nacional. Arrendada a vinha, viaja o dono para outro país. Deus, após livrar Israel e estabelece-lo no novo território, deu aos líderes oportunidade para demonstrarem sua lealdade a Ele.
- Os lavradores são os chefes religiosos.
(1) Notemos a responsabilidade destes.
(2) O egoísmo.
(3) A perversidade.
(4) A crueldade deles.
(5) Seu pouco respeito pelo “filho”.
(6) Seu erro crasso de pensar que o crime que iam praticar resultaria em lucro para eles.
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- Os servos eram os profetas, que foram maltratados. Mencionam-se os profetas do Antigo Testamento e João Batista, além de Jesus. A Lei não tinha poder justificador, apenas convencia de pecados. Todavia esperava o Senhor aspirações espirituais da parte daquele povo tão favorecido, e enviou profetas a chamar a nação ao arrependimento e fé. Privilégio inclui a
Responsabilidade (Jo 15.8) Quais frutos está Deus recebendo, depois de tanto investir em nossas vidas? A paciência deste dono da vinha é inigualável. Qualquer outro teria entregue o caso às autoridades. É intenção da parábola, no entanto ilustrar a longanimidade de Deus. Cada golpe contra um profeta atingia também a Deus, mas Ele pacientemente tolerou esses homens maus.
- Por fim Deus enviou seu Filho (o Messias) e eles o assassinaram (33-37). Queriam os líderes segurar sua posição sem prestar obediência. Odiavam a Jesus por exigir-lhes os frutos da retidão. Além disso, temiam que a popularidade de Jesus entre o povo lhes ameaçasse a posição.
- Profetizaram-se os acontecimentos da guerra judaico-romana. De 67 a 70 d.C.
- Jesus habilmente citou a profecias que a ele se referiam como a Pedra rejeitada (Sl 118.22,23). E mostrou que o reino de Deus, no sentido mais amplo de luz e de salvação espiritual, seria retirado da nação de Israel e dado aos gentios (Rm 9.30-33: 11.1-24). Na segunda vinda, ele será “pedra de remate” (Zc 4.7). Aquele que “cair sobre esta pedra” com fé será feito em pedaços, em contrição e perdão, mas “aquele sobre quem ela cair” (como juízo) ficará reduzido a pó (v.18). Clara referência à pedra esmagadora que destruirá as potências mundiais pagãs antes do estabelecimento do reino (Dn 2.34-35).
- No versículo 44 nosso Senhor referiu-se a si mesmo, no juízo como a Pedra esmagadora da destruição de Jerusalém.
- As qualidades notáveis de Jesus:
(1) Coloca-se em um plano superior aos profetas.
(2) Alega ser o único e amado Filho do Pai.
(3) Diz-se herdeiro.
(4) Refere-se como a Pedra que os edificadores rejeitaram (Sl 118.22).
1) É uma pedra reprovada pelos edificadores.
2) Qual é o lugar que damos a Cristo na construção da nossa vida, nosso caráter?
- O Texto:
(1) A Colheita (21.34): Simboliza o fruto da fé, virtudes religiosas.
(2) “Servo” (Mc 12.2): gr. Doulos; escravo: Aqui, aponta para um profeta de Jeová do Antigo testamento, obediente e submisso (Jr 7.25; Am 3.7; Zc 1.4)
(3) “agarrando... espancaram... mataram... apedrejaram” (Mt 21.35): Os judeus sempre perseguiam os profetas que fosse requerer da mão deles, um comportamento moral e espiritual perante Deus.
(4) “Restava-lhe ainda um” (Mc 12.6): A ênfase do Novo Testamento recai sobre a incomparabilidade de Cristo (Hb 1.1,2). Quem rejeitar o Filho fica destituído de qualquer esperança de aceitação da parte de Deus.
(5) “Amado” (Mc 12.6):Significa “Único”, como na versão LXX de Gn 22.2.
(6) “Ora, vamos, matemo-lo” (Mc 12.7): As mesmas palavras de Gn 37.20 usadas na LXX.
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(7) “Sua herança” (Mt 21.38): Seria loucura que os mordomos de uma vinha pudessem imaginar que, ao assassinar o herdeiro da mesma, pudessem passar a possuí-la. Está, porém, ainda seria maior loucura, a dos sacerdotes que agiam, como se a crucificação do Filho de Deus, deixaria a herança de Israel por conta deles.
(8) “arrendará a vinha a outros lavradores” (Mt 21.41): Os judeus que não quisessem aceitar a verdadeira mensagem de Deus, ficariam sem herança espiritual. Note a destruição do Templo e Jerusalém em 70 d.C. A igreja redimida passa a ganhar a herança do povo de Deus.
(9) A Pedra (Mt 21.42-44): Jesus é a pedra fundamental para os que confessam o Seu Nome e edificam suas vidas nEle, passando então a fazer parte do edifício de Cristo, pedras vivas da Igreja (Mt 16.18; At 4.11); para quem se recusa crer em Cristo, Ele deixa de ser a pedra que alicerça esta vida. Torna-se-lhe pedra de tropeço e condenação no julgamento (Is 8.14,15; Lc 20.17; Rm 9.32; 1 Pe 2.8). Mais tarde, Pedro mostrou que Cristo era a sua pedra fundamental para operar milagres, pedra de cuja aceitação depende a salvação de cada um (At 4.11-12).
(10) “Temeram” (Mt 21.46): Tinham medo de um tumulto e da opinião pública.
- Ensinamentos Práticos desta parábola:
(1) Acerca de Deus:
1) Que Deus confia nos homens; Tem muita paciência.
2) Que Deus prepara as circunstâncias do seu povo, de maneira tal que essa possa dar fruto. Notemos que o homem plantou, cercou, fundou e edificou antes de arrendar.
3) Que Ele conta com algum resultado que lhe seja aceitável.
4) Que Ele espera haver da parte dos lavradores um reconhecimento de responsabilidade, e um esforço adequado no serviço. Que Deus nos tem cercado de cuidados, privilégios, oportunidades e
Responsabilidades, a fim de darmos frutos para a sua glória.
5) Que Ele manda seus servos exortar-nos a esse respeito.
(2) Acerca dos homens:
1) Seu privilégio.
2) Sua liberdade de ação.
3) Sua responsabilidade.
4) Seu pecado egoísta.
5) Que há uma tendência da natureza humana pecaminosa para:
1- Tomar para seu próprio gozo aquilo que pertence ao dono.
2- Perseguir os que vêm lembrar do dever.
3- Pensar que por meios violentos pode-se tomar posse e fazer próprio aquilo que é apenas arrendado.
6) Que afinal haverá um castigo para os malvados.
7) Que outros entrarão na posse da herança violada.
8) Que é possível maltratarmos os servos do Senhor, ou talvez, apenas desprezarmos as suas mensagens.
9) Que os privilégios e as oportunidades que não se aproveitam podem ser dados a outros.
10) Que haverá um julgamento.
(3) Acerca de Cristo:
1) Seu direito.
2) Seu sacrifício consciente e voluntário.
- Aplicação para Israel – Sua significação para Israel foi reconhecida, ao menos em parte: “Entendiam que contra eles dizia esta parábola”.
(1) Que a vinha tinha gozado de privilégios e proteção especial – plantada
Em uma terra que manava leite e mel, cercada de providências divinas, instruída e admoestada por profetas.
(2) Que Israel não deu fruto aceitável a Deus.
(3) Que Israel perseguiu os profetas.
(4) Que, por isso, Israel está sob a reprovação de Deus,
- Aplicação para nós:
(1) Ainda hoje pessoas rejeitam a Cristo para seguir seus próprios interesses.
(2) Mais cedo ou mais tarde nações e indivíduos que rejeitaram ao Senhor para seguir as próprias ambições, sofrerão amargas consequências.
(3) Cristo, na sua humilhação, é a pedra contra a qual os homens cairão; e, na sua glória e exaltação, a que cai sobre eles. Melhor seria aceitar a pedra e edificar sobre ela!