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O GRÃO DE MOSTARDA E O FERMENTO

O GRÃO DE MOSTARDA E O FERMENTO   

Texto Bíblico: Mt 13.31,32; Mc 4.31, 32; Lc 13.19,20

OCASIÃO: Sermão à Beira-Mar

SÍNTESE DA PARÁBOLA:

Estas parábolas também se constam em Mc 4.30-32; Lc 13.18-20. Duas parábolas semelhantes, que ilustram o começo diminuto do reino de Cristo, seu crescimento gradual e imperceptível, tanto no indivíduo como no mundo em geral, até por fim alcançar vastas proporções, levedando todas as instituições, filosofias e governos da terra.

ANÁLISE DA PARÁBOLA:

  1. O Grão de Mostarda:

      (1) A figura da semente de mostarda ensina o rápido e anormal crescimento da cristandade.

      (2) Aqui o servo descreve o rápido crescimento do presente reino de Deus, pois a semente de mostarda é extremamente pequena, mas quando semeada, cresce e vira uma grande árvore de três metros de altura.

      (3) A referência às aves pode sugerir que, com o crescimento do reino, coisas indignas do reino de Deus tentem alojar-se lá (cf. Dn 4.20-22). As aves do céu simbolizam também descrentes de diversas classes que, por motivos de interesse, abraçam o cristianismo e acham abrigo nos seus ramos (Ap 18.2).

       (4) “A menor de todas as sementes” (Mt 13.32): Tomadas ao pé da letra, estas palavras podem parecer erradas, pois há muitas sementes menores que a mostarda, algumas como as dos fetos, tão pequenas que só podem ser vistas através do microscópio! Mas nosso Salvador falava como galileu aos camponeses da Galiléia, e suas palavras, conforme todos os seus ouvintes entenderiam, contêm a figura de elipse ou omissão, significando simplesmente “que é a menor de todas as sementes (usadas por vós na agricultura)”.

      (5) Tanto no campo, e na cozinha, como nos corações e no mundo, a implantação da nova natureza do reino não pode permanecer oculta. A nova vida do Espírito se manifestará no indivíduo e na Igreja. Essa vida influenciará o mundo inteiro (Ap 5.9).

      (6) As aves (Lc 13.19): Cf Dn 4.12,21 onde representam nações. Podem ser os gentios que terão livre acesso ao evangelho e à Igreja (Ef 3.6)

      (7) Que há na semente de mostarda que ilustra a fé? (Lc 17.7-10). 1) Há vida: A semente não é como um grão de areia, é uma partícula viva. A fé precisa ser viva.

         2) Há poder: o pequenino rebento rompe a terra, tornando-se em árvore (Mt 13.32). Assim a fé, embora pequena, pode desenvolver-se a ponto de poder atirar uma montanha no mar (Mt 17.20). Nada é impossível à fé.

       3) Pode crescer: A fé a confiança em Deus que leva o homem a descansar na sua Palavra. Essa confiança pela experiência.

      4) A fé é humilde (pequena). A fé lança mão do poder de Deus, e nada faz por poder próprio. Por isso confessa: “somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer”

  1. O Fermento:

     (1) Há males progressivos que permeiam tudo em redor. Por isso Jesus emprega a figura do fermento: um princípio ativo que, em pouco tempo leveda toda a massa.

     (2) O fermento representa o ensinamento corrupto (Êx 12.8. 15-20; Mt 13.33; 1 Co 5.7). Os ensinamentos dos ritualistas vazios, os fariseus não passavam de impostura e de hipocrisia (Lc 12.1-3; Mt 16.1-12).

     (3) O fermento representa um princípio de corrupção operando sutilmente. A figura do fermento é empregada sempre sem sentido ruim (Gn 19.3; Mt 16.11,12; Mc 8.15; 1 Co 5.6-8). O ensino da parábola é que o Evangelho será misturado com ensino falso, que aumentará até o fim.

    (4) Esta parábola enfatiza o poder transformador invisível do Evangelho, especialmente na vida particular do discípulo totalmente entregue a seu mestre, Cristo. Além dessa transformação individual, possivelmente, Jesus aponta para a influência do evangelho que, silenciosamente e com poder muda a sociedade e a cultura, ou governo, nos casos em que os cristãos decididos existem em suficiente proporção. A notável influência do cristianismo na transformação da vida da mulher, dos pobres, dos doentes, dos velhos, dos escravos e das crianças é bem conhecida através da história. Cristo não afirma aqui, que todo mundo se converterá.

   (5) “Três Medidas” (Mt 13.33): O Reino dos Céus constitui-se para nós na presença da gloriosa e inexplicável Trindade de Deus; devemos guardar em nossos corações a porção exata de cada Pessoa da Trindade (2 Co 13.13; Ef 1.3-14)

   (6) Em Marcos o aviso (Mt 16.6) abrange também os herodianos. As três classes representam princípios do mal:

1) Fariseus – o formalismo e a hipocrisia, uma religiosidade exterior e inútil.

2) Saduceus – racionalismo, incredulidade e materialismo.

 3) Herodianos – secularismo e Mundanismo: a política.

Essas seitas não existem mais, porém ainda há o que elas representam. A tragédia é que estes males têm invadido as igrejas, e têm substituído a realidade, fé e adoração.