AS DEZ VIRGENS
Texto Bíblico: Mateus 25.1-13
SÍNTESE DA PARÁBOLA:
Esta parábola significa só uma coisa: devemos conservar nossas mentes no Senhor e estar prontos para quando Ele vier. O pensamento central desta parábola é a exclusão de alto privilégio por falta de preparo. A lição principal: necessidade de preparação espiritual quando Cristo vier. Quão absurdo, além de pecaminoso, é não estar preparado para a vinda de Cristo.
ANÁLISE DA PARÁBOLA:
- Quem á a figura central desta parábola? Num casamento, dá-se destaque aos noivos, mais aqui as dez virgens, representando a igreja professa em geral, ocupam o centro da narrativa.
- O Casamento: A parábola baseia-se no cortejo nupcial observado entre os judeus. Na parábola, dez damas de honra aguardavam o cortejo no local de encontro.
- As Virgens: Representam cristãos professos, dos quais cinco são renascidos.
(1) As Virgens Prudentes: As cinco prudentes simbolizam o remanescente fiel.
1) Representam aqueles crentes que, reconhecendo possível demora do noivo aguardam num estado espiritual apropriado a qualquer
Chamada repentina.
2) Estão cientes de que algumas emoções não bastarão para levá-los ao triunfo, mas que precisam ser fortalecidos, reavivados e purificados pelo contato ininterrupto do Espírito de Deus.
3) Crentes “prudentes” têm previdência, sinceridade e profundidade na fé.
(2) As Virgens néscias, o segmento descrente que só da boca para fora aguarda a vinda do Messias.
1) Representam a classe negligente na oração e boas obras, e cuja vida religiosa é planejada para agradar aos homens, e não a Deus, que tudo vêm em segredo; tem experiência espiritual pouco profunda.
2) Não providenciaram nada para os imprevistos: tinham azeite nas lâmpadas para uso imediato, mas não para o caso de o noivo tardar (as lâmpadas continuavam a queimar enquanto dormiam).
3) Elas ficarão sem azeite (símbolo do Espírito Santo).
4) E serão apartadas do reino messiânico
- O Propósito das Virgens: que foi o de se encontrarem com o esposo – sem dúvida um bom propósito. Quais são os propósitos que mais preocupa o pensamento humano? Alguns aspiram a, mais cedo ou mais tarde,
Encontrarem-se com Cristo.
- A Prudência das Virgens: Notemos que havia aparente semelhança exterior entre elas, mas fundamental diferença íntima. Cinco prudentes, cinco loucas.
- O Preparo das Virgens para se encontrarem com o esposo era, então azeite nas lâmpadas: uma figura do Espírito Santo. Qual o preparo de que nós necessitamos?
(1) As Lâmpadas e o Azeite: O azeite deve ter aqui o mesmo significado que em outras partes das Escrituras: representa o Espírito de Deus, que inspira fé, produz vida espiritual e conduta santa (Zc 4.2,6; At 10.38; 1 Jo 2.20,27).
- A Paciência das Virgens: Houve uma demora inesperada, como também parece acontecer com a segunda vinda de Cristo; e essa demora serviu para revelar a prudência das virgens. O decorrer dos anos descobre em nós, o quê?
(1) “E, tardando o esposo” (v5):Indica o Senhor com estas palavras que haverá, na sua volta, demora suficiente para ser um teste de fé. (Mt 24.48; Lc 18.7,8). Alguém disse que o último dia é desconhecido a fim de que cada dia seja considerado de máxima importância.
(2) O que representa este sono?
1) Em primeiro lugar não é condenável, porque tanto as prudentes como as loucas dormiram. Não era incompatível com a sabedoria das prudentes, e não interferiu em sua prontidão. O segredo estava aqui: as prudentes muito bem podiam dormir, porque tudo já estava pronto. As loucas, porém, deveriam ter-se ocupado em procurar azeite. Não tinham o direito de dormir naquela condição de despreparo.
2) Em segundo lugar, o sono representa nossos deveres diários, aos quais não pede o Senhor que negligenciemos. Também não nos exige estado de tensão no aguardo de sua vinda. Deseja apenas estejamos preparados enquanto ocupados nos deveres seculares.
(3) A meia-noite: era o horário do sono, quando menos se esperaria a passagem de um cortejo nupcial. Ilustra-se deste modo a segunda vinda de Cristo, como evento repentino. A impressão é de rapidez que não permite preparativos tardios. Que insensatez, adiar os preparativos quando se sabe próximos o grito e a chegada! Entre o grito da meia-noite e a chegada do noivo não haverá tempo para demorados preparativos.
(4) O Grito Repentino: Até esse momento, não parecia haver diferença entre as moças. Eram todas virgens, damas de honra, indo para o mesmo lugar; todas esperavam o noivo e tinham as suas lâmpadas. Porém, ao grito repentino, manifestou-se a diferença. Mera profissão externa do Cristianismo não aguentará o teste da vinda de Cristo.
(5) Preparando as lâmpadas: Preparar as lâmpadas é remover o pavio queimado que impede à luz seu brilho maior. Espiritualmente, significa a remoção de coisas tais como indiferença, frieza, mundanismo, autoconfiança e tudo o que impede à pessoa desenvolver-se diante de Deus.
(6) O Pedido Desesperado: “Dai-nos do vosso azeite”: As prudentes, não recusaram emprestar azeite por egoísmo; era-lhes impossível atender àquele pedido. Não podemos dar a outra pessoa parte da nossa vida espiritual nem a graça que possuímos. Não podemos emprestar virtudes. Há coisas que podemos obter mediante a oração e os esforços dos companheiros cristãos: há porém, bênçãos somente obtidas por sincera oração pessoal e esforço diligente.
(7) “fechou-se a porta”: Palavras terríveis que descrevem a dor de uma oportunidade perdida. Pelo costume oriental, nos banquetes formais os convidados apresentavam seus cartões a um empregado, que vigiava a porta para manter do lado de fora os curiosos.
(8) “Não vos conheço”: Significa “Não reconheço o seu direito de entrar”. Não reconhece o noivo a participação delas, que diligentemente se prepararam para a festa.
- O Prêmio das Virgens: Foi o de entrarem no gozo do noivo. Há galardão para o crente em Cristo, pois gozará futuramente a companhia do seu Senhor.
- O Prejuízo das Virgens Loucas: Foi a perda de toda essa alegria. O remorso por bênçãos perdidas pode bem ser um dos principais castigos do impenitente.
(1) As néscias descobriram que suas lâmpadas estavam se apagando, e não tinham mais azeite para repor. Verificaram tarde demais as condições de suas lâmpadas. Quando Cristo vier, será impossível a qualquer pessoa ignorar seu estado espiritual.
- A Lição da Parábola: “Vigiai, não sabeis o dia nem a hora”. Efeitos da vigilância:
(1) Guarda-nos de demasiada preocupação com interesses atuais.
(2) Preserva do desânimo que poderia resultar das provações do momento.
(3) Inspira-nos com grande esperança para o povir.
(4) Preocupa-nos com Cristo, não como sofredor, mas como Rei vindouro.
(5) A vida cristã consiste em contínua dependência de Deus. Necessárias, são, no entanto, as reservas de forças espirituais.
(6) Não se pode discernir, mediante análise superficial, a diferença entre o crente que possui profunda experiência espiritual e aquele cuja profissão de fé não vai além da superfície. Um teste repentino, porém, mostrará a diferença: pegos de surpresa, não temos como preparar-nos. A súbita tentação, tristeza, decepção ou apelo inesperado revelam a profundidade do caráter e o alcance do preparo espiritual. A revelação da força ou fraqueza espiritual pode ser repentina, mas o progresso que leva até esse ponto é paulatino. As crises revelam a quantidade das nossas reservas espirituais. Durante a emergência, revela-se o líder, mas suas qualidades não foram adquiridas num repente; são resultados de longos anos de disciplina e oração. A revelação da sua capacidade foi repentina; o preparo, demorado. A reserva de poder é resultado de disciplina diária.