BODAS DO FILHO DO REI
Texto Bíblico: Mateus 22.1-14
INTRODUÇÃO: A parábola das bodas ensina que Israel recusaria o Evangelho e que os gentios seriam chamados. A proclamação do evangelho é como um convite insistente a uma festa maravilhosa. Ainda assim há pessoas que o rejeitam.
SÍNTESE DA PARÁBOLA:
Outra ilustração do mesmo fato: a nação eleito do Senhor, pelo vergonhoso tratamento dispensado aos mensageiros de Deus, estava agora para ser lançada fora, sua capital queimada e outras nações seria admitidas. Outrossim, é uma espécie de parábola dupla: contém um aviso para os novos admitidos, a fim de que tomem cuidado e não venham a ter a mesma sorte.
ANÁLISE DA PARÁBOLA:
- Essa parábola explica que o rei e o reino foram oferecidos à nação 22.1, 2.mas recusado (v.3).
- A primeira parte da parábola (v.1-10) é contra o indiferentismo; a segunda parte contra a irreverência. A primeira fala da exclusão do judeu descrente; a segunda, da rejeição de um gentio que figurava como crente. É fatal recusar a mensagem do Evangelho, mas é igualmente fatal tomar lugar de crente e não obedecer ao Evangelho.
- Vestes nupciais: tem sido alegado que não existia o costume de dar vestes nupciais aos convidados das bodas, mas algumas escrituras apoiam o pensamento de que às vezes, se fazia assim. José apresentou mudas de roupas a seus irmãos (Gn 45.22). Sansão no seu casamento, deu aos trinta companheiros mudas de roupas (Jz 14.12), e Geazi pediu a Naamã mudas de roupa para os moços que alegou terem visitado seu amo (2 Rs 5.22). Entende-se que os reis orientais forneciam uma veste especial para tais ocasiões; deixar de usá-la era ofensa séria. Chegar ao sacrifício do Senhor “de vestidura estranha” era motivo de castigo (Sf 1.8). Na verdadeira Igreja de Deus todos têm o manto da justiça; mas na cristandade, em toda esfera da profissão cristã, muitos não o têm. Os trapos imundos da nossa própria justiça não servem para substituir a justiça que Isaías cantou “Regozijar-me ei muito no Senhor, e minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de salvação, me cobriu com o manto da justiça” (Is 61.60). A veste nupcial (11-14): é a justiça de Cristo.
- A parábola subentende o costume oriental de enviar dois convites; o primeiro de sentido geral: e o segundo, declarando que a festa combinada já estava pronta. Considerava-se ofensa mortal recusar o segundo convite depois de
aceito o primeiro. Entre os árabes, significava uma declaração de guerra. Entre os maometanos, quebra da lei de Deus. A mensagem do Evangelho era o segundo convite; o primeiro, fizeram-no os profetas.
- Trabalho e festividade. Consideremos o duplo aspecto da vida cristã – o trabalhar e o festejar. Tão rico e variado é o Reino de Deus nas suas manifestações que Jesus emprega várias parábolas para descrevê-lo. O Reino assemelha-se a uma vinha porque conclama a humanidade a trabalhar para o Senhor. Ao mesmo tempo, é como uma festa de casamento porque oferece aos homens o gozo da comunhão com Deus. Precisamos conservar o equilíbrio. Para algumas pessoas, o Cristianismo é só trabalho. Alguns cristãos parecem-se com Marta, tão ocupados em fazer o trabalho do Senhor, que frequentemente dEle se esquecem. São os santos tipo “vinha”. Para outros, representa o Cristianismo. Mas crentes há que demonstram egoísmo no regozijar-se, não repartindo com outros suas bênçãos. São os santos “das bodas”. Lembremo-nos de que somos, ao mesmo tempo, trabalhadores da vinha de Deus e convidados à sua mesa.
- Nova oferta e nova rejeição (4-6): Esses versículos representam a nova oferta e a nova rejeição, e a afirmação “tudo está preparado” sugere a morte de Cristo e os benefícios redentores que ela trará. Depois da morte expiatória de Cristo, a nação teve a chance de se arrepender (At 1 – 8), mas recusou-se a fazê-lo.
- “E estes não quiseram vir”: Estranha maneira de se tratar um convite real. O, generosamente supunha ter havido algum mal-entendido. O segundo convite representa a paciência de Deus com a nação obstinada de Israel.
- “Mataram” (v6): Lucas narra uma parábola semelhante, em que compara o evangelho a uma festa (Lc 14.15-24). Parece que Jesus repetiu a parábola, agora em circunstâncias mais urgentes, e adicionou este pormenor para ensinar aos fariseus qual era a atitude deles, a qual seria seu fim por causa disso. Profetiza também a perseguição, aos cristãos.
- “Não fazendo caso”. É coisa séria o desprezo às oportunidades; tal leviandade pode arruinar-nos o caráter. Desafiar a bondade e o convite do rei é despojar o caráter de tudo quanto poderia ser enobrecido – a pessoa logo se afundará em baixeza e vício.
- Ocupado demais! Se o perigo de estar ocupado existia na antiga e tranquila vida oriental quanto mais hoje, a comparar-se o ritmo alucinante das grandes cidades. Tanto se faz necessário correr pela vida que as pessoas não têm tempo de apreciá-la. Não é sem motivo que aumentam as enfermidades nervosas. Há perigo de o cristão envolver-se nessa corrida, vendo-se ocupado demais para nutrir a alma. Santidade exige tempo; não há método rápido e fácil para obtê-la. Às vezes esperamos ficar espiritualmente esgotados antes de tomar medidas de recuperação.
- O texto da parábola, porém sugere um Deus por vezes forçado a julgar. É a sua “obra estranha” (Is 28.21). É atitude normal de Deus ansiar pela salvação do homem (2 Pe 3.9).
- “Exterminou aqueles assassinos” (22.7): Os inimigos declarados do evangelho serão exterminados. Pode ser uma predição específica a respeito da destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Depois vem o julgamento final. Os inimigos disfarçados, aqueles que participam das atividades evangélicas sem a verdadeira conversão também perecerão.
- Prevê-se a ampla oferta mundial aos gentios (8-10), depois da descrição dos acontecimentos de 67 – 70 d.C.
- Muitos são convidados para a salvação, mas relativamente poucos aceitam o convite (Mt 22.14; Rm 8.30).
- “Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes”: Soam estas palavras como uma clarinada, convocando-nos à obra evangelística, quer na forma de reuniões quer através de convites individuais. Segundo as palavras de Jesus “Força-os a entrar” (Lc 14.23):
A situação atual pede o poder compulsivo de experiências espirituais, oração Intercessória e convicções intensas.
- “O rei entrando para ver os convidados” (Mt 22.11-14): Isto representa o escrutínio diário que Deus faz das vidas humanas e, especificamente, o exame no Dia do Juízo. Este homem representa os que querem entrar no céu por seus próprios méritos. Inclua-se os membros da igreja que não passaram por mudanças de coração.
- “as trevas exteriores” As ruas não iluminadas do antigo Oriente representam as misérias das almas perdidas.