O FARISEU E O PUBLICANO

O FARISEU E O PUBLICANO 

Texto Bíblico: Lucas 18.1-14

SÍNTESE DA PARÁBOLA:

O fariseu satisfeito consigo mesmo, e o publicano arrependido. Os fariseus eram geralmente tão justos aos seus próprios olhos, e tão hipócritas em sua altivez com o próximo, que a palavra se tornou sinônima de “impostor”. Mantinham a mesma satisfação de si mesmos na atitude para com Deus, como se julgassem que Deus sentia honrado em receber a homenagem de pessoas tão boas. Jesus aborrecia de coração a simulação religiosa. As palavras mais duras que proferiu foram contra a hipocrisia dos fariseus (Mt 23). Ele não fechava os olhos aos pecados dos publicanos e meretrizes.  Viera salvá-los. Reconhecendo-se pecadores, era-lhes mais fácil dar o primeiro passo e confessar que o eram. Esta parábola visa mostrar que o aproximar-nos de Deus funda-se no reconhecimento de nossa pecaminosidade e da necessidade que temos de Sua misericórdia.

ANÁLISE DA PARÁBOLA:

  1. Essa parábola, como a anterior, é exclusiva do evangelho de Lucas.
  2. Seu alvo era orgulho e a vazia hipocrisia ritualista dos fariseus (v.9). O fariseu era extremamente egoísta.
  3. O Fariseu:

(1) “Graça” (v.11): O contraste com a viúva (3-5) é absoluto. O fariseu não pede nada, na sua presunçosa oração. Sua gratidão não passa de 

Congratular-se a si mesmo.

(2) Na curta oração, quatro verbos na primeira pessoa se referem a ele mesmo, e não a Deus (v.11,12).

(3) Este fariseu excedia em muito, os requisitos normais da Lei: o de jejuar uma vez ao ano, o de dar o dízimo de apenas algumas espécies 

Insignificantes de renda. A igreja primitiva adotava dois jejuns às quartas e sextas feiras. Os jejuns judeus eram realizados segundas e quintas.

  1. No caso do publicano vemos um pecador justificado (14). Notemos os seguintes pontos:

(1) É a justificação de um pecador.

(2) É uma justificação pela graça, pois o homem não merecia a misericórdia que pediu.

(3) É uma justificação por sangue (Rm 5.9), porque ele estava no templo, vendo o sacrifício do cordeiro à tarde, e rogou: “Ó Deus, sê propício [hilastheti] a mim, pecador”, “Sê conciliado”, “Expiado”. No Novo Testamento e na Septuaginta o termo está relacionado com o 

Propiciatório, no Lugar Santíssimo do Templo (Rm 3.25; Hb 9.5; Êx 25.17).

(4) Era uma justificação pela fé (Rm 5.1), porque nenhuma obra justificou alguém. 

(5) O publicano creu, e foi-se em paz para casa. O publicano era 

Humildemente contrito. A frase: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, um pecador!” (V.13) tinha em mente o propiciatório (Êx 25.17-22; Hb 9.5), e significa “age comigo da mesma forma que o Senhor faz quando olha o propiciatório salpicado de sangue”. Em Cristo, Deus é propício e misericordioso.