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PARÁBOLA DOS DOIS ALICERCES

PARÁBOLA DOS DOIS ALICERCES

A Prática Da Palavra De Deus

 

Texto Bíblico: Mateus 7. 24 - 27

INTRODUÇÃO

A parábola dos dois fundamentos, também chamada por alguns de “a parábola dos dois construtores” foi contada por Mateus e Lucas (Mt 7.24-27; Lc 6.46-49).

Esta é uma similitude dupla de antítese que transmite a sua mensagem por intermédio do contraste entre dois homens e os seus esforços na construção de uma casa. Retoricamente falando, este formato é chamado de “síncrise”, uma comparação entre opostos por meio de uma justaposição.

Inicialmente, o conflito aqui é entre “dizer” e “fazer”, é entre chamá-lo de Senhor e respeitar o seu senhorio.

Depois o conflito passa a ser entre “ouvir” e “fazer”, pois o que “ouve, mas não pratica” está caminhando para o fracasso. “Saber” mas não “fazer” transforma qualquer discípulo em um malfeitor (Mt 7.21-23). Ouvir Jesus sempre criará em nós uma ligação entre ouvir e fazer. Caso contrário, cairemos na armadilha da hipocrisia. E como disse David Neale, “hipocrisia é confissão sem ação!”  - Literalmente, uma vida sem alicerces!

Em Provérbios 24.3 lemos: “Com a sabedoria se edifica a casa”.

 

AS ESTRUTURAS (7.24,26)

Um Homem Edificou Sua Casa Em Cima Da Rocha Firme (7.24)

Estudo De Palavras – Fundamento:

O termo hebraico Yasad “fixar”, “fundamentar”, “alicerçar”, é usado nas Escrituras para indicar todo tipo de alicerce:

Do altar (Êx 29.12)

Da terra (Sl 24.2; Is 24.18)

De edifícios (Jr 50.15).

Do mundo habitado (Sl 18.15).

Da cúpula dos céus (Am 9.6)

De Israel (Is 44.11)

De Sião (Is 14.32)

Dos justos (Pv 10.25)

Do templo de Salomão (1 Rs 5.17).

 

Como Eram Feitos Os Alicerces:

Às vezes, um edifício era levantado sobre alguma superfície natural sólida como uma rocha.

Ou então pedras eram postas à superfície, com o propósito de servirem de alicerce.

Porém um alicerce verdadeiro era “assentado”, isto é, posto sobre escavações feitas na terra (Is 28.16).

Os alicerces do templo de Salomão tinham as dimensões de quatro por cinco metros, utilizando blocos de pedra cuidadosamente talhados (1 Rs 5.17; 6.37; 1 Cr 22.2).

Os alicerces do segundo templo foram feitos em dois estágios: Primeiramente, nos dias de Ciro, rei da Pérsia, foi levantada uma muralha de retenção, para formar uma plataforma nivelada. Então o rei Dario permitiu que se enchesse de terra o lugar, como um terraço (Ed 6.3). E sobre o mesmo, foi lançado um outro alicerce (Ed 3.10; Zc 4.9).

Nos países gentílicos antigos, havia uma prática de consagração dos alicerces de edifícios importantes com algum sacrifício humano, chamado de “pacto do limiar”.

 

O Uso No Novo Testamento: Por nada menos de dez vezes a palavra grega katabolé é empregada no Novo Testamento para indicar os fundamentos do mundo (ex.: Mt 13.35; Lc 11.50). O verbo grego themélios (algo lançado) aparece dezesseis vezes usualmente em sentido figurado (ex.: Lc 6.58; 1 Co 3.11).

 

Sentido figurado:

Fundamentos com o sentido de origem (Jó 4.19). O homem reside em uma casa de barro e a sua origem encontra-se no pó. Esse conceito tem paralelo na narrativa de Gn 2.7 e 3.19. Fundamentos com o sentido de começo, como os fundamentos do mundo (Mt 13.35; 25.34).

O Messias é o fundamento lançado em Sião (Is 28.16; 1 Co 3.11).

Os apóstolos e profetas do Novo Testamento fazem parte do alicerce da Igreja de Cristo (Ef 2.20).

Jesus Cristo é o único fundamento da Igreja, no tocante Àquele sobre quem construímos e em quem alicerçamos a nossa expectativa de salvação (1 Co 3.11).

A fé cristã é o alicerce de nossa vida (2 Tm 2.19) Ver o trecho de Provérbios 10.25, que exprime ideia similar.

O homem sábio constrói sobre um alicerce de sabedoria e realização espirituais, evitando as areias das vicissitudes humanas, das falsas doutrinas, etc (Lc 6.48).

A cidade de Deus (composta por todos os remidos no sangue de Cristo) está alicerçada sobre a verdade e sobre o poder de Deus (Hb 11.10).

Há alicerces sobre os quais se apoiam os pilares do céu, visto como montanhas, sobre os quais repousam a abóbada do firmamento (2 Sm 22.8).

 

Estudo do Texto:

Lucas traz um detalhe que é crucial para entendermos a parábola. Ele diz que um dos homens “cavou e abriu bem fundo” para colocar o alicerce.  Ou seja, o sentido literal dessa história é que esse homem não colocou o alicerce apenas “sobre a rocha”, mas colocou o alicerce na rocha. A ideia é que ele fez uma perfuração na rocha antes de fazer a fundação da casa.

Em ambos os relatos, na introdução da parábola Jesus fez uma crítica a quem lhe chamava de “Senhor, Senhor”, mas não se comportava com seu servo. Aquela geração estava reproduzindo o coração dos dias de Malaquias, quando Deus disse: “Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida?” (Ml 1.6). Eles apenas ouviam os seus sermões, mas não praticavam os seus ensinos.  Como Escreveu A. T. Robertson, “ouvir sermões é um negócio perigoso se não os pusermos em prática”.

Nesta parábola, Jesus declara que seus ensinos são o alicerce para uma vida virtuosa e um glorioso destino – O segredo de um caráter forte. Homens carnais consideram os ensinos de Jesus belos em ideais, porém pobres em substância. “Idealista demais para este mundo prático” – é o seu veredito. Jesus, porém declarou que os seus ensinos tinham bases de rocha.

 

Aplicações:

O que você está edificando? Falando figurativamente, algumas pessoas estão edificando lojas e imergindo nos negócios; outras casas de prazeres, onde dissipam suas vidas em frivolidade; outras ainda, fazem prisões, onde jazem atados pelas cordas do pecado. Mas, graças a Deus, há muitas pessoas edificando templos para adorar e servir a Deus.

Certo escritor declarou que a casa do caráter cristão é testada por três lados: inundações por baixo, ventos a soprar nos flancos e chuva por cima. Um lado não foi mencionado – o de dentro. E isto sugere que nenhuma força externa pode destruir a vida em Cristo; o fracasso só pode vir de dentro.  De vez em quando ouvimos falar da queda de algum obreiro cristão. Na maioria dos caos, o colapso não se deve à força da tentação, mas à fraqueza do caráter não edificado com os materiais certos.

 

Um Homem Edificou Sua Casa Na Areia Instável (7.26).

Estudo De Palavras – A Areia:

Embora as referências a areia sejam numerosas na Bíblia, a areia do Oriente Médio figura apenas por uma vez no registro sagrado – quando Moisés sepultou o egípcio que havia assassinado, na esperança de manter secreto o crime (Êx 2.12). Todas as outras referências são figuradas, indicando, principalmente a ideia de um número incalculável.

As áreas geográficas onde ocorreram os acontecimentos bíblicos contém muitas regiões cobertas de areia ou de dunas.

Ao saírem do Egito, e ao atravessarem o deserto do Sinai, os israelitas devem ter marchado sobre a areia durante boa parte do trajeto.

Na Terra Prometida, havia e continua havendo um largo cinturão de dunas de areia costeiras, ao longo das praias do mar Mediterrâneo, no sul da Palestina.

Em clima seco, cada rio ou torrente que lava a superfície nua da terra fica prontamente carregada de areia e entulho, os quais deposita em suas margens, nas áreas planas. Isso nos permite entender melhor a parábola de Jesus sobre a casa edificada sobre a areia (Mt 7.26). É de presumir-se que tal casa tivesse sido edificada sobre esses depósitos de areia, em algum vale ao lado de um rio, onde facilmente a água chegava, por ocasião de uma enchente.

 

Estudo do Texto:

 Ambos os construtores certamente tiveram alguma consciência de suas necessidades ao construírem uma casa. Não foi apenas o prudente que edificou uma casa, o insensato também edificou. A intenção de ambos era boa, mas em um dos casos não houve a previsibilidade necessária. Infelizmente, boas intenções sem prudência podem levar-nos a ruína.

Até onde sabemos, a planta de uma casa não era superior à da outra, nem se sabe também se uma casa foi construída com mais habilidade do que a outra. A única diferença estava nos alicerces (Ou seja, naquilo que não se podia ver, mas que era a base de toda a construção exterior). Ambos os homens se sentiam seguros nas suas casas, assim com muitas pessoas também se sentem seguras em suas vidas. Mas, se esta vida não está alicerçada nos ensinos de Jesus, mais cedo ou mais tarde, infelizmente, a ruína poder

 

A TEMPESTADE (7.25, 27)

A Casa Na Rocha Permaneceu Firme (7.25).

Um detalhe interessante está no fato de que a tempestade veio sobre as duas casas. Não foi apenas a casa do insensato que passou pela tempestade, a casa do prudente também passou, e curiosamente, a diferença entre uma casa e outra não foi vista até o momento em que a tempestade chegou. As tempestades da vida revelam as estruturas e alicerces pessoais que foram construídos – ou não – no passado das nossas vida. No entanto, a casa sobre a rocha não pôde ser levada, pois era na rocha que estava a sua força.

Quem basear seu caráter sobre as verdades do Salvador, suportará as tempestades e as provações.

 

A Casa Na Areia Desabou (7.27).

Vincent Cheung sugere que o contraste dos dois cenários reside no fato de que o homem prudente discerniu o território e preparou com o máximo cuidado o alicerce, enquanto o insensato foi construindo a esmo, sem analisar o histórico do local e as características do selo.

Estruturas sem alicerces sempre serão o prenúncio de uma grande ruína.

A estrutura, quando enfraquecida por algum pecado, não resiste à tempestade.

Uma falsa profissão de fé só dura até o julgamento.

“E foi grande a sua queda” (v.27): Bengel observa: “Portanto, não é necessário que todos os sermões terminem com consolação”

 

CONCLUSÃO

O ensino de Jesus é para ser posto em prática.

 

Aquele que ouve a palavra de Jesus e pratica é como o homem sábio que edificou a casa (sua vida e suas atividades) sobre a rocha (Cristo), resistindo assim à ação devastadora do tempo e da eternidade: as provações, tentações e o julgamento.

 

O que ouve a palavra de Jesus e não a pratica, é como um insensato que constrói a casa da sua vida sobre os alicerces humanos do dinheiro, da cultura, dos títulos, da fama, da popularidade, os quais como a areia não resistem à ação demolidora do juízo final.

 

Charles Colton escreveu: “os homens poderão lutar por uma religião, escreverem em defesa dela; morrerem por ela, fazerem tudo o que for preciso por ela, mas poucos decidirão viver por ela”. O convite de Jesus nessa parábola é sobre viver o que Jesus ensinou. Isso é mais do que fazer parte de uma religião, isso é seguir e obedecer uma pessoa – a melhor pessoa – Cristo!

 

 

Wilson de Jesus Alves