O ESTUDO DA BÍBLIA
Porque Estudar A Bíblia.
Porque ela ilumina o caminho para Deus (Sl 119.105, 130).
Porque ela é o manual do cristão no trabalho do Senhor (2 Tm 2.15).
Ela É O Único Manual Do Crente Na Vida Cristã E No Trabalho Do Senhor. O crente foi salvo para servir ao Senhor (Ef 2.10; 1 Pe 2.9). Sendo a Bíblia o livro texto do cristão, é importante que ele maneje bem, para o fiel desempenho de sua missão (2 Tm 2.15). Um bom profissional sabe empregar com eficiência as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática: vem pelo estudo e prática. Assim deve ser o crente com relação ao seu manual – a Bíblia (Is 55.11).
Porque Ela É Alimento Espiritual Para O Crescimento De Todos (Jr 15.16; 1 Pe 2.1,2). Não há dúvida de que o estudo da Palavra de Deus traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à alma, como o pão ao corpo. Nas passagens acima, ela é comparada ao alimento, porém, este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. Sabemos que a boa saúde aguça o apetite. Tens apetite pela Bíblia? Se só tens apetite por leituras sem proveito terás fastio pela Bíblia, o que é um mau sinal. Cuida disso...
Porque Ela É O Instrumento Que O Espírito Santo Usa Na Sua Operação (Ef 6.17). Se queres que o Espírito Santo opere em ti, inclusive no ministério da oração (Jd v.20), procura ter o instrumento que Ele utiliza – a Palavra de Deus. É que na oração precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, e essas promessas estão na Bíblia! É preciso, pois, meditar nela (Js 1.8; Sl 1.2). É preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração e, assim, molde todo o nosso viver.
Porque ela nos vivifica (Sl 119.107).
Porque Precisamos Do Saudável Equilíbrio Espiritual: Ter o Espírito e não conhecer a Palavra, conduz ao fanatismo. Pessoas assim querem usar o Espírito em vez de Ele usá-las. Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes dois extremos são igualmente perigosos.
Ela Enriquece Espiritualmente A Vida Do Cristão (Sl 119.72). Essas riquezas vêm pela revelação do Espírito primeiramente (Ef 1.17). O leitor que procura entender a Bíblia somente através do intelecto, muito cedo desistirá do seu intento. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus (1 Co 2.10). Um renomado expositor cristão afirma que há 32.000 promessas na Bíblia toda! Pensai que fonte de riqueza que há ali! Entre as riquezas derivadas da Bíblia está a formação do caráter ideal, bem como a moldagem da vida cristã como um todo. É a Bíblia a melhor diretriz de conduta humana: a melhor formadora do caráter. Os princípios que modelam nossa vida devem proceder dela. A falta de uma correta e pronta orientação espiritual dentro da Palavra de Deus, especialmente quanto a novos convertidos tem resultado em inúmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da existência.
Princípios Norteadores No Estudo Da Bíblia.
Leia A Bíblia Conhecendo Seu Autor: Deus (Is 34.16; Jr 1.12). Assim, sendo, Ele mesmo no-la revelará (Lc 24.45; 1 o 2.10, 12, 13). Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu autor. A Bíblia é o único livro cujo Autor está sempre presente quando é lida. Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39). Esse é ainda o melhor lugar para o aluno!
Leia A Bíblia Diariamente (Dt 17.19). Fazendo assim, alimentar-te-ás diretamente na mesa divina. O crente que não lê sua Bíblia, só recebe este alimento quando alguém o põe em sua boca... Considera perdido o dia em que não leres tua Bíblia. Presume-se que 90% dos crentes não leem a Bíblia diariamente: não é de admirar haver tantos crentes frios nas igrejas. Não somente frios mas anãos, raquíticos, mundanos, carnais, indiferentes. Sem crescimento espiritual, Deus não pode revelar suas verdades profundas (Mc 4.33; Jo 16.12; Hb 5.12).
Leia A Bíblia Com Oração (Sl 119.18; Ef 1.16,17). Na presença do Senhor em oração, as coisas ocultas são reveladas. Quando lemos a Bíblia, Deus fala conosco; quando oramos falamos com Deus. A Bíblia e a oração completam-se.
Leia A Bíblia Com A Melhor Atitude Mental E Espiritual.
Estude a Bíblia como a Palavra de Deus, e não como uma obra literária qualquer.
Estude a Bíblia com o coração, em atitude devocional, e não apenas com o intelecto.
Leia A Bíblia Aplicando-A A Si Próprio. Há pessoas que na leitura da Bíblia, tudo que é bênção, conforto, promessas, elas aplicam a si; tudo que é ameaça, exortação, aviso, aplicam aos outros. Leia a Bíblia na atitude de Josué para com o Senhor, manifesto como varão, conforme está narrado em Josué 5.14b: “Que diz meu Senhor ao seu servo?” Não devemos “importar” mensagens para a Bíblia e sim “exportar” dela. Muitos não recebem nada da Bíblia, porque já se acercam dela com suas próprias ideias, sua própria “teologia”, querendo enxertar tudo isso na revelação divina. Cheguemos à Bíblia de mente limpa e coração aberto e receptivo à sua divina mensagem e seremos abençoados.
Leia A Bíblia Toda. Na Bíblia, nada é dito de uma vez, nem de uma ver por todas. Conclusão: se você não ler a Bíblia toda, não pode conhecer a verdade divina completa. Não esperes compreender a Bíblia toda (Dt 29.29). É evidente que Deus abe infinitamente mais que todos os homens juntos. A Bíblia sendo um livro divino é inesgotável. Não existe entre os homens ninguém “formado” na Bíblia. Como o irmão pensa entender um livro que nem sequer o leu todo ainda?
Sugestões Para A Leitura Integral Da Bíblia:
Ler de maneira cronológica durante um ano: Três capítulos por dia e cinco no domingo.
Ler de maneira cronológica com mais esforço durante seis meses: Seis capítulos por dia e dez no domingo.
Leitura intensiva: Durante 70 horas e 40 minutos o Antigo Testamento e o Novo Testamento em 18 horas e 20 minutos. É bastante cansativo, mas alguém já a leu assim.
Ler através de seleção de livros: Ler um livro no Novo Testamento e dois no Antigo Testamento por tempo indeterminado.
Ler através de capítulos: Escolher um capítulo em qualquer livro da Bíblia e depois de sua leitura assinalá-lo com um grafite marcando o capítulo já lido. Com o passar do tempo, o leitor descobrirá que já leu todos os capítulos da Bíblia. É uma maneira bastante suave e que sempre deixa a pessoa atualizada com os demais assuntos da Bíblia.
Lendo com meditação um capítulo por dia ao longo de três anos e dois meses e 14 dias.
Crendo Nós No Que Ela Ensina, Sem Duvidar. A dúvida é um empecilho à compreensão das Escrituras (Lc 24.21,24).
Lendo-A Por Amor E Prazer E Com Fome De Aprender As Coisas De Deus (Pv 2.3-5; Mc 12.37; 1 Pe 2.2.). Como está o seu apetite pela Palavra de Deus? Com a mente devemos aprender e memorizar a Bíblia, e com o coração amá-la (Hb 10.16). “Ponde no coração” (Dt 6.6.). É de admirar haver pessoas que acham tempo para ler, ouvir e ver tudo, menos a Palavra de Deus. Resultado: comem tanto outras coisas que perdem o apetite pela Palavra de Deus. É justo e proveitoso ler boas coisas; melhor ainda é nos ocuparmos com a Bíblia. É também de estarrecer o fato que muitos líderes de igrejas não levam seu povo a ler a Bíblia. Ao crente não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, assistir a estudos bíblicos, ler boas obras de cultura bíblica em geral. É preciso a leitura bíblica individual, pessoal, diuturna e seguida.
Crescendo Sempre Espiritualmente. Deus não pode revelar uma coisa para a qual você não tem estatura espiritual (Mc 4.33; Hb 5.13,14). Criancinhas só podem comer coisas leves. Procure aprofundar-se na sua vida espiritual. Nossa compreensão da Bíblia depende em grande parte da profundidade da nossa comunhão com Deus. A planta da parábola definhou e morreu porque o terreno era raso (Mt 13.5,6). Sim, a Palavra de Deus deve ser estudada, ao mesmo tempo em que o Deus da Palavra deve ser amado e adorado.
Sendo Cheio Do Espírito Santo. Ele conhece as coisas profundas de Deus (1 Co 2.10).
Sendo Humilde (Tg 1.21): Deus revela seus segredos aos humildes (Mt 11.25). Isto é, os submissos ao Senhor e obedientes à sua Palavra. Quanto maior for nossa comunhão mais humildes seremos. A graça de Deus é reservada aos humildes (1 Pd 5.5).
Disposição De Agradar A Deus. Estando disposto a obedecer à verdade revelada (Sl 119.33; Pv 2.1,2,5; Jo 7.17; 13.17). Para isso, ao leres a Bíblia, aplica-a primeiro a ti. Evita ser apenas curiosos e especulador.
Participando De Reuniões De Estudo Bíblico. Deus tem vasos escolhidos não só para pregar mas também para ensinar (1 Co 12.28). Há crentes que gostam de todos os tipos de reuniões, menos as de estudo bíblico. Devemos querer ser de Apolo – o pregador, mas também de Paulo – o mestre (1 Co 3.4).
Regras Para O Estudo Da Bíblia:
Regra Da Regeneração: Se alguém deseja conhecer a Bíblia, deve em primeiro lugar conhecer o seu autor. Somente uma pessoa nascida do alto pode compreender perfeitamente o livro que também veio do alto.
A Regra Da Autoridade: Você deve aceitar a Bíblia como a Palavra de Deus, portanto, absolutamente infalível. A Bíblia reivindica para si mesma a infalível autoridade divina (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
A Regra Da Leitura Selecionada: Embora existam muitos livros religiosos, são três os livros de que precisamos para estudar a Bíblia:
Um bom comentário da Bíblia. Encontramos bons comentários da Bíblia nas livrarias evangélicas. Embora os melhores sejam de língua inglesa, já temos alguns de excelente qualidade no nosso idioma.
Uma boa concordância.
Um bom dicionário Bíblico.
A Regra Da Preparação: Ninguém deve se atirar ao estudo da Bíblia, sem primeiro solicitar a direção do Espírito Santo. Uma simples petição vindo do fundo do coração e o reconhecimento do auxílio prestado pelo Espírito Santo são precauções que deveriam preceder nossa leitura ou estudo das Escrituras Sagradas.
A Regra Da Organização: Lutero dizia que estudava a Bíblia como se juntasse maçãs. Primeiramente sacudia toda a árvore, e assim caía a fruta mais madura. Então subia ao tronco e, em seguida sacudia cada galho, depois cada rama, e, por, fim, buscava de cada folha.
Faça uma leitura rápida e geral para ter uma ideia do capítulo.
Estude cada livro, capítulo, versículo e palavra. Assim terá um domínio benéfico do mais miraculoso e misterioso livro.
Inspecione, lendo toda a Bíblia. Organize, aprendendo a distinguir os vários livros e assuntos da Bíblia e sumarie, reunindo aquilo que fala sobre qualquer ponto ou doutrina.
A Regra Da Interpretação Literal: Leia a Bíblia literalmente, como faria com qualquer outro livro. O bom senso sempre indicará quando alguma coisa deve ser tomada simbolicamente. Israel é Israel, pedra é pedra. Com um pouco de atenção, verá que o contexto ou a própria estrutura da Bíblia indicará claramente do que trata o texto.
A Regra Da Interpretação Cristocêntrica: Cristo é o centro da revelação, o objetivo de toda a revelação bíblica. Direta ou indiretamente, cada passagem da Escritura aponta para Jesus. Enquanto você não tiver uma visão dEle nas passagens estudadas, não terá chegado ao fundamento delas.
A Regra Da Tríplice Interpretação:
Toda Escritura tem uma, interpretação primária. É a interpretação pura e simples do que está escrito. Se pedra é pedra, se Israel é Israel, etc.
Toda a Escritura tem muitas aplicações práticas.
Muitas passagens das Escrituras têm uma adição a isso uma revelação profética. Exemplo “O vale dos ossos secos” (Ez 37.11,12).
Interpretação Primária: Israel espalhada entre as nações.
Aplicações Práticas: Entre elas, podemos falar da necessidade de reavivamento na Igreja, pelos cristãos.
Revelação Profética: Reavivamento da nação de Israel nos últimos dias.
Regra Da Revelação Cumulativa: A verdade completa da Palavra de Deus sobre qualquer assunto não deve ser obtida de alguma passagem isolada, mas antes, da revelação cumulativa de todas as passagens bíblicas que dizem respeito a essa verdade.
A Regra Do Bom Senso: Naturalmente que o bom senso deve estar subordinado a Deus. A Bíblia não é um livro difícil ou obscuro como alguns afirmam. Quando usamos o bom senso, evitamos o ridículo. O bom senso dirá quando isto ou aquilo deve ser usado ou aceito figurada ou simbolicamente.
A Regra Da Repetição: As repetições encontradas nas Escrituras muitas vezes servem para enfatizar, revelar ou mostrar a importância de alguma passagem ao ponto de ser repetida. O Espírito Santo quis que fosse assim (Jo 3.3,5,7).
A Regra Do Correto Manuseio Da Palavra: Em 2 Timóteo 2.5, a expressão “que maneja bem” é tirada dos sacrifícios do Antigo Testamento. O ofertante dividia o cordeiro em três partes (exceto no caso da oferta queimada). Uma parte era oferecida a Deus, outra ao sacerdote e a outra ficava com aquele que trouxera a oferta.
“Manejar bem” Significa simplesmente dar a cada qual o que lhe pertence de direito. A Bíblia divide a humanidade em três povos: judeus, gentios e Igreja de Deus (1 Co 10.32). Quem estiver estudando a Bíblia, tenha o cuidado de verificar para quem Deus está falando, antes de fazer a aplicação. Não vamos misturar Igreja com Israel, fé com obras, leis com graça, Igreja com reino, nem céu com milênio.
Observações Úteis E Práticas No Manuseio E Estudo Da Bíblia:
Quanto Ao Manuseio Da Bíblia.
Apontamentos Individuais. Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Palavra de Deus. A nossa memória falha com o tempo. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos outros. Se não houver organização nos apontamentos, eles não prestarão serviço algum.
Aprenda A Ler E Escrever Referências Bíblicas. Um sistema simples e prático para escrever referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto abreviativo, para cada livro da Bíblia. Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto. Ex.: 1 Jo 2.4; Jó 2.4; Jn 2.4; 1 Pe 5.5; Fp 1.29; Fm v.14.
Diferença Entre Texto, Contexto E Referência.
Texto: São as palavras contidas numa passagem.
Contexto. É a parte que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto pode ser imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro.
Referência. É a conexão direta entre determinado assunto. As referências podem ser:
Verbais: Quando ocorre a mesma palavra. Por exemplo, versículos sobre fé. O cuidado aqui, é que uma mesma palavra pode ter diferentes significados.
Reais: Quando se referem ao mesmo assunto, por exemplo, versículos sobre a Segunda Vinda de Cristo.
O que são Textus Receptus e Texto Crítico:
Textus Receptus: É chamado de “Texto Recebido”. É o texto grego do Novo Testamento publicado por Erasmo de Roterdã, em 1516. Um dos principais percalços do Textus Receptus, apesar de ser um dos melhores que existiam naqueles dias, é que eles continha palavras, frases e às vezes versículos inteiros que tinham sido incluídos pelos copistas, mas que não faziam parte do texto original. Os manuscritos usados não eram os mais antigos e confiáveis. Após o lançamento do Textus Receptus, muitos outros manuscritos foram achados, até mesmo mais antigos que o usado por Erasmo. A tradução de J. Ferreira de Almeida em português (1681), a tradução do Novo Testamento em Alemão por Lutero (1522) e da Bíblia King James em inglês (1611), tomou como bases o Textus Receptus.
Texto Crítico: Esses novos manuscritos são conhecidos como Textos Críticos. Na versão de Almeida, Revista e Atualizada, João 7.53 – 8.12 e Atos 8.37 trazem versículos entre colchetes, enquanto o mesmo não ocorre na revista e Corrigida. Isto porque na edição Revista e Atualizada, tomou-se como base a 16ª edição do Novo Testamento de Nestle, baseado nos Textos Críticos. Os colchetes, no caso, destacam textos que não se encontram nos manuscritos usados na versão Revista e Atualizada, enquanto eles são omitidos na Revista e Corrigida pois segue o Textus Receptus.
O Que É Edição: Do latim editione, é um empreendimento editorial com vista à publicação. Uma edição pode ser:
Edição Atualizada: Quando o texto sofreu acréscimos ou modificações em relação a edição anterior.
Edição Anotada: Quando o texto se faz acompanhar de notas destinadas a esclarecê-lo, completá-lo ou atualizá-lo.
Edição Crítica: É uma edição exegética, quando se procura estabelecer o texto original de uma obra, mediante colação com o manuscrito, correção de erros tipográficos, modernização na maneira ortográficas e gramaticais acrescentando variantes de passagens, notas e comentários que constituem o aparato crítico.
Edição Abreviada: Quando o texto foi parcialmente suprimido, ou resumido em trecho ou passagens supostamente não essenciais à sua compreensão.
Edição de Bibliófilo: Quando se destina a colecionadores, de tiragens reduzidas e exemplares numerados.
Edição Fac-Símile: Quando reproduz outra por processo fotomecânico.
Edição Corrente: É uma edição comum, de baixo custo, feita para o grande público, e que contém o texto puro e simples da obra.
Edição de Luxo: Quando editada em papel de alto preço, em formato quase sempre grande e com margens amplas, às vezes composta com tipos especiais, ornadas de ilustrações e, não raro, suntuosamente encadernadas.
Edição Comemorativa: Quando procura celebrar um acontecimento.
Edição de Afinidade: Quando procura personalizar certas edições para grupos especiais.
Manuseio Do Volume Sagrado. Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus tinha essa habilidade. Em Lucas 4.17 diz que Ele “achou o lugar onde estava escrito”. Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje com o progresso da indústria gráfica, visto que naquele tempo os livros tinham a forma de rolos. Não era tão fácil achar a passagem que se queria.
Quanto Ao Estudo Da Bíblia.
Conhecemos a deus, de fato, não primeiramente estudando a Bíblia, mas amando-O de todo coração e crescendo em comunhão com Ele (Jo 14.21,23; 1 Jo 4.7).
A Bíblia é destinado ao coração (para ser amada), e à mente (para ser estudada, entendida – Hb 10.6).
É nulo o conhecimento espiritual destituído de fé (Hb 4.2).
Fatores Ou Requisitos De Progresso No Conhecimento Da Palavra:
A livre operação do Espírito Santo no crente (Lc 24.25; Jo 14.26; 16.13; 1 Co 2.10,13).
A espiritualidade do crente (Sl 25.14; Mt 22.29; Mc 4.33; Jo 16.13; Hb 5.13,14). Essa espiritualidade fundamenta-se num profundo amor à Palavra (Dt 6.6).
A oração é um poderoso aliado (Sl 119; Pv 2.3-5; Tg 1.5).
O ministério de ensino dos mestres bíblicos (1 Co 12.28; Ef 4.11,12; 2 Tm 2.2).
Boas fontes de consulta e referências (Dn 9.2; Mt 24.15 – ARA; Lc 1.3; 1 Ts 5.21; 2 Tm 4.13).
Bons conhecimentos do vernáculo e, se possível, de originais (Jz 12.6; Mt 27.46,47; Mc 15.34; Jo 1.41,42; At 8.30; 1Co 14.9).
Conhecimentos de hermenêutica e exegese (Ne 8.8; At 8.31; 18.26).
É preciso considerar a soma de experiência cristã que o indivíduo já possua como a soberania de Deus em revelar suas coisas no seu tempo.
Interpretação:
Princípios de interpretação:
Interpretar histórica e gramaticalmente.
Interpretar de acordo com os contextos imediato e mais amplo.
Interpretar em harmonia com toda a Bíblia, comparando Escritura com Escritura.
A Aplicação Da Mensagem Da Bíblia (Pv 25.11)
A aplicação do texto quanto a POVO. Diante de deus só há três classes de povos (1 Co 10.32):
Judeus.
Gentios.
Igreja.
Cada podo desse tem suas peculiaridades.
A aplicação do texto quanto a TEMPO. O tempo na história humana pode ser:
Passado.
Presente.
Futuro.
É preciso ver quando o texto aplica-se a um ou mais desses tempos. A cronologia bíblica situa ao texto bíblico no tempo.
A aplicação do texto quanto a LUGAR.
Céu.
Terra.
Espaço.
Há texto que se aplica a um ou mais desses lugares. A aplicação errônea do texto gerará confusão.
A aplicação do texto quanto a SENTIDO. A mensagem da Bíblia encerra dois sentidos:
O literal. É o sentido natural das palavras com em Atos caps. 27 e 28. A acidentada viagem de Paulo a Roma.
O figurado. A Bíblia é rica em linguagem figurada. O sentido figurado é expresso através de várias categorias de figuras de linguagem.
A aplicação do texto quanto à sua MENSAGEM. Isto é, sua natureza e procedência. A mensagem da passagem que estamos estudando pode ser:
Histórica. É rico esse campo na Bíblia.
Profética. Há inúmeras profecias para estudo.
Doutrinária. Há na Bíblia doutrina suficiente para todas as necessidades da alma humana.
A aplicação do texto quanto à FONTE ou PROCEDÊNCIA da mensagem. No estudo da Bíblia é preciso observar quem está falando através do registro sagrado:
Deus fala continuamente em sua Palavra; ora diretamente, ora por meio de seus servos.
O homem, de si mesmo, também fala vez por outra na Bíblia. Por exemplo: há um capítulo todo escrito por um ímpio (Dn cap. 4). O livro de Eclesiastes é o registro do raciocínio do homem natural, insatisfeito como sempre.
O Diabo. A Bíblia registra palavras e mensagens dele.
Nos caos 2 e 3 acima, a inspiração divina consiste do registro da mensagem e não na mensagem do registro.
Métodos De Estudo Da Bíblia.
Princípios Elementares:
Tempo De Estudo. Este tempo deve ser regular e contínuo: “diariamente”, diz dos crentes beranos (At 17.11)
Local De Estudo.
Frequência De Estudo.
O Texto Em Estudo:
Sua Observação – o quer diz o texto?
Sua Interpretação Ou Compreensão (Dt 29.29; 1 Co 13.9) – o que significa o texto?
Sua Aplicação – Que aplicação tem o texto para mim?
Métodos De Estudo.
Método Sintético. Pode ser comparado a um explorador subindo uma montanha para uma visão panorâmica da região antes de explorar os detalhes. Estuda o conteúdo geral de cada livro antes de cuidar de sua interpretação. Noutras palavras: precisamos saber primeiramente o que a Bíblia diz, para então procurarmos saber o que ela significa. Procedendo assim com cada livro, podemos ver o relacionamento entre eles, e, finalmente, ver a Bíblia como um todo, isto é:
O Tema Central Da Bíblia – Cristo.
O Desígnio Geral Da Bíblia – a redenção do homem e seu bem geral.
O Fim Último Da Bíblia – A Glória De Deus (Ap 4.11). Para o estudo sintético, o ideal é ler cada livro muitas vezes antes de esboçar sua síntese.
Método Analítico. É o inverso do sintético. A síntese resume. A análise decompõe. A simples leitura da Bíblia é fundamental e imprescindível ao crente, porém o estudo da Bíblia leva-o para além do normal. Por sua vez a análise da Bíblia leva-o a considerar todas as particularidades do texto, contribuindo para a compreensão em mira. A síntese estuda o todo, o conjunto. A análise destaca os fatos para dissecá-los. É o estudo de capítulos, versículos e palavras isoladas da Bíblia. Neste ponto o estudante da Bíblia precisar quedar-se horas a fio com Deus e sua Palavra! E como é maravilhoso! O estudante apressado, irrequieto não penetrará fundo. Precisa gostar de ficar a sós e amar a natureza.
Método Indutivo. É o método que honra as Escrituras e satisfaz a alma. Nele, derivam-se os princípios dos fatos bíblicos considerados e não os fatos bíblicos dos princípios por nós adotados. Noutras palavras: examinamos os pormenores de uma passagem para tiramos conclusões e formarmos ideias.
Método Dedutivo. O consulente aproxima-se da Bíblia com ideias e conceitos formados de antemão, e procura nela apoio para essas ideias. Seu uso requer da parte do crente fundamentalista, amadurecimento e idoneidade em geral, do contrário, ele ver-se-á ensinando doutrinas, conceitos e ideias antibíblica ou então metido num labirinto, misturando suas próprias ideias com as da Bíblia.
Método De Estudo Temático. É um dos métodos mais populares de estudo da Bíblia. Nele, é preciso muito cuidado com o problema das referências bíblicas verbais e reais, para evitar erros de aplicação do texto, como as seitas fazem, bem como os inexperientes e inescrupulosos.
Exemplos De Temas Bíblicos.
Doutrinas: a Bíblia, Deus, o Senhor Jesus, o Espírito Santo, os Anjos, a Salvação, a Igreja, as Coisas Futuras.
Tipos e símbolos: O Tabernáculo no Deserto.
Biografias – os personagens da Bíblia.
Lugares: Egito, Assíria, Babilônia, Roma, Palestina.
Eventos: Páscoa, Pentecostes, Arrebatamento, Milênio
Palavras Isoladas: Fé, Jejum, Cântico, Dor, Paz.
Ferramentas Para Este Tipo De Estudo Da Bíblia São:
Concordância Bíblica.
Chave Bíblica.
Manual de referências bíblicas.
Manual de temas ou tópicos bíblicos.
Este método é muito utilizados pelos pregadores, principalmente pentecostais.
Método Dispensacional. “Dispensações são períodos probatórios do homem a respeito de sua obediência a determinada revelação da parte da vontade de Deus” – Scofield. A Bíblia toda pode ser dividida dispensacionalmente. Isso permite ao estudante da Bíblia uma visão panorâmica do plano divino da redenção através dos séculos.
Fontes De Consulta: Teologicamente, o tópico que estuda as fontes de consultas da Bíblia, é chamado de “Hermenêutica Material”.
O estudante da Bíblia precisa ter sua biblioteca particular. O grande apóstolo Paulo tinha suas fontes de consulta (2 Tm 4.13). Sempre houve muitos livros no mundo. Salomão no seu tempo já dizia: “Não há limite para fazer livros” (Ec 12.12). Não se trata de ter muitos livros, mas tê-los bons, abrangendo cultura secular e bíblica em geral. Livros há que só servem para alimentar o fogo (At 19.19).
A Biblioteca Do Estudante Da Bíblia.
A Bíblia. Se possível, todas as legítimas versões em português.
Tradução: É ao ato de transpor uma composição literária de uma língua para outra. Através da tradução, as Escrituras foram vertidas dos originais gregos e hebraicos para as línguas afins.
Tipos de Traduções:
Tradução Literal Modificada: É uma tradução que procura expressar com toda fidelidade e o máximo de exatidão o sentido das palavras originais do texto que está sendo traduzido. É uma transcrição textual palavra por palavra.
Tradução Idiomática: É uma tradução “popular” que procura a forma mais natural de expressão do idioma na qual será traduzida. Procura expressar a mensagem em linguagem corrente, em vez da forma das línguas originais, como na Tradução Literal.
Tradução Dinâmica: Dentro desse princípio todo esforço é feito para que, de um lado, a tradução seja completamente fiel ao sentido do texto original e, de outro, seja claramente compreendida pelo público atual. Exemplo: NTLH.
Transliteração: É o ato de reduzir um sistema de escrita a outro, letra por letra. É a versão das letras de um texto em certa língua para as letras correspondentes de outra língua. Por exemplo, você deve aprender o alfabeto grego, e verificar qual é a letra que ele representa no alfabeto em português. Quando você estiver vendo uma palavra em grego, faça a transliteração para o português, fazendo assim, já é possível entender o significado de muitas palavras.
Versão: É uma tradução da língua original para outra língua. Geralmente o termo “versão” é usado, simultaneamente, com o vocábulo “tradução”.
Revisão: É o ato ou efeito de rever através de um novo exame do texto, com vistas a corrigir erros ou introduzir emendas ou substituições. É uma “versão” já aceita sendo “revista” e atualizada.
Recensões: É ato de comparar o texto de edições anteriores com os manuscritos, com a finalidade de reconstruir a história primitiva do texto e as revisões a que ele foi submetido, com o fim de purificá-lo das alterações devidas aos amanuenses (copistas).
Paráfrase: É uma tradução “livre e solta” de um texto, procurando expressar a ideia ou mensagem do texto e não as palavras. É mais uma interpretação do que uma tradução literal do texto. Exemplos: As Cartas para Hoje (VIDA NOVA) e a Bíblia Viva (MC).
Dicionário e Gramática da Língua Portuguesa.
Dicionário Bíblico e Enciclopédias.
Os Dicionários Bíblicos se propõem a oferecer uma exposição mais ampla do vocabulário da Bíblia.
As Enciclopédias Bíblicas dão o significados dos termos, mas abrangem todos os ramos do conhecimento bíblico e teológico.
Concordância Bíblica, para localizar versículos.
Chamava-se Concordância porque as passagens bíblicas que contém a mesma palavra ou mesma ideia são “Concordantes” entre si, e porque a concordância ajuda a encontrá-las.
Objetivos das Concordâncias:
Localizar passagens.
Auxiliar o leitor da Bíblia no estudo de assuntos ou tópicos bíblicos, como por exemplo, oração, fé, arrependimento, alegria.
Chave Bíblica, para resumo dos livros. Autoria, data, destinatários, temas etc.
Manuais e Comentários Bíblicos.
Os Manuais Bíblicos, oferecem uma visão panorâmica da Bíblia, informações introdutória dos livros da Bíblia, e um breve resumo dos livros.
Os comentários Bíblicos, trazem uma análise mais profundos do texto bíblico, alguns comentam a Bíblia versículo por versículo, outros por perícopes e outros, capítulo por capítulo.
Os comentários bíblicos podem ser:
Devocionais.
Expositivos.
Exegéticos.
Confessionais.
Manuais de Doutrina. Teologia Sistemática.
Atlas bíblico e Geografia Bíblica.
Didática aplicada.
Títulos Histórico-Culturais: São livros que auxiliam o estudante no conhecimento da cultura, história, antropologia e sociologia do mundo bíblico, constituindo-se excelente pano de fundo para a interpretação histórico-cultural. Estes livros procuram combinar pesquisas seculares com a narrativa bíblica. Costumes, rituais e crenças que governaram a vida diária dos tempos bíblicos são examinados em pormenores nessas obras, bem como uma compreensão geral dos povos, reis, impérios e períodos do Antigo e do Novo Testamento.
Manuais De Hermenêutica e Teoria Hermenêutica.
Apontamentos individuais.
Critérios Sobre Fontes De Consulta.
Os livros comuns podem ser bons, mas não são substitutos da Bíblia. Leia e estude primeiramente a Bíblia e depois os outros livros.
Há pessoas que após lerem determinado livro, passam a ser um mero eco ou reflexo dele. Devemos ser cautelosos nisso.
Há divergências entre autores de livros, dado as diferentes escolas e correntes teológicas; mas na Bíblia não há divergência! Portanto ela é sempre a autoridade suprema e principal; a pedra de toque.
Devemos estudar a Bíblia não pela luz deste ou daquele teólogo, mas pela luz do Espírito de Deus, sentindo sempre seu toque, direção e prumo.
Não devemos levar mais tempo com os livros comuns, do que com a Bíblia mesma.
Wilson De Jesus Alves