A BÍBLIA É A NOSSA ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA:
Definição:
Tudo quanto Deus ensina ou ordena é de autoridade soberana. Tudo quanto nos comunica o conhecimento infalível daquilo que Ele ensina e ordena, é uma regra infalível. As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são os únicos meios pelos quais Deus, durante a dispensação atual, nos comunica-nos o conhecimento da Sua vontade quanto àquilo que devemos crer a seu respeito, e diz-nos quais os deveres que Ele de nós exige.
“Uma regra é uma norma segundo a qual se deve julgar; um juiz é quem expõe e aplica essa regra à decisão dos casos particulares;
As Escrituras são a única regra infalível de fé prática.
Não há corporação alguma de homens que sejam qualificados ou estejam autorizados a interpretar as Escrituras, ou aplicar os seus princípios à decisão obrigatória das questões particulares, no sentido de serem suas decisões obrigatórias para outros cristãos.
As Escrituras são a única voz infalível na Igreja, e devem ser interpretadas à sua própria luz e com o auxílio graciosos do Espírito Santo, prometido a todos os cristãos (1 Jo 2.20,27) pelos indivíduos, cada um de per si, com a ajuda, mas não sob a autoridade dos outros cristãos, seus irmãos. Os credos e confissões, quanto à sua forma, são obrigatórios somente para os que professam voluntariamente; quanto à sua matéria, são obrigatórios somente até onde afirmam aquilo que a Bíblia ensina, e porque a Bíblia ensina assim.
A Regra De Fé E Prática Segundo A Doutrina Romanista:
A teoria romana é que a regra completa de fé e prática consta das Escrituras e da tradição, ou seja, o ensino oral de Cristo e seus apóstolos transmitido até nós pela igreja (católica). Afirmam que a tradição é necessária:
Para o ensino nas Escrituras;
Para interpretar as Escrituras, e que a igreja (católica romana) foi designada divinamente para ser depositária e o juiz, tanto das Escrituras como da tradição – Decreto do Concílio de Trento.
O Papel Das Tradições Na Igreja Católica:
Seus Argumentos A Favor Das Tradições:
As Escrituras autorizam-nas (2 Ts 2.14,15; 3.6).
Os antigos “s.s. padres” afirmavam a autoridade das tradições e em grande parte baseavam nela a sua fé.
O ensino oral de Cristo e Seus apóstolos, quando determinado claramente e conhecidos, é intrinsecamente de igual autoridade à dos seus escritos.
As próprias Escrituras nos têm sido transmitidas pelo testemunho da tradição, e o rio não pode subir mais alto do que a sua origem.
A Necessidade:
As Escrituras são de sentido obscuro, e precisam da tradição como seu intérprete. Nós protestantes, reconhecemos que a Bíblia, conquanto, possua algumas passagens difíceis, em geral, sua mensagem é de fácil entendimento, e reconhecemos como Intérprete da Bíblia, a própria Bíblia.
As Escrituras são incompletas como regra de fé e prática devido haver muitas doutrinas e instituições, reconhecidas universalmente, baseadas na tradição como suplemento às Escrituras. Nós protestantes, afirmamos que a Bíblia é completa, não necessitando, de suplementos humanos, sendo ela a perfeita Palavra de Deus, não pode ser completada pela sabedoria de meros homens.
As Tradições À Luz Da Bíblia:
As Escrituras não atribuem, como se afirma, autoridade às tradições orais. As tradições de que Paulo fala nas passagens citadas de 2 Ts 2.14, 15; 3.6, foram todas as suas instruções, orais e escritas, e comunicadas por ele a esses mesmos tessalonicenses; não foram transmitidas. Por outro lado, Cristo repreendeu severamente esta mesma doutrina dos católicos romanos, na pessoa dos predecessores destes – os fariseus (Mt 15.3; Mc 7.7,8).
Deus não suplementou as Escrituras com a tradição. As Escrituras são certas, definidas, completas e perspícuas. Já a tradição, por sua própria natureza, é indeterminada, e está sujeita a ser adulterada por todas as formas de erro.
O que é necessário para constituir uma regra única e infalível de fé? Inspiração plenária, e que a regra seja completa, perspícua e acessível (a Bíblia). Acessível: É evidente que esta é característica proeminente das Escrituras, em contraste com a tradição, que está entregue à custódia de uma corporação de sacerdotes, e com qualquer outra regra pretendida. O que cabe à Igreja fazer a esse respeito é simplesmente dar maior circulação possível à Palavra de Deus.
Evidências Bíblicas que apoiam a doutrina da Bíblia como única regra de fé e prática:
As Escrituras falam sempre em nome de Deus e de impõem, como obrigatória, à fé e à obediência.
Cristo e Seus apóstolos referiam-se sempre às Escrituras escritas que, existiam então; e a nenhuma outra regra de fé, fosse qual fosse (Lc 16.29; 10.26; JO 5.39; Rm 4.3; 2 Tm 3.15).
Os bereanos foram elogiados por sujeitarem todas as questões, e mesmo o ensino dos apóstolos, à prova das Escrituras (At 17.11; Is 8.16).
Cristo repreendeu os fariseus por fazerem acréscimos às Escrituras e pervertê-las – (Mt 15.7-9; Mc 7.5-8) leia também ( Ap 22.18,19; Dt 4.2; 12.32; Js 1.7)
As Escrituras são completas como regra de fé: Não quer dizer que, nas Escrituras, se acham todas as revelações feitas por Deus em qualquer tempo ao homem, e sim que o seu conteúdo é a única revelação que Ele nos faz agora, e que esta revelação é abundantemente suficiente para a nossa direção, em todas as questões de fé, prática e modos de prestar-Lhe culto, e exclui a necessidade e o direito de invenções humanas,
As Escrituras professam conduzir-nos a Deus; por conseguinte, devem-nos ensinar tudo o que é necessário para esse fim. Se, para esse fim, houvesse necessidade de qualquer regra suplementar, como a tradição, isto seria referido nelas. “Se não fossem completas a este respeito, seriam mentirosas”. Mas, conquanto os sagrados escritores remetam constantemente aos escritos dos outros, nenhum deles, nem uma só vez, fala da necessidade nem da existência de outra regra (Jo 20.31; 2 Tm 3.151-17).
A Clareza Das Escrituras:
Os protestantes, não afirmamos que as doutrinas reveladas nas Escrituras estejam no nível das faculdades humanas para compreendê-las. Confessam que muitas delas estão além de todo o entendimento. Nem afirmamos que se possa explicar todas as partes das Escrituras com certeza e perspicuidade, porque muitas das profecias são inteiramente enigmáticas, enquanto não explicadas pelos eventos a que se referem. Afirmamos, porém que todo artigo essencial de fé e regra de prática é revelado claramente nelas, ou pode ser deduzido delas com certeza. Tudo isso o cristão menos instruído pode aprender nas Escrituras, sem dificuldade; por outro lado, é verdade também que, com o progresso dos conhecimentos históricos e críticos, e por meio das controvérsias, a Igreja Cristã está fazendo progresso constante na interpretação exata das Escrituras e na compreensão, na sua integridade, do sistema nelas ensinado.
Os protestantes afirmamos (e os romanistas negam) que se pode, sem perigo, conceder aos cristãos particulares e não instruídos, a licença de interpretar as Escrituras por si.