A BÍBLIA TRANSFORMA AS PESSOAS
Texto Bíblico: Hebreus 4.11-13
A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS (Hb 4.12).
A Palavra De Deus É Viva.
Zon: “Viver, estar vivo”. Jesus disse: “as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo 6.63).
A Palavra de Deus não é uma carta morta, mas viva. Ela está em ação neste exato momento. A Bíblia não fala meramente nos tons já mortos do passado, mas aplica a verdade viva às pessoas de “Hoje”.
A Palavra De Deus É Eficaz.
Energés. Enérgico, poderoso, eficaz, produtiva, ativa. A palavra é usada para a atividade que produz resultados, e é frequente no sentido de atividade divina que tem efeitos reais. “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11).
Ela é eficaz, isto é, ativa em convencer, examinar e descobrir.
A Palavra De Deus É Penetrante. Podemos ser religiosos – mas não salvos. Podemos ser sensíveis ao homem, mas insensíveis para com Deus. Uma pessoa pode ser culta e atenta na mente e corpo, mas atrofiada e dormente no espírito. Ela pode conhecer o êxtase estético, mas não a alegria espiritual. O mundo real, com o qual se comunica por meio das janelas da alma, pode ser bastante real, e ainda assim o mundo de Deus e Cristo pode ser muito irreal. O evangelho descobre e chama nossa atenção para este tipo de entorpecimento.
Tomöteros: “Tomós” mais afiada”. Nosso eu espiritual é separado do nosso eu alma.
Distomon: “de dois gumes, com duas lâminas.
Diiknoumenos “penetra”; diikneomai “atravessar, penetrar. Como em Êxodo 26.28 na LXX “E a travessa central estará no meio das tábuas, passando de uma extremidade até à outra”.
Merismós: “Divisão”.
Harmón muleon “Junta” e “Medula”. A expressão serve para transmitir a noção exata do extremo poder de penetração da palavra de Deus, até o próprio centro do ser humano. Uma sugestão figurada, possivelmente, indicando que o evangelho nos encontra não só no nível da personalidade, mas no nível do nosso eu indivisível. É na medula que doenças do sangue se alojam muito antes que o mecanismo do corpo seja visivelmente afetado. As pessoas caminham eretas, no entanto seus ossos podem estar doentes por dentro, como uma árvore que está em pé até que uma tempestade violenta a derruba até p chão, revelando seu cerne apodrecido. Nós separamos as palavras e atos de uma pessoa; o evangelho é como quem discerne (um juiz), examina seus motivos e imaginações secretas e pronuncia a sentença.
Enthumëseön ennoiön cardia: “intenções do coração”. “Capaz de tomar uma decisão, hábil para julgar, decidir, discernir. Ennoiön significa “pensamento, reflexões, sentimentos. A palavra refere-se a ação dos afetos e é relacionada com a vontade. O cirurgião tem uma forte luz para ver cada canto escuro e um bisturi afiado para retirar o pus revelado pela luz. Ela tem o poder de atingir diretamente as partes mais íntimas da nossa personalidade.
A Palavra De Deus É Apta (Hb 4.12,13)
Ennoia: Pensamento, intenção. A palavra refere-se à ação da razão.
Aphanes. Oculto, não manifesto, escondido. “Criatura alguma encoberta” (4.13). Deus pode trazer para fora o germe mais íntimo de dúvida e pecado.
Kritikos: Ela tem o poder de julgar (gr. kritikos) tanto os sentimentos quanto os pensamentos do coração.
Gumna: “Nu”, “aberto, às claras”.
Tetrachëlismena: “descoberto”; Perfeito particípio passivo de “trachelizö”, “flexão do pescoço”; “expor, descobrir”. A figura de linguagem por detrás desta palavra não é clara. Foi sugerido que se refere a inclinar para trás o pescoço de um animal para ser sacrificado, preparando-o para o golpe final; ou pode se referir à arte do lutador que pega o adversário pelo pescoço e o deixa sem ação. “Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças” (Rm 16.4).
Prós hon hemina ho lógos: “com quem temos de tratar”; “com quem temos um assunto”, “a quem temos de prestar contas”. Visto que não podemos esconder-nos de Deus, não podemos escapar do nosso Cades-Barnéia. Nosso fracasso em entrar no seu repouso não pode ficar escondido dele, nem mesmo nossas descrenças secretas ou nossos desejos ardentes pelas cebolas e alhos do Egito.
A BÍBLIA ANULA OS CONSELHOS DO MUNDO
Políbio que viveu entre 201 e 120 a.C., passou a vida descrevendo história e se tornou autoridade em táticas de guerra. Em um de seus livros, ele faz descrição completa da vestimenta que a infantaria romana usava.
Visto que a armadura de um soldado era frequentemente uma amostra de esplendor, Barth prefere a tradução “a esplêndida armadura de Deus”
Aqui temos “o novo guarda-roupa” do cristão, inclui um traje de guerra.
A Armadura Do Crente – Suas Características:
É uma armadura divina “armadura de Deus” (Ef 6.11a)
Tou Theou: Genitivo de fonte ou origem indicando que Deus providencia a armadura.
É uma armadura completa “toda a armadura” (Ef 6.11,12)
Panóplia: armadura completa. Inclui coisas tais como escudo, espada, lança, elmo e couraça.
Em Lucas 11.21 Ocorre a palavra kathöplismenos, que significa “armar plenamente”, “equipar”, “estar bem armado”, “ter todas as armas necessárias para se defender” ou “ter as armas de que se precisa para ficar em segurança”.
A palavra transmite a ideia de completude, e somos chamados a “vestir a panóplia de Deus”. A ideia é que precisamos não só de um equipamento divino, mas que esse equipamento tem de ser completo, sem faltar uma peça sequer.
As antigas exortações julgavam vergonhoso o ato de recuar durante a batalha bem como as feridas nas costas (observe-se que nenhuma das partes da armadura a seguir reveste as costas).
É uma armadura espiritual “Não temos que lutar contra a carne e o sangue” (Ef 6.12a) “Nossa luta [...] é contra organizações e poderes espirituais. Enfrentamos o poder invisível que controla este mundo escuro, e agentes espirituais do próprio quartel-general do mal” – Phillips. Paulo não conduz seu ministério com engenhosidade humana, habilidade organizacional, crítica eloquente ou confiança na sedução ou na força da personalidade. O inimigo não pode ser derrotado em seu próprio nível de guerra.
É uma armadura pessoal (Ef 6.11)
A Armadura Do Crente – Sua Descrição:
O cinto da verdade (Ef 6.14). Um entendimento iluminado e um caráter firme.
Perizösamenoi: Cingir-se. Os soldados romanos usavam de um a três cintos para prender a espada e para proteger a região abdominal do corpo.
Osphus: Cinto, cinturão.
A utilidade do cinto:
Servia para prender a túnica firmemente ao corpo, dando liberdade de movimentos.
Servia para levar a espada, de forma semelhante ao que os militares fazem hoje em dia para prender o revolver ao cinto.
A verdade: É o conhecimento e crença na palavra revelada de Deus. Razão, tradição, credos e filosofias podem desabar sob a tensão da batalha, mas a Palavra de Deus crida e vivida permanece intacta.
“Deixai a mentira e falai a verdade cada um com seu próximo” – Aconselhou Paulo – “porque somos membros uns dos outros” (4.25). A sinceridade e a honestidade nos unem; os desentendimentos e as segunda intenções nos dividem.
A couraça da justiça (Ef 6.14). Uma vida santa para absorver a crítica e a perseguição.
Thoraka: Couraça. A palavra denota uma peça da armadura que pode indicar qualquer coisa que, a qualquer tempo, protegesse o corpo entre os ombros e os lombos. O soldado romano mediano usava uma peça de metal, mas aqueles que podiam usavam a melhor disponível.
A couraça protegia o peito na batalha. Ela era usada somente na batalha, não era uma vestimenta comum.
O texto de Isaías 59.17 declara que Deus se vestiu “de justiça, como de uma couraça”.
O calçado da preparação do evangelho (Ef 6.15). Para marchas longas e árduas em obediência a Cristo, o comandante.
Hupodësamenoi: Calçar. Pode se referir à caliga um forte e pesado sapato usado pelos soldados romanos (a caliga era uma semibota), ou ao calceus um sapato menos grosseiro que era usado pelos oficiais. A caliga servia para avançar rumo ao inimigo sem se distrair com qualquer coisa em que viessem a pisar.
Hetoimasiâi: Preparação, prontidão. A palavra pode, porém, neste contexto, ter o significado de “firmemente” e expressar solidez, firmeza, fundamento sólido, presteza de mente.
As sandálias militares, especificamente projetadas, eram confeccionadas para proteger os pés e capacitar o soldado a manter o equilíbrio em terrenos acidentados. Proporcionavam pleno apoio para os pés, dando agilidade de movimentos.
Mais de uma vez, nesta carta, Paulo ressaltou como o Evangelho traz paz, reconciliando-nos com Deus e tornando-nos um só. Em Efésios, a paz é o elo que mantém a unidade criada pelo Espírito. Quando a unidade é mantida, a igreja de Cristo é capaz de se mover em uma resposta completa Àquele que é o Cabeça da Igreja.
À medida que o evangelho assegura nossa paz com Deus, e dá a certeza do seu favor, produz essa alegre vivacidade mental que é essencial no conflito espiritual. “Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O Teu Deus reina” (Is 52.7).
O escudo da fé (Ef 16). Para repelir os ataques malévolos do inimigo.
Thyreos: Escudo. Refere-se ao escudo grande retangular, não ao pequeno escudo redondo e convexo (aspis). A referência é ao scutum dos soldados romanos que tinha uma estrutura metálica e, às vezes, uma massa de metal no centro. Frequentemente as várias camadas de couro eram ensopadas e socadas na água antes da batalha, a fim de apagar os dardos incendiários do inimigo.
Belus: Dardo, flecha. O termo pode ser usado para denotar qualquer tipo de seta.
Puroö: Queimar. Indica que as flechas eram acesas e enviadas ardendo em fogo. Como o deus grego e romano da paixão (Eros e Cupido, respectivamente) atirava, dizia-se, flechas flamejantes, é possível que alguns dos leitores de Paulo tenham pensado especificamente na tentação do desejo sexual aqui. Paulo, no entanto, provavelmente se referia a mais do que apenas esse perigo (Sl 11.2; 57.4; 64.3)
O capacete da salvação (Ef 6.17). Para guiar a guardar nossos pensamentos, a fim de que sejam pensamentos para Cristo e não para servir objetivos pecaminosos e egoístas.
Perikephalaian: Uma proteção ao redor da cabeça, elmo, capacete. O soldado romano usava um elmo de bronze, equipado com protetores para o rosto. O elmo era um item decorativo e caro que tinha por dentro uma camada de feltro ou esponja que tornava suportável a carga. Nada mais leve do que um machado ou martelo pesado poderia quebrar um elmo pesado.
Dexasthe: “Tomai” (v.17): Deveria ser traduzido por “Recebei! (NTLH).
O senso de salvação coloca a vida fora de todo o perigo.
A espada do espírito (Ef 6.17). A Palavra de Deus na mão, a Bíblia no coração e na mente.
Macharian: espada. Indica a pequena espada reta usada pelos soldado romano.
Era usada na batalha corpo a corpo, quando as lanças pesadas que os soldados da linha de frente carregavam deixavam de ser práticas. O ministério de Paulo era, portanto, particularmente estratégico, porque incluía a luta de perto com o inimigo, com o propósito de infiltrar os seus escalões.
A Armadura Do Crente – Seu Poder:
Em Relação Ao Crente.
Firmeza espiritual (Ef 6.11, 13).
Stenai: “Ficar firme” (v.11). A palavra pode ser usada em sentido militar indicando assumir um posto de vigia ou também pode significar “ficar e sustentar-se numa posição crítica durante a batalha.
Methodeía (v.11): Tramas, ardis, maquinações. A intenção é transmitir a ideia de planos enganosos ou investidas astuciosas. Inclusas nas ciladas do diabo estão todas “as múltiplas tentações à incredulidade, ao pecado e à conformidade com o mundo pagão circunvizinho que acossava o crente a toda hora.
Pale (v.12): Luta, contenda. A palavra refere-se particularmente a uma lua corpo a corpo.
Resistência (Ef 6.13).
Obra completada (Ef 6.13).
Analabete (v.13): “Tomar”; analambanö. A palavra era usada como um termo técnico militar descrevendo a preparação final necessária antes do início da batalha. O verbo como está no texto, indica uma ação imediata.
Anthistemi (v.13) “resistir”, “ficar firme contra”.
Katergasamenoi: “cumprir, realizar”. Embora a palavra possa significar “chegar à vitória” aqui significa “ter feito tudo o necessário” e tudo o que a crise exige, a fim de rechaçar o inimigo e manter a posição.
Em Relação Aos Inimigos (2 Co 10.4,5).
Elas destroem as fortalezas.
Hopla: (2 Co 10.4): Armas, artefatos bélicos. Uma palavra genérica usada tanto para armas de defesa como de ataque.
Dunata (2 Co 10.4): Poderoso. “Poderosa em Deus” Theo. O dativo indica interesse pessoal “para Deus”, isto é, empregado no serviço de Deus. Ou pode ser traduzido “divinamente poderosa”. Ele está armado com um temendo “senso daquilo que o evangelho é – a imensidão da graça nele contida, o terror do julgamento; e foi isto que lhe deu o poder e o levantou acima das artimanhas, da sabedoria e da timidez da carne.
Strateias: (2 Co 10.4): “participar da guerra ou de uma batalha como soldado” “naquilo que para nós, é como uma batalha”.
Elas destroem os conselhos. As desafiantes paredes e muros do intelecto (cf. 1 Co 1.18-25; 8.1) e a vontade do homem serão despedaçadas pelo evangelho.
Kathairountes: Derrubada, destruição.
Logismous: Raciocínio, reflexão, pensamento.
“Argumentos” ou “raciocínios” são termos técnicos para designar a argumentação retórica ou filosófica.
Elas destroem as altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus.
Hupsöma: Aquilo que é levantado, exaltado, alto, altivez.
Leva cativo todo o entendimento à obediência de Cristo. O poder de Deus é capaz de romper barreiras nas mentes e corações dos homens por meio de um ministério verdadeiramente evangélico. O aprisionamento torna-se, então, uma libertação radical em virtude do caráter do Rei.
Epairomenon: “levantar”, “exaltar”. A metáfora aqui é de paredes e torres em pé desafiantes.
Aichmalötizontes: fazer prisioneiros, prender, colocar sob sujeição.
Os prisioneiros de guerra, na metáfora estendida aqui, são os pensamentos (cf. Pv 21.22).
A Armadura Do Crente – Seu Segredo De Eficácia A Oração.
O que é oração:
Proseuche: É uma palavra geral para referir-se à oração. Proseuchomai: Orar. É uma palavra genérica que era usada para fazer pedidos a um ser divino.
Deesis: “Súplica”. Solicitação ou pedido. Denota geralmente uma petição em busca de benefícios pessoais ou que surge de uma necessidade particular.
Quando orar? “Em todo tempo” (Ef 6.18).
Panti kairo: “em todas as ocasiões” (NVI), “O tempo todo” (BV), “sempre” (NTLH). “Orai cem cessar” (1 Ts 5.17). Nosso Senhor declarou que as pessoas devem “orar sempre e nunca desanimar” (Lc 18.1).
Como orar?
Como toda a oração.
Súplica no Espírito. No Espírito Santo.
Com vigilância.
Agrypnountes: Transmite a ideia militar de “manter-se alerta”, “ficar acordado, vigiar, ficar sem dormir, sofrer de insônia, ficar de guarda, ser vigilante.
Com perseverança.
Proskartereo: perseverança, constância. O verbo era usado nos papiros no sentido de esperar, exemplo, esperar até que chegasses o dia do julgamento, ou permanecer diligentemente no trabalho.
Por quem orar:
Por todos os santos (Ef 6.18). A agilidade incansável do cristão deve ser mostrada especialmente na intercessão perseverante a favor de todos os seus companheiros de luta. “O crente luta com mais valentia e coragem quando sabe que não está só” – Erdman. E sobretudo quando ele percebe que os outros estão “firmes com ele em oração”.
Pelos obreiros (Ef 6.19
Para que possam pregar a Palavra com confiança.
Parresia: Ousadia no falar, falar franca e abertamente, fala tudo, falar aberta e corajosamente.
Na literatura grega, o verdadeiro filósofo era caracterizado pela “coragem” ou fala franca.
Para que possam pregar fazendo notório o mistério do evangelho.
Para que possam falar dele livremente.
Para que possam pregar como convém falar.
Embaixador em cadeias (v.20). Os embaixadores deveriam ser recebidos com todo o respeito devido àqueles que os enviavam. Como mensageiros, eles deveriam ter imunidade e não ser hostilizados, mesmo que representassem um reino inimigo. Paulo, “embaixador” do maior Rei e do maior Reino (6.20), está acorrentado em Roma por causa de sua missão de paz (6.15).
Halusei: A descrição de um embaixador em cadeias pode ser paradoxal sob três aspectos:
O termo cadeia pode indicar uma “gargantilha” usada pelos embaixadores para revelar riquezas, poder e a dignidade do governo que representava, mas a cadeia de Paulo é uma cadeia de ferro para prisioneiros.
A palavra também poderia se referir ao aprisionamento, e tendo em vista que um embaixador normalmente não seria preso, Paulo indica o erro que está sofrendo.
Um delegado que esta na prisão sabe que o fim da missão está próximo.
A BÍBLIA NOS TORNA HUMILDES
O Que É Humildade.
Ausência de orgulho ou soberba. Juízo que a pessoa faz de si mesma acerca de sua pequenez. No campo teológico, a humildade é mais que essencial para se apropriar do conhecimento divino. Devemos reconhecer, antes de mais nada, que a base da teologia não é a nossa especulação, mas a revelação que parte do Pai das Luzes. Sem humildade não há teologia; e sim, desvaneios.
A Kenosis De Cristo:
A ideia de que Deus poderia ou iria se tornar um homem era uma grande pedra de tropeço para os pagãos. Celso, um grego que escreveu por volta do ano 170 d.C., considerava a doutrina da encarnação “vergonhosa”, e argumentava que “Deus é bom, belo e feliz, e existe em um estado muito belo. Se então Ele desce até o homem, deve sofrer uma mudança, uma mudança de bom para mau, de belo para vergonhoso, de felicidade para a desgraça, e do que é melhor para o que há de mais perverso.”
Definição Do Termo:
Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma. Termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando de sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenosis de Cristo. Segundo vaticina o profeta em Jesus não havia beleza nem formosura. Mas foi esta humilhação que Deus usou para exaltar o ser humano. Quando se trata da kenósis de Cristo, há de se tomar muito cuidado. É contra o espírito do Novo Testamento, por exemplo, afirmar que o Senhor Jesus esvaziou-se de sua divindade. Ao encarnar-se, esvaziou-se Ele apenas de sua glória. Pois em todo o seu ministério, agiu como verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Na oração sacerdotal, Jesus passa a reivindicar, junto ao Pai, a glória que desfrutara desde a mais remota eternidade até a sua encarnação. E, com a sua morte, essa reivindicação foi plenamente atendida.
Análise Exegética da Kenósis de Cristo: (Filipenses 2. 5-11).
Morphe: A aparência exterior da realidade interior. Morphe significa que a aparência do objeto é a verdadeira revelação ou expressão do próprio objeto. Quer dizer, a forma participa da realidade. Aqui se refere à aparência externa da substância divina, isto é, a divindade de Cristo pré-existente na exibição de Sua glória de ser a imagem do Pai. Cristo é o Morphe theou, ou seja a verdadeira e plena expressão ou revelação de Deus.
Huparchon (v.6): Huparcho, ser, existir, a palavra expressa a continuação de um estado ou condição anterior. O particípio grego hyparchõn (“subsistindo”, “embora fosse”), indica que ele já existia.
Harpagmon (v.6): A palavra tem um sentido ativo “roubando” ou passivo “prêmio adquirido pelo roubo”. O termo grego Harpagmon (usurpação) é derivado do verbo que significa “arrebatar”, “agarrar” ou “pegar violentamente”. Talvez o significado seja que Cristo não usou a Sua igualdade a Deus a fim de adquirir ou ter poder e domínio, riquezas, prazer e glória mundanas. “Ele não considerava o estar em condições iguais de glória e majestade com Deus um prêmio ou tesouro a ser agarrado firmemente”
Hegesato (v.6): “considerar”. Significa “tratar como uma coisa de sorte”, “considerar um achado feliz”, “valorizar muito”.
Isa (v.6): Igual, exatamente igual em número, tamanho e qualidade.
Ekenöse (v.7): Kenóo: esvaziar, tornar vazio, tornar sem efeito. A palavra não significa que Ele esvaziou-se de Sua divindade, mas sim que Ele esvaziou-se da manifestação de Sua divindade para ganho pessoal. A palavra é uma expressão vívida da inteireza de Sua auto-renúncia e Sua recusa de usar o que Ele tinha para Seu próprio benefício.
É uma auto entrega verdadeira e completa.
“Se despiu da insígnia da majestade” – Lightfoot
Era “um deixar de lado o modo de existência divina” – B. F. Westcott
Ele se despiu dessa igualdade de estado e, assim, “tonou-se alguém sem reputação alguma”
“Esvaziou-se de tudo, menos do amor” – C. Wesley
Doulou (v.7) Escravo. Como um escravo não possui nenhuma vantagem social, mas está na verdade inferiorizado pela falta de toda a posição social, da mesma forma Jesus abandonou totalmente sua posição como Deus para viver como um “nada” entre os homens.
Labon: “Tomando”, É um particípio aoristo, indica ação simultânea.
Homoiömati (v7). Semelhança, a frase expressa o fato que Seu modo de manifestação assemelhava-se ao dos homens. Isto, porém não é negar que Ele se tornou verdadeiramente homem.
Schema (v.8): Aparência exterior. A palavra era usada para um rei que mudava sua roupa real por uma roupa de pano de saco. Denota o modo em que Cristo se mostrou aos olhos humanos.
Etapeinösen (v.8): Tapeinoo. “Rebaixar, humilhar”.
Hupëkoos (v.8): Obediente.
Mechris (v.8): “Até”, “até que”, “mesmo até a morte”, isto é o ponto de morrer.
Thanatou de staurou (v.8): Aqui, temos um outro detalhe, ainda mais enfático da humilhação, e leva para um clímax não somente de morte, mas uma morte de sofrimento vergonhoso e amaldiçoado, a mais ignominiosa das mortes.
Huperupsösen (v.9): huperupsoö, “exaltar”, “exaltar sobremaneira”, “exaltar muito”, “superexaltar”.
Exomologesetai (v.11): “Confessará”. Exomologeomai: Admitir abertamente, reconhecer, aclamar.
CONCLUSÃO
Paulo sugere alguns fatores-chave, aos quais devemos prestar toda a atenção (Ef 6.10-18):
Determinação e firmeza (v.13).
Verdade (v.14).
Conduta correta (v.14).
Paz com Deus e com nossos semelhantes (v.15).
Fé (v.15).
Experiência Pessoal de salvação (v.16).
Uso da Bíblia (v.16).
Oração (v.18).
Testemunho pessoal e intercessão pelos outros (v.18).
Chave Linguística Do Novo Testamento Grego – Fritz Rienecker / Cleon Rogers VIDA NOVA
Comentário Bíblico Beacon Vol 8, 9 CPAD
Comentário Histórico-Cultural Do Novo Testamento – Lawrence O. Richards CPAD
Comentário Histórico-Cultural Da Bíblia Novo Testamento – Craig S. Keener VIDA NOVA
Comentário Bíblico NVI F. F. Bruce VIDA