Manuscritos Da Bíblia.
Manuscritos Originais Da Bíblia. Isto é, saídos das mãos dos escritores, não existe nenhum conhecido no momento. Deus na sua sabedoria e providência permitiu isso. Por que não temos manuscritos originais da Bíblia?
Se existisse algum, os homens o adorariam mais do que ao seu divino Autor. A serpente de metal posta entre os israelitas como meio de auxílio à fé em deus (Nm 21.8,9; Is 45.22), foi depois idolatrada por eles (2 Rs 18.4). A cruz de Cristo e também a sua mãe, tem sido objeto de idolatria por muitos também.
Era costume dos judeus enterrar os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra causa, para evitar sua mutilação, profanação e interpolação espúria.
Os reis idólatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou contribuído para isso, como é o caso descrito em Jeremias 36.20-26.
O tirano Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C.), durante seu reinado dominou sobre toda a Palestina. Foi homem extremamente cruel. Tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168 a.C., profanando o templo e destruindo todas as cópias que achou das Escrituras.
Nos dias do feroz imperador romano Diocleciano (284-305 d.C.), os perseguidores dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante 10 anos Diocleciano mandou vasculhar o império visando destruir todos os escritos sagrados. Chegou a crer que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
Cópias De Manuscritos Originais. Há inúmeras, em várias partes do mundo.
Classificação: Os MSs estão divididos em duas classes, segundo as letras:
Unciais: do latim uncia, que significa “polegada”. São chamados dessa forma porque foram escritos em letras maiúsculas e sem separação de palavras. Os unciais são os MSs mais antigos.
Cursivos. Receberam este nome por terem sido escritos com letras cursivas (à mão) e em letras minúsculas, mais comuns no grego. Dos 4.500 manuscritos existentes, cerca de trezentos são unciais e os restantes, cursivos.
Os Grandes Códices Unciais:
Manuscritos Sinaítico – Códice Alef: Um dos primeiros manuscritos unciais datado de 340 a.C., o Sinaítico foi descoberto em 1844 pelo dr. Constantine Tischerndorf, no convento de Santa Catarina, no monte Sinai. Esse pesquisador descobriu as páginas do manuscritos no monastério, onde os monges as utilizavam para ascender fogo. Nesse mesmo ano, ele descobriu 43 folhas de velhinho contendo porções da Septuaginta: 1 Crônicas, Jeremias, Neemias e Ester. Quinze anos mais tarde, ele conseguiu obter as folhas restantes, com a ajuda do Czar da Rússia, Alexandre II. Escrito em grego, contém mais da metade do Antigo Testamento (LXX) e todo o Novo Testamento (com exceção de Marcos 16.9-20 e João 7.58-8.11) e ainda todo os apócrifos do Antigo Testamento, a Epístola de Barnabé e O Pastor de Hermas. É o único que contém o Novo Testamento completo. Atualmente, se encontra no museu Britânico.
Manuscrito Vaticano – Códice B: Esse uncial famoso, data do século 4º, está escrito em grego e contém a tradução da Septuaginta do Antigo Testamento, dos apócrifos (com exceção dos livros dos Macabeus e da Oração de Manassés) e do Novo Testamento. No Antigo Testamento, está faltando Gênesis 1.1 – 46.28, 2 Re 2. 5-7, 10.13 e Salmos 106.27 – 136.6. No Novo Testamento, faltam Marcos 16.9-20. João 7.53 -8.11 e Hebreus 9.14 até o fim do Novo Testamento, incluindo as epístolas pastorais: 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom e, também, Apocalipse, mas não as epístolas gerais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. Como o nome sugere, este manuscrito se encontra, agora na biblioteca do Vaticano, em Roma, onde foi catalogado pela primeira vez em 1481.
Manuscrito Alexandrino – Códice A: Esse manuscrito, o último dos três maiores unciais considerados aqui, data do século 5º (aproximadamente, no ano 450 a.D), embora contenha tanto o Antigo como o Novo Testamento, algumas partes estão faltando. Em 1708, esse códice foi dado de presente ao patriarca de Alexandria, que lhe conferiu a designação que ostenta até hoje. Encontra-se na Biblioteca Nacional do Museu britânico em Londres, na Inglaterra. Não chega a alcançar o elevado padrão dos manuscritos Vaticano e Sinaítico.
Manuscrito Efraim – Códice C: Esse manuscrito contém partes do Antigo e do Novo Testamento. Existem, agora, apenas 64 folhas do Antigo Testamento e 145 do Novo. Suspeita-se que se originou de Alexandria, no Egito, e data do século 5º. Como foi raspado, passou a ser chamado de “palimpsesto”. O texto sagrado foi apagado para que nesses pergaminhos se escrevesse sermões de Efraim (299-378), pai da Igreja do século 4º. Por essa razão, recebeu o nome de Manuscrito de Efraim. Mediante uma solução química, o dr. Tischendorf foi capaz de decifrar as escritas quase invisíveis dos pergaminhos. Esse manuscrito está guardado na Biblioteca Nacional de Paris.
Manuscrito Beza – Códice D: Também chamado de Códice de Cambridge, data do século 6º (550 a.D). Este é o mais antigo manuscrito conhecido escrito em dois idiomas. A página esquerda é em grego, enquanto o texto correspondente em latim fica do lado oposto, à direita. Foi descoberto, em 1562, por Teodoro Beza, teólogo francês. Com algumas omissões, contém os evangelhos, 3 João 11-15 e Atos.
O Formato Dos MSS: Quanto ao formato, os MSS podem ser códices ou rolos. Códice é um MS em formato de livro, feito de pergaminho. As folhas têm normalmente 65 cm de altura por 55 de largura. Este tipo de MS começou a ser usado no Século II. O rolo podia ser de papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira, para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado da direita para a esquerda. Sua extensão dependia da escrita a ser feita.
Palimpsesto: É um MS reescrito, isto é, a escrita primitiva era raspada e novo texto escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do pergaminho. Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material.
Manuscritos Existentes Mais Antigos E Mais Importantes:
MSS Do Antigo Testamento Em Hebraico: Até a descoberta dos MSS do mar Morto, em 1947, os mais antigos MSS do Antigo Testamento hebraico eram:
Códice dos primeiros e últimos profetas. Está na Sinagoga Caraíta, do Cairo. Foi escrito em Tiberíades, em 895 d.C., por Moses Bem Asher, erudito judeu de renome (caraíta são os judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam liberdade na interpretação da Bíblia). Contém os primeiros profetas, segundo a organização do cânon hebraico do Antigo Testamento: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Contém também os últimos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze.
Códice do pentateuco. Escrito cerca de 900 d.C., está no Museu Britânico, sob número 4445. Foi escrito por um filho de Moses Bem Asher: Arão.
Códice Petrogradiano. Escrito em 916 d.C. Contém apenas os últimos profetas. Veio de Criméia. Está na biblioteca de Leningrado (a antiga Petrogrado), donde o nome.
Códice Alepo. Contém todo o texto do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo Bem Bayaa. Seus sinais vocálicos foram colocados por Moses Bem Asher, cerca de 930 d.C. Foi contrabandeado em anos recentes da Síria para Israel. Será utilizado como base da nova Bíblia Hebraica, em preparo pela Universidade Hebraica de Jerusalém.
Códice 19 A. Está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Data: 1008 d.C. O original foi escrito por Moses bem Asher, cerca de 1000d.C. Foi copiado no ano 1008, no Cairo, por Samuel Bem Jacob. Quando a Rússia o adquiriu, o comunismo ainda não dominava ali. Este é o mais antigo MS completo do Antigo Testamento em hebraico. (Isto é, mais antigo datado).
O rolo de Isaías, mar Morto, 1947. Nos rolos descobertos, nas proximidades do Mar Morto, em 1947, foi encontrado um MS de Isaías, em hebraico, do ano 100 a.C., isto é, 1.000 mais velho que o mais antigo MS até então existente. Uma vez que o texto de tal rolo concorda com o das nossas Bíblias atuais, temos nisso uma prova singular da autenticidade das Escrituras, considerando-se que esse rolo de Isaías tem agora mais de 2.00 anos de existência!
MSS Do Antigo E Novo Testamento Em Grego: É digno de nota que os MS mais antigos da Bíblia estão em grego. Esses manuscritos não são originais, são cópias. Os originais saídos das mãos dos escritores, perderam-se.
Códice vaticano ou “B”. Pertence à biblioteca do vaticano. Data: 325 d.C. O Antigo Testamento é cópia da Septuaginta. Contém os apócrifos em separado. Essa biblioteca foi fundada em 1488, e no seu primeiro catálogo, publicado em 1475, aparece em MS. É uncial.
O Códice Sinaítico ou “Álefe”. Pertence ao Museu britânico. Data: 340 d.C. Foi descoberto pelo erudito cristão Tischendorf, em 1844, no mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte Sinai. A história de sua aquisição é muito impressionante. Foi o Czar da Rússia que o adquiriu, em 1899. O Governo inglês comprou-o dos russos, em 1933, por 100.000 libras esterlinas, equivalentes então a 510.000 dólares. Um dos livros mais caros do mundo. É uncial.
Códice Alexandrino ou “A”. Pertence ao Museu Britânico. Data: 425 d.C. Tem este nome porque foi escrito em Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1621, foi levado a Constantinopla por Cirilo Lúcar, patriarca de Alexandria. Em 1624, Cirilo presenteou-o ao rei Tiago I da Inglaterra, o mesmo rei que autorizou a famosa versão inglesa de 1611. Em 1757, o rei Jorge II doou a biblioteca da família real à nação, e assim o famoso MS chegou ao Museu Britânico. É um MS uncial.
O Códice Efraemi ou “C”. Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: 345 d.C. É um palimpsesto. Ao ser restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos incompletos. O doutor Tischendorf publicou-o em 1845. É bilíngue: grego e latim.
Códice Bezae ou “D”. Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra. Data: Século VI. Contém os Evangelhos, Atos e parte das Epístolas.
O Códice Claromontanus ou “D”. Pertence ao Museu do Louvres, Paris. Data: Século VI. Contém as epístolas paulinas. Estes últimos são também unciais.