O QUE É TABERNÁCULO
1. Definição Secular. Templo portátil. Usado como santuário pelos hebreus, durante sua peregrinação no deserto.
2. Definição Bíblica.
• O Tabernáculo (hebraico Mishkãn) significa lugar de habitação, indicando o lugar da presença de Deus na Luz, que por sua vez é chamada de Shekinah. Antes do Tabernáculo havia a tenda, ou Tenda da Congregação, erigida como um lugar especial de adoração.
• Tenda portátil onde os hebreus, durante a peregrinação pelo deserto, prestavam cultos a Deus. Era o símbolo da presença de Deus entre o povo. No tabernáculo, ficava o Santo dos Santos: aqui encontrava-se a arca da aliança com os Dez Mandamentos.
3. O Uso do termo na Bíblia. O termo se refere:
(1) Ao Tabernáculo de Moisés.
(2) Ao de Moloque (Am. 5.26; At 7.43). Sicute (ou Sakute) era ídolo adorado pelos assírios, desde os tempos remotos; representava o deus da guerra e da luz, equivalente ao planeta Saturno; Quium era outro nome do mesmo planeta. Amós refere-se aqui ídolos associados a divindades atrais que eram carregados em procissões cúticas. A Septuaginta traduz a expressão “Sicute vosso rei” como “tabernáculo de Moloque” (as consoantes hebraicas são as mesmas).
(3) Ao corpo do crente. (2 Co 5.1)
4. A Planta do Tabernáculo: O Tabernáculo foi feito de acordo com o “Modelo” que Deus mostrou a Moisés. (Êx 25.9)
OS MATERIAIS DO TABERNÁCULO
1. Os Materiais:
(1) As Ofertas: Uma das importantes lições está nas ofertas do povo, atendendo ao apelo divino através de Moisés (Êx 25.2-7; 35.29). As ofertas espontâneas foram tão abundantes que os artífices interromperam seu trabalho para dizer a Moisés
“Logo os construtores encarregados da construção do Santuário procuraram Moisés. Disseram eles: "Já temos muito, mais que o necessário para construir o que Deus mandou!" Por isso Moisés mandou fazer correr uma mensagem pelo acampamento. A mensagem dizia: "Ninguém traga mais nenhuma oferta para a construção do Santuário." Assim, foi preciso proibir o povo de dar mais ofertas! Já havia mais do que o suficiente para a obra”. (Êx 35. 4-7 Bíblia Viva) Que lição precisosa! Cada um deu espontaneamente do que possuía, e não foi necessário descer ao Egito em busca de ajuda. Quando cada crente entende que a oferta é parte vital na comunhão com Deus e dá liberalmente, a Igreja não precisa descer ao “Egito” (ao mundo) e mendigar a ajuda dos infiéis!
(2) Os metais:
• Ouro: Divindade manifesta, glória divina. O Lugar Santíssimo estava separado do Lugar Santo, por cinco colunas de ouro que sustentavam as cortinas da entrada, as bases dessas colunas eram de bronze. O ouro revestia a mesa, as colunas e a arca.Também eram de ouro: os colchetes, o candelabro, o propiciatório, os querubins. Foram utilizados cerca de 1.300 quilos de ouro no Tabernáculo.
• Prata: Redenção (Êx 30.11-16).Estava presente em todos os ganchos que ostentavam as cortinas do tabernáculo, e também, formavam as faixas que ornamentavam essas cortinas. Também todas as tábuas do Santuário estavam apoiadas em bases de prata (Êx 30.12-16; Lv 5.15). A prata é o símbolo de resgate, e o mesmo preço seria pago por todo o israelita, independentemente de suas posses. O preço pago era um só, e isso aponta para o sacrifício expiatória de Jesus, que nos comprou com o seu precioso sangue, pagando um preço único para o nosso resgate, e também mostra que todas as vidas têm valor igual diante de Deus. (1 Pe 1.18).Se tirarmos a prata do Tabernáculo, ele perderá a sua base de sustentação, e também todas as suas cortinas cairão por terra.sem a obra expiatória de Jesus na cruz,a Igreja não é nada, ela perde seus ornamentos, a sua beleza, a manifestação do fruto do Espírito, deixa de ser igreja. Alguns líderes religiosos têm procurado enfraquecer ou diminuir a importância do sacrifício expiatório de Jesus no Calvário. Cada ação legalista, cada esforço puramente na base de obras, significa o enfraquecimento desta verdade bíblica – a Redenção das nossas almas. Utilizou-se cerca de 3.400 quilos de prata no tabernáculo.
• Latão ou cobre: Figura do juízo, como no altar de bronze, a pia e a serpente de bronze. As passagens de Êxodo 27.17:Nm 21.9 Jr 1.18; 1 Co 3.1; 2 Co 5.21 indica esse metal como o tipo de julgamento, de juízo. Os cravos, ou pregos usados nesse Santuário eram desse mesmo material e apontavam para a crucificação de Jesus. O total de bronze utilizado no tabernáculo foi de aproximadamente 2.400 quilos.
2. As Madeiras:
Nem sempre haviam sido tábuas. No estado natural eram árvores que deviam ser derrubadas, serradas, aparelhadas para remover tudo o que havia de obstar chegassem a ser tábuas boas e lisas. Depois foram novamente levantadas, colocadas sobre as bases de prata, e revestidas de ouro. É uma figura do homem no seu estado natural para construir a Casa de Deus, mas derrubados pela convicção do pecado, aparelhados pelo ensino da Palavra, firmados sobre a redenção que há em Cristo, revestidos de ouro, de um caráter irrepreensível, revestidos de Cristo – colocados por Deus mesmo na sai Igreja (1 Co 12.28), ligados uns aos outros,e, assim unidos, constituindo um santo templo do Senhor (2 Co 6.16)
(1) Sua Origem. Elas vieram da floresta, e cada uma delas representa o cristão. Como crentes, fomos cortados e derrubados aos pés de Cristo pelo arrependimento, quando ouvimos o Evangelho. A palavra de Deus como espada nos colocou por terra, e depois de derrubados, fomos trazidos à Casa de Deus (Ef 2.1-3)
(2) Seu Despojamento. Embora tenhamos sido trazidos à Casa de Deus no estado bruto, passamos pelo despojamento. Para esse trabalho, o escultor, ou carpinteiro, usa as ferramentas apropriadas para o desbaste da casca e dos nós. Tudo precisa ser despojado pelas afiadas ferramentas do carpinteiro de Nazaré.
Do que ele nos despojou? (Cl 2.11; 3.8,9)
• Da ira.
• Da Cólera.
• Da maledicência.
• Das Palavras torpes da vossa boca
• Da Mentira.
• Dos maus hábitos.
• Dos Vícios.
(3) Seu Revestimento. As tábuas foram revestidas de ouro (Êx 26.29) que é um símbolo da glória de Deus (Ap 1.6)
(4) Suas Bases. As Bases eram de prata, símbolo da redenção.
(5) O Seu Estado Final: Há outro interessante aspecto relacionado com as tábuas: é que embora as madeiras fossem muito diferentes entre si quando trazidas ao Tabernáculo, agora, depois de trabalhadas, ficaram todas iguais. Aos olhos de Deus não há uns melhores que os outros. Deus não faz acepção de pessoas. (Cl 3.11; Rm 2.11)
3. As Travessas: As travessas que mantinham as tábuas de pé e unidas, eram revestidas de ouro (Êx 26.26-28). Essas travessas apontam para a união espiritual descrita no Salmo133 e em João 17.22,23. As travessas, por serem em grupos de cinco, apontam para os ministérios descritos em 1Co 12.5; Efésios 4.9-13. Esse ministério sustenta a Igreja.
4. A Cobertura:
(15) Peles de golfinho. Por serem rústicas, quem olhasse a Tenda estando do lado de fora do Tabernáculo nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de parecidas com o deserto – cuja areia retinham – eram simples e sem beleza. Esta primeira cobertura indica a pessoa de Jesus segundo Isaías 53.2. Os que olham a Cristo sem tê-lo antes conhecido e recebido como seu Salvador, nada podem ver de extraordinário. Comparam-no a Buda, Zoroastro, Confúcio, Aristóteles, a um dos profetas bíblicos, ou consideram-no apenas um espírito aperfeiçoado por sucessivas encarnações, ou um revolucionário. Somente o cristão verdadeiro pode exclamar: “Vimos a sua glória, como glória do Unigênito do Pai” (Jo 1.14)
(16) Peles de carneiro tintas de vermelho. Esta cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como já vimos, tipifica o sangue de Cristo derramado no Calvário, e aponta para Ele como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)
(17) Crina de cabras. A terceira cobertura, de onze cortinas de crina de cabras não tingida, indica a pureza da justiça de Cristo (Jo 8.46)
(18) Linho fino. A quarta cobertura do santuário era construída de dez cortinas de linho fino branco, como bordados primorosos em azul. Mais uma vez nos deparamos aqui com o caráter celestial de Jesus, figurado na cor do céu, de onde ele veio e para onde vai nos levar, conforme sua promessa. (Jo 14.1-3)
12. As Cores:
(1) Azul: O que é celestial, em natureza ou origem.
(2) Púrpura: Realeza.
(3) Escarlata ou carmesim: sacrifício.
(4) Linho fino: Pano fabricado de um linho cultivado nas margens do rio Nilo. Notável por sua maciez extraordinária e alvura deslumbrante. Ao tato parecia seda. Simboliza a Justiça dos santos (Ap19.8)