A POSIÇÃO DO TABERNÁCULO
Como um templo destinado a acompanhar os israelitas no deserto, o Tabernáculo era desmontável e podia ser conduzido de um lugar a outro. Para o honroso trabalho de cuidar e transportar os objetos componentes foram escolhidas as famílias de Gérson, Coate e Merari.
• Os Gersonitas se acamparam atrás do santuário, ou seja, ao ocidente, e cuidaram do exterior da tenta, como vigias.
• Os Coatitas ficaram ao sul, e eram responsáveis pelo cuidado da Arca, da mesa, do candelabro, dos altares e de todos os vasos sagrados.
• Os Meraritas situaram-se do lado norte, e respondiam pela conservação e transporte das tábuas, das travessas, das colunas, das cordas, das estacas e das bases.
1. O Tabernáculo Ocupava uma Posição Central.
• Oriente: Guardando a porta de entrada do Tabernáculo, ficava Judá, Issacar e Zebulom. O fato de a tribo de Judá guardar a porta do Tabernáculo é muito significativo, pois, nas bênçãos de Jacó a seus filhos, ele diz em Gênesis que Judá era como um leão, figura que aparece também no último livro das Escrituras, onde Jesus nos é apresentado como o Leão da Tribo de Judá.
• Sul: Rúben, Simeão e Gade.
• Norte: Dã, Aser e Naftali
• Oeste: À retaguarda do Tabernáculo: Efraim Manasses e Benjamim.
2. O Tabernáculo Ocupava Uma Posição Determinada.
O Tabernáculo estava sempre voltado para o oriente, isto é, para o lugar do nascimento do sol, certamente apontando para a pessoa de Jesus, anunciado pelo Profeta Malaquias, como o Sol da Justiça (Ml 4.2). As peças principais desse santuário tomavam a forma de uma cruz,também apontando para Jesus (2Co 5.18).
3. O Tabernáculo Ocupava Uma Posição Distinta.
(1) Separação e Comunhão: O tabernáculo estava separado da congregação por uma cerca constituída de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de linho branco, de dois metros e meio de altura. Isso fala da separação entre Deus e o pecador (Êx 39.10-15; 19,31: Is 59.2) O número 6 e seus múltiplos, como no caso dessas colunas, associam-se ao número 7, que é o número de peças do Tabernáculo. Como o 6 se relaciona com o homem e o 7 com Deus, temos no Tabernáculo a comunhão, ou encontro do homem com a Divindade.
(2) As Colunas: As quatro colunas da entrada do Tabernáculo têm também um significado muito importante (Êx 27.16). Estas quatro colunas representam ou falam da oportunidade para todos, pois, o número quatro está sempre relacionado com a plenitude da terra. Todos têm a oportunidade de entrar no Santuário (Mt 24.31; Jo 3.16)
(3) Os véus: Os quatro véus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda, e por suas cores significativas, apontam para os quatro Evangelhos, pela ordem em que estes aparecem no Novo Testamento.
• Púrpura. Esta cor era obtida de um molusco gastrópode da família dos muricídeos. Por ser um produto caro, era utilizado pelos reis e pelas pessoas ricas. A púrpura aponta para a realeza. Indica o Evangelho de Mateus, que apresentam a Jesus como O Messias e rei de Israel.”Eis aí te vem o teu Rei” (Zc 9.9 ARA). Por isso Mateus registra a genealogia de Jesus, pois um rei precisa provar a sua ascendência real. Jesus é simbolizado como o Leão da Tribo de Judá. Mateus focaliza a pessoa de Jesus do ponto de vista de sua realeza, e isto nos leva ao Lugar Santíssimo do Tabernáculo, onde Deus habitava sobre o propiciatório, entre os querubins da glória.
• Carmesim. O Evangelho segundo Marcos está relacionado com a cor carmesim, ou seja, com o sangue que aponta para o servo sofredor, para o Messias na cruz, conforme a profecia de Isaías 42.1: “Eis ao o meu servo...”. Um servo não precisa de genealogia, por isso Marcos não trata da ascendência do Senhor. Marcos apresenta os traços de Jesus do ponto de vista da cruz, e isto nos leva ao altar de bronze, ou dos holocaustos. Jesus é simbolizado pelo Boi, animal que serve ao homem.
• Linho Branco. No Evangelho segundo Lucas temos o linho branco apontando para o Homem perfeito, para o caráter justo de Jesus. É o Evangelho do Filho do Homem. E como todo homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o médico Lucas registra a ascendência de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de Zc 6.12: “Eis aqui o homem”
• Azul. Essa cor era obtida de mexilhões azul-celeste molusco bivale da família dos mitilídeos. O azul era um produto caríssimo pelo fato de a sua extração exigir a morte de milhares de mexilhões. Essa cor, que adornava os palácios reais e as mansões dos milionários, indica sempre o céu, ou aquilo que é celeste.vemos em João o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Filho de Deus, cumpre Isaías 40.9: ”Eis aqui o vosso Deus” João não registra a genealogia de Jesus, pois Deus não tem genealogia.
O azul, por ser um dos principais símbolos do céu, revela o propósito profundo de Deus, de conduzir o seu povo a uma atitude de comunhão com o Pai.
O Cordão Azul (Nm 15.38-40): Fixados nas franjas das vestes dos israelitas, deveria lembrar-lhes da responsabilidade de obediência à Lei do Senhor. Assim nós também devemos buscar “as coisas que são de cima” e “pensar nas coisas que são de cima” (Cl 3.1,2). Nos vestidos de salvação (Is 61.10) não deve faltar o memorial do corpo de Cristo – “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19; 1 Co 11.24,25). Os fariseus foram reprovados por Jesus, por que alargavam as franjas azuis de suas vestes para se exibirem diante da sociedade (Mt 23.5). Assim como os israelitas foram além do mandamento, hoje ocorre com o memorial da ceia do Senhor, transformado por muitos em transubstanciação (transformação dos elementos no corpo, sangue, alma e divindade de Jesus) e por outros em consubstanciação (união de dois ou mais corpos numa mesma substancia). Assim como o memorial celestial dado aos israelitas transformou-se numa triste e egoísta profanação do sagrado, o solene memorial instituído por Jesus também foi por muitos convertido em orgulho religioso.