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SALVAÇÃO, PROVISÃO E LIVRAMENTO

O Ministério De Eliseu

Texto Bíblico: 2 Reis 3.1-27; 4.1-7; 38-41

INTRODUÇÃO

A dupla datação do acesso de Jorão ao trono cf. 1.17) indica uma co-regência com Josafá em Judá.

 

ELISEU SALVA TRÊS E OS SEUS EXÉRCITOS

O rei incompetente (3.1-9)

A idolatria de Jorão (3.1-3):

O filho de Acabe, Jorão (algumas vezes chamado Jeorão), torna-se novo governante de Israel.

Ele pratica a idolatria, embora remova uma coluna sagrada de Baal. (Obediência parcial). Provavelmente era uma imagem do deus Baal que o rei Acabe fizera, colocando-a no templo que ele construíra para Baal (1 Rs 16.32,33).

A Coluna Sagrada De Baal: Muitas vezes as colunas eram usadas em santuários e templos no lugar do ídolo. Algumas continham entalhes com relevos da divindade, enquanto outras eram lisas. Foram encontradas colunas desse tipo em muitas escavações em Dã, Gezer e Arade.

 

A intenção de Jorão (3.4-8): O rei Jorão induz o rei Josafá de Judá a ajudá-lo a combater os Moabitas, que se rebelaram contra ele.

Uma inscrição na Pedra Moabita, descoberta em 1868 descreve esta revolta por parte de Moabe, ao recusar-se pagar o tributo. Embora cem mil cordeiros represente um valor exorbitante de tributo, esse valor é ofuscado ao ser comparado às oitocentas mil ovelhas que o rei assírio Senaqueribe declarou ter tomado da Babilônia.

 

O rei de Judá fez mal em aliar-se com o iníquo rei de Israel, e não falou a verdade quando disse: “Com tu és, sou eu, o meu povo como o teu povo” (v.7). Há uma diferença radical entre o servo de Deus e o homem ímpio “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve” (Ml 3.18) – “Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá” (Sl 1.6).

 

Messa usou a morte de Acabe como uma oportunidade para acabar com o domínio político de Israel, que trazia um pesado fardo econômico.

 

A inépcia de Jorão (3.9): Após sete dias de marcha, o exército de Jorão, fica sem água no deserto.

Desde que saíram de Jerusalém, eles estavam viajando por uma região árida e deserta, com poucas fontes de água. A desidratação em climas assim pode ser muita rápida e fatal.

A falta de água, foi interpretada como um desastre causado por Javé.

 

O profeta indignado (3.10-27) Notemos que nenhum dos três reis tinha procurado a direção de Deus, e somente um grande aperto relembrou a Josafá a omissão. Então concordam em buscá-la.

O pedido (3.10-12). O rei Josafá pede ao rei Jorão que busque instruções com um profeta do Senhor.

O ímpio Jorão culpou a Deus por suas dificuldades (v.10). Em Lamentações 3.39 lemos: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”.

 

A presença do profeta (v.11): Era comum no antigo Oriente Próximo que fizessem parte da comitiva do exército alguns religiosos (sacerdotes ou profetas) cujo objetivo era fazer consultas oraculares, interpretar presságios, oferecer os sacrifícios adequados e representar a presença de Deus junto ao exército.

 

Ele era auxiliar de Elias “deitava água sobre as mãos de Elias” ARC (v.11): Aqui Eliseu é identificado como auxiliar de Elias. Embora ele executasse tarefas domésticas. A simples associação de seu nome ao famoso profeta representava alguma esperança de auxílio divino. A reputação de Eliseu ainda precisava ser estabelecida.

 

A repreensão (3.13-14). Os dois reis perguntam a Eliseu o que ele faria, mas ele diz ao rei de Israel que nada tem com isso. Depois que o rei Jorão implora juntamente com Josafá, Eliseu concorda em ajudá-lo por causa do rei Josafá.

“Nada tenho que ver com você” (v.13): Uma expressão hebraica que indicava a perspectiva completamente diferente de dois indivíduos (cf. 2 Sm 16.10).

Eliseu ordenou, de forma sarcástica, que Jorão consultasse os profetas de seu pai, Acabe, profetas da religião depravada do reino do Norte (1 Rs 22.6, 10 – 12), e os de sua mãe, Jezabel, os profetas de Baal e Aserá (1 Rs 18.19).

 

A resposta (3.15-19). Enquanto a harpa é tocada, Eliseu recebe uma mensagem do Senhor que o vale seco adiante deles se encherá de água e que eles derrotarão os moabitas.

 

A palavra “menestrel” seria mais adequada aqui, visto que não há menção a um instrumento. O mais provável é que fosse uma lira do mesmo tipo da que Davi tocava para Saul.

A função desse instrumento seria a de acalmar o espírito perturbado de Eliseu (13-15).  Geralmente usava-se instrumentos musicais para a preparação do espírito para se receber mensagens proféticas: “E Davi... separou para o ministério dos filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios” (1 Cr 25.1). No início desse período, os profetas costumavam lançar mão de diversos procedimentos a fim de se preparar para receber oráculos proféticos. A música tinha um papel importante na indução a um estado de transe (êxtase), que era visto como preparação para deixar a pessoa receptiva à uma mensagem divina.

Eliseu pôde revelar que Deus era um recurso suficiente nesse momento de necessidade por falta de água; e também fala de vitória sobre o inimigo.

Não precisamos entender que Eliseu mandou praticar as brutalidades referidas nos versículos 19 e 25, mas antes que ele predisse a maneira selvagem em que a campanha seria conduzida.

A guerra é sempre odiosa, mas quando praticada com barbaridade é duplamente má, pois “as misericórdias dos perversos são cruéis” (Pv 12.10).

 

A água vermelha (3.20-23). A água aparece, conforme o Senhor havia prometido. O sol da manhã faz com que ela pareça sangue para os Moabitas, e eles pensam que os exércitos destruíram a si mesmos.

Vermelha como sangue (v.22): Causada ou pela cor do solo ou pelo reflexo do sol, ou ainda por ambos.

 

Os moabitas consideraram a aparência da água como um presságio de que rivalidades intensas provocaram a deserção do acampamento, à medida que os exércitos lutaram entre si.

 

Existe, de fato, uma série de presságios mesopotâmicos com base em crenças populares que indicam que, se um rio trouxesse sangue em suas águas, isso seria um sinal da existência de conflitos internos, levando irmão a lutar contra irmão. A imagem de sangue correndo como água é usada em descrições assírias de batalhas.

 

A expulsão (3.24-27).

 

A derrota de Moabe (3.24,25). Quando os Moabitas chegam para saqueá-lo, os soldados de Israel o destroem.

Cortaram todas as boas árvores (v.25): Uma verdadeira política de “terra arrasada” que, normalmente, não era permitida (Dt 20.19). A destruição ecológica tinha como objetivo desestruturar a economia por um longo período. Cortar árvores causavam um efeito devastador no equilíbrio ecológico da região. Não só as reservas de sombra e madeira eram destruídas, mas também a erosão do solo aumentava, contribuindo para o desenvolvimento de áreas desérticas. A devastação da agricultura e a destruição das florestas eram táticas comuns dos exércitos invasores, que procuravam assim punir o povo conquistado e apressar sua rendição.

 

Quir- Haresete: Era a cidade principal da parte sul de Moabe.

 

O desespero de Moabe (3.26,27): O rei de Moabe percebe que suas forças estão sendo vencidas. Oferece seu primogênito em holocausto e o exército israelita retorna para casa.

Esperando uma reversão em sua sorte, o rei de Moabe fez o supremo sacrifício de oferecer seu filho a Camós, o deus de Moabe (Dt 12.31). Os israelitas ficaram tão assustados com a provável reação de exército de moabitas enfurecidos que bateram em retirada.

Evidências de sacrifícios de crianças foram encontradas em localidades fenícias do norte da África (Cartago) até a região da Sardenha. Também há indícios dessa prática na Síria e na Mesopotâmia durante o período assírio. Sacrificar criança a uma divindade é uma prática encontrada em diversas narrativas bíblicas. Esses sacrifícios podem ser explicados como meios de promover a fertilidade (Mq 6.6,7) ou obter uma vitória militar (Jz 11.30-40), como é o caso aqui. Em nenhum contexto, porém o Senhor considera esse tipo de sacrifício aceitável (Dt 18.10).

 

ELISEU AUMENTA O AZEITE DA VIÚVA (4.1-7)

O trecho ocupa-se com uma viúva, pobre, endividada, e ameaçada por um credor sem misericórdia.

O problema da viúva (4.1,2) Uma viúva de um dos colegas profetas de Eliseu é ameaçada de ter seus dois filhos tomados como escravos por causa de dívidas não pagas. Tudo o que ela tem é um ponto de azeite. Não é pecado ser pobre (graças a Deus), mas é pena dever. Porventura não teria podido recorrer a Deus antes disso e não depois? Em todo caso foi uma feliz lembrança apresentar a sua necessidade ao homem de Deus, e isso teve uma recompensa abundante.

 

Discípulos de profetas (v.1): Obviamente não se tratava de monges solteiros.

 

Pagamento da dívida: Os filhos teriam que trabalhar como escravos para pagar a dívida do pai (Lv 25.39 ss).

 

Devido às dificuldades causadas pelo meio ambiente em grande parte hostil do antigo Oriente Próximo, os agricultores e proprietários de pequenos lotes de terra muitas vezes se viam endividados. Os problemas podiam ser agravar ainda mais quando ocorriam secas prolongadas que resultavam em péssimas colheitas. Em casos assim, eles eram forçados a vender suas terras e propriedades e, muitas vezes até mesmo sua família e o próprio corpo.

 

A lei israelita levava em conta essa situação ao estabelecer um período razoável de prestação de serviços, bem como um limite no tempo de servidão para aqueles que se encontravam em tal situação por causa de dívidas. Ninguém podia trabalhar como escravo por mais de seis anos e, ao final desse período, a dívida era considerada quitada e a pessoa libertada. Para alguns, essa era uma boa solução, mas para aqueles que não tinham uma terra para a qual voltar, era melhor permanecer a serviço de seu credor, ir às cidades em busca de trabalho ou alistar-se no exército.

 

 

A ordem de Eliseu (4.3-7)

Eliseu instrui a viúva a tomar emprestadas todas as vasilhas que conseguir.

A provisão milagrosa lhe vem mediante o que ela já tem: um vaso de azeite. Nós podemos nem ter isso, e, contudo, podemos ter conosco alguma coisa que Deus é capaz de abençoar abundantemente.

Precisamos observar a privacidade do milagre. Não há exposição pública do milagre. É uma história inacreditável. De modo que somente a viúva e seus filhos teriam a fugaz experiência secreta da provisão extraordinária de Javé. O profeta não estava presente; então tornou-se mais do que evidente que o poder era de Javé, disponível a pessoas humildes e confiantes.

O ato contínuo (v.5) “ela as enchia” é uma ocasião esplêndida de fé.

 

O azeite enche todas as vasilhas (v.6): O suprimento divino foi tão grande quanto a fé e a obediência da mulher.

 

Eliseu orienta:

A vender o azeite (v.7): Uma tarefa fácil com esse tipo de matéria-prima.

Pagar as dívidas. Uma versão em inglês traz “resgate o que está penhorado”; a NEB parafraseia de forma mais detalhada: “resgate os meninos que estão penhorados”.

Sustentar sua família com o restante do dinheiro. Retrata a fartura das dádivas de Deus (Mc 6.43; Ef 3.20)

 

A MORTE QUE HAVIA NA PANELA

Morte na panela (v.38-41) e pão suficiente (42-44). Um incidente fala de um prejuízo evitado; o outro de uma provisão divina.

Cenário: Gilgal (v.38). Talvez seja o local entre Siló e Betel citado em 2.1, ou próximo de Jericó.

 

Havia fome na terra – Era uma época de fome, uma calamidade frequente, daí o profeta inexperiente ter colhido a trepadeira (v.39).

 

Os filhos dos profetas assentados na presença de Eliseu (v.38)

 

A ordem de Eliseu – faça um caldo de ervas para os profetas (v.38).

 

O servo foi ao campo e achou “parra brava”

Ele encheu sua capa de colocíntidas (.39). Pepinos silvestres. O ingrediente venenoso geralmente é considerado um fruto amarelo, popularmente chamado “maçã de Sodoma”. Seu veneno pode ser fatal. Ele tem propriedade laxante.

 

Ele as colocou na panela do caldo “por que não as conhecia”

O problema da ignorância. Podemos pagar bem caro por uma ignorância indesculpável.

O problema da falta de discernimento. Como é fácil sermos enganados pelas aparências.

O problema “das boas intenções”. Não basta ter uma boa intenção, é preciso agir com sabedoria e prudência, as melhores intenções podem ter consequências funestas.

 

“deram” de comer para os homens (v.40).

E sucedeu que, comendo eles daquele caldo, clamaram (v.40) – por que não clamaram ao Senhor antes da refeição?

 

Havia “morte” na panela (v.40). Um pouco de veneno pode estragar muita comida “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1 Co 5.6).

 

Eliseu mistura farinha na panela, e desintoxica o caldo (v.41). O pouco de farinha adicionado ao ensopado é também um símbolo de cura e provisão. Tentativas de explicar o fato não são convincentes. Este incidente mostra-nos, quão simplesmente, os profetas viviam.