AS ORIGENS DE SALOMÃO
Nome: Significa “Pacífico” (1 Cr 22.9), seu nome está associado à palavra que significa “paz”, com a qual compartilha as mesmas consoantes. Também está ligado com o nome da cidade de Davi, Jerusalém, Deus lhe deu um novo nome – Jedidias, hb. Significa “Amado de Jeová” (2 Sm 12.25). O fato de a Bíblia chamá-lo de Jedidias só uma vez, indica que “Salomão” era o seu nome oficial.
Nascimento: Nasceu em Jerusalém (2 Sm 12.25)
Família:
Se, por um lado, sabemos muitos detalhes da família de Davi, tanto os eventos felizes como os sórdidos, não sabemos praticamente nada sobre a família de Salomão.
Era filho de Davi e Bate-Seba (2 Sm 12.24). Salomão foi aparentemente o décimo filho de Davi, e o segundo de Bate-Seba com o rei, pois o primeiro morreu, como castigo pelo pecado de adultério e homicídio de Urias, marido de Bate-Seba (2 Sm 11)
Vida Espiritual: Ele também tinha um lado profético, a partir do qual falava diretamente com Deus por meio de sonhos e visões.
Sua história é narrada em 1 Rs 1 a 11 e 1 Cr 28 a 2 Cr 9.
SALOMÃO EM SONHO PEDE SABEDORIA
A sabedoria pedida (1 Rs 3.9) No livro das Crônicas também está escrito que Salomão quando se tornou rei pediu a Deus: “Dá-me sabedoria e conhecimento para que eu possa líder esta nação” (2 Cr 1.10). Essa foi a sua grande virtude – o desejo de ser um bom rei!
Deus queria abençoá-lo, mas deixou a ele a escolha. Se nós estivéssemos no mesmo caso, que bênção haveríamos de pedir?
“Não se tem notícia na história de melhores promessas de verdadeira grandeza, ou de um quadro mais belo de piedade juvenil do que este”
A sabedoria recebida:
Ele recebeu mais do que pediu, pois Deus gosta de dar abundantemente.
Quando, porém, Deus lhe deu riquezas, ele deveria ter usado um pouco da sabedoria que Deus lhe dera para saber como empregá-la.
A sabedoria demonstrada:
Na Prática: Julga a causa de duas prostitutas (1 Rs 3.16-28). A famosa decisão do rei, em ameaçar dividir a criança ao meio para assim descobrir qual era a verdadeira mãe, demonstrou a todos que “havia nele a sabedoria de Deus para fazer justiça” (1 Rs 3.38). Um juiz moderno – por não haver testemunhas – teria arquivado o caso por falta de provas.
Aplicação Espiritual: No final, o “coração entendido” de Salomão tornou-se um coração dividido,
O REINADO DE SALOMÃO
Fatos Anteriores:
Davi Aponta-O Para Ser Rei (1 Rs 1.30). Depois que Salomão nasceu, Davi prometeu a Bate-Seba que ungiria Salomão como seu sucessor. Entretanto, pouco antes da morte de Davi, Adonias, meio-irmão de Salomão se autoproclamou rei.
Assenta-Se No Trono De Davi (1 Rs 2.12). Salomão tinha cerca de vinte anos quando assumiu o trono de Israel em aproximadamente 970 a.C. O reino de Davi veio completamente para as mãos dele. Era uma área estimada em 128 mil quilômetros quadrados. Davi recebeu uma revelação de que “Salomão era o homem certo” para o cargo (1 Cr 22). Davi foi o Guerreiro Rei perfeito, enquanto Salomão foi o Construtor Sábio, perfeito, capaz de alcançar a época áurea de Israel e tornar-se o maior israelita. Mas ele não poderia ter feito isso sem o trabalho preparatório de seu pai que, digamos, lhe ofereceu o império numa bandeja de prata.
Casa-se com uma filha de Faraó (1 Rs 3.1)
Salomão estabeleceu o seu estilo de liderança de modo resoluto e seguro. Matou todos os inimigos do seu pai e, em seguida executou todos aqueles que poderiam tomar seu trono, inclusive Adonias, a quem acusou de traição (1Rs 2.13-25). Mandou executar a Joabe também (1 Rs 2.28-35). E expulsou a Abiatar, para que não fosse mais sacerdote (1 Rs 2.27-36) cumprindo uma antiga profecia (1 Sm 2.27-36).
As ascensão de Salomão ao trono, foi completamente diferente de Saul, ou Davi. Ele se tornou rei simplesmente porque era filho da mulher favorita, a quem Davi havia feito uma promessa. Ele não era o mais velho, nem havia demonstrado qualquer qualificação ou habilidade política ou militar, e também não havia sido escolha divina identificada por um profeta. Não havia anciãos das dez tribos presentes, e todo o ato de unção teve ares de medida de emergência para deter Adonias, que queria usurpar o trono.
Salomão, de fato, estava despreparado e desqualificado para reinar. Ele havia sido criado na luxúria, mas não há indicação de que ele tenha algum dia recebido treinamento que o preparasse para o trono.
Felizmente, porém, ele era brilhante e inteligente e aprendeu rapidamente, apesar do fato que primeiro esbanjou a fortuna que Davi havia juntado.
Suas Atitudes Preliminares:
Faz aliança com Hirão (1 Rs 4.32).
Hirão e Davi tornaram-se amigos muito próximos.
Os fenícios eram considerados os melhores marinheiros, arquitetos e construtores daquele tempo.
Além de terem o controle das florestas do Líbano, onde cresciam madeiras de ótima qualidade.
Sendo assim, era previsível que Salomão iria buscar a ajuda de Hirão quando fosse construir o templo.
Salomão possuía trabalhadores, dinheiro e pedras, mas em seu reino não havia artesãos com habilidade para uma obra de tal magnitude. Ele conseguiu com Hirão os arquitetos e artesãos, assim como todo o ouro, cedro puro e pinho para que a obra fosse realizada com beleza e elegância (1 Rs 5).
Em contrapartida, ele faria a Hirão um enorme pagamento em trigo e óleo e também cederia a Hirão 20 cidades da fronteira ocidental da Galiléia. Hirão inspecionou as cidades e não se agradou do que viu, por isso, as devolveu de volta a Salomão (2 Cr 8.2).
A prosperidade de Salomão (1 Rs 4): Três coisas distinguem este reinado – uma figura do reino milenial:
Aumento da prosperidade (v.20): A expressão “como areia que está à beira do mar” faz-nos pensar em Gn 22.17. Em prosperidade material, a nação nunca passou além deste período.
“paz por todo o derredor” (v.24): Significa que as nações vizinhas estavam em sujeição.
Segurança: “Cada qual... debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira” (v.25).
O Foco Político De Salomão:
Fortalecer a unidade das dez tribos.
Salomão colocou um grande fardo sobre a nação, para manter sua vida luxuosa (1 Rs 4.22-23). Ao longo dos anos isso gerou um descontentamento considerável entre o povo.
Salomão decidiu tornar as políticas de trabalho forçado maiores do que na época de Davi. Davi usava como mão de obra escrava, os estrangeiros e prisioneiros de guerra, mas Salomão se utilizava de seu próprio povo. Ao todo, Salomão tinha cerca de 150 mil estrangeiros e 30 mil israelitas nessa equipe de trabalho forçado (2 Cr 2.17).
Suas obras.
Arquitetura. Salomão, assim, como Ramsés II do Egito – era um construtor ambicioso e esbanjador.
O templo:
Edifica o templo (1 Rs 5 e 6).
Salomão tinha uma alta fortuna deixada por Davi em caixa.
Somada a essa quantia, estava o fruto da opressão do povo, que eram as arrecadações das altas taxas e impostos guardadas nos primeiros anos de seu governo.
O desenho da planta do templo foi dado a Davi por Deus (1 Cr 28.19).
Salomão escolheu a eira de Araúna – e segundo a tradição era também o antigo monte de Moriá – para construir o templo.
Salomão começou a construção no quarto ano de seu reinado (1 Rs 6.1). Ao todo demorou sete anos para o templo ser construído.
Não se ouviu o som de nenhum martelo, machado ou ferramenta de ferro, durante sua construção (1 Rs 6.7), mostrando assim que a matéria prima do templo não era para ser pregada, mas encaixada – há os que veem nisso um protótipo do ideal futuro de Deus para a igreja: um lugar onde as coisas não acontecem pela força (martelo, machado e ferramentas de ferro), mas sim, um lugar onde as coisas existem para se encaixar (ajuste, comunhão e cumplicidade).
Inaugura o templo (1 Rs 8).
As dádivas de Davi colocadas no templo (1 Rs 7.51; 2 Cr 5.1).
Salomão traz a arca para o templo (1 Rs 8.1-11; 2 Cr 5.2-14).
Salomão fala ao povo e ora a Deus na inauguração do templo (1 Rs 8.12-61; 2 Cr 6.1-42).
A glória do Senhor enche o templo (2 Cr 7.1-3).
Conclusão da solenidade de inauguração do templo (1 Rs 8.62-66); 2 Cr 7.4-10).
OS TEMPLOS DA BÍBLIA |
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Templo |
Data |
Descrição |
Referência |
O Tabernáculo (Templo móvel) |
Cerca de 1444 a.C |
Projeto detalhado recebido do Senhor por Moisés
Construído por artesãos divinamente designados.
Profanado por Nadabe e Abiú. |
Êx 25 – 30; 35.30 – 40.38; Lv 10.1 – 7 |
Templo de Salomão |
966 – 586 a.C |
Planejado por Davi. Construído por Salomão. Destruído por Nabucodonosor |
2 Sm 7.1-29; 1 Rs 8.1-66; Jr 32.28-44 |
Templo de Zorobabel |
516 – 169 a.C |
Idealizado por Zorobabel. Construído por Zorobabel e pelos anciãos judeus. Profanado por Antíoco Epifânio. |
Ed 6.1-22; 3.1-8; 4.1-14; Mt 24.15 |
Templo de Herodes |
19 a.C - 70 d.C |
O templo de Zorobabel foi restaurado por Herodes, o Grande. Destruído pelos romanos. |
Mc 13.2, 14-23; Lc 1.11-20; 2.22-38; 2.42-51; 4.21-24; At 21.27-33 |
Templo presente |
Era presente |
Encontra-se no coração do cristão. O corpo do cristão é o único templo do Senhor até o retorno do Messias |
1 Co 6.19-20; 2 Co 6.16-18 |
Templo de Apocalipse 11 |
Período da Tribulação |
A ser construído durante a Tribulação pelo Anticristo. A ser profanado e destruído. |
Dn 9.2; Mt 24.15; 2 Ts 2.4; Zc 6.12,13 |
Templo de Ezequiel (Milenar) |
Milênio |
Idealizado pelo profeta Ezequiel. A ser construído pelo Messias durante seu reino milenar |
Ez 40.1 – 42.20; Zc 6.12,13 |
O eterno Templo da presença de Deus |
O Reino eterno |
O maior templo de todos (“O Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo”) |
Ap 21.22; 22.1-21 |
Deus adverte Salomão (1 Rs 9). “Apareceu-lhe segunda vez, como lhe tinha aparecido em Gibeom (v.2)
A resposta à oração: A casa ficou consagrada. Era de pensar que uma tal honra como o ter o nome de Jeová ligado para sempre ao templo que fizera, teria resguardado Salomão da idolatria.
A promessa referente ao reino (v.5). Se Salomão tivesse tido bastante interesse em estabelecer a sua dinastia, não teria deixado a seu filho tão mau exemplo (1 Rs 12.4)
O aviso solene: No caso de haver desobediência e idolatria:
Israel haveria de ser desterrado.
O templo havia de ser “lançado longe da presença de Deus (v.7)
Israel havia de ser um provérbio e motejo de todos os povos. Tem-se verificado isto por toda a parte para onde os judeus têm sido dispersos.
O Palácio:
Salomão dedicou sua atenção para a construção do seu palácio, próximo ao templo. Esse palácio, possivelmente, foi um dos mais opulentos no mundo da época, e embora o projeto mais lembrado de Salomão seja o templo, o palácio o ultrapassava em tamanho, esplendor e custo, e levou o dobro de tempo para ser construído.
Para cobrir todo este custo, Salomão não somente aumentou os tributos como também estabeleceu amplas negociações internacionais.
Salomão obteve através de parcerias com Hirão, o controle das rotas comerciais e do comércio de cavalos por todo o lado ocidental do Oriente Médio.
O controle de Salomão sobre essas rotas de comércio do sul lhe deu também o controle do comércio árabe de especiarias raras e tecidos exóticos – o que era extremamente lucrativo.
Outras obras: Durante seu reinado, ele construiu vários prédios extraordinários, incluindo 3 fortificações que constituíam cidades inteiras, assim como inúmeros prédios públicos.
Ele nomeou Jeroboão: Como supervisor de sua força de trabalho. Mais tarde Jeroboão se rebelaria contra ele.
Literária.
Literatura canônica:
Salmo 72 e 127.
Provérbios.
Eclesiastes.
Cantares.
Literatura não-canônica:
A ele também é atribuída a autoria dos apócrifos: “Sabedoria de Salomão” e “Eclesiástico”.
Não se pode duvidar que Salomão foi um “homem das letras”.
Científica – Biologia: Salomão também entendia de:
Botânica: É a ciência que estuda as plantas, “desde o cedro que está no Líbano até o hissopo que brota na parede”. Também entendia de
Zoologia: ramo da ciência que estuda os animais.
Ornitologia: ramo da zoologia que se dedica ao estudo das aves.
Herpetologia: nome da ciência que estuda os répteis.
Ictiologia: ramo da zoologia que estuda os peixes.
E de todos os povos vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão (1 Rs 4.33-34).
A Economia E Grandeza Do Reino:
Sua receita de 666 talentos de ouro (1 Rs 10.14).
Seu trono de marfim e ouro puríssimo (1 Rs 11).
Possui 1.400 carros e 12.000 cavaleiros (1 Rs 10.26).
Sua frota de Társis traz ouro, prata, marfim, bugios e pavões (1 Rs 10.22).
Cristo se refere à sua glória (Mt 6.29) e fama (Mt 12.42).
Aplicação Espiritual: Riquezas de Salomão (1 Rs 10.14-28): Este relatório, que revela a magnificência da corte de Salomão, e a prosperidade a que Israel atingiu nos seus dias, descortina, em toda parte, a causa da sua queda. Em todo relatório, nada se diz da sua vida religiosa. Prosperidade material não promove crescimento espiritual. Salomão ocupa um bom lugar em na história sagrada, mas não tem lugar em Hebreus 11. A sua história é triste, e na perspectiva dos séculos ele é pouco mais do que uma sombra.
Período Do Reinado: reinou durante 40 anos (1 Rs 11.42).
SALOMÃO E A RAINHA DE SABÁ (1 Rs 10.1-13)
Ela era rainha de um reino árabe do sul, e estava em missão comercial na Palestina quando chegou e Jerusalém (1 Rs 10.2).
Ela ficou maravilhada com a magnitude do palácio “que não houve mais espírito nela” (1 Rs 10.5): Duas coisas impressionaram a rainha: a sabedoria de Salomão e a sua prosperidade, reveladas no magnífico templo, e no aspecto dos seus ministros e servos.
Aparentemente ele se apaixonou por ela, e foi correspondido.
Ela ficou fascinada com sua sabedoria (1 Rs 10.8). Ela trouxe questões difíceis, mas ele respondeu a tudo. Ela ouvira um boato da grandeza de Salomão e veio verificar a verdade. Ao descobri-la, não tinha mais orgulho de si como uma grande rainha (1 Rs 10.5), pois descobriu que o boato estava 50% aquém da realidade.
Ela faz uma confissão: “Eu não dei crédito às palavras até que vim” (v.7).
Ela declara serem felizes as pessoas que estavam perante o rei e ouvem a sabedoria dele (v.8)
Ela bendiz o Deus de Israel por dar um tal rei ao povo (v.9).
Ela abre seus tesouros e dá abundantes presentes ao rei. Parece que ela abriu o caminho para Salomão negociar com a Índia, pois o território dela não era longe de Ofir, o porto pelo qual o comércio da Índia chegava ao Oeste (v.11).
Ao que parece, ela permaneceu no palácio com ele por algum tempo.
Quando retornou a Sabá, ela recebeu de Salomão uma grande fortuna em ouro e objetos preciosos (1 Rs 10.13). Ela recebeu de Salomão tudo o que desejava e ainda mais (v.13), pois um rei tão grande não havia de ficar-lhe devendo.
Aplicação Espiritual: Tudo isto gostamos de transferir em figura a Cristo:
Ele é maior que Salomão, e seu suprimento excede ao de Salomão em toda a sua glória.
Muitos pecadores, ouvindo a fama de Cristo, como de um Salvador grande e misericordioso, têm vindo ter com Ele...
E verificado que a notícia é verdadeira...
E confessam que não acreditavam antes de vir, mas já descobriram que “nem a metade se lhe disse”, por que a sua graça ultrapassa a sua fama.
Felizes deveras são os seus servos.
OS ERROS E DECADÊNCIA DE SALOMÃO (1 Rs 11)
Embora Salomão seja lembrado como o mais sábio governante da história, ele cometeu uma quantidade incontável de erros que por fim, levaram à desintegração de seu reinado. O fato de humanamente ele ter sido o monarca mais bem-sucedido do mundo, não compensou o fracasso de sua vida também não ter sido um sucesso em termos de verdades eternas.
Desobediência: Desobedeceu a Deuteronômio 17.4-17 e acumulou: muito ouro, muitas mulheres, muitos cavalos.
Uma vida libertina e devassa: Ele mesmo chegou a confessar: “não houve prazer que os meus olhos desejaram e eu os neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma” (Ec 2.7).
A Poligamia: Infelizmente Salomão cresceu em uma casa polígama.
O Fato: O rei Davi casava-se frequentemente (as Escrituras registram 18 casamentos).
O Efeito: Isso sem dúvidas, o influenciou de uma maneira negativa. Havia constante tensão entre as esposas e os filhos de Davi. O harém do rei tornou-se o cenário de todos os tipos de intrigas daqueles que faziam as suas manobras para conseguir favores e posições de prestígio. Assim, Salomão cresceu em um tipo de ambiente que acabou por educá-lo e acostumá-lo à arte das práticas políticas agressivas e da poligamia desenfreada.
Salomão e a poligamia:
Salomão tinha a reputação de ser um grande amante das mulheres; e se ele foi mesmo o autor de Cântico dos Cânticos, ele foi capaz de expressar esse amor em versos magníficos. Ele teve 700 mulheres e 300 concubinas (1 Rs 11).
Essa coleção de mulheres, obviamente, era mais um símbolo de virilidade e poder político do que bravura amorosa. Se ele tivesse sito ativo com mais de mil mulheres, certamente não teria encontrado tempo para realizar mais nada, fossem feitos sábios ou tolos.
Ensinamentos Práticos: O próprio Salomão escreveu: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará não se desviará dele.” (Pv 22.6). E Paulo ensina: “...pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
Idolatria: Infelizmente, essa quantidade extravagante de esposas de Salomão trouxe para ele muitos males. Inclusive a multiplicidade de prática religiosa – oriundas das religiões dessas esposas – em seu reino. O próprio Salomão praticou o paganismo (1 Rs 11.4). Assim, a idolatria que Davi com tanto zelo suprimira, foi reinstalada no palácio. Deu isso lugar ao fim da gloriosa era inaugurada por Davi, e encaminhou a nação para a ruína: foi o ocaso da Idade Áurea de Israel. A apostasia embriagada da velhice de Salomão é uma das cenas da Bíblia que mais causa dó. Talvez que, narrando o fato, Deus tivesse o intuito de mostrar um exemplo do ponto a que a luxúria e a busca contínua de prazeres podem levar até mesmo os melhores homens.
Tolerância Com O Paganismo: É possível que sua tolerância ao paganismo tenha sido também uma força em termos políticos e diplomáticos, mas certamente isso ajudou a abrir caminhos para os desastres espirituais que em poucos anos dividiriam o reino (1 Rs 9.7-8).
Mente Poluída: O homem que inicialmente teve “um coração que ouvia” (1 Rs 3.9), logo passou a ter uma mente totalmente poluída e um coração engessado para Deus.
Irreverência: Ele também parece ter errado perante o Senhor em oferecer sacrifícios no templo – função que era permitida apenas aos sacerdotes (1 Rs 9.25; Êx 23.14). Isso era um pecado perante Deus. O reino de Israel havia sido tirado de Saul anteriormente por causa disso (1 Sm 13.8-14).
Aías profetiza contra ele (1 Rs 11.30-39).
Procura matar Jeroboão (1 Rs 11.40). O mais formidável de seus inimigos foi um dos seus próprios homens, Jeroboão, o efraimita. O fato de misturar judeus livres, com contrato de trabalho, com escravos estrangeiros, enfureceu os judeus, e Jeroboão incentivava o descontentamento do povo de modo a reunir um grande número de seguidores. Ele esboçou uma rebelião, mas Salomão descobriu e o condenou à morte. Ele evitou sua captura e fugiu para o Egito, onde passou os anos seguintes fomentando a discórdia em Israel e reunindo uma força considerável entre os judeus descontentes. Quando seu filho Roboão ascendeu ao trono, Jeroboão voltou do Egito, destruiu a Monarquia Unida e desafiou a ascensão de Roboão ao trono.
Sua Morte E Sepultamento (1 Rs 11.43; 2 Cr 9.31).
Ele reinou durante 40 anos (970 – 931 a.C) –e foi sepultado na cidade de Davi, em Jerusalém (1 Rs 11.42; 2 Cr 9.30,31).
Seu filho Roboão o sucedeu, mas as 10 tribos do Norte se rebelaram e elegeram Jeroboão como rei pouco tempo depois.
A monarquia unificada – que havia sido iniciada por Saul, expandida por Davi e consolidada por Salomão – então chegava ao fim e se dividira irrecuperavelmente.
A SABEDORIA DE DEUS
Ideias gerais:
Essa sabedoria é um dos atributos divinos (1 Sm 2.3); é insondável (Rm 11.33); e é a base de toda a bondade humana, sobretudo do bem-estar espiritual, particularizando-se a salvação (Ef 1.8).
O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (1 Co 2.7).
Paulo fez contraste entre a sabedoria humana (ensinada na filosofia) e a sabedoria de Deus (que se manifesta na mensagem do evangelho). A sabedoria humana gera o orgulho; a sabedoria divina conduz à salvação da alma.
A sabedoria divina se manifesta em Cristo – o próprio Cristo é a personificação da sabedoria divina, conforme ensinado em 1 Co 1.30. É Cristo quem proporcionou aos homens os benefícios prometidos pela sabedoria divina.
Deus Fez De Jesus Cristo Essa Sabedoria:
Mediante os seus decretos, baixados desde a eternidade.
Mediante a encarnação do Filho de Deus.
Mediante o ministério terreno de Jesus Cristo.
Mediante a sua exaltação à mão direita de Deus Pai. Onde foi feito Senhor e Cristo, e de onde brande toda a autoridade, nos céus e na terra, segundo também lemos em Mateus 28.18.
Aspectos Da Sabedoria De Deus:
A sabedoria de Deus é um dos seus atributos (1 Sm 2.3; Jó 9.4).
A sabedoria de Deus é descrita como perfeita (Jó 36.4; 37.16).
A sabedoria de Deus é poderosa (Jó 36.5)
A sabedoria de Deus é universal (Jó 28.24; Dn 2.22; At 15.18)
A sabedoria de Deus é infinita (Sl 147.5; Rm 11.3)
A sabedoria de Deus é insondável (Is 40.28; Rm 11.33)
A sabedoria de Deus é maravilhosa (Sl 139.6)
A sabedoria de Deus ultrapassa a compreensão humana (Sl 139.6)
A sabedoria de Deus é incomparável (Is 44.7; Jr 10.7)
A sabedoria dos santos é derivada da sabedoria de Deus (Ed 7.25)
Toda a sabedoria humana deriva da sabedoria de Deus.
CONCLUSÃO
O legado de Salomão não é sua sagacidade política ou acúmulo de riqueza, embora ele tenha reunido imensa fortuna. Também não é seu resplandecente templo e outras magníficas construções. Seu legado, a despeito de seus atos tolos, é a sabedoria com a qual ele buscou julgar seus súditos e sua poesia e prosa gloriosas, que enriqueceram o judaísmo e o cristianismo por três mil anos.
Jamais devemos esquecer de nos afastar da busca do dinheiro e nunca devemos esquecer os verdadeiros tesouros que residem no espírito.
Salomão só foi bem-sucedido no aspecto de possuir um coração entendido – ouvir as outras pessoas para fazer os julgamentos mais sábios e compartilhar com outros sua sabedoria. No entanto, ele não teve sucesso no outro aspecto, ou seja, ouvir e obedecer à vontade de Deus. No final, isso distorceu sua vida e suas atitudes. Nenhuma quantidade de sabedoria, iluminação ou sensibilidade para com os outros jamais substitui um coração voltado para Deus. Salomão foi o monarca mais bem-sucedido do mundo, mas sua vida não foi considerada um sucesso em termos de verdades eternas. Ele é um exemplo, copiado repetidamente de forma lamentável, de uma pessoa que fracassou em manter-se fiel a Deus até o fim.