Criar uma Loja Virtual Grátis
O REINADO DE ACAZIAS

O Reinado De Acazias

Texto Bíblico: 2 Reis 1.1-18

INTRODUÇÃO

Vez após vez 2 Reis salienta que a dependência de outros deuses é um caminho que leva a morte. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim deles são os caminhos da morte” (Pv 14.12). Note que Provérbios nos fala de um caminho, cujo final são caminhos de morte, como diz o salmista “Um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7).

O REINADO DE ACAZIAS (1 Rs 22.51-53) Acazias é declarado ímpio por continuar o pecado de Jeroboão.

Após a morte de Acabe, Moabe se rebela contra Israel (2 Rs 1.1): Moabe havia sido conquistado por Onri, seu avô. A intenção dos moabitas era se aproveitar da confusão resultante da mudança de monarcas e da coroação de um rei jovem. Acazias não conseguiu tomar as providências necessárias para impedir a rebelião, pois havia se ferido ao cair do alto de sua casa.

Josafá já tinha feito aliança com Acabe e quase morre numa batalha (2 Cr 18.31,32) o texto diz que ele se aparentou com Acabe (2 Cr 18.1).

Josafá rei de Judá, agora faz aliança com Acazias. Juntos constroem navios para irem a Társis, mas por causa desta aliança, Deus despedaça os navios de Josafá (2 Cr 20.35-37).

Cerca de uma década antes do incidente de Acazias, Elias havia conquistado uma grande vitória sobre Baal 91 Rs 18), mas Acabe e Jezabel não haviam se convencidos, nem convertidos, nem sua família (1 Rs 22.51-53). Acazias continua com o depravado culto aos bezerros que Jeroboão realizava em Betel e Dã, e ele mesmo era um fervoroso adorador de Baal.

A Influência de Jezabel, aparentemente começava a se fazer presente. As força do mal não desistem facilmente; mesmo depois de exterminadas, elas muitas vezes se reagrupam e tentam voltar rapidamente.

 

A QUEDA DE ACAZIAS (2 Rs 1.1,2)

Acazias sofre uma queda severa.

Algumas quedas que foram fatais:

A queda de Adão: Caiu em pecado ao desobedecer a Deus (Gn 3)

A queda de Eli: Caiu da cadeira ao ouvir tristes notícias sobre seus filhos e sobre a arca do Senhor (1 Sm 4.18)

A queda dos líderes religiosos: Caíram os que foram prender a Jesus (Jo 18.6)

A queda de Ananias e Safira: Caíram por causa da mentira (At 5.5,10)

A queda de Êutico: Caiu da janela, tomado de um profundo sono, enquanto ouvia o ensino de Paulo.

A queda de Éfeso: A igreja de Éfeso caiu da sua posição espiritual.

Aqueles crentes tinham caído de sua primeira ardente devoção a Cristo.

Tinham caído de maiores elevações espirituais.

Tinham caído do serviço motivado pelo princípio do amor.

Tinham caído apesar de sua ortodoxia.

Tinham caído a despeito de continuarem a defender a verdade.

Tinham caído apesar de seus labores prodigiosos.

Tinham caído apesar de sua lealdade debaixo de perseguição.

Babilônia cairá como resultado do julgamento divino (Ap 18 e 19).

Lúcifer caiu da sua posição no céu, por causa de sua rebelião (Is 14.12)

 

Por que caem os valentes? “Como caíram os poderosos...” (2 Sm 1.27).

Por que estavam de pé (1 Co 10.12).

Por que não estão edificados sobre firme alicerce (Mt 7.25)

Por distração. Então estejamos atentos.

Pela ambição de ficar rico: “Os que querem ficar ricos caem em tentação” (1 Tm 6.9).

Por que foram empurrados.

Por não ouvir as exortações solenes da Palavra de Deus (Hb 4.11)

Por que se deixam guiar por cegos: “Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mt 15.14).

Por falta de cuidado.

Por excesso de autoconfiança – acham que jamais correm o risco de cair (Rm 11.20) “Está bem... tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme” – “a altivez precede a queda” (Pv 16.18).

Por andar em caminhos escorregadios. “Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio” (Sl 35.6). Calcemos o sapato da preparação do evangelho da paz.

Por falta de luz (Pv 4.18). “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105).

Por que estão fracos.

Por que estão sozinhos. “Se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante” (Ec 4.10).

Por que foram enganados. – caíram em armadilhas.

 

Exortação a respeito da queda:

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10.12).

“Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto?” (Js 7.10).

Lembra-te, pois, de onde caíste; e arrepende-te” (Ap 2.5).

Deus levante o justo (Pv 24.16)

 

Atitudes em relação à queda:

Não se alegrar pela queda de ninguém (Pv 24.17,18; Mq 7)

Deus é poderoso para sustentar os servos que são fracos (Rm 14.4).

Ao encontrar alguém caído, socorrer (Lc 10.30).

Levantar-me-ei (Lc 15.18).

 

Algumas quedas que foram para elevação:

Daniel caiu diante de uma gloriosa visão (Dn 10.9-11).

Os sacerdotes não podiam permanecer em pé diante da glória de Deus no templo (2 Cr 5.14).

Saulo caiu diante da visão de Cristo na estrada de Damasco (At 9.4).

A queda de Israel deu ensejo a salvação dos gentios (Rm 11.11).

João caiu aos pés do Cristo glorificado (Ap 1.17).

 

Sacada do seu quarto (v.2): As escavações em Samaria comprovaram que o palácio real tinha um segundo pavimento. O estilo arquitetônico da época incluía algumas áreas abertas.

 

Acazias envia mensageiros ao templo de Baal-Zebube para saber se terá recuperação.

 

Baal- Zebube:

É uma distorção deliberada de Baal- Zebul, que significa “Senhor da morada celeste”. Baal- Zebel significa “Senhor do estrume”.

Identificado na literatura como o senhor do mundo inferior. Isso a forma grega usada em Mateus 10.25 e 12.24.

Em outras passagens do Novo Testamento aparece a forma “Belzebu” e o título é aplicado a Satanás.

“Zebube” significa “mosca”, no caso de ser um título elogioso, talvez indique a habilidade de afastar moscas transmissoras de doenças e infecções.

Encantamentos de Ugarit invocam Baal-Zebul a fim de exorcizar demônios de enfermidades.

Acazias, porém. Não estava solicitando um encantamento que lhe trouxesse cura, mas apenas um oráculo para informá-lo se iria ou não se recuperar. Essa informação lhe será oferecida por Elias no versículo 6. (Comp. c/ 2 Rs 8.8 – o rei da síria consultando a Eliseu para saber se iria se recuperar de sua enfermidade).

 

Ecrom (.2):

Cidade filisteia, distante 100 quilômetros de Samaria. O texto não responde por que ele escolheu um santuário tão distante. É verdade que Elias matara os 450 profetas de Baal (1 Rs 18.19,22,40), mas isso ocorrera dez anos atrás. Sem dúvida, era possível encontrar outros sacerdotes de Baal na terra. Os pais do rei haviam alimentado centenas desses profetas à mesa real (1 Rs 18.19), e não seria difícil para Acazias trazer de outras localidades, sacerdotes de Baal para servir como capelães da corte. Talvez tenha ido buscar ajuda em Ecrom porque não queria que o povo soubesse quão grave era seu estado de saúde.

Pertencia a Judá (Js 15.11, 45 e 46).

A arca de Deus esteve lá (1 Sm 5.10).

Ecrom significa “extirpação”. “Aquele que procura o deus das moscas (luxo) será extirpado”

Sua destruição predita (Am 1.8; Sf 2.4).

 

Consultas proibidas: Saul havia consultado uma feiticeira (1 Sm 28). Acabe consultou diversos falsos profetas (1 Rs 22).

 

 

A PROFECIA CONTRA ACAZIAS (1.3-4) Elias profetiza que Acazias morrerá de seus ferimentos por consultar a Baal.

Essa era uma aplicação misericordiosa da Lei Mosaica (Êx 22.20), que exigia a morte (cf. vv. 16 e 17).

 

Como Elias pode saber o desígnio do rei Acazias? Deus mantém seus servos informados de questões sobre as quais as outras pessoas nada sabem (Am 3.7; Jo 15.15).

 

Quando os servos de Deus estão caminhando com seu Senhor, podem estar certos de que serão dirigidos por ele quando for necessário. Essa havia sido sem dúvida a experiência de Elias (v.15)

 

Assim, em vez de atuarem como porta-vozes de Baal, os mensageiros acabaram sendo arautos da Palavra de Deus.

 

A FÚRIA DE ACAZIAS

 

Acazias, furioso, envia soldados para prender Elias (1.5-9,11): Em vez de se arrepender, Acazias assumiu uma atitude de resistência.

Os mensageiros não reconhecem Elias, mas o descrevem como alguém que vestia roupas de pelos e usava um cinto de couro. Parece incrível que os mensageiros do rei não conhecessem Elias, só tivessem descoberto sua identidade depois de voltar ao palácio!

“Ele vestia roupas de pelos” literalmente, “possuidor de cabelo” Isso foi interpretado de duas maneiras:

Elias era fisicamente cheio de pelos, ou:

Elias usava um traje com pelos. O hebraico suporta o segundo ponto de vista, de que Elias usava uma roupa de lã grossa, com um cinto de couro. Zacarias 13.4 descreve essa roupa como típica dos profetas (Mt 7.15). Além disso, o Novo Testamento descreve João Batista, que veio no mesmo espírito de Elias, vestido de pelo de camelo (Mt 3.4).

A vestimenta do profeta era rústica e simples. Ele não precisava impressionar sua audiência com roupas finas. A mensagem era suficiente. A aspereza e a rusticidade dessas vestes talvez fosse intencional, a fim de sugerir a severidade do juízo divino contra a nação indisciplinada e efeminada.

 

Acazias sabe imediatamente com quem está lidando. O incidente tem um tom altamente escarnecedor e certamente mostra que Elias é mais um homem de juízo do que de graça.

 

“Não há Deus em Israel?” (v.6) Elias ficou profundamente perturbado pela escolha de Acazias de procurar Baal, e não a Deus. Como é que podia ignorar que aquela divindade era um deus sem sentido e impotente? Aqui está demonstrada a cegueira e a tolice de todos aqueles que procuram uma alternativa diferente para servir a Deus.

 

A notificação da sua morte deveria ter levado Acazias a arrepender-se de seus pecados e a buscar o Senhor, mas em vez disso, ele tentou prender o profeta – o que nos faz lembrar de Herodes prendendo a João Batistas (Mt 14.1-12).

 

Será que Acazias pensou que poderia matar o profeta e, assim, anular a profecia? Ou talvez o rei esperasse influenciar o profeta para que mudasse a profecia.

 

Elias, porém, recebia suas ordens do Rei dos reis, e não de monarcas terrenos, especialmente de um rei idólatra e filho de assassinos.

 

“Homem de Deus” (1.9): Um título técnico para um homem que falava por Deus (1 Rs 12.22)

A primeira ocorrência deste título, se encontra em Deuteronômio 33.1.

Moisés era visto como um desses profetas na conclusão de Deuteronômio 34.10.

Os profetas são chamados assim (1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1; 17.18; 2 Rs 4.7).

O Novo Testamento usa esse título para Timóteo (1 Tm 6.11; 2 Tm 3.17) como um pregador oficial da verdade divina.

 

O Fogo (1.10,12): Elias clama por fogo dos céus, que consome as duas primeiras companhias de soldados.

Os “50 inocentes” estavam dispostos a se engajar na caçada e na morte do homem de cujo caráter certamente já tinham ouvido falar.

Os primeiros dizem a Elias: “desce” (v.9) o segundo grupo, mais ousados dizem: “desce depressa” (v.11).

Os deuses da tempestade no antigo Oriente Próximo costumavam carregar raios e relâmpagos, que eram seus instrumentos para enviar fogo. Os reis assírios desse período falam dos deuses como uma chama ardente enviando fogo diante deles. Esar-Hadom usa a imagem de um fogo inextinguível para descrever sua marcha e ataque. Todas essas imagens refletem a maneira pelo qual se acreditava que a divindade participava das batalhas.

 

Elias o profeta de fogo:

Elias clamara anteriormente e Deus respondeu, sua oração, enviando fogo e consumindo sua oferta, no desafio contra os falsos profetas de Baal e Aserá.

Em Horebe também houve manifestação de fogo, embora Deus não estivesse no fogo (1 Rs 19)

Agora, através do fogo do juízo sobre os soldados de Acazias, Deus dá provas de que Elias era um profeta do Senhor e alguém digno de respeito. Além disso, era uma indicação de que Elias era como Moisés, que também foi validado como profeta do Senhor pelo fogo do céu (Nm 16.35).

Carro de fogo e cavalos de fogo, vieram receber Elias e escoltá-lo ao céu (2 Rs 2.11).

Vários séculos depois, os discípulos de Jesus quiseram fazer o mesmo quando os habitantes de um povoado se recusaram a hospedá-los. Eles tinham o mesmo poder de Elias e poderiam ter feito o que ele fez, mas o Senhor os repreendeu e os levou a outro vilarejo, onde foram recebidos (Lc 9.51-55).

As duas testemunhas do Apocalipse também tem o poder de ferir com fogo (Ap 11.5).

 

O simbolismo do fogo celestial:

O fogo alastra-se, comunica-se.

O fogo purifica. Contra a impureza, a principal força é o Espírito Santo.

O fogo ilumina. É o saber; o conhecimento das coisas de Deus.

O fogo aquece. A igreja é corpo de Cristo. Todo corpo vivo é quente.

O fogo, para queimar bem, depende muito da madeira; se é boa ou ruim.

O fogo tanto estira o fero duro, como a roupa macia.

 

“Quem nasce sob o fogo, não se esmorece sob o sol”

 

Acazias era um homem orgulhoso que sacrificou dois capitães e cem homens numa tentativa inútil de evitar a própria morte. Não se tratava de homens inocentes, vítimas dos caprichos de seu rei, mas sim de homens culpados, dispostos a fazer aquilo que o rei ordenava. Se tivessem assumido a atitude do terceiro capitão, também não teriam sido mortos.

 

A misericórdia (1.13-15):

O capitão da terceira companhia implora por misericórdia. A terceira missão de “50 soldados” é salva pela súplica humilde do oficial.

Depois disso, o anjo do Senhor diz a Elias que acompanhe o capitão, e ele assim, o faz. Mas a mensagem divina em nada podia ser alterada (v.6). As palavras do Senhor, no versículo 15, indicam que o perigo encontrava-se nas mãos dos capitães e não do rei. Talvez o rei tivesse ordenado que matassem Elias a caminho do palácio.

Elias vai pessoalmente entregar a sua repreensão ao rei moribundo.

 

A MORTE DE ACAZIAS (1.16-18)

Repreensão: Elias repete sua profecia ao rei Acazias. Quantas vezes o Senhor precisa repetir sua mensagem a um pecador perverso?

Cumprimento:

O incidente horrível é incluído como parte da tradição de Elias e serve para destacar o impressionante novo tipo de profetas de quem ele era precursor. Certamente depois disso o profeta se tornou intocável em Israel.

Acazias, filho e sucessor de Acabe, teve um reinado breve de dois anos, encurtado por um acidente fatal (2 Rs 1.2); o texto conclui com uma simples constatação: “Prestou culto a Baal e o adorou... como o seu pai tinha feito” (1 Rs 22.53).

Acazias morreu, seu irmão assume em seu lugar, já que ele não tinha filhos. Isto já era o cumprimento da profecia contra Acabe (2 Rs 1.17; 1 Rs 21.21,22).

Acazias morreu. Mas Elias não!

 

 

Conclusão:

Devemos nos lembrar de que, um dia, este mundo orgulhoso e impenitente experimentará o fogo da ira de Deus (2 Ts 1.7-9).

 

Deus ordena “aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17.30).

 

O evangelho não é apenas uma mensagem na qual se deve crer, mas também uma ordem a que se deve obedecer.