O Livro De 2º Samuel
O Reinado de Davi
Davi, Chefe de uma Eterna Dinastia de Reis
AUTOR. Os acontecimentos registrados em 2 Samuel foram acrescentados provavelmente ao livro de Samuel (1 Crônicas 29.29) por Natã ou Gade. No original hebraico, 1 e 2 Samuel formavam um único livro. Foram divididos pelos tradutores da Versão dos Setenta (mais ou menos em 285 antes de Cristo), quando traduziram o Antigo Testamento para a língua grega.
DATA. De 930 a.C em diante.
ESFERA DE AÇÃO. Vai desde a morte de Saul até a compra do local do templo, abrangendo um período de 37 anos.
PERSONAGENS PRINCIPAIS
- Comandante militar do exército de Davi.
- Bate-Seba. Cometeu adultério com Davi; tornou-se rainha de Israel e mãe de Salomão; antepassada direta de Jesus.
- Natã. Profeta e Conselheiro de Davi; persuadiu-o a se arrepender do seu pecado.
- Absalão. Filho de Davi; tentou derrubar o trono de Israel.
A POLÍTICA DE DAVI
A Política Interna de Davi. Isso pode ser resumido em uma palavra: centralização de poder e culto. Até então tinha havido muitos e diversos centros de culto, mas Davi percebeu que a estabilização do reino dependia, no futuro, de haver, não somente um lugar único para culto, mas de um só centro de governo.
A Política Externa de Davi. Isto pode ser resumido na exterminação de todos os adversários. Vemos isto no capítulo 8, onde lemos das suas vitórias sobre a Síria, Moabe, Amaleque, Zobá e a Filistia. Aqui não lemos de nenhuma derrota; enquanto a Casa de Saul tornou-se cada vez mais fraca, a de Davi tornou-se cada vez mais forte. O segredo do seu êxito foi a sua dependência de Deus em tudo.
PORÇÕES SELETAS
- Generosidade de Davi para com Mefibosete (cap.9)
- A parábola de Natã (12.1-6)
- O salmo de ação de graças de Davi (cap.22)
TEMA. O livro todo concentra-se na figura de Davi; não há outra de suficiência importância que atraia a atenção. É o quadro do ungido de Deus, para quem nossos olhos se dirigem. É o quadro do homem segundo o coração de Deus que iremos estudar. E começamos o nosso estudo com esta pergunta: “O que há em Davi que mereça o título tão honorífico?” Não o observamos de longe de modo a vê-lo como rei, em posição elevada, rodeado por toda a insígnia da realeza, mas sim observamo-lo de perto, na sua familiaridade de homem. Vemo-lo, não somente no trono, mas também no lar. Vemo-lo nas suas tristezas mais profundas, e na hora de seus maiores triunfos; ouvimos as suas orações e os seus elogios; sua justa indignação e suas palavras de bondade, ternura, e generosidade. Somos testemunhas do seu pecado, arrependimento, momentos de impaciência e dignidade real. O quadro todo, apesar de partes sombreadas, apresenta-nos um homem em cuja vida Deus ocupava o primeiro plano. Para Davi, acima de todas as demais coisas, Deus é uma gloriosa realidade. Em suma, Davi é um homem que está profundamente consciente de sua própria debilidade, erro, e pecado, mas que conhece a Deus, e confia nele de todo o seu coração.
A DIVISÃO DO REINO
Após a morte de Salomão, ocorreu o inevitável: o reino foi dividido. Dez tribos do Norte separaram-se das duas tribos do Sul. O Norte, com dez tribos, denominou-se Israel, tendo como capital Samaria, e o seu primeiro rei foi Jeroboão. O Sul ficou conhecido como Judá, cuja capital era Jerusalém, e teve como governante Roboão, filho de Salomão.
Como está registrado nas Sagradas Escrituras, o reino do Norte, muito cedo, apostatou do Senhor, passando a servir a Baal e outros deuses, sendo completamente dominado pela idolatria. Sob o governo de Acabe, filho de Onri, o culto a Yahweh foi praticamente abolido do país, principalmente devido às instigações de sua mulher Jezabel.
Foi nesse período que surgiu o profeta Elias, o qual também fundou escolas de profetas e deixou Eliseu como seu sucessor. (Inicialmente, as escolas de profetas, tiveram como fundador o profeta Samuel). Mas, Israel nunca se emendou de seus maus caminhos. Portanto, era inevitável a sua destruição. Foi o que ocorreu em 722 a.C., quando a Assíria, sob o governo de Salmaneser V, cercou Samaria e retirou o povo da terra, levando-os para o exílio (2 Rs 17)
O Reino do Sul, embora algumas vezes tenha falhado e se desviado da lei, por causa da impiedade de alguns de seus monarcas, subsistiu, em meio às muitas guerras, por mais tempo. Por ocasião do ataque de Senaqueribe contra Jerusalém, Judá foi poupada devido á fidelidade e à fé do rei Ezequias (2 Rs 18). Mesmo assim, não tardaria haver novas apostasia dentro das portas de Judá, como foi o caso do rei Manassés.
Por fim, então, Judá sofre ataques do rei da Babilônia, na pessoa de Nabucodonosor, por volta de 605 a.C., quando levou cativa uma parte da população, entre os quais se encontrava o profeta Daniel. Posteriormente, por volta de 596 a.C., ele invade novamente a terra e leva mais uma parte de seus habitantes, entre os quais se encontrava o profeta Ezequiel. Por fim, em 586 a.C., ele ataca Jerusalém com uma fúria indomável e a destrói, devastando tudo o que vê pela frente até se deparar com o suntuoso templo, que não é poupado, sendo totalmente destruído.
Os objetos sagrados do templo são levados para a babilônia, juntamente com seus habitantes, onde permaneceram durante setenta anos.