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SARDES - A IGREJA MORTA

SARDES – A IGREJA MORTA

 

                                                  

Texto Bíblico: Apocalipse 3.1-6

INTRODUÇÃO

Havia obras, parecia viva, mas para Deus era morta. Muitos crentes hoje têm obras que Deus reprova. Só uns poucos em Sardes eram fiéis. Esses seriam recebidos pelo Senhor.

O DESTINATÁRIO:

A Cidade De Sardes:

Nome: “Sardes” significa “os que escapam” ou “os remanescentes”, “pedra preciosa”, “coisas restantes”. A mesma palavra é usada para sárdio, um lindo diamante.

 

Aspectos Históricos E Geográficos:

Era a antiga capital de Lídia, o império do célebre rico Creso.

A cidade situada no sopé da montanha Tmolo, à beira do Pactolo, era famosa pelas suas riquezas e luxo.

Também era famosa pela sua fabricação de lã e afirmava ter sido a primeira cidade a descobrir a arte de tingir lã.

Sardes – A Cidade Da Morte: Sardes havia alcançado seu ápice de prosperidade sob o rei Croesus (ca. 560 a.C). Conquistada por Ciro, ela permaneceu desconhecida durante o governo persa e foi dominada por Alexandre Magno. No período romano, houve uma certa medida de restauração. Mas Charles diz que mesmo então “nenhuma cidade na Ásia apresentou um contraste mais deplorável entre o esplendor passado e o declínio inquietantemente atual”. Por esse motivo Ramsay chama Sardes de “cidade da morte”. Ele escreve: “Assim, quando as Sete Cartas foram escritas, Sardes era uma cidade do passado, que não tinha futuro”.

 

Aspectos Religiosos: O principal culto em Sardes era a depravada adoração de Cibele (ou Ártemis). Charles diz: “Seus habitantes tinha se destacado pela luxúria e libertinagem”. Isso dificultou a manutenção dos padrões cristãos de pureza.

No culto dedicado à Cibele praticavam todo tipo de imoralidade, em nome da própria religião. A capacidade procriativa do ser humano se tornou um deus. Não é de admirar o fato de o povo de Sardes ser um povo corrupto, praticando o homossexualismo, orgias, fornicação e adultério, totalmente desenfreado.

 

 

 

 

A Igreja De Sardes:

É a igreja morta. Tinha fama ou reputação de sua organização e ortodoxia mas era destituída de vida. Tinha obra sem vida!

 

Representação Histórica: representa a igreja do período 1517 a 1750. Em 1750 teve início a intensa fase contemporânea de evangelização e missões. O final do período viu homens valorosos na fé como Adoniran Judson, George Whitefield, John Wesley e outros. Em Sardes vemos o período da Reforma, o período que produziu o Protestantismo. A Reforma foi de Deus, e os grandes homens que se empenharam nela foram instrumentos do Espírito Santo. Mas da Reforma nasceram as organizações humanas conhecidas por Protestantismo. A Reforma começou bem, mas logo chegou a ser, nos diferentes sistemas protestantes, uma coisa morta. Tal é a sentença do Senhor contra as igrejas que nasceram da Reforma.

 

 

Conforme a tradição, Sardes foi a primeira cidade dessa região a receber o Evangelho, sob a pregação do apóstolo João, a primeira a desviar-se da fé e uma das primeiras a cair em ruínas.

 

O CONSELHEIRO

Como Jesus se apresenta a Sardes.

Para a igreja morta – Jesus tem os sete Espírito de Deus e pode ressuscitar os crentes da morte para a vida.

 

“Os sete Espíritos de Deus” (v.1): Refere-se ao Espírito Santo com Sua diversidade de dons. Sua variedade de ministérios e Suas múltiplas operações. Apesar do Espírito Santo ser o Único, ainda é indicado como Sete, para salientar a todos os pastores, e as todas as igrejas, que o único Espírito opera tudo em todos.

 

 

A REPREENSÃO

“tens nome de que vives, e está morto” (3.1): Embora essa igreja tivesse o nome de um organismo vivo, na verdade estava morta! E quem discernia essa situação era o próprio Cristo. É uma tristeza quando um crente ou uma igreja tentando se mostrar muito fervorosa, enquanto seu testemunho revela algo muito diferente. O cristianismo apenas nominal é justamente o que mais tem estragado a obra de Deus.

 

A morte na igreja de Sardes torna-se mais patente quando no início da carta o Senhor Jesus apresenta-se como “aquele que tem os sete Espíritos de Deus”, denotando, assim, multiplicidade e abundância de vida para uma igreja decadente e agonizante. A maneira de Jesus dirigir-se separadamente a cada igreja, revela muito do estado, da necessidade, e da oportunidade dessa igreja.

 

“Sardes evidentemente era conhecida como uma ‘igreja viva’ – em que havia muita atividade, mas Aquele que não olha para a aparência exterior, mas vê o coração declara: “Tu (...) estás morto”. Erdman leva esse pensamento um passo adiante: “Provavelmente, seus cultos eram bem frequentados e conduzidos de maneira correta. Podem ter havido comitês e aniversários e reuniões. No seu rol de membros podem ter havido líderes sociais notáveis. No entanto, ela estava morta”.

 

A igreja de Sardes ganhara renome como igreja florescente e que pregava a sã doutrina. As Escrituras não fazem menção de qualquer divisão ou contenda na igreja. Mas tinha substituído o andar pelo Espírito e o viver no Espírito pelas ordenanças exteriores.

 

“Havia com toda probabilidade, conformidade ao modelo de At 2.41, 42 no que se refere às ordenanças e adesão às doutrinas. O culto e a contribuição aparentemente estavam além de qualquer crítica. Mas ao olhos do Senhor isso não passava de andaimes para a estrutura, de sepulcros caiados, de flores de cera” – G. Campbell Morgan

 

“Sê Vigilante” (v.2) Jesus disse aos discípulos: “Vigia, pois, porque não sabeis a que hora há de vir vosso Senhor”

 

“não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (3.2): O Movimento da Reforma Protestante foi mais de obtenção de liberdade política do que religiosa. Surgiram após a Reforma dissensões internas entre os reformadores e entre as novas denominações. As forças da Reforma não demoraram muito a transforma-se em um formalismo frio. Satanás parou a Reforma no meio do caminho, e desta para a Igreja jamais se recuperou.

 

A verdadeira prova para as igrejas são as obras (v.2) e nunca as pretensões. As obras da igreja não eram perfeitas diante de Deus. Eram como a casca a que falta o miolo, como o corpo sem a alma, como a sombra sem a substância. Suas obras eram ocas e vazias, as orações sem anelos santos, os atos de caridade sem o verdadeiro amor, o dia do Senhor não realmente dedicado ao Senhor. “Ela não conquistou nada no reino espiritual; almas não estão sendo salvas; santos não são fortalecidos; ajuda não estão sendo oferecida aos necessitados; seus cultos são formais, sem vida e sem sentido” – Erdman

 

Entende-se, também que Cristo não achou as obras completas. Há grande inclinação para começar várias obras sem completar a que já começamos. Cristo quer fidelidade e a perseverança no crente até completar a obra começada.

 

O CONSELHO

“Sê vigilante” (v.2)

Vigilante é o particípio presente do verbo gregoreo, que significa “esteja acordado” ou “vigie”,

Os crentes em Sardo descuidaram-se e, sem o sentirem, tosquenejaram e caíram-no sono da morte. O preço eterno que todas as igrejas tem de pagar, é o de ser permanentemente vigilantes. É a mesma ordem de Getsêmane: “Vigiai e orai” (Mt 26.41)

 

“confirma o restante que estava para morrer” (v.2): No meio dessa igreja morta havia alguns elementos de vida. Mas mesmo esses estão prestes a morrer. Os cristãos em Sardes podiam dizer: “Essas coisas estavam prestes a morrer, mas não vamos permitir que isso aconteça”.

 

“Lembra-te” (v.3): Cristo não abandonou a igreja em Sardo, apesar de estar morta. Ela deve voltar às coisas preciosas dos dias antigos, e à luz do que outrora vivera, deve parar de fazer as coisas que agora faz, para que a chama de vida que ainda resta não morra totalmente.

 

“Arrependimento” (v.3): O arrependimento imediato e verdadeiro é o único remédio para morte que se estabeleceu ou quase se estabeleceu. Deus é “longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a se arrepender” (2 Pe 3.9)

 

“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram” (v.4): Havia alguns crentes ali, que não se contaminaram. São os que ouvem, conservam-se separados do mundo, oram, esforçam-se na obra e amam a Palavra. Somos contados entre os poucos separados para o Senhor, e perfeitos em fidelidade a Ele?

 

“algumas pessoas”. A palavra grega onoma aqui tem “o significado de pessoas”. Ela é usada dessa forma na Septuaginta em Números 1.2,20; 3.40, 43, em que provavelmente traz o pensamento adicional de “pessoas reconhecidas pelo nome”. Alguns estudiosos sentem que aqui a palavra significa “algumas pessoas cujos nomes estavam no rol de membros da igreja”

 

“não contaminaram suas vestes” (v.4): A pureza moral nos qualifica para a comunhão espiritual. Ir à presença de Deus com nossos pensamentos e sentimentos manchados com egoísmo é desonrá-lo. As vestes da nossa personalidade devem ser mantidas puras se desejamos ter comunhão com Deus.

 

O DESAFIO – TRÍPLICE AO VENCEDOR

É dificílimo servir a Deus em um ambiente de mortos, como em Sardo. Mas há promessas para os que vencem:

 

“Será vestido de vestes brancas” (v.5). As vestes não serão, talvez, de branco sem brilho, mas de branco resplandecente (Lc 24.4), branco como a luz (Mt 17.2). Alguns estudiosos entendem que essas vestes são os corpos espirituais com os quais o fiel será vestido na ressurreição (ler 2 Co 5.1,4)

 

Vestes brancas significam:

Festividade.

Pureza.

Vitória.

O estado celestial.

 

“De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (v.5). O nome de nenhum morto permanece escrito no livro dos vivos.

 

O Livro da Vida (v.5): Aqui trata-se do livro da confissão e não do livro da realidade. Moisés tinha certeza de que seu nome estava naquele livro (Êx 32.32). Paulo mencionou seus companheiros “cujos nomes se encontram no Livro da Vida” (Fp 4.3). No dia do grande julgamento quem não tiver seu nome registrado neste Livro será lançado dentro do lago de fogo (Ap 20.15).

 

 “Confessarei o seu nome diante de meu Pai” (v.5) Isso porque eles tinham confessado o Seu nome diante dos homens e não se envergonharam, nem dEle, nem de Suas Palavras no meio de uma geração adúltera e perversa – não se envergonharam de ser crentes verdadeiros no meio de membros da igreja sem convicção (ler Mc 8.38)

 

CONCLUSÃO

Sardes foi a intervenção de Deus por meio da Reforma, cuja luz ainda brilha.

Sardes era uma igreja de marionetes mortas, representando as ações do Cristianismo mas produzindo obras mortas não animadas pela vida que frui de Deus.

A repreensão de Cristo a Sardes, não parece ter passado sem produzir fruto. Melito, bispo da mesma igreja de Sardes, no segundo século, era eminente pela dedicação a Deus e a instrução. Visitou a Palestina para assegurar-se, e ao seu rebanho sobre o cânon do Antigo Testamento e escreveu um comentário sobre o Apocalipse.

Há igrejas que se esforçam para ter fama no mundo; edificam templos suntuosos, orgulham-se de seus corais e de seus pregadores, vangloriam-se de ter a maior escola dominical da cidade e promovem grandes festas nos dias apropriados. Mas apesar de terem nome de que vivem, realmente estão mortas. Têm uma forma de piedade, mas negam o poder delas (2 Tm 3.5). Têm grande organização, muito “mecanismo” pois somente assim podem funcionar sem vida. Se não estão mortas em tudo, estão mortas no espírito; não há vida nos cultos, na pregação, nas orações, nem nas qualidades morais na vida cotidiana dos membros. Certo é que alguns vivos são mortos (1 Tm 5.6).

Hoje, em muitas partes, a Igreja é ortodoxa mas legal, e carrega uma ortodoxia morta e estéril. É como um cadáver bem vestido. Falta-lhe a força vital.