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PÉRGAMO - A IGREJA MUNDANA

PÉRGAMO – A IGREJA MUNDANA

 

 

Texto Bíblico: Apocalipse 2.12-17

INTRODUÇÃO

Pérgamo era a igreja do Estado. Já pelo terceiro século a Igreja tinha passado pelo estágio do martírio e recebia favores imperiais. O imperador Constantino uniu a Igreja e o Estado, tornando o Cristianismo, religião do Estado, em lugar do paganismo. Evidentemente o imperador achava que a religião cristã ajudaria grandemente o seu reino, assim foi batizado e decretou o batismo para todos (inclusive crianças). Foi nessa época que se conheceu pela primeira vez o “batismo infantil”, como é assim chamado.

 

Pérgamo, que significa “completamente casada” descreve com propriedade a união desastrosa entre a Igreja e o Mundo. Havia nela muitas coisas boas (v.13), mas permitia no seu meio o que era ruim (v.14,15). Havia pecado passivo e ativo. Deixar de condenar e, quando possível, excluir o pecado de nosso meio, é participar do mal.

 

O DESTINATÁRIO:

A Cidade De Pérgamo:

Significado Do Nome: Pérgamo significa “Casamento”. A cidade de Pérgamo deu o seu nome ao pergaminho. Tal palavra estava relacionada a “purgos”, isto é, “torre” ou “castelo”, ou seja “fortificada”

Aquela igreja entrou em matrimônio com o mundo, quando ficou sob o favor imperial.

 

Aspectos Sociais E Históricos:

Situada à beira do Caico.

Era famosa pela sua escola de medicina. Em Pérgamo, havia um lugar chamado de Asclépium, uma espécie de hospital-templo em que os mais famosos médicos exerciam a sua arte. O famoso Galeno dos anos 131 a 210 da era cristã, era de Pérgamo. No pátio, há uma estátua, símbolo do próprio Asclépio – a figura de duas cobras bebendo água. A cobra enrolada no bastão de Asclépio, deus da medicina, permanece até hoje, como o símbolo usado dessa ciência.

A Fonte Sagrada: No meio das extensas ruínas está a “fonte sagrada”. A base das curas que teriam efetuado foi o emprego da auto-sugestão. O paciente ouvia vozes que seriam do deus Asclépio, indicando o remédio. Sabe-se que o paciente era banhado na água sagrada. E recebia uma droga para dormir. Esse narcótico seria simplesmente a maconha. Ela sempre existiu na Turquia. Depois, o paciente passava por dentro do túnel de 82 metros de comprimentos sob o efeito do entorpecente. No teto do túnel, havia aberturas e por meio delas os médicos falariam qualquer coisa personificando Asclépio. Mas o paciente, ao chegar na outra extremidade, afirmava ter ouvido a voz e as palavras do deus Asclépio! É assim que Satanás opera, enganando os incautos.

Esta cidade era a capital política da Ásia, e famosa por seu sistema educacional, cultural e ciência, tendo sido chamada por Plínio de “a mais ilustre de todas as cidades da Ásia”.

 

Biblioteca: Sua biblioteca era formada por 200 mil tomos, apenas superada pela de Alexandria.

 

O pergaminho: “Aqui foi aperfeiçoada a arte de preparar peles de animais para serem usadas na escrita; daqui vem a palavra pergaminho. Assim, o nome desta cidade biblicamente de mau presságio (Ap 2.12-17) foi passado para todas as eras cristãs, e não resta dúvida de que muitos manuscritos de valor tenham sido preparados em Pérgamo” – Walter Scott.

 

Na biblioteca de Pérgamo havia 200.000 volumes, escritos em papiro. O papiro vinha do Egito. Ali existia outra conhecida e importante biblioteca, em Alexandria. A rivalidade era tão grande entre as duas cidades a ponto de o Egito suspender a remessa de papiro. Surgiu, então, um cidadão de Pérgamo que inventou o processo de preparar peles de animais para servir como matéria prima dos livros – passava a existir o pergaminho.

 

 

Marco Antonio, depois, deu os livros da biblioteca de Pérgamo à sua mulher Cleópatra, do Egito. Ela, não tendo tempo e disposição para ler, deixou queimar os preciosos livros. Essa foi uma perda irreparável para a cultura da época.

 

Hoje em dia Pérgamo é uma cidade insignificante de ruínas imponentes. Já não existe como cidade viável.

 

Aspecto Religioso:

“O trono de Satanás”. Isto sem dúvida é uma referência à seita pagã babilônica, ocultista, que mudou-se para Pérgamo, vindo de Babilônia (o centro do espiritismo nos tempos primitivos), quando os conquistadores persas dominaram o mundo. O rei Atalo (133 a.C) deu-lhes abrigo em Pérgamo e a cidade adquiriu fama como guarda-mor dos templos da Ásia. O título do sumo sacerdote dos magos era “Supremo Construtor de Pontes”, significando o que liga a brecha entre os mortais e Satanás com as suas hostes. O imperador Augusto, no ano 29 a.C., levantou um templo em honra a sua pessoa, o culto ao imperador já se estabelecera! A cidade era o centro do culto ao imperador.

 

Havia nesta cidade, o culto da fertilidade, sendo o seu símbolo – o falo humano – em cima de três túmulos, do deus Telésforo, sua mãe, Auge e a esposa puseram o falo para simbolizar o poder criativo.

 

O deus do amor, Eros, filho de Afrodite, a deusa do amor, também foram muito honrados em Pérgamo.

 

Ali também havia um altar ao “deus desconhecido”, tal como em Atenas (At 17.23).

 

Diz um antigo escritor que Pérgamo era a cidade mais idólatra de toda a província da Ásia.

 

O deus da saúde – Esculápio, simbolizado por uma serpente, era adorado ali. Seu templo era considerado magnífico. Atribuía-se a Esculápio a cura dos doentes e a ressurreição dos mortos.

 

Era uma cidade de grande imoralidade.

 

 

A Igreja De Pérgamo: Era difícil ser crente nesta cidade, mas a igreja manteve o nome de Deus, não negou a fé (v.13)

 

Representação Histórica: É a igreja mundana dos anos 313 a 600 – A partir de 313 deu-se a união da igreja com o estado. Pérgamo representa “a união de igreja e estado sob o império de Constantino” com sua consequente corrupção eclesiástica e moral.

 

O CONSELHEIRO

Como ele se apresenta à Igreja Mundana.

O Simbolismo Da Espada: A espada deve ser o instrumento de julgamento contra os hereges na igreja de Pérgamo. Na avaliação romana a espada era o símbolo de ordem mais elevada de autoridade oficial, com a qual o procônsul da Ásia era investido. O direito da espada podia ser equivalente ao que chamamos hoje de poder sobre a vida e a morte.

 

O Cristo glorificado, que maneja a espada dividindo a igreja do mundo. Ele se apresenta à Igreja em caráter de Juiz (1.16). A igreja, nas condições em que estava, precisava mesmo dessa espada para disciplina. Homens de mente corrupta infestavam a obra de Deus ali e Cristo resolveu pelejar contra eles com a palavra da Sua boca. É arma de dois fios, para ofensiva e para a defensiva, para aniquilar o pecado e destruir os pecadores, para ferir os que querem evitá-la passando pela direita e para golpear os que experimentassem desviar-se pela esquerda.

 

A Espada Aguda: penetra, divide, separa, ordena, desnuda, busca e vence. Quão adequada é a profecia de Isaías a respeito de Cristo a esta altura: “fez de minha boca como uma espada aguda” (Is 49.2,3). O emissário romano de Pérgamo usava a espada como símbolo de posição, de poder militar. Ele tinha “o poder da espada” – autoridade de pronunciar a sentença de morte. Mas a espada do Senhor era maior do que todas as espadas dos Césares, e quando finalmente a brandir (Ap 19.15), dominará os impérios da terra.

 

A aguda espada é ... não um instrumento de julgamentos penais externos (suponhamos as perseguições movidas pelo Estado, por exemplo), e, sim órgão do julgamento do Espírito (Ef 6.17; Jó 16.8)

 

Uma das razões por que tantas pessoas evitam e odeiam a verdade de Deus é que ela os fere, despertando os açoites da consciência e destruindo totalmente as suas esperanças. E essa forma de ferimentos agora descera sobre aquela igreja.

 

O ELOGIO

“Conheço o lugar em que habitas” (2.13): O Senhor sabe o que está ocorrendo conosco, seja onde for: em casa, no emprego, em viagens, entre amigos, ou inimigos, quando sozinhos, ou acompanhados, etc.

 

O Trono De Satanás – Possíveis Significados:

“o trono de Satanás” (v13): isto é, o lugar onde Satanás exerce autoridade, como se fora rei. A palavra “trono” (no grego “thronos”) é, usada no Novo Testamento com o sentido de “trono real” (Lc 1.32,52); ou com o sentido de “trono judicial” (Mt 19.28; Lc 22.20). Também há alusão aos “tronos” de elevados poderes angelicais (Cl 1.16).

 

Pode ser a colina que havia por detrás da cidade, com trezentos metros de altura, na qual havia muitos templos e altares. Essa “colina”, poderia ser o monte ou o trono de Satanás, em contraste com o “monte” de Deus (Is 14.13; Ez 28.14,16), o qual, em I Enoque 25.3, é chamado de “trono”.

 

Na Acrópole de Pérgamo e suas imediações, desde o tempo dos gregos, havia um templo consagrado a Zeus, o pai dos deuses, considerado o “Salvador do mundo”. Havia também outros templos, também, dedicados à Atena, a vitoriosa deusa da sabedoria, a Dionísio, ou seja, Baco, o deus do vinho, as Asclépio, o deus da medicina entre os gregos e romanos, e também a Telésforo, filho de Asclépio.

 

O culto a Asclépio teve por ponto principal o culto à serpente. Exatamente como o Diabo queria, pois ele é a serpente, o grande dragão o qual engana as nações. Ali Satanás era adorado como talvez em nenhum outro lugar do mundo.

 

Ensinamentos Práticos:

Cristo sempre sabe de nossos problemas, do ambiente em que temos de lutar, contudo todas as vezes espera ver fidelidade.

 

Os que guardam o contato com Cristo podem permanecer fiéis na própria casa do monstro, Nero (Fp 4.22), ou mesmo “onde está o trono de Satanás”, como em Pérgamo.

 

Satanás tinha sua base de operações nesta cidade, um fato que tornaria a posição dos crentes um tanto perigosa. O “trono” atual de Satanás é no ar, ao passo que o centro de sua atividade pode mudar de tempos em tempo. Note que ele é descrito como o que “anda em derredor, procurando a quem tragar” (1 Pe 5.8).

 

Pérgamo era um dos grandes centros do culto ao imperador, e particularmente grande era a tentação de contemporizar desviando o culto que pertence a Deus somente. Quando os cristãos contemporizavam, Satanás vencia. Quando eram firmes, muitas vezes o martírio era o preço que deviam pagar por sua lealdade a Cristo.

 

É mais fácil a um crente ser santo, se tiver certas associações humanas, e não outras. Sêneca queixava-se que algumas vilas romanas, especialmente lugares de retiro, exigiam uma moralidade mais relaxada do que outros lugares. Contudo, a exigência do Evangelho é que, sem importar associações e localizações geográficas, os discípulos precisam de fidelidade.

 

“conservas o meu Nome” (v13): Isto é “apegas-te”, como que em feroz lealdade, continuando a propagar a verdadeira posição acerca da pessoa de Cristo e da fé espiritual que disse se segue. O termo grego “krateo” pode significar, tão somente “preservar”; mas, neste ponto devemos preferir a ideia de “apegar-se”, isto é, de apegar-se àquilo que Cristo era e significava para aqueles crentes, em face de uma hostilidade avassaladora; Eram leais, embora lhes faltasse a discriminação moral. Permitiam que os vícios dominassem os seus membros; não promoviam o “imperativo moral” do evangelho, com a mesma facilidade que defendiam o próprio Cristo.

 

Antipas (v.13):

Antipas significa “um contra muitos”, e este cristão corajoso ousou desafiar sozinho e selar seu testemunho com seu próprio sangue.

Embora oculto e desconhecido entre os milhares de Pérgamo, sem sepultura que indicasse o lugar de suas cinzas, Cristo traz à tona o nome de Antipas, numa intimidade de amor e num resplendor de glória únicos até mesmo no Apocalipse.

Mencionado por seu nome, por Jesus, indica que Deus conhece os seus pelo nome, bem como revela carinho e atenção pessoal: “Ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas” (Jo 10.3)

“preciosa é a vista do Senhor a morte dos seus santos” (Sl 116.15).

 As lendas dizem ter sido queimado dentro de um touro de bronze aquecido.

 

A REPREENSÃO

Uma Coisa Tenho Contra Ti: Esta reclamação triste é apresentada três vezes (2.4, 14 e 20). O Senhor tem alguma coisa contra você?

 

A Doutrina De Balaão: O Dr. Campbell Morgan diz que o balaamismo e nicolaitismo “parecem descrever o que viria a ser conhecido como ‘antinomismo’, o ensino mortal segundo o qual os propósitos da aliança de Deus certamente se cumprirão, e que portanto não importa como os que lhe são sujeitos se conduzam”

 

Quem Era Balaão:

Balaão foi um mercenário que amava os salários da injustiça. Ele apresenta a união da Igreja com o mundo, uma influência enorme à falta de castidade espiritual.

Ele ensinou a Balaque, rei dos Moabitas, a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para contaminá-los (Nm 25.1-3)

Josefo, nos informa que, seguindo esse conselho, Balaque fez uma festa adulterosa e atrativa em plena vista do acampamento de Israel. Assim o povo de Deus, “no negócio de Peor”, caiu em pecado, do qual resultou em Deus amaldiçoar Seu povo (Nm 25).

Diz a Palavra de Deus em Números 25.1 que “Israel deteve-se em Sitim”. O mesmo acontece hoje sempre que a Igreja se mistura com o mundo e sua prática: ela para, detém-se, imobiliza-se.

 

Os Males Da Parte De Balaão:

A Doutrina De Balaão: Representa a união da igreja com coisas corrompidas do mundo. É a mistura espiritual da igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimento, perdendo ela, assim sua pureza e santidade.

 

O Caminho De Balaão (2 Pe 2.15): Ele queria ganhar o prêmio oferecido pelo rei Balaque e ao mesmo tempo agradar a Deus. Impossível! Vemos hoje obreiros igualmente mercenários, abraçando o ministério evangélico como se este fosse uma profissão rendosa. É o profissionalismo espiritual. Crentes que transformam as práticas da vida cristã em secularismo ou profissionalismo puro (Mt 6.24)

 

O Erro De Balaão (Jd 11): Balaão raciocinando do ponto de vista natural, humano, via a existência do mal em Israel e achava que Deus, sendo santo, devia amaldiçoá-lo. É hoje o mal do racionalismo humano dentro da igreja. É querer interpretar as coisas de Deus – sua Palavra, sua doutrina, sua igreja, seus caminhos – somente pela nossa mente. É a dependência do intelectualismo. Num tempo como o atual em que a igreja toda mais e mais se acultura, o perigo do racionalismo humano nas coisas de Deus está aí.

 

Quantos crentes, como Balaão, não querendo desobedecer a palavra explícita de Deus, procuram outras passagens das Escrituras para justificar-se naquilo que desejam! Mas os tais cairão no castigo de Balaão.

 

 

A Doutrina dos Nicolaítas:

Julga-se que era doutrina do mesmo sentido de Balaão.  É interessante notar que a palavra hebraica “Balaão” é equivalente a Nicolau em grego.

Deve-se observar também o progresso do mal sobre o povo de Deus. Aquilo que era “obra dos nicolaítas” em 2.6, tornou-se “doutrina dos nicolaítas” em 2.15.

A doutrina dos nicolaítas indicaria aqueles que tentassem dominar o laicato e o princípio da astúcia eclesiástica.

Deus aborrecia (v.15). O nicolaítas estavam dentro da igreja e seus ensinamentos destrutivos estavam sendo aceitos por alguns.

 

O CONSELHO

“Contra eles batalharei com a espada da minha boca” (v.16): As palavras lembram o anjo do Senhor, com a espada desembainhada, perante o insensato profeta Balaão, no tempo de Israel. Não existe espada que dê golpes tão profundos, ou fira mortalmente, como a espada da boca de Cristo. O pecador, ao sentir a sua consciência ferida pelas advertências de Cristo, torna-se logo um terror para si mesmo. Ao executarem-se essas ameaças divinas, o pecador fica cortado sem remédio. A Palavra de Deus, ainda que demore, apodera-se do pecador, ou para sua convicção ou para sua confusão.

 

“Arrepende-te” (v.16). Arrependimento era a única coisa que poderia evitar o julgamento severo. O Cristo glorificado nesse livro é um Guerreiro, que batalha com a espada afiada da palavra (1.16; 19.13-16)

 

O DESAFIO

“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (v.17):  Joseph Seiss apresenta um tratamento tríplice em relação a este texto:

Um representação solene àqueles que se chama de cristãos, mas raramente, ou nunca, abrem a sua Bíblia para estudá-la.

Tudo que diz respeito à salvação depende de profunda atenção à palavra divina e o uso diligente dos nossos privilégios, de ouvir, assinalar, aprender e digerir interiormente o que ela contém.

Todos têm a capacidade de prestar atenção e, assim, cabe a cada um usar essa capacidade.

 

Pedrinha Branca (2.17):

Na Cultura Greco-Romana:

Nos tribunais, os juízes tinha pedrinhas brancas e pretas. Se o acusado recebia uma pedrinha preta, estava condenado; se branca, estava perdoado, liberto, livre.

Nos jogos públicos, os vencedores recebiam pedrinhas brancas com seus nomes gravados nelas. Isso  dava-lhes direito e auxílio do governo pelo resto da vida.

Também pedrinhas brancas eram fornecidas a certas pessoas para livre trânsito em determinadas regiões, situações, reuniões. Era o passe, a entrada livre autorizada nesses casos especiais.

A pedra branca também sugere amizade: a pedra era quebrada ao meio e cada um dos amigos retinha a sua metade com o nome do outro, como prova de união permanente e comunhão.

 

Na Cultura Judaica:

A psephos que permitia àquele que a recebia um acolhimento livre (...) Portanto, ela era considerada bilhete de admissão para a festa celestial.

As pedras preciosas que, de acordo com a tradição rabínica, caíam junto com o maná.

As pedras preciosas no peitoral do sumo-sacerdote levando os nomes das Doze Tribos.

A pedra também era considerada um símbolo da felicidade.

 

O Maná (v.17):

Alguns dos crentes professos de Pérgamo, evidentemente estavam celebrando nos templos pagãos. Mas aos vencedores fiéis, Cristo promete que irão comer do maná escondido.

 

O maná no deserto era doce e saboroso (Êx 16.31); ainda mais apetecível é a comida prometida aos que recusam a doçura do pecado e a satisfação das paixões carnais (Hb 11.24-26). A influência e conforto do Espírito de Cristo em comunhão com Ele, descendo dos céus e entrando na alma, é comida desconhecida pelo mundo.

 

O Maná Escondido: Não percebido pelo próximo, pão que os fortalece e sustenta todo o ser. A alusão parece referir-se ao vaso de ouro na arca no antigo Tabernáculo (Êx 16.33; Hb 9.4). Havia uma tradição entre os judeus de que a arca foi escondida por Jeremias na caverna do monte Sinai, onde não seria descoberta “até que Deus reunisse novamente as pessoas e mostrasse a sua misericórdia” (2 Macabeus 2.7). Charles acredita que o texto aqui se refere ao maná celestial descrito pelos rabis como sendo moído para os justos. Ele diz: “De acordo com 2 Baruque 29.8, o tesouro do maná deveria descer do céu durante o Reino Messiânico, e os bem-aventurados deveriam comer dele”. Cristo é nosso maná escondido. Como disse o apóstolo Paulo: “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.3).

 

 

No maná vemos a apreciação de Cristo pelo crente; na pedra branca a aprovação do crente por Cristo;

 

O Novo Nome: 

A palavra grega para novo aqui é kainos, que significa “fresco” em qualidade.

Pode ser referência às “pedras mágicas que eram empregadas para propósitos mágicos e traziam nomes místicos. Atos 19.19 indica que a magia era comum na cidade de Éfeso. “A mágica divina, que grava na vida e no caráter humano o Nome de Deus e de Cristo, é colocado em contraste com as imitações baratas que fascinavam a sociedade pagã” – Swete

Ramsay acha que a pedra significa o aspecto imperecível do nome. Ele escreve: “O Nome que foi escrito na pedra branca se tornava imediatamente o nome do cristão vitorioso e o nome de Deus”

O nome do crente, enquanto na terra, não lhe servirá mais na glória. O novo nome será o nome de adoção; a pessoa adotada recebe o nome da família que a adota; o crente, adotado recebe um nome próprio a um membro dessa família.

 

CONCLUSÃO

 

Pérgamo revela a espiritualidade decrescente e o mundanismo crescente comum ao reino de Constantino, procedendo de seu patrocínio da igreja.

 

Vemos assim, que, quando o Diabo não consegue enfraquecer a igreja pela perseguição e sofrimento (v.10), procura fazê-lo pela corrupção da fé, adulterando a Palavra de Deus e semeando falsas doutrinas.

 

A mensagem de Pérgamo é muito necessária hoje. “O descuido e a contemporização da crença e, portanto, da conduta clamam por disciplina nas igrejas”.

 

Nessa igreja de Pérgamo, muita coisa havia que precisava de cirurgia moral. Era mister alguma amputação e execução morais, para que tudo fosse corrigido – a separação de coisas que não se harmonizavam entre si, bem como a destruição de males que se tinham instaurado estavam atuando de forma desfavorável... A exibição do cutelo prefigurava a separação e a dissecação morais, no que não se poderia poupar qualquer erro, devendo morrer tudo quanto fosse estranho e prejudicial à igreja.

 

A Igreja Tinha Cinco Razões Para Permanecer Fiel À Verdade:

 

Por causa da excelência da verdade – Cristo é a verdade (Jo 14.6); mas Pérgamo, onde estava o trono de Satanás, era o centro da mentira.

 

A lembrança dos mártires – Antipas, por exemplo, seria um motivo forte (v.13).

Há muitos perigos que nos cercam. Só quem está seguro em Cristo vencerá.

Cristo só dará a sua aprovação a quem for fiel até o fim.

A recompensa dos fiéis será uma coisa maravilhosa (v.17).