QUEM CRIOU DEUS?
Antes de tudo, devemos considerar a seguinte verdade: “Deus é o Criador e não a criatura”. E, que o primeiro ato de Deus, revelado na Bíblia, foi o de criar “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
Anselmo de Canterbury, um sacerdote do século XIX, disse: “Deus é aquele ser, o maior, tão grande que não poder ser concebido”. Isso é chamado de argumento ontológico para a existência de Deus – isto é, um argumento sobre os tipos de coisas que existem. Se não podemos imaginar ninguém ou nada maior do que Deus, então nada e ninguém poderia tê-lo criado, porque este criador teria de ser algo ainda maior. A ideia de Deus é o fim lógico das nossas especulações. O filósofo Descartes, que foi uma figura influente no começo da Idade da Razão, expandiu este argumento dizendo que a própria ideia de Deus só poderia vir dEle mesmo, porque não poderíamos imaginar um Deus, se Ele não tivesse nos dado a capacidade de fazer isto.
Deus é Eterno: Além de Criador, Deus possui, entre outros, um atributo que responde satisfatoriamente o porquê de Ele não haver sido criado: “Deus é eterno”. E, como tal, não tem princípio e nem fim; nunca houve um momento em que Ele não existiu. Ao contrário do universo, que teve um começo, de acordo com a ciência moderna, Deus é infinito e eterno. Assim, como um ser infinito e eterno, pode-se demonstrar logicamente que Deus pode ser a Causa Primária não-criada. Além disso, supor que, pelo fato de o universo ter uma causa, ela deve ter tido uma outra que simplesmente leva à uma conclusão lógica. Um retrocesso infinito de causas finitas não responde à questão da fonte; apenas torna os efeitos mais numerosos. A simples lógica declara que o universo não é apenas uma ilusão; não surgiu do nada (nada vem do nada, nada poderia ser assim); e não existiu eternamente (a lei da entropia declara que um universo que existiu eternamente teria morrido “uma eternidade atrás” de perda de calor). Portanto, a única possibilidade filosoficamente plausível que permanece é que o universo foi criado por uma Causa não-criada maior do que o próprio universo. “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasse a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2)
Ele não foi criado, Ele sempre existiu. Apenas as coisas que tiveram um início – como o mundo – precisam de um criador. Deus não teve início, portanto não precisou ser criado. Filosoficamente, é um erro de categoria perguntar: “Quem fez Aquele que não foi feito?” ou “Quem criou Aquele que não foi criado?”.
Deus é autoexistente: Isto é, existe por si mesmo, é incriado. E esta verdade encontra-se revelada em um dos nomes de Deus, invocado por Abraão logo após haver feito uma aliança com Abimeleque: “El Olam” – “e invocou lá o nome do Senhor, Deus eterno” (Gn 21.33; Is 40.28).
Ele não está limitado às leis da física ou da natureza, pois não vive “no tempo” (não é temporal), mas fora dele (é intemporal ou atemporal).
Por outro lado, pensarmos em Deus, como um ser criado no tempo, implicaria, necessariamente, em admitirmos que exista outro deus além do Deus da Bíblia, que ela não quis revelar. A verdade é que não existe outro deus.
A esse respeito diz o profeta Isaías: “Vós sóis as minhas testemunhas diz o Senhor... para que o saibais e me creais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador... Ainda que houvesse dia eu sou” (Is 43.10,11,13).
Ele é o Rei eterno, e somente Ele possui a imortalidade inata (1 Tm 1.17; 6.16). O homem possui um alma imortal. Não obstante, essa imortalidade não é essencial, mas comunicada.
Nenhum dos argumentos promovidos pelo naturalismo filosófico – (1) o universo é uma ilusão; (2) o universo surgiu do nada; (3) o universo existiu eternamente – são considerados satisfatórios para a existência do universo. Logicamente, podemos nos voltar apenas para a possibilidade de que “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
A lei da causalidade não determina que todo ser possui uma causa, antes declara que todo ser “finito possui uma causa”. Se alguém admitisse que todo ser (finito ou não) possui uma causa ele teria que admitir a existência de um ser além da matéria e os que negam a existência de Deus não afirmariam tal coisa. Para afirmarmos que tudo que existe foi causado teríamos que conhecer a natureza total de todas as coisas naturais e sobrenaturais, e não as conhecemos. Como a analogia da causalidade demonstra que nenhum efeito é menor do que a causa poderíamos afirmar que deve existir um ser maior do que o universo e que o criou, não podendo ser limitado ao tempo e espeço, visto que a matéria, tempo e espaço só começam a existir a partir da criação do universo. Devemos, portanto acreditar que esta “causa” exista além do tempo, não sendo, portanto finita.
BIBLIOGRAFIA
Perguntas Difíceis De Responder Vol 2 Elias Soares De Moraes BEIT SHALOM
Manual De Respostas Bíblicas – Paulo Sérgio Batista EB
O Livro De Respostas Bíblicas – Hank Hanegraaff CPAD
Resposta Às Dúvidas De Seus Adolescentes – Charles Colson CPAD