QUADROS FÓBICOS
INTRODUÇÃO
As síndromes fóbicas caracterizam-se por medos intensos e irracionais, por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo.
O QUE É O MEDO
É uma emoção de afastamento, e envolve uma fuga do perigo. Ele pode estar relacionado à nossa imaginação (dúvidas, suspeitas, fantasias, etc.), ou resultar de desvios de educação moral e espiritual.
AS ORIGENS DO MEDO
Os desvios de educação muitas vezes iniciam no lar e na infância com formas disciplinares inadequadas. E várias são as associações do medo com relação à prática condenada sob todo ponto de vista moral, que reflete no desvio espiritual.
Medo de entrar em contato com os aspectos inconscientes ligados à sexualidade reprimida.
Medo de se confrontar com os aspectos agressivos.
O discurso terrorífico dos pais pode estar internalizado na criança como sinal de um constante perigo.
AS MÁSCARAS DO MEDO
Emílio Mira Y Lópes um dos mais destacados estudiosos do comportamento humano, apresenta algumas máscaras do medo, que por muitas vezes nos ludibriam:
Acanhamento e timidez (educação defeituosa. Crisálida).
Escrupulosidade (inquietação de consciência, remorso). Em excesso, torna-se sintomático.
Pessimismo. (Excelente capa do medo).
Ceticismo (que duvida de tudo, descrença) tem fé na falta de fé; constitui o cético a glorificação da anulação, o culto ao nada.
Mentir (mentir para deixar de ter medo e sentir medo por haver mentido).
A FOBIA SIMPLES OU ESPECÍFICA
O DSM-IV situa as fobias dentre os transtornos de ansiedade. O termo “fobia” deriva do étimo grego phobos, pavor.
É concebido como sendo “um temor insensato, obsessivo e angustiante, que certos enfermos sentem em determinadas situações”.
Diz Isaías Paim que a característica essencial da fobia consiste no temor patológico, que escapa à razão e resiste a qualquer espécie de objeção.
Caracteriza-se por medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais (barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo etc.), medo de ver objetos como seringas, sangue, faca, vidros quebrados, etc. A exposição ao objeto ou animal fobígeno geralmente deflagra uma crise de angústia ou mesmo de pânico. Os indivíduos acometidos reconhecem o caráter irracional e desproporcional de seus medos.
Emílio Mira Y Lópes, na sua obra “Quatro Gigantes da Alma”, identifica cada gigante por uma cor característica: o medo é negro, a ira é rubra, o amor é róseo e o dever é incolor. O medo, apontado como o maior inimigo do homem por Emílio Mira Y López, constitui o gigante negro, cujos tentáculos escravizam a vontade, limitam a criatividade, interrompem o desenvolvimento e o despertar das potencialidades. Nasce com o homem e abraça-o por toda a vida. Todos nós estamos sujeitos às investidas desse fantasma que quase sempre é apenas o resultado da fabulação do nosso espírito.
Exemplos de fobias:
Agorafobia: Medo de espaços abertos.
Claustrofobia: Medo de espaços fechados.
Hidrofobia: Medo de água.
Acrofobia; Medo de altura.
Zoofobias: Medo de certos animais.
SINTOMAS FÍSICOS DA FOBIA
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Insônia. Terror noturno. Sono preocupado. Dormir com a luz acesa. Má digestão. Desmaio. Taquicardia. Sudorese. Rubor. Arritmia.
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Respiração ofegante. Turvamento da visão. Tonturas. Diarreia. Descontrole do esfíncter. Urina em excesso. Inapetência sexual, diminuição da sexualidade, dificuldade de atingir o orgasmo. Falta de energia.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DAS FOBIAS
Uma má elaboração das pulsões agressivas.
Técnicas de “dissimulação” dos medos e de “evitação” da situações fobígenas.
Manifestações simultâneas de algum grau de transtornos obsessivo-compulsivos, paranoides e frequentemente, de somatizações.
Há uma regulação da “distância afetiva” com as pessoas em geral e com o analista em particular, de tal sorte que o paciente fóbico não permite uma aproximação mais profunda devido ao seu pavor de ficar “engolfado” pelo outro e perder sua liberdade, porém tampouco tolera um afastamento excessivo, pelo receio de perder o vínculo com a pessoa necessitada.
Quase sempre encontramos na história do paciente fóbico que um dos progenitores, ou os dois, sofriam de alguma modalidade de fobia.
Muitas vezes a pessoa fóbica tenta resolver os seus pavores por meio de atitudes contrafóbicas. Tenta enfrentar seus temores, às vezes com êxito, acaba vencendo, e em outros casos, acaba ficando mais grave, ao se deparar com situações das quais não está devidamente preparado.
CONSEQUÊNCIAS DO MEDO
O medo causa preocupação.
A preocupação nos torna tensos e nervosos.
Afetando o estômago e causando, verdadeiramente, modificações nas secreções gástricas, que passam a ser anormais e conduzem muitas vezes, a úlceras de estômago “devido não ao que comemos”, mas “devido ao que nos está comendo”.
Platão disse que o “maior erro que os médicos cometem é procurar curar o corpo sem tentar curar o espírito; no entanto, a mente e o corpo são unos, e não devem ser tratados separadamente”
LIDANDO COM O MEDO
Porque acomodar o medo às nossas reservas, quando o nosso coração pode ser cheio de ideais nobres, de justiça – “No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo” (1 Jo 4.18 NTLH)