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ESTADO DE POSSESSÃO

ESTADOS DE POSSESSÃO

 

INTRODUÇÃO

Um tema que tem dividido a opinião religiosa da opinião científica é o da existência ou não de possessão demoníaca. O diagnóstico dos transtornos mentais coloca-nos diante de um questionamento: pode uma doença mental ter uma origem espiritual? Existem ou não casos de possessão demoníaca?

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Há doenças que podem ser confundidas com os sintomas de possessão (esquizofrenia, transtorno dissociativo de identidade, síndrome de Tourette). Há possessões que são tratadas como doenças. Há equívocos tanto da parte da religião como da medicina.

A POSSESSÃO DE ACORDO COM O CID-10

“Há uma perda temporária tanto do senso de identidade pessoal, quanto da consciência plena do ambiente. Em alguns casos, a pessoa age como se tomada por uma outra personalidade, espírito, divindade ou ‘força’. Tomando por base o espírito do homem; transe é o estado de mediunidade que algumas pessoas apresentam quando incorporam algum ‘espírito’ ou ‘entidade’”. Os autores do Código Internacional das Doenças, discorrem que os Transtornos de Transe ocorrem no curso de psicoses esquizofrênicas ou agudas com alucinações, delírios ou personalidade múltipla.

COMO A POSSESSÃO FOI ENCARADA AO LONGO DA HISTÓRIA

Na Idade Média: O mito greco-romano da demonologia da doença mental, que surgiu na Antiguidade, chegou à Idade Média. Muitos doentes mentais eram maltratados, enquanto outros tantos eram tratados com bondade, e a terapia consistia em exorcizar o enfermo, pois acreditava-se que, com essa ação, os demônios saíam pela boca. Por exemplo, Zenóbio, bispo do século IV, intercedeu a Deus por inúmeras pessoas insanas, e o milagre aconteceu. Muitas foram curadas.

Se o exorcismo falhasse, algumas autoridades pensavam em quais passos seriam necessários para fazer o corpo inabitável para os espíritos maus, assim muitas pessoas eram submetidas ao confinamento, a açoitamento e a outras formas de tortura. Um terapeuta decidiu que mergulhar pessoas dentro de um poço de serpentes venenosas poderia espantar os espíritos maus para fora dos corpos supostamente possuídos, incluía-se também, mergulho em água gelada.

Século XIII, o filósofo e teólogo Alemão Albertus Magnus e o frade dominicano Tomás de Aquino descreveram vários sintomas psicóticos (doenças mentais). Aquino escreveu a respeito da melancolia, fúria patológica, psicose orgânica e epilepsia. Ao ver dos citados teólogos, tanto a causa como o tratamento das doenças mentais dependiam de influências astrológicas sobre a psique do enfermo e do poder maléfico dos demônios.

Século XIV: Uma forte corrente de opinião colocou, de maneira forçada, as causas e o tratamento dos transtornos psicológicos no domínio do sobrenatural. Religiosos e autoridades laicas apoiaram as superstições populares, e a sociedade passou a acreditar na realidade e no poder dos demônios e das feiticeiras. As pessoas recorriam cada vez mais à magia e à bruxaria para resolver seus problemas. Durante essa época turbulenta o comportamento bizarro das pessoas atormentadas pelos transtornos psicológicos era visto como ação do diabo ou das bruxas. Seguiu-se que os indivíduos dominados por maus espíritos eram considerados responsáveis por qualquer infortúnio experimentado pelos moradores das cidades, o que inspirou uma ação drástica contra os possuídos. Os tratamentos incluíam exorcismo, em que diversos rituais religiosos eram desenvolvidos para livrar a vítima dos maus espíritos. Outras abordagens incluíam tosar o cabelo da vítima em formato de cruz e amarrá-la a um muro próximo ao adro de uma igreja de maneira que pudesse se beneficiar ao ouvir a missa.

Século XV: Guerras, caos e a peste negra originaram epidemias de loucura. Multidões dançavam desenfreadamente, alucinadas, atitude que estimulou alguns cristãos a discorrer que os loucos eram feiticeiros e as loucas, bruxas. A convicção de que a bruxaria e as bruxas eram causas de loucura e de outros males continuou pelo século XV afora, e o diabo continuou a ser o responsável pelo comportamento inexplicável, mesmo após a formação dos Estados Unidos como ficou evidenciado pelos julgamentos das bruxas de Salém.

Na cidade de Tréves, na Alemanha, num período de alguns anos, 7.000 supostas bruxas foram queimadas, e em Genebra, na Suíça, mais de 500 foram queimadas no ano 1515, segundo o relato de um historiador do século XVI: “Por toda a Alemanha ardem as piras; são rubras as chamas da execução”.

Na literatura consta que inúmeras pessoas diagnosticadas insanas eram levadas para os mosteiros e lá, por meio de prece, eram tratadas. Muitas, após terem sido exorcizadas, ficavam curadas.

Johann Weyer contrariou o dogma de que os doentes metais eram feiticeiros. Ele escreveu alguns livros para refutar a demonologia das doenças metais, ele não concordava com a tese de Albertus e Aquino que achavam que a causa e o tratamento da doença mental dependiam da influência astrológicas sobre a psique do enfermo e do poder maléfico dos demônios.

 

OCORRÊNCIA

Os estados de possessão podem ocorrer tanto em indivíduos com transtornos mentais (p. ex. na histeria) com em pessoas sem esses transtornos, sendo geralmente, nesses casos, produzidos, organizados e configurados em determinado contexto religioso-cultural. Ao entrar no estado de possessão, o indivíduo apresenta perda temporária de sua identidade pessoal, que é substituída por uma entidade que “toma conta” do sujeito. Normalmente, ele permanece consciente em relação à percepção do ambiente.

Com frequência, os estados de possessão ocorre, associados a estados de transe que duram minutos ou horas. Tais estados são em geral desencadeados por contextos rituais, as rezas, enfim, todo o contexto ritual “guia” o sujeito no sentido de alterar momentaneamente o seu estado de consciência e permitir que uma entidade tome posse dela. É comum, nesses casos, que o indivíduo apresente movimento rítmicos do tronco, tremores, gestos, atitudes e mímica estereotipada e fala alterada (infantil, agressiva, etc.). Pode ou não haver amnésia para o ocorrido durante o estado de possessão.

 

 

A POSSESSÃO – UMA PERSPECTIVA BÍBLICA

O CASO DE MARCOS 5.1-20

O QUE É POSSESSÃO DEMONÍACA?

É quando um ou mais demônios entram em uma pessoa e passam a controlar seu corpo, mente e emoções. A Bíblia registra que pessoas de ambos os sexos, em qualquer idade podem estar endemoninhadas (Mc 7.25,26; 9.14-28; At 16.16).

É uma condição em que alguém se encontra habitado e dominado por demônios. Segundo o pastor e teólogo, Estevam Fernandes de Oliveira, “a Possessão ocorre no momento em que um espírito estranho à pessoa, de natureza maligna invade o seu corpo e domina a sua mente, levando-a, até mesmo, a ter sérios problemas de natureza física, psíquica ou social”.

As pessoas que se envolvem com adivinhos, feiticeiros, necromantes e pessoas que tentam consultar os mortos estão mais expostas à possessão demoníaca. Por isso é que tais práticas são abominadas e proibidas por Deus (Dt 18.9-14).

Características da possessão demoníaca

Estas características foram elencadas a partir dos estudos de Sérglas, e também de Damy Ferreira – capelão hospitalar no Centro de Atenção Integrada à Saúde da Mulher e na UNICAMP

  1. A possessão é acompanhada do sentimento de desdobramento da personalidade e se manifesta em sua forma típica no delírio de possessão demoníaca.
  2. Nesses casos, o enfermo não só escuta a voz do demônio e sofre as suas injúrias, como o traz consigo;
  3. Ele tornou a sua morada, é seu escravo e deve obedecer a sua vontade, executa os atos que ele determina;
  4. Não tem domínio nem mesmo sobre os seus pensamentos.
  5. Somente o demônio fala, age, pensa, sem que o possuído possa ser opor a sua poderosa influência. – Sérglas
  6. Quando o endemoninhado ouve na oração o nome de Jesus, geralmente ele fala;
  7. Quando está incorporado na pessoa, fala usando a terceira pessoa. Ex: incorporado numa mulher o demônio pode dizer: “ela é minha”. Ele nunca fala como se fosse a própria pessoa;
  8. A pessoa adquire força excepcional;
  9. Nenhum remédio, mesmo fortes injeções conseguem debelar o mal;
  10. Quando se aproxima um crente, o Diabo reage e reconhece;
  11. Quando o Diabo sai, a pessoa não fica debilitada. Tudo parece normal e ela nem fica sabendo o que aconteceu.

HÁ POSSESSÃO DEMONÍACA HOJE?

Claro que sim. Não existe nenhuma base bíblica para negarmos a sua atuação atual. Ele continua agindo de forma destrutiva na sociedade e o seu fim já está determinado por Deus (Ap 20.10). Mas até lá, ele continuará agindo. Ele está sob o controle de Deus e a sua derrota já foi definitivamente concretizada na cruz e ressurreição de Jesus (Cl 2.15; Hb 2.14). O Diabo está presente e ativo hoje, no mundo e na vida de muitas pessoas.

UM CRISTÃO PODE FICAR ENDEMONINHADO?

Não. O verdadeiro cristão foi selado pelo Espírito Santo, no ato da sua conversão (Ef 1.13, 14). Quem nasceu de e Deus não pode ser possuído pelo Maligno (1 Jo 5.18,19). O Diabo persegue a Igreja e é fonte de tentação para o cristão. Toda a sua ação é externa. Ele anda ao derredor do cristão, tal como um leão atrás da sua presa (1 Pe 5.8). Ele busca uma oportunidade para prejudicá-lo espiritualmente. Ele pode ser resistido e vencido por meio da oração e da leitura bíblica (Tg 4.7).

O QUE O DEMÔNIO FAZ NA VIDA DE UMA PESSOA? Tomando por base o exemplo do Gadareno, verificamos que:

O DEMÔNIO DESTRUIU OS SEUS RELACIONAMENTOS AFETIVOS

O homem residia nos túmulos de um cemitério, isolado socialmente (v.3). Ele perdeu todos os seus laços familiares, a sua casa e os seus amigos. O Diabo é o pai da separação e da imundícia. Ele destrói a dignidade das pessoas. Algumas armas que o Diabo tem usado contra as famílias são: a droga, o materialismo, o homicídio, o abuso sexual de crianças, a violência contra a mulher e a pedofilia.

O DEMÔNIO ASSUMIU O CONTROLE DA SUA VIDA

Ele é totalmente dominado pela força descomunal dos demônios e ninguém poderia controlá-lo (v.4). O demônio o transformou num animal violento e indomável (Ef 2.1-3). A violência que existe em nossa sociedade, não é apenas resultado da impunidade e das desigualdades sociais. Há um fator espiritual: O diabo e seus demônios. O crime organizado, a promiscuidade sexual são exemplos da ação demoníaca em nosso meio.

O DEMÔNIO DESTRUIU A SUA SAÚDE

Ele era atormentado dia e noite pelo demônio (v.5). O demônio tem poder para detonar com a saúde de uma pessoa. Ele acaba com a saúde mental, emocional, e física de quem ele possui, causando trevas, sofrimentos e infelicidade.

O DEMÔNIO DESTRUIU A SUA IDENTIDADE

Quando Jesus pergunta qual o seu nome, os demônios respondem: “Legião é o meu nome, porque somos muitos” (v.9). Uma legião era uma equipe com seis mil soldados. Um exército de demônios controlavam este pobre homem.

JESUS LIBERTA AS PESSOAS DO PODER DOS DEMÔNIOS

Somente Jesus se importa com aqueles que estão subjugados pelo demônio. E onde Jesus chega o Diabo vai embora

Os demônios reconheceram quem era Jesus (v.7; Lc 6.35; 8.282; Hb 7.1) Eles confessaram a autoridade e a soberania de Jesus sobre eles (v.10; Lc 8.31). A presença de Jesus é um tormento para os demônios (v.7). Jesus não titubeou: “Espírito imundo, sai desse homem!”. Eles obedeceram a ordem de Jesus.

Jesus veio para libertar todos os cativos (Is 61.1-3). Ele se manifestou para destruir as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Pelo poder de sua Palavra, os demônios foram expulsos e o homem libertado. Jesus continua libertando hoje. Casos você esteja preso a escravidão demoníaca, saiba que somente Jesus pode libertá-lo.

Jesus permitiu que os demônios saíssem do homem e entrassem numa manada de porcos. Isto traz as seguintes lições: Nos ensina que a libertação de uma alma vale mais que qualquer prejuízo material. Quanto você pagaria para que o seu filho fosse liberto do poder de Satanás e das drogas? Isto foi permitido, como uma evidência de que o milagre havia ocorrido.

Infelizmente, os Gadarenos expulsaram Jesus da sua terra, pois a sua presença era ameaça de prejuízo material (v.7).

O homem agora, era uma nova criatura (2 Co 5.17). Ele não era mais um traste jogado no monturo, mas um príncipe sentado com o Rei. Evidências de sua libertação:

O homem estava assentado tranquilamente aos pés de Jesus;

O homem estava vestido decentemente, provando que o seu pudor ou vergonha havia sido restaurado;

O homem estava em perfeito juízo, prova da sua sanidade mental.

Qualquer pessoa, depois de salva e liberta da escravidão do Diabo, é um missionário de Deus. E o nosso primeiro campo missionário é a nossa família e os nossos amigos. A. W. Tozer declara: “O melhor meio de manter o inimigo fora é manter Cristo dentro. As ovelhas não precisam ser aterrorizadas pelo lobo; basta que fiquem perto do pastor. Não é a ovelha em oração que Satanás teme, mas a presença do Pastor”.

 

CONCLUSÃO

O DIAGNÓSTICO DOS TRANSTORNOS MENTAIS

O diagnóstico da origem dos transtornos mentais é algo que deve ser feito com muita responsabilidade, tanto pelo profissional médico, como pelo pastor.

Há possessão demoníacas hoje. Logo, há enfermidades mentais de origem espiritual.

O diagnóstico da origem do transtorno mental será determinante para a prescrição do remédio eficaz. Doença de origem física não deve ser tratada em sessões de exorcismo. Doença de origem demoníaca jamais será curada com remédio.

Há cura e libertação, em Jesus Cristo, para toda opressão e possessão demoníaca.

A fé e o relacionamento com Deus melhoram a saúde do homem.

 

BIBLIOGRAFIA

Psicoteologia Geral Vol 1 Samuel Costa

Psicologia Pastoral Samuel Costa

Transtornos Mentais E Espiritualidade – Arival Dias Casimiro & Roseli Gedanke Shavitt Z3

Psicopatologia E Semiologia Dos Transtornos Mentais – Paulo Dalgalarrondo ARTMED

Psicopatologia Uma Abordagem Integrada – David H. Barlow V. Mark Durand CENGAGE