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O SUICÍDIO - PORQUE SE MATAM OS HOMENS

O SUICÍDIO

Por que se matam os homens

 

INTRODUÇÃO

“A vida passa efêmera e vazia;

Um adiamento eterno que se espera;

Numa eterna esperança que se adia;”

Aparentemente, os seres humanos são os únicos animais que cometem o suicídio, daí o nosso título “Porque se matam os homens”.

Quando o ser humano se sente pequena peça numa gigantesca engrenagem que o escraviza e da qual não consegue escapar; quando não vê em si mesmo nada mais do que aquilo que procede da natureza bruta, para a qual retornará, então não parece valer a pena a viver.

A prática do suicídio tem sido um mal silencioso e o índice de pessoas que se mantam vem crescendo assustadoramente. Porém, as causas do suicídio não são apenas de origens sociais; elas possuem fortes elementos de natureza espiritual.

A realidade do suicídio

  • A cada ano, cerca de vinte milhões de pessoas em todo mundo tentam de alguma maneira pôr fim à própria existência. Desse número realmente impressionante 98 % sobrevivem e, na sua maioria, lamentam o resto da vida a loucura que praticaram, ao cabo que alguns desses sobreviventes acabam fazendo novas e mais eficientes tentativas de desistirem de viver, até que o conseguem.
  • 1% dos norte-americanos morre por suicídio, perfazendo cerca de 30 mil pessoas a cada ano nos Estados Unidos, tornando o suicídio a oitava principal causa de morte em jovens entre 15 e 24 anos.
  • No que se refere à Suíça, o suicídio representa aproximadamente 30% dos mortos na faixa de 20 a 34 anos de idade. Quase a metade dos que põe fim à própria vida na Suíça o fazem por meio de armas de fogo.
  • Por ser o suicídio uma das mais frequentes causas as de morte nos nossos dias, está agravando o problema da saúde pública.
  • Em se tratando especificamente dos adolescentes, somente os acidentes matam mais do que o suicídio. Estatísticas mostram que mais de 12 mil crianças com idade inferior a 13 anos são hospitalizadas anualmente por atos autodestrutivos.
  • O Brasil vem apresentando elevado índice de suicídio nos últimos anos. A média, que na década de 70 esteve na casa dos 4 mil, chegou ao alarmante 50 mil em 1988, a maior parte desses suicidas estava na faixa dos 12 aos 21 anos, e, como sempre ocorre, mais da metade deles pertencia ao sexo masculino.
  • Estima-se que 1 milhão de pessoas anualmente cometa suicídio em todo o mundo, número que deve ser inferior ao real se levarmos em conta que nem todos os caso são notificados. 20 milhões tentam ou pensam em suicidar-se.
  • Segundo a Organização Mundial de saúde, as mortes por suicídio aumentaram 60% nas últimas cinco décadas.
  • Para cada suicídio, cerca de seis ou dez outras pessoas são diretamente afetadas.
  • Na maioria dos países desenvolvidos, o suicídio é a primeira causa de morte não natural.
  • Desde 2012, as autoridades iniciaram o movimento “Setembro Amarelo”, estimulado pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP), que consiste em iluminar ou sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos a fim de alertar e conscientizar do grande mal do suicídio.

 

O QUE É SUICÍDIO

O termo “suicídio” foi criado por Walter Charleton em 1651. Sua alegação era que “vindicar-se de uma calamidade extrema e, de outro modo, inevitável por meio de suicídio não é um crime”.

Antes, John Donne, em sua polêmica e célebre obra Biathanatos (uma distorção do termo grego que significa “morrer violentamente”) havia proposto “auto-homicídio” como um termo mais brando e neutro, mas a palavra “suicídio”, criada por Charleton, foi a que permaneceu. Em alemão, selbstmord, “auto-assassinato”, é o termo comum, Suizid, “suicídio” é a palavra mais técnica e preferível na perspectiva clínica. No entanto, “suicídio” não tem mais a conotação neutra e antisséptica que Charleton pretendia. Tirar a própria vida é uma violação do sexto mandamento de Deus.

A palavra suicídio vem do latim, sui (a si mesmo) e caedere (matar, cortar), ou seja matar a si mesmo. A Bíblia diz “Não matarás” (Êx 20.13). O verbo matar, é rasah, que tem o sentido básico de assassinar. Se uma pessoa tira sua própria vida, está cometendo um assassinato.

Também é conhecido como “morte autoinfligida”.

Segundo o sociólogo francês Emile Durkheim, suicídio é “toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato, positivo ou negativo, efetuado pela própria vítima, ciente de que a sua ação produziria esse resultado”. Em outras palavras, é a consequência de uma ação em que agente e paciente são a mesma pessoa.

Ele é praticado por meio de uma ação (como tomar um comprimido) ou mediante a recusa em agir (como deixar de se alimentar).

O suicídio cruza todas as fronteiras geográficas, raciais, sexuais, religiosas, culturais e sociais. Nenhum de nós deve subestimar seus efeitos devastadores e sua abrangência.

 

O SUICIDIO NA BÍBLIA

O caso de Abimeleque

Ele era filho de Gideão. Ordenou a seu escudeiro que lhe transpassasse com sua espada para que o povo não dissesse que ele havia sido morto por uma mulher, a qual havia acabado de lançar uma pedra de moinho sobre a cabeça dele e quebrado seu crânio (Jz 9.50-56). O escudeiro obedeceu à ordem de Abimeleque e assim ele morreu.

O caso de Sansão

Este personagem singular nasceu por um milagre, quando Deus curou sua mãe de esterilidade. Quando homem feito, apaixonou-se por uma filisteia, e acabou nos braços de uma prostituta, chamada Dalila (Jz 14.3; 16.11). Traído por ela, foi levado ao cárcere. Numa festa ao deus Dagon, foi apresentado como troféu, e fez o templo desmoronar sobre si e seus inimigos. Nesse caso, parece-nos que Deus considerou seu gesto um ato de guerra, e não propriamente um suicídio. Note-se que ele entrou para a galeria dos heróis da fé, ao lado de Gideão e de Baraque (Hb 11.32).

O caso de Saul

Foi um rei fracassado, que deixou o Senhor, e foi buscar uma médium espírita (1 Sm 28.1-19; 31.1-4). Ferido na batalha contra os filisteus, ele também havia ordenado que seu escudeiro o matasse, mas quando este se recusou a cumprir a ordem, Saul lançou-se sobre a própria espada e tirou sua vida (1 Sm 31.1-6).

O casos de Aitofel

Foi um conselheiro de Absalão, orgulhoso, que se matou por ver que sua palavra fora suplantada por outro (2 Sm 17.23). “O suicídio de Aitofel foi desencadeado por sua humilhação pública e não foi um ato impensado – ele considera suas opções e conclui que a autodestruição é a melhor delas” – Dr. Eugene Merril

O caso de Zinri

Um rei apavorado, que se matou, quando viu-se derrotado pelo exército inimigo (1 Rs 16.18,19).

O caso de Judas

Após trair Jesus, foi dominado por um profundo remorso, e, ao invés de pedir perdão ao Senhor, foi-se enfocar.

Paulo – apóstolo (?): Alguns defensores do suicídio contendem que o desejo intenso de Paulo de estar com o Senhor, conforme registrado em Filipenses 1.21-26, era um desejo suicida latente. Tal interpretação não compreende o ponto principal do que Paulo disse. Contemplar a vida eterna com Deus deve nos levar a um desejo maior de servir ao Senhor nesta vida (2 Co 5.9; Rm 14.7-8). Em Filipenses 1.19-26, Paulo admite que a morte pode parecer muito atraente. Mas os cristãos devem resistir a essa tentação, como ele fez e encontrar maneiras de amar aos outros e glorificar a Deus.

O SUICÍDIO – UMA BREVE HISTÓRIA

Os estóicos: Os estóicos glorificavam o suicídio como a suprema independência do homem.

Entre os judeus ortodoxos: Existia um entendimento extremado do texto de Levítico 22.32: “E não profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifica”. A doutrina da “Santificação do Nome” – “Kiddush Há- shem” exigia que o judeu fizesse todo o possível, até mesmo tirar a própria vida, para glorificar o nome de Deus.

No Brasil: O suicídio do presidente Getúlio Vargas, um dos maiores políticos brasileiros, deixou toda a nação em luto, sem saber como reparar a enorme perda.

No Japão: Os japoneses praticam o haraquiri (rasgando o ventre à faca ou a sabre) a fim de punirem a si próprio por crimes por eles cometidos e salvarem a sua família ou grupo de vergonha. Em época recente, em maio de 2007, o ministro da Agricultura do Japão, ao ser investigado por corrupção, sentiu-se extremamente envergonhado e cometeu suicídio por enforcamento. Em 2014, a taxa média de suicídio no Japão era de 70 pessoas por dia.  Especialistas costuma citar essa antiga tradição de “suicídio em nome da honra” para explicar que razões culturais tornam os japoneses mais propensos à morte autoinfligida.

Os esquimós: Os idosos esquimós, ao se sentirem imprestáveis e um peso para a família, voluntariamente abandonam o iglu e põe fim à vida.

Na arte: Em 37 das peças de Shakespeare, por 54 vezes algum de seus personagens comete suicídio.

No cinema: A estrela Marylin Monroe, pôs fim à vida no auge da fama, deixando perplexos seus incontáveis admiradores. Não é fácil responder às questões que o suicídio de pessoas tão célebres levanta. Quando tudo à nossa volta aponta o poder, a glória e a riqueza como os mais importantes alvos da vida, é difícil explicar a razão por que pessoas poderosas, famosas e ricas desistem de viver.

Na filosofia: O existencialismo, o secularismo e o relativismo tão comuns na cultura pós-moderna insistirão que é direito do homem exercer autonomia sobre o próprio corpo, a liberdade de fazer o que quiser, inclusive suicidar-se.

A OPINIÃO DOS TEÓLOGOS

De um modo geral, todos os teólogos condenam o suicídio.

Crisóstomo, Eusébio, Ambrósio e Jerônimo apoiaram as mulheres cristãs que cometeram suicídio para escapar das mãos sujas de perseguidores que queriam colocá-las em bordéis. Algo parecido ocorreu com meninos judeus e foi registrado no Talmude, Gittin 57b “quatrocentos meninos e meninas foram sequestrados pelo inimigo para ‘propósitos imorais’, porém, para evitar a imoralidade planejada por esses pagãos, as próprias crianças se lançaram ao mar e morreram afogadas”.

Agostinho, por sua vez, apesar de louvar-lhes a fé, condenou o suicídio dessas mulheres, ensinando que a pureza reside no coração e não no corpo físico. Ele dizia que o suicídio é pior do que o homicídio. Seu silogismo era: “Você não deve matar uma pessoa; eu sou uma pessoa; portanto, não devo me matar”.

Tomás de Aquino classificou o suicídio como o pior de todos os pecados e ensinou que a pessoa que se suicida mata o próprio corpo e a alma. Aquino, desenvolveu e ensinou uma acusação tripla aos que tiravam a própria vida. Isso seria:

  • Falta de responsabilidade para consigo.
  • Falta de responsabilidade para com a comunidade.
  • Falta de responsabilidade para com Deus.

Os católicos são contra o gesto de desespero.

Os espíritas não o aceitam.

As igrejas evangélicas tradicionalmente condenam o suicídio, mas não o suicida. Segundo Gilbert Meilaendere: “Não cabe a nós fazer qualquer tipo de julgamento definitivo sobre as pessoas, e é possível condenar o suicídio sem, contudo, condenar o suicida”

TIPOS DE SUICÍDIOS

Egoísta: É o suicídio por si mesmo – É aquele em que o bem-estar do indivíduo ultrapassa o bem-estar da coletividade. O suicídio egoísta, ocorre em virtude do excessivo individualismo, ou egoísmo, presente na maior parte das nações do Norte da Europa, daí a razão por que é tão elevado naquela região o número dos põe fim à própria vida. Quando as pessoas não se sentem presas a um grupo ou comunidade que exige a sua lealdade e participação, acham mais fácil deixar o mundo, de uma vez por todas, através do suicídio. Tal ato pode ocorrer, segundo se entende, quando alguém, sentindo que não vale mais a pena viver, seja por motivo moral, seja por motivo de grave enfermidade sem cura, justifica-se tirar a própria vida. As relações com a sociedade se deterioram, o suicida se isola em uma atitude de autocomiseração a ponto de considerar não ter mais sentido em viver. Tais pessoas comportam-se de maneira egocêntrica e costumam pensar apenas em si mesmas. Não se importam com o sofrimento que vão causar aos outros tirando a própria vida. O egoísmo explica também por que o índice de suicídios é mais elevado entre os solteiros do que entre os casados. Quanto mais filhos os pais tiverem e mais laços sociais possuírem, mais raramente eles se matarão. Nessas circunstâncias de individualização exacerbada, a tristeza e a melancolia afloram os sentimentos suicidas que, desprovidos de fé e esperança, em um ato de desespero levam o homem atentar contra a própria vida.

Altruísta: Chamado também de suicídio sacrificial e “morte em prol dos outros”. Trata-se da tentativa altruísta de alguém salvar a vida alheia em detrimento de sua própria vida. É aquele que se dá por meio do exagero da interação social. O cidadão sente-se no dever de oferecer a sua vida em favor de uma causa própria. O suicídio altruísta tem causa oposta do suicídio egoísta, pois enquanto este decorre do individualismo, aquele se relaciona com excessivos compromissos comunitários. Quando o grupo começa a ser mais importante do que o indivíduo e à vida em si mesma, e esse grupo corre perigo, a pessoa é levada a sacrificar-se em defesa desse grupo. Há situações em que alguém intencionalmente tira a própria vida, mas somente para evitar uma tragédia maior. Por exemplo, um motorista de caminhão percebe no último instante, que há crianças brincando sobre uma ponte e que elas certamente serão mortas se ele não tomara uma ação defensiva. Então, joga de propósito o caminhão na direção de um penhasco a fim de evitar o atropelamento das crianças. Sua morte certamente seria intencional, mas não parece adequado categorizá-la como suicídio. Tal ação, nesse caso, exemplificaria melhor um sacrifício para que as crianças pudessem viver. O apóstolo Paulo chegou a dizer que, mesmo que desse o seu próprio corpo para ser queimado, e não tivesse amor, isso de nada adiantaria (1 Co 13.3). O suicídio é um assassinato de si mesmo. Não vemos base bíblica para isso. É diferente, no entanto, o caso de um bombeiro que entra no fogo, salva uma vida, e morre em consequência do seu ato. Não se trata de suicídio. Não se trata de suicídio deliberado, convencional, pessoal ou egoísta, mas sim de uma ação caracterizada pelo desprendimento da própria vida em favor do outro. Jesus entregou sua vida para nos salvar. Não foi suicídio, foi sacrifício sublime em favor dos pecadores (Jo 10.15). Foi Cristo quem nos ensinou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13).

Anômico: O suicídio anômico recebe esse nome pelo fato de ocorrer principalmente em épocas de insegurança quanto ao futuro. Situação de anomia social, ou seja, ausência de regras e expectativas, decorrente de alguma crise social, tais como na área política e na economia, que desregulam as normas sociais. O termo vem de anomia, que é ausência de leis, de normas ou regras de organização.

Fatalista: Não acredita que as coisas possam melhorar. Ele decreta o fracasso como única possibilidade e decide tirar a própria vida por sentir-se inferior em relação às outras pessoas. Imaginam que seus sofrimentos são insuperáveis.

Dissimulado: Cabe destacar que os atos suicidas não são unicamente os que são manifestos e evidentes, porquanto uma grande parte deles é cometida de forma dissimulada, como uma exposição a grandes riscos, provocação indireta de acidentes automobilísticos, etc.

Convencional: Dá-se o nome de “convencional” ao suicídio provocado pela tradição cultural de uma sociedade ou povo, bem como a coerção do grupo social na qual o indivíduo está inserido. Trata-se de uma conduta consolidada pelo uso e pela prática.

Na cultura dos esquimós a doença e a incapacidade física, bem com a velhice avançada, podem levar ao abandono e mesmo à morte.

Para os kutchin, na região do Alasca, a morte dos inválidos era uma questão de sobrevivência para seus descendentes. Era costume as pessoas de idade mais avançada, ao se sentirem um peso para a sociedade, pedirem para serem mortas ou deixadas para trás para morrer. Um ano após a morte dos velhos e incapacitados, uma cerimônia era celebrada em memória daqueles que se sacrificaram pelo grupo. Esse tipo de comportamento se assemelha à eugenia, em que somente os fortes podem e devem sobreviver.

No Japão, a prática do “hara-kiri” (suicídio ritual) expressava orgulho do suicida em escapar de alguma situação intolerável e era visto como um ato de nobreza e uma forma de heroísmo. Era costume, por exemplo, que o devedor insolvente praticasse o suicídio na véspera do Ano-Novo, como uma maneira de limpar o seu nome e o de sua família.  Tal costume justificou o aparecimento dos “pilotos suicidas” durante a Segunda Guerra Mundial.

Pessoal: Praticado por iniciativa individual sem a influência de tradição cultural. As motivações para esse tipo de suicídio são variadas e muitas vezes não é possível apontar causas aparentes. Nesse caso, o suicídio é considerado uma fuga radical e permanente dos problemas da vida, tais como dificuldades financeiras, desilusões amorosas, sentimento de culpa, depressão, neuroses, desequilíbrios mentais e espirituais, e outros. O único e último desejo do suicida é supostamente aliviar o sofrimento por meio da morte.

 

VOCABULÁRIO SUICIDA:

Palavras frequentemente associadas a ele incluem:

Raiva

Desânimo

Falta de esperança

Desamparo

Falta de valor

Depressão

Medo

Tragédia

Mistério

Vergonha

Vingança

Protesto

Ressentimento

Alívio da dor

Busca por soluções

Um grito por ajuda

Um legado destruído

Perguntas não respondidas

Sonhos não realizados

Erros

Desespero

Amargura

Lágrimas

Arrependimento

 

FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE SUICÍDIO

Sexo masculino.

Idade acima de 65 anos.

Estado de desamparo e solidão.

Estados severamente depressivos.

Tentativas prévias de suicídio.

Histórico familiar de ocorrências de atos suicidas.

Gatilhos emocionais que desencadeiam o suicídio:

A depressão

O alcoolismo.

O uso de drogas.

A raiva.

A vingança.

Uma doença terminal.

Uma enfermidade

A perda de um ente querido, de um amigo próximo, de um emprego.

Revés financeiro.

Humilhação pública ou perda do status social

Esquizofrenia

Distúrbio da personalidade

Em tais casos, o suicídio parece ser o único meio de escape ou encontrar alívio. O suicídio é erroneamente visto como uma solução permanente para o que parece ser um problema ou uma série de problemas pessoais insolúveis. O suicídio sempre cria mais dor do que alivia.

O SUICÍDIO E OS TRANSTORNOS MENTAIS

É claro que o suicídio pode muitas vezes resultar da depressão e de outras enfermidades emocionais. Nesses casos, não é uma decisão racional, e não consideramos que uma pessoa nesse estado seja responsável por seus atos. Não há, porém, razão para negar que o suicídio pode, por vezes, ser levado a cabo por pessoas sem doenças emocionais, pessoas responsáveis por seus atos.

 

MITOS RELACIONADOS AO SUICÍDIO

 

Pessoas que falam sobre cometer suicídio não chegam realmente a fazê-lo.

80% daqueles que cometem suicídio deram algum sinal especialmente na forma de afirmações verbais. Comentários como “não consigo ver outra saída” ou “vocês se arrependerão quando eu não estiver mais aqui”, “dói tanto”, “não posso mais suportar”, “só quero ficar em paz”. Certamente servem de alerta.

 

Pessoas suicidas estão plenamente decididas a morrer ou estão certas de que irão cometer suicídio.

A maior parte daqueles que são suicidas esta indecisa entre morrer ou viver e joga com a morte. São relativamente poucos os que cometem suicídio sem antes dar sinais de como estão se sentindo. A maioria dos suicidas não quer a morte; eles só querem fazer parar o que consideram ser uma dor emocional ou sofrimento psicológico insuportáveis. Algumas pessoas, quando acreditam de fato que querem morrer ou precisam morrer, elas frequentemente isolam-se do mundo ao seu redor. Almas vezes deixam uma carta, outras não.

 

Uma vez suicida, sempre suicida

Muitas pessoas são suicidas apenas por um determinado período. Os sentimentos mudam com as circunstâncias, e com frequência, pensamentos suicidas passam com o tempo, à medida que os eventos causadores do desespero alteram-se ou são resolvidos. Certamente esse não é o caso para todos os suicidas, mas o é para muitos.

Pessoas que fazem uma tentativa de suicídio não irão fazer outras.

A maior parte das pessoas não tentam o suicídio mais do que uma vez; mas 10 % daqueles que fazem uma tentativa acabarão cedo ou tarde conseguindo se suicidar.

 

O suicídio é um ato impulsivo e sem planejamento

A maior parte dos suicídios é cuidadosamente preparada ou pensada semanas antes do ato em si. Certamente não é uma regra absoluta. Cada suicídio tem suas peculiaridades, mas a norma é de que haja considerável premeditação de uma tentativa.

 

Pessoas que estão pensando em suicidar-se não estão dispostas a procurar ajuda.

Mais da metade daqueles que cometem suicídio receberam atendimento médico ou aconselhamento num período de seis meses antes do ato.

 

Melhora significa que o risco de suicídio passou.

Muitos suicídios ocorrem durante os primeiros meses que se seguem ao começo de uma melhora. Por vezes, o indivíduo não tem a energia emocional necessária para realizar o ato durante a crise. Entretanto, uma vez que há alguma melhora, pode tentar cometer o suicídio para “evitar se sentir num ponto tão baixo novamente” ou para “não ter que passar tudo aquilo de novo”

 

Mulheres só tentam o suicídio, mas homens o realizam.

Tanto homens quanto mulheres ameaçam, tentam e completam o ato de suicídio.  Esse não é um problema de um dos sexos e não existe um “gene suicida”. É uma crise igualitária para todos os indivíduos.

Se você for direto e perguntar a uma pessoa: “Você é suicida?” irá desencadear nela uma tentativa de suicídio

Perguntar diretamente a uma pessoa sobre suas intenções ou tendências suicidas frequentemente alivia a ansiedade do indivíduo sobre os seus sentimentos e pode, portanto ser uma forma de deter o comportamento suicida. A comunicação não atrapalha, e sim, ajuda.

Apenas certos tipos de pessoas cometem o suicídio. Outros são completamente imunes.

Sob circunstâncias muitíssimo extenuantes, trágicas ou uma combinação de ambas, “qualquer pessoa é suscetível ao suicídio”. É verdade que existem fatores e perfis de risco para indivíduos que são mais propensos ao suicídio. Entretanto, não sabemos com certeza como iremos reagir às muitas provocações, traumas e tentações da vida. Para alguns, o suicídio pode ser pouco provável, mas nunca é impossível.

 

SINAIS DE ALERTA

Dificilmente um ato suicida é totalmente inesperado, não obstante a possibilidade de que pegue a todos de surpresa.

Na imensa maioria das vezes, o suicídio é precedido de uma série de sinais antecipatórios que, de forma camuflada, são indicadores de um projeto suicida da pessoa, quase sempre mergulhado em alguma espécie de depressão mais severa.

A existência de suicídios na família do paciente com risco deve ser considerada como sendo um fator agravante para o suicídio potencial, seja pelo fator hereditário, seja por uma identificação com a pessoa morta, que morreu por suicídio.

Alguns sinais de alerta:

Depressão mental.

Mudanças na personalidade ou comportamento.

Fazer preparativos como se estivesse aprontando-se para uma saída final.

Ameaças de suicídio ou outras declarações que indiquem o desejo ou intenção de morrer.

Uma tentativa de suicídio.

Conversas sobre o desejo de morrer ou cometer suicídio.

Um plano de suicídio bem elaborado.

Distanciamento de amigos e família.

Mudanças nos hábitos de sono e/ ou apetite.

Uma súbita e extrema negligência com a aparência.

Queda no desempenho profissional, escolar ou outros problemas de natureza semelhante.

Mudanças súbitas na personalidade e/ou comportamento.

Comportamento agressivo e impulsivo, com explosões violentas.

Depressão prolongada decorrente da morte de um amigo ou parente.

Uso de álcool ou drogas.

Falar sobre como se sente sem valor e em circunstâncias sem esperança.

Destruir bens pessoais de valor.

Repentina preparação de um testamento ou revisão de apólices de seguro ou documento de imóveis.

Preocupação ou interesse anormal com assuntos relacionados à morte, demonstrada através da comunicação oral e escrita ou obsessão com músicas, livros ou filmes com temas suicidas.

 

O Suicídio é um problema de enorme importância não só pela perda de uma vida e repercussão deletéria na família, como também por ser um sério problema de saúde pública, em função da alta frequência com que ocorre.

Também deve ser considerado o fato de que uma significativa porção de intentos suicidas não é uma busca convicta de acabar com a vida, mas para dar um sinal de alarme tal como grito de socorro, ou para castigar, culpar ou sensibilizar alguém e coisas do gênero.

SUICÍDIO E ÉTICA CRISTÃ

A ideia de fugir ao sofrimento cruel não é de hoje, nem de ontem. Desde tempos remotos, a mente humana tem sido induzida a buscar o suicídio como uma “porta de saída” para a dor sem solução. Quando patriarca Jó perdeu tudo em questão de horas, e depois a própria saúde, sua esposa sugeriu-lhe que morresse, ou tirasse a própria vida. Diz o texto: “Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios (Jó 2.7-10). O servo de Deus, homem íntegro, reto, e que se desviava do mal (Jó 1.1) demonstrou toda a sua força espiritual e moral contra um gesto tresloucado, sugerido por sua própria esposa, repudiando a ideia maligna do suicídio, de forma categórica e incisiva. O Diabo foi vencido em sua tentativa de levar o homem de Deus a pecar, blasfemando ou dando cabo de sua vida.

  1. O suicídio é moralmente errado, pois tal ideia leva o homem a querer tomar o lugar de Deus, que é o único ser que tem o direito de dar a vida e tirá-la.

 

  1. O suicídio implica banalizar a vida e afrontar a soberania divina, constituindo-se em último ato da falta de fé e de esperança na vida de alguém.

 

  1. O princípio orientador nas Escrituras, apresentado em Êxodo 20.13, condena claramente a eliminação da própria vida ou da vida de outra pessoa. Isso inclui todas as formas de infanticídio, suicídio em seu sentido comum e todas as formas ativas de eutanásia. As únicas exceções nas Escrituras são as mortes motivadas por autodefesa, pena de morte e guerra justa.

 

  1. É um assassinato de um ser, feito à imagem de Deus (Gn 1.17; Êx 20.13; Jo 10.10). Deus é o autor da vida e do ser humano. Em nenhuma parte de sua Revelação, deu Ele ao ser criado o direito de tirar a própria vida.

 

  1. O argumento do chamado direito de morrer é totalmente contrário à doutrina da providência divina e à doutrina da soberania de Deus sobre todas as coisas nesta vida e sobre o mundo, o que inclui a nossa vida. Embora não tenhamos até agora um diagnóstico clínico e uma definição do momento em que a morte ocorre, teologicamente parece que a morte acontece quando o espírito deixa corpo (Ec 12.7; Tg 2.26). É claro que esse não é o tipo de indício que o profissional médico pode utilizar. Por isso, seria aconselhável dizer que um paciente deverá receber cuidados enquanto a atividade cerebral e os sinais vitais essenciais estiverem presentes.

 

  1. O pregador em Eclesiastes ensina que “há tempo para tudo, e há uma ocasião para toda atividade debaixo de céu: tempo de nascer e tempo de morrer” (Ec 3.1,2). Tudo, conforme o pregador, é um presente de Deus, e ele fez “tudo belo a seu tempo” (Ec 3.1). É no Senhor que devemos procurar quais são os limites da vida e da morte, pois ele continua responsável tanto pelo início quanto pelo fim da vida e também por tudo o que ocorre entre esses dois momentos.

 

 

  1. A Palavra de Deus manda que amemos a nós mesmos (Mt 22.39; Ef 5.29). Matar a si mesmo é um gesto que denota fraqueza espiritual diante da dor e do sofrimento. É acima de tudo falta de amor, que é o segundo mandamento em grandeza diante de Cristo e de Deus. Não amando a si mesmo, o homem pode tornar-se seu próprio destruidor. É um descaso com a dádiva da vida e desamor para com o outro.

 

  1. O suicídio é um ato egoísta de quem pensa em aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros, constituindo-se em individualismo extremado.

 

  1. Suicidar-se denota inversão de valores da vida. É falta de confiança no Deus Todo-Poderoso, que pode nos ajudar (Rm 8.38-39), constituindo-se em conduta que relativiza as verdades bíblicas; O Salmista Davi diz, no Salmo 23: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. Quem tem a presença de Deus, mesmo no paroxismo da dor, consegue forças para vencer a própria morte.

 

  1. O suicídio é um gesto de ingratidão que interrompe o ciclo e a missão da vida outorgada por Deus, constituindo-se em um ato de desagravo ao favor divino.

 

  1. A Bíblia manda lançar todas as ansiedades sobre o Senhor e não na morte (1 Pe 5.7; 1 Jo 1.7). A Palavra de Deus nos incentiva a exercitar a fé, colocando sobre Deus os nossos cuidados, ansiedades e sofrimentos. Diz a Palavra: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is 53.4) Isso nos dá o conforto e a segurança de que, pela fé, nossas dores foram lançadas sobre Ele, e que, hoje, em meio ao sofrimento, podemos rogar ao Senhor que essa vitória nos seja assegurada principalmente nos momentos de dor.

A ÉTICA DA PREVENÇÃO

 A ética da prevenção tem por objetivo ser uma referência para a prática de conduta pessoal e profissional de todos os colaboradores que visam impedir o suicídio e auxiliar pessoas com tendências suicidas. Em 2006 a Organização Mundial de Saúde, alarmada com os índices de suicídio no mundo, lançou um Manual de “Prevenção do Suicídio”. O Manual afirma que “os comportamentos suicidas são mais comuns em certas circunstâncias devido a fatores culturais, genéticos, psicossociais e ambientais”, e ainda apresenta dicas que podem reduzir o risco de suicídio, tais como:

O apoio da família e de amigos.

 Crenças religiosas, culturais e étnicas.

Envolvimento na comunidade.

Vida social satisfatória.

E o cuidado com a saúde mental, dentre outros.

DIGA NÃO AO SUICÍDIO

Com a ajuda adequada, a maior parte dos suicidas recupera-se das circunstâncias difíceis.

O cuidado e o apoio de amigos e familiares é crucial para esta recuperação. O segredo é evitar julgar e ouvir. Se for apropriado, converse com profissionais da saúde, pastores e outros que estejam envolvidos no processo de ajudar a pessoa que tentou suicídio e aprender de que forma você pode auxiliar mais efetivamente.

Você também pode perguntar diretamente para seu amigo ou familiar: “O que eu posso fazer para ajudar?”

Outra opção é ligar para um serviço telefônico de atendimento a suicidas, explicar a situação e pedir sugestões sobre o que você pode fazer. O CVV é um Centro de Valorização da Vida e oferece suporto para auxiliar a quem está sofrendo com pensamentos suicidas.

Reafirme seu amor e preocupação para com as pessoas que tentaram suicídio. Relembre-as de seu valor como seres humanos e do amor de Deus por elas. Ore por elas e ore para que você tenha sabedoria para ajudá-las em sua hora de necessidade.

A maior parte das pessoas que tentam suicídio não devem ser vistas como doentes mentais ou loucas. Algumas vezes os desafios da vida são muito grandes e o peso de um fardo, que cada vez aumenta mais faz com que as pessoas busquem soluções. Os fardos de outros podem muitas vezes ser aliviados com uma ajuda amiga – a sua!

CONCLUSÃO

Ética Cristã – Elinaldo Renovato de lima CPAD

Psicanálise Em Perguntas E Respostas – David Zimerman ARTMED

201 Respostas – Abraão De Almeida CPAD

Valores Cristãos – Douglas Batista CPAD

O Cristão E As Questões Éticas Da Atualidade – Walter C. Kaiser Jr. VIDA NOVA

Coleção Bioética – perguntas básicas sobre suicídio e eutanásia, é certo praticá-los? EDITORA CULTURA CRISTÃ

 

Wilson De Jesus Alves

Bacharel Em Teologia

Psicanalista Em Formação