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OS MOTIVOS SECRETOS DA VIDA

OS MOTIVOS SECRETOS DA VIDA (Mt 6.1-18)
INTRODUÇÃO:
1. Avisos Contra a Hipocrisia: Jesus não condena as esmolas (2-4), nem a oração (5-8), nem o jejum (16-18). Não devem estes, porém, ser aproveitados para demonstrações públicas, pois a humildade, e não o orgulho, é a base da comunhão com Deus. Jesus venceu a grande batalha contra Satanás com jejum (Mt 4.2) e recomendou-o aos Seus discípulos durante Sua ausência (9.15) reconhecendo-o como útil para se enfrentar ao diabo (17.21)

I. SINTESE:
Cristo, depois de prevenir Seus discípulos das doutrinas e opiniões erradas dos escribas e fariseus, no precedente capítulo, passa a acautelá-los contra as suas obras corruptas.

II. ANÁLISE

1. Esmolas (6.1-4)
(1) Aqui a coisa principal é o motivo, que pode ser egoísta, mas deve ser espiritual.
(2) “Guardai-vos de exercer a vossa justiça... doutra sorte não tereis galardão” (v.1): O primeiro versículo serve como assunto de todo o capítulo: grande é o engano dos que esperam galardão, nos céus, dos seus grandes esforços para ser vistos pelos homens.
(3) “Quando... deres... para serem glorificados pelos homens” (v.2): Uma das mais persistentes tentações dos crentes é a de buscarem honra dos homens por meio de boas obras. “Quando as nossas obras são feitas para ser vistas por Deus, são estimadas por todos: quando feitas para se vistas pelos homens, tanto os homens como Deus aborrecem-nas”. – Orlando Boyer
(4) “Eles já receberam a recompensa” (v.2): Queriam o aplauso dos homens e receberam-no. Não resta nada mais esperar.
(5) “Tu porém, ao dares a esmola, ignore a tua esquerda o que faz a tua direita” (v.3): Devemos conservar-nos tão longe de “tocar a trombeta” , que nem pensemos depois no que fizemos para não ficarmos vencidos pelo orgulho.cf

2. Oração (6.5-15)
(1) Que pode ser motivada pela ostentação (5,6).
(2) “Quando orardes, não sereis como os hipócritas” (v.5): Como podemos saber quando a nossa religião é realmente hipocrisia? A resposta é: Quando é para ser vista pelos homens. É apenas hipocrisia quando as igrejas têm bons coros, exigem pregação de elevado estilo, fazem orações eloquentes, mas sem o Espírito. É hipocrisia quando a adoração sai da boca para fora. A hipocrisia é tão acentuada nas igrejas

O Destino dos Hipócritas: (Mt24.51).
(3) “Entra no teu quarto” (v.6): É evidente que Cristo não condena a oração nos cultos públicos (Jo 11.41,42; 17.1; At 1.14). Mas, mesmo a oração pública deve ser com “a porta fechada”. Isto é, com o mundo excluído do coração e em contato com o trono de Deus em espírito. Na maior multidão o crente pode achar seu “quarto de oração”. É difícil evitar a hipocrisia, mesmo no tempo de tristeza e angústia, mas em secreto é mais fácil orar sem fingimento. Aquele que não tinha onde reclinar a cabeça, também não tinha porta para fechar. Concluímos, portanto que isso quer dizer separado do mundo e em contato com Deus. Dá a entender, também que devemos marcar um lugar definido para orar.
• O quarto de oração de Jesus era o mato (Mc 1.35; Lc 6.12)
• De Isaque era o campo (Gn 24.63)
• De Davi , o quarto de dormir (Sl 4.4)
• De Pedro, o eirado (At 10.9)
• De Ezequias, o rosto virado para a parede (2 Rs 20.2)
O deserto é a pátria dos fortes.
(4) “Teu Pai que vê em secreto” (v.6): O lugar secreto de amizade íntima (Sl 25.14; 27.5; 31.20; 91.1)
(5) As vãs repetições (7,8) – Batologia: (Do grego battos, gago + logos, palavras): Repetição de palavras inúteis durante uma prece. Esta era a maneira pagã de “forçar” os deuses a conceder favores que estava em voga com os adoradores de Baal (1 Rs 18.26-28). O verbo battologeior encontra-se no Novo Testamento grego em Mateus 6.7. Nesta passagem, o Senhor Jesus censura os fariseus que, por seu muito falar, pensavam que Deus os estava ouvindo. Quanto à eficácia da oração, devemos levar em conta esta exortação de Agostinho: “Sejam poucas as vossas palavras, mas profundos os vossos pensamentos”. Um outro pensamento também expressa esta mesma ideia: “Das palavras a mais simples. Da mais simples a mais curta”.
1) Nem todas as repetições são dispensáveis (Mt 26.44; Sl 136).
2) Porém, não devemos errar, pensando que podemos multiplicar as orações, como em algumas rezas, até merecer a resposta como pagamento de nossos esforços de suplicar.
3) Muitas rezas, não têm mais valor do que as rodas usadas na Índia, sobre as quais estão escritas as orações e depois giradas a fio para apresentá-las sem cessar a Deus!

(6) A Oração Modelo:

1) Importância: Sem dúvida, a passagem da Bíblia, mais recitada, é a “Oração Dominical, ou seja, “A Oração do Senhor”. Cristo achou a oração indispensável, tanto para si mesmo como para os discípulos.
2) Síntese: A Oração Modelo, que podemos chamar “Oração dos Discípulos” (porque Jesus lhes ensinou. A transcendente oração de Jesus, na sombra da cruz, é em todos os sentidos “A Oração do Senhor” [João 17]) é uma oração perfeita, visto que contém.
• Adoração.
• Confissão.
• Petição.
• Intercessão.
• Ações de Graças.
3) Análise:
1- “Portanto vós orareis assim” (v.9): Embora seja possível orar em espírito, recitando o “Pai Nosso”, palavra por palavra, contudo concluímos que Cristo não queria que os discípulos o repetissem desta maneira. Esta oração deve servir como “Modelo”, e não como “reza”. Se Cristo queria que declamássemos o “Pai Nosso”, usando as mesmas palavras, por que se encontra a mesma oração com outras palavras? (Lc 11.2-4). Porque esta oração não aparece mais em nenhum outro livro do Novo Testamento? Porque não há exemplos de nenhum dos apóstolos orando o “Pai Nosso”.
2- “Pai Nosso” (v.9): Na primeira palavra, “Pai”, encontra-se um dos mais preciosos segredos da verdadeira oração. Não se deve orar sem ter a certeza de falar a Deus. Por certo, não se deve usar o nome do “Pai” e ao mesmo tempo dirigir a oração ao auditório, como é costume de alguns pregadores. Deus é muito chegado (Pai Nosso), apesar de estar muito longe (que estás nos céus).
3- “Nos céus”: É o endereço do Pai Celeste (1 Rs 8.27, 39; Dt 26.15; Jo 17.1). Se queremos a certeza de Ele receber os pedidos de nossas orações, devemos cuidar de não errarmos o endereço. Isso não quer dizer que Ele esteja somente nos céus (1 Rs 8.27)
4- “Nome” (v.9): O pensamento hebraico não distinguia claramente entre o nome e a pessoa.
5- Santificar o nome de Deus, implica em viver de uma maneira tal que Sua santidade se manifeste em Seus filhos. Alguns comentadores consideram essas palavras mais de adoração do que de petição; acham que o “Pai Nosso” é, também, um exemplo de entrar “pelas portas dele com louvor” (Sl 100.4; 95.2; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Tm 2.1). Quantas vezes o nome de Deus é blasfemado por causa do mal testemunho de alguns crentes (1 Pe 2.12; Rm 2.24; Is 52.4,5; 2 Sm 12.14)
6- “Venha o teu reino” (v.10): O Reino de Deus tem dois aspectos. No sentido presente, se manifesta onde quer que Ele seja adorado e seguido, nos corações onde Deus reina. O Reino virá de modo completo ao mundo quando Deus vencer o último inimigo, por ocasião da volta de Cristo ( 2Ts 2.8; 1 Co 15.23-28). Só Deus pode estabelecer Seu próprio Reino. “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor” (Ap 11.15)
7- “Faça-se a tua vontade” (v.10): Devemos orar “Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres” (Mt 26.39).
1) Definição.
2) Tipos de Vontade de Deus.
3) Mais Ensinos:
1- A Vontade de Deus é feita nos céus, não em espírito de obrigação, mas em obediência filial e de amor.
2- O nosso anseio deve ser o de ver todos os habitantes da terra servindo ao Senhor em espírito de plena submissão e ardente louvor.
8- “O pão de cada dia” (v.11).
• Sim, Deus empenha-se por nosso pão cotidiano.
• Podemos pedir aquilo que Deus já prometeu, e, também, que já temos.
• Podemos pedir aquilo por que estamos trabalhando para adquirir.
9- “De cada dia” (v.11) Ver Lc 11.3.
10- “E perdoa-nos as nossas dívidas” (12): Como o pão é a primeira necessidade do corpo, assim o perdão é da alma.
11- “Deixe cair” (6;13): Gr. Peirasmos, “tentação” ou “teste”. A tentação, que do ponto de vista do diabo deve derrotar-nos, do ponto de vista de Deus, deve fortalecer-nos (Lc 22.32). Aqueles que gostam do pecado, procuram os lugares de tentação, mas aqueles que têm o espírito que Cristo ensina na Oração Dominical, sentem o horror do pecado e evitam esses lugares. Jesus deixa bem claro que a vitória somente se consegue vigiando e orando (Mt 26.41; 1 Co 10.13)
12- “Mal”. (13): O original pode ser igualmente bem traduzido por “maligno” isto é, o diabo. Mal também significa: dor, tristeza, inimizade, inveja, discórdia, lascívia.
13- “Se não perdoardes” (15): A exigência do perdão se baseia na natureza da oração na igreja. Em Mt 18.15-20, a “onipotência da oração em nome de Cristo” requer pleno perdão entre todos os membros.
14- Com que espírito devemos orar o “Pai Nosso”?
• Um espírito filial: “Pai”
• Um espírito católico (universal): “Nosso”
• Um espírito de reverência: “Santificado seja o teu nome”
• Um espírito missionário: “Venha o teu reino”
• Um espírito de obediência; “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
• Um espírito de dependência: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.
• Um espírito de perdão; “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores”
• Um espírito de precaução; “Não nos deixe cair em tentação”.
• Um espírito de adoração: “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”.

O jejum não está atualmente na moda em algumas igrejas, apesar de Cristo e os apóstolos nos deixarem o exemplo.

3. Jejum (6.16-18): Sobre o jejum podemos consultar Isaías 58.3-7.
(1) “Hipócrita” (6.16): Gr. Hupokrites, significava originalmente “ator”, aquele que finge ser alguém. Jesus frisa o fingimento religioso, a busca do louvor dos homens por causa da religiosidade externa. O jejum não é condenado se tiver como alvo o aproximar-se de Deus e a negação de si mesmo.

(2) O que é Jejum.
• Diz o dr. Goodman: “Jejuar é negar-se a si mesmo para a glória de Deus ou para a disciplina do próprio coração. Não é uma observância religiosa ou uma demonstração de piedade”.