O ESTADO INTERMEDIÁRIO
“Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Co 15.26).
Definição. É o período que vai da morte à ressurreição do indivíduo. As almas dos justos, na atual dispensação, são recolhidas aos céus; e, as dos ímpios, lançadas no inferno. Embora ocorrida ainda na dispensação passada, a história de Lázaro dá-nos um panorama bastante claro do Estado Intermediário (Lc 16.19-31). Tal período não pode ser confundido com o Purgatório criado pela Igreja Romana. Seus objetivos não é purificação; mas custodiar os espíritos humanos até a ressurreição de seus respectivos corpos.
Exposição:
A morte.
O que é morte. No sentido bíblico, não quer dizer extinção. E sim, separação.
Termos no original:
THANATOS gr.: Morte.
TELEUTÃO gr.: “Chegar ao fim”.
Fatos gerais sobre a morte:
Pela primeira vez encontramos em Gênesis 2.7, a origem de uma palavra que vai percorrer toda a história humana até o Juízo Final: A Morte!
Só passaremos por esta vida uma vez. Após a morte segue-se o juízo (2 Sm 12.23; Ec 12.7; Hb 9.27).
Descrição da morte:
Em algumas passagens refere-se apenas a um estado.
Em outras, porém, ela aparece como sendo “um ser personificado” (Jó 28.22; 1 Co 15.26; Ap 6.8; 20.14). Na passagem de Apocalipse 6.8, a Morte e o Inferno são vistos personificados como os guardiães respectivamente dos corpos e das almas dos homens sem Deus, entre a morte e a ressurreição (Ap 20.13).
Tipos de morte:
Morte física. É a separação entre o espírito e o corpo. “Cessação do processo vital em um organismo vivo”.
Morte moral: Este gênero de morte está restritamente ligado ao mundo moral. “Eis que morto és por causa da mulher que tomaste; porque ela está casada com marido” (Gn 20.3); “Mas a que vive em deleites, vivendo está morta” (1 Tm 5.5,6); “tens nome de que vives; e está morto” (Ap 3.1)
Morte espiritual. É o viver separado de Deus devido ao pecado (Gn 2.17; Ef 2.1,5a; Jo 5.24b; 1 Tm 5.6). Ora, este estado de morte apesar de ser detestável, não é todavia, “um estado definitivo”. Há ainda esperança mediante o arrependimento para salvação (1 Jo 3.14).
Morte eterna. É o viver separado de Deus eternamente. É também chamada “Segunda Morta” (2 Ts 1.8,9; Ap 20.10, 14; 21.8).
A alma é imortal.
Ela não cessa de existir com a morte do corpo (Gn 25.8,9; Lc 16.22,31).
Para Deus, todos os que já morreram continuam vivos, isto é, sua alma e espírito (Lc 20.38).
A morte não é aniquilação, nem extinção da alma. “Eterna destruição” do ímpio em 2 Ts 1.9, não quer dizer extinção, mas ruína, desgraça.
O estado consciente após a morte:
A alma não dorme com o corpo na sepultura (Lc 16.22-25; At 7.59,60; 2 Co 5.8; Fp 1.21,23; Ap 6.9,10; 14.13).
O “dormir” sempre refere-se à morte do corpo, como em Dn 12.2; Mt 27.52; Jo 5.28.
As Escrituras referem-se à morte, mediante a palavra “dormir”, porque, ao falecer, a pessoa perde a consciência para com este mundo, acordando no outro, que pode ser de paz e gozo, ou sofrimento. É apenas o corpo que “adormece”. Estêvão adormeceu, mas seu espírito foi recebido na glória, por Jesus (At 7.59,60).
Ressurreição.
Definição:
Termos no Original:
ANHISTEMI gr.: Literalmente significa “levantar-se”; “erguer-se” e se apresenta mais como vitória da vida sobre a morte.
EGEIRÓ gr.: Apresenta as ressurreições de Jesus e dos mortos, principalmente como ato do poder de Deus.
O ensino geral das Escrituras:
A ressurreição é do corpo individual, senão o termo na Bíblia seria um absurdo, visto que o espírito não morre.
No Antigo Testamento já encontramos a crença na ressurreição expressa em Deuteronômio 31.1,39a; no cântico de Ana (1 Sm 2.1,5,6)
Haverá duas ressurreições: a dos justos e a dos ímpios, havendo um intervalo de mil anos entre elas (Jo 5.28,29; Ap 20.3).
Para os santos: Esta união dar-se-á por ocasião do arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13,17).
Para os ímpios: esta união dar-se-á por ocasião da ressurreição final diante do Trono Branco (Dn 12.2; Ap 20.5,12).
Tipos de ressurreições na Bíblia:
Ressurreição de mortos – restauração provisória da vida.
O filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.21,22);
O filho da Sunamita (2 Rs 4.34,35).
O homem que tocou os ossos do profeta Eliseu (2 Rs 13.43,44).
O filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17).
A filha de Jairo (Lc 8.54,55).
Lázaro de Betânia (Jo 11.43,44).
A jovem Tabita (At 9.40,41).
Êutico (At 20.9-12).
Ressurreição dentre os mortos – a ressurreição que inclui apenas os crentes salvos (Lc 20.35; Fp 3.11). Esta ressurreição compreende a seguinte ordem:
Cristo, as primícias (1 Co 15.20,23).
Os que ressuscitaram, por ocasião da ressurreição de Jesus (Mt 27.52,53). Eles são as “primícias” Jesus não ressuscitou sozinho (Lv 23.10; 1 Sm 25.29 – primícias é um feixe)
Os que são de Cristo, na sua vinda (1 Co 15.23,24).
As duas Testemunhas escatológicas (Ap 11.11,12).
Os Mártires da Grande Tribulação (Ap 20. 4) – Podemos denominar as duas últimas como: “Ressurreição em regime especial).
A ressurreição dos mortos – a segunda ressurreição – que é para a condenação dos ímpios. Ela é geral e abrangente (Dn 12.2; JO 5.28,29; Ap 20.5). Dar-se-á por ocasião do Juízo Final.
As duas ressurreições:
Primeira ressurreição.
Os crentes ressuscitarão com corpo glorioso em vários sentidos (1 Co 15.43).
A primeira ressurreição tem diferentes grupos de ressuscitados como indica o termo “ordem” em 1 Coríntios 15.23 no original.
Segunda ressurreição.
Os ímpios ressuscitarão com corpo por certo ignominioso, próprio para sofrer (Sl 22.29; Mt 10.28b).
Destino eterno do homem ímpio. O inferno. O inferno não foi preparado para o homem, mas para o Diabo e seus anjos. Mas, se o homem insiste em servir ao Diabo, irá um dia viver com ele (Mt 25.41).
Termos Descritivos:
O HADES:
Definição: A palavra “hades” se deriva de “idein” que significa “ver”, com o prefixo do negativo “a”, e assim, significa o “invisível”, leva o sentido de o “além”, ou o “reino dos mortos”.
O Uso grego: Nos escritos de Homero (poeta cego da mitologia grega), Hades, ocorre como nome do deus do outro mundo.
O Uso Bíblico: Hades é o correspondente de Sheol, o mundo subterrâneo que recebe os mortos.
A localização do Hades: No conceito bíblico, Hades jaz “dentro da terra”, de tal forma que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; 1 Pe 3.19). Expressão no Original KARDIA TES GES sig. “o coração da terra”.
Descrição do Hades:
É uma terra de trevas, onde não há lembrança de Deus (Jó 10.21,22; 26.5; Sl 6.5; 30.9; Pv 1.12; 27.20; Is 5.14).
O lugar sombrio da habitação dos mortos (sem Cristo) entre a morte e a ressurreição.
O lugar escondido (Mt 11.23; 16.18; Lc 16.23; At 2.27,31; Ap 1.18; 6.8).
Divisão do Hades:
Antes da ascensão de Cristo, as Escrituras dão a entender que Hades consistia de duas partes, o lugar dos salvos e o dos perdidos. A primeira parte chamada de “Paraíso” e o “Seio de Abraão”, ambas expressões vem do Talmude dos judeus, mas foram empregadas por Cristo e Paulo (Lc 16.22; 23.43; 2 Co 12.1-4).
Os perdidos eram separados dos salvos por “um grande abismo” intransponível (Lc 16.26). Lá eles estão plenamente consciente.
O Hades em relação aos não-crentes, não sofreu nenhum alteração quanto ao seu lugar ou estado (Ap 20.13,15).
O INFERNO
“O inferno é uma necessidade moral em uma estrutura moral universal. Sem ele os ímpios não se corrigiam; e os justos não se arrependiam”
É a tradução do termo hebraico Sheol, no Antigo Testamento.
Descrição do inferno:
O lugar onde os mortos permanecerão até a ressurreição final.
Um lugar escuro, dominado pelas trevas profundas.
Será um tatear em trevas palpáveis, sem uma centelha de esperança, em eterna separação de Deus.
Ali haverá pranto e ranger de dentes.
Como uma cidade, tem portões e ferrolhos (Mt 16.18; Ap 1.18).
Expressões bíblicas alusivas ao inferno:
Fogo eterno (Mt 25.41)
Trevas exteriores (Mt 8.12).
Tormento eterno (Ap 14.10,11).
Castigo eterno (Mt 25.46).
Ira de Deus (Rm 2.5).
Segunda morte (Ap 21.8).
Eterna destruição, banido da face do Senhor (2 Ts 1.9).
Pecado eterno (Mc 3.29).
O SHEOL
Antes da ressurreição de Cristo, todos os justos, após a morte, desciam ao “Paraíso”, que naquele tempo constituía um “compartimento” do Sheol. Entende-se que Efésios 4.8-10, indica a ocasião da mudança.
Algumas versões equiparam “Sheol” (mundo invisível) com “Queber” (sepultura), mas devemos ter em mente que, não é a mesma coisa; Sheol vem sempre citado no singular; ao passo que Queber vem sempre no plural.
Por isso muitas vezes vem a ser o equivalente apenas de túmulo (ou sepultura), onde toda atividade cessa; o termo para onde toda a vida humana caminha (Gn 42.38; Jó 14.13; Sl 88.3). Para o homem natural que, necessariamente, julga pela aparência, Sheol não parece ser mais que o túmulo – o fim e cessação total, não somente das atividades da vida, mas da própria existência (cf. Ec 9.5,10).
As Escrituras, porém, vão mais além e revelam ser Sheol não apenas um lugar, mas sobretudo, um lugar de pena (2 Sm 22.6; Sl 18.5; 116.3), onde os ímpios são lançados (Sl 9.17) e onde estão conscientes (Is 14.9-7; Ez 32.21)
O QUEBER – Sempre significa a sepultura:
A palavra Queber, no hebraico, significa “sepultura”, “cova” e “túmulo”
Não há um único exemplo de que uma alma descesse ao “Queber” ou de que um cadáver fosse ao “Sheol”.
O “Queber” é o lugar do sepultamento do corpo sem vida; o Sheol é (agora para os maus) o receptáculo do espírito que tem deixado o corpo.
As Escrituras deixam-nos entrever entre linhas o seguinte: Há um Queber (sepultura) para cada indivíduo (2 Sm 3.32; 2 Cr 16.14). O Sheol é sempre o lugar onde há muita gente. O homem coloca corpo no “Queber” (2 Sm 21.14), mas somente Deus envia o homem ao Sheol (Lc 16.22,23).
O homem escava o Queber, mas jamais escava o Sheol.
O homem apalpa o Quebra, mas jamais apalpa o Sheol (Gn 50.5).
Só há uma referência do Sheol, recebendo corpos – por ocasião da rebelião de Coré e seus aliados.
O ABISMO
Existe no mundo invisível a “região abissal”. “ABYSSOS” é um adjetivo, com o significado de “sem fundo”, “insondável”.
No grego da Septuaginta (LXX), a palavra representava as “profundezas primevas”, “oceanos primevos”, ou “reino dos mortos” ou ainda “mundo inferior” (Gn 1.2; Sl 42.7; Sl 71.20).
Há uma alusão a um poço do abismo em Apocalipse 9.2. Alguns traduzem a expressão como “fenda do abismo”. O texto se refere ao “mais interior da cova” (cf. Ez 32.23).
Entre os gregos o “Abismo” ou “Abyssus gr.” Ou poço do Abismo, ou Tártaro é a “escuridão” onde está localizada a prisão dos espíritos maus (Jd v.6).
Ezequiel diz que sete nações desceram ali e que “... seus sepulcros foram postos no mais interior da cova” (Ez 32.18,21 e ss).
Nas epístolas de Pedro e Judas, encontramos anjos ali aprisionados (2 Pe 2.4; Jd v.6). No conceito teológico, bíblico, esse é o lugar chamado de “região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma existência consciente, porém triste e inativa”
PLYLAKE gr.: “Prisão tenebrosa” (1 Pe 3.19).
ABADOM:
Abadom (hebraico) e Apoliom (grego) – em ambas as línguas quer dizer “destruidor”, “destruição” ou “ruína”, conforme se vê em Jó 31.12. Algumas vezes é usado como equivalente de “morte”.
A palavra também é usada para o lugar da destruição, sinônimo de Sheol ou mundo invisível dos mortos em (Jó 26.6; 28.22; Pv 15.11 e 27.20), e é usada para o próprio mundo dos mortos em Jó 31.12; Sl 88.11.
Nesta seção que temos no Apocalipse. Abadom e Apoliom, é o mesmo nome do “anjo do Abismo”, isto é, o próprio Satanás;
O TÁRTARO
O Tartarus dos romanos e o Tartaros dos gregos (2 Pe 2.4) são vistos como a “Casa Intermediária” a caminho do Juízo Final (Jd v.6).
Nos escritos paralelos ao Apocalipse (especialmente no Livro de Enoque), “Tártaro” é a designação usada para o lugar de punição dos anjos caídos.
GEENA
O expressivo “geena” é originado de uma raiz aramaica obsoleta que significa “lamentação”.
A palavra “geena” é composta por duas palavras hebraicas; “gê” que, significa “um abismo” e hinom”. Ambas as expressões juntas significam: “O Abismo ou Vale do Filho de Hinom”
Literalmente falando, refere-se a uma depressão profunda situada ao sul de Jerusalém (Js 18.16).
Era o lugar do culto a Moloque, a quem os reis Acaz, e Manassés sacrificaram seus filhos (2 Cr 28.3; 33.6.
Jeremias também anunciou que o vale seria um lugar de julgamento divino (Jr 7.32; 19.6).
Josias, o rei reformador, declarou ser este lugar imundo (2 Rs 23.10), onde era queimado lixo e lançados os cadáveres (Is 66.24; Jr 31.40). Ali era jogado o lixo. Isso corresponde a um lugar com mau cheiro, fumaça e odores de putrefação que se encontra fora das cidades.
No tempo do Novo Testamento aquele vale tornou-se um lugar onde se queimava lixo.
Esse era lugar de fogo, morte e aflição. Ali sempre havia fogo aceso, servindo desta maneira para figurar o Lago de Fogo que arde eternamente.
O LAGO DE FOGO
O lago de Fogo (Ap 20.14) e seu equivalente da “Segunda Morte” devem ser tomados como sinônimos de “Geena”. É o lugar onde o bicho não morre e o fogo nunca se apaga (Mc 9.46).
A palavra hebraica primitiva que descreve este lugar, como no Antigo Testamento é “Tofete” (Is 30.33; Jr 7.31,32). Mas a palavra grega é “Geena” (Mt 5.22,29, 30; 10.26; 23.14,15,33). Como “Geena” este lugar tenebroso tem diversos sinônimos ou equivalentes:
O fogo eterno (Mt 18.8 e ss; 25.41).
O fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.44-48).
O fogo e o verme (Mc 9.48).
A fornalha ardente (Mt 13.42)
O lago de fogo (Ap 20.14)
Fogo e enxofre (Ap 14.10; 19.20; 20.10). De acordo com Gênesis 19.14; Salmos 11.6; Ezequiel 38.22; este foi o castigo de Sodoma e Gomorra.
OS JUIZOS CITADOS NA BÍBLIA
Julgamentos dos crentes (2 Co 5.10; 1 Co 3.11-15)
O julgamento dos pecados do crente na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 13.31). Ele foi aí justificado porque Cristo, havendo levado os seus pecados sobre a cruz, foi feito por Deus justiça (1 Co 1.30).
O crente julgando-se a si mesmo, para não ser julgado com o mundo (1 Co 11.31)
O julgamento das obras dos crentes diante do Tribunal de Cristo; logo após o traslado da Igreja (Rm 14.10; 1 Co 3.12; 2 Co 5.10).
Juízo sobre Israel (Ez 20.34-38). O julgamento de Israel, na Volta de Cristo, como “amadurecimento da nação”, para ingressar no Reino Milenar (Ez 20.33 e ss; Mt 19.28).
Julgamento das Nações (Jl 3.2; Mt 25.31-40).
Juízo sobre os anjos (1 Co 6.3; Jd v.6).
O Juízo Final:
No Antigo Testamento: Foi o profeta Daniel, quem discorreu, de forma mais explícita, acerca deste ato que haverá de realçar a supremacia e a singularidade da justiça divina (Dn 12.1-3).
No Novo Testamento:
No Sermão Profético, o Senhor deixa bem claro que o Julgamento Final não é uma hipótese; é uma realidade (Mt 25.31-41).
Os apóstolos tratam do Julgamento Final como algo integrante do plano redentivo de Deus (2 Tm 4.1; 1 Pe 4.5; Ap 20.4).
A certeza disso Deus já deu (At 17.31).
Nosso Credo: O Credo das Assembleias de Deus no Brasil afirma de forma bem clara e irrespondível: “Cremos no Juízo Vindouro que justificará os fiéis e condenará os infiéis”
JUIZO FINAL – DEFINIÇÃO
O Julgamento Final é a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura moral o que esta tiver cometido através do corpo durante a sua vida terrena.
OBJETIVOS DO JUIZO FINAL
Mostrar que a justiça de Deus deve ser observada e acatada por todos. “Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). Nosso Deus não compactua com a impunidade.
Punir os que rejeitaram a Cristo Jesus e sua tão grande Salvação. Aqueles que rejeitam a sua justiça, hão de ser lançados no lago de fogo (Jo 16.8-11)
Destruir a personificação do mal. Afiança Paulo aos irmãos de Corinto que iremos julgar os anjos (1 Co 6.3; Mt 25.41; Ap 20.10-12).
OS FUNDAMENTOS DO JUIZO FINAL:
A natureza justa e santa de Deus. Deus não é só “Amor” (1 Jo 4.8). Ele é santo e justo também (Rm 2.5-10).
A Palavra de Deus. Os que hoje desprezam a Palavra de Deus, serão por ela julgados (Jo 12.48).
A consciência das criaturas morais. Os impenitentes também serão julgados por sua própria consciência que, embora falha, não deixa de ser um dos fundamentos do Juízo Final (Ap 20.12).
QUANDO SERÁ O JUÍZO FINAL
No fim dos tempos haverá um grande julgamento.
As profecias do Antigo Testamento falam desse julgamento (Dn 7.11; Sl 9.7,8; Sl 50.1-6; Is 1.27,28;).
Jesus anunciou um juízo vindouro (Mt 10.15; 16.27; Jo 5.25-29; Is 12.48).
Os apóstolos também anunciaram o julgamento vindouro (Hb 9.27; Rm 2.16).
Paulo afirmou que a ressurreição de Jesus é a garantia de que o julgamento se realizará (At 15.25-31).
A Bíblia diz que esse julgamento será “no fim” (1 Co 15.24). Será após o Milênio, quando a última revolta de Satanás tiver sido esmagada (Ap 20.10,11).
Esse dia já está determinado por Deus.
ONDE SERÁ O JUÍZO FINAL
O grande trono branco.
Definição: Tyndale descreve trono na Bíblia como: “Cadeira cerimonial elevada simbolizando a importância e a autoridade da pessoa assentada nela.”
Tipos de tronos citados na Bíblia:
Trono de Davi (Lc 1.32).
O Trono de Satanás (Ap 2.13).
Os tronos dos doze apóstolos (Mt 19.28).
Os 24 tronos dos anciãos (Ap 4.4).
O trono de Cristo (2 Co 5.10).
O trono de Deus:
É um trono de glória (Jr 17.12)
É um grande trono (Ap 20.11).
O céu é o seu trono (Sl 11,4; Is 66.1).
As bases do trono de Deus:
São justiça (Sl 97.2).
Juízo (Sl 97.2).
Eternidade (Hb 1.8).
O grande trono branco:
A grandeza do trono refere-se ao Grande Juiz que ali se assentará para julgar (Sl 7.8; 9.8).
O trono é grande devido à importância do juízo que ali ocorrerá, pois será o último, o final, o mais perfeito.
Será um grande trono de abrangência universal (Ap 20.11-13). “O trono do presente texto, é grande! É de vastíssima dimensões! Enchendo o campo inteiro de nossa visão; expulsa da vista todos os outros elementos. Ameaça; deixa a mente atônita.
O Juiz desse julgamento:
Deus é Juiz (Rm 2.16). Mas Ele entregou ao Filho todo o juízo (Jo 5.22,27; At 10.42; 17.31; 2 Tm 4.1).
Assim, o mesmo Jesus que foi o Salvador dos homens e que na terra tinha poder para perdoar pecados (Mc 2.10), será Juiz. Aqui Jesus afirmou: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28) e também: “Nem eu também te condeno” (Jo 8.11). Mas, nesse último dia, Jesus estará pronto para julgar (1 Pe 4.5).
Como assistente nesse julgamento, Jesus terá a seu lado a Igreja glorificada (1 Co 6.2,3), que estará à sua disposição.
QUEM PARTICIPARÁ DO JUIZO FINAL
Todas as pessoas desde o jardim do Éden.
As que morreram durante o Milênio (Dn 12.2).
Nessa ocasião os ímpios falecidos de todas as épocas ressuscitarão, isto é, com corpos literais (Mt 10.28b). Este julgamento é para aplicação de sentença apenas, pois o pecador já está condenado quando não crê no Filho de Deus (Jo 3.18).
Os anjos caídos (Jd v.6). Que se rebelaram contra Deus aderindo à conspiração satânica.
OS LIVROS DO JUIZO FINAL
O livro da consciência (Rm 2.15).
O Livro da Natureza (Sl 19).
O Livro da Lei (Rm 2.12).
O Livro do Evangelho (Rm 2.16).
O Livro das Memórias (Lc 16.25).
O Livro das Obras (Ap 20.12).
O Livro da Vida (Ap 20.15).
O Senhor Jesus encoraja Seus discípulos a alegrarem-se por terem seus nomes inscritos nos céus (Lc 10.20).
Paulo declara que todos os crentes fiéis, consagrados que o ajudaram na obra do Senhor, têm seus nomes registrados no Livro da Vida (Fp 4.3).
O pecado aciona a justiça divina riscando o nome do livro de Deus (Êx 32.33).
Todos os vencedores, fiéis ao Senhor possuem a garantia de nunca terem seus nomes riscados do livro eterno da salvação (Ap 3.5).
O profeta Malaquias também menciona que, diante de Deus, há um livro escrito como memorial relatando as ações dos que teme e nunca se esquecem do nome do Senhor (Ml 3.16).
O PROCESSO E RESULTADO DO JUIZO FINAL
O julgamento será de acordo com as obras, portanto haverá diferentes graus de castigo (Mt 11.22,24; Lc 12.47,48; Ap 20.21).
Nenhum dos acusados terá advogado de defesa. Não haverá corpo de jurados, porque o Supremo Juiz é infalível, pois Ele é próprio é a justiça (Gn 18.25; 2 Tm 4.8; 1 Pe 2.23; 1 Co 1.30; Sl 96.13; 98,9).
Todos os que estiverem perante Ele para serem julgados terão lúcidas suas consciências. Será como Abraão falou ao homem rico no Hades: “Lembra-te!” (Lc 16.25). Tudo o que o Juiz disser encontrará eco nas consciências dos réus e todos verão que o Juiz não faz acepção de pessoas (Lc 20.21; At 10.34; Rm 2.11; Gl 2.6; Ef 6.9). Ali os reis e escravos serão nivelados. Ninguém irá àquele tribunal de carruagem. Todos são iguais perante Deus!
O destino dos que não tiverem seus nomes escritos no livro da vida aparece na Bíblia como:
Eternidade de tribulação e angústia (Rm 2.9).
Pranto e ranger de dentes (Mt 22.13; 25.30).
Perdição eterna (2 Ts 1.9).
Fornalha de fogo (Mt 13.42,50).
Cadeias da escuridão (2 Pe 2.4).
Tormento eterno (Mt 25.46).
Inferno e fogo que nunca se apaga (Mc 9.43).
Deus sendo perfeito em justiça como é, terá uma lei, para julgar os que pecaram sem lei (Rm 2.12).
Quanto aos que morreram sem conhecer o Evangelho, deixemos com Deus. O “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25), saberá fazer justiça. Só Ele tem o direito de julgar os mortos (At 10.42; Rm 14.9).
TODOS PODEM ESCAPAR DA PERDIÇÃO ETERNA
Reconhecer que é pecador (Rm 3.23-26).
Arrepender-se dos pecados (Mc 1.15; At 2.38).
Crer em Jesus como Salvador e aceitá-lo como Senhor (Jo 1.1,12,14; 3.16; At 16.31).
Confessar que Cristo é o Salvador (Rm 10.9,10).
Viver uma vida de fé (Hb 11.1,6).
Constituir Cristo como seu advogado (1 Jo 2.1).