PROFECIAS SOBRE A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

PROFECIAS A RESPEITO DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM (1.1 – 24.27).

A Preparação E O Chamado De Ezequiel (1.1 – 3.27).

Nesses capítulos podemos observar que Deus chama Ezequiel e lhe dá um serviço específico a desempenhar. Sua missão era transmitir uma mensagem de condenação a um povo desobediente. Deus o havia colocado como um atalaia sobre a casa de Israel, com uma solene admoestação contra o descuido de seu dever.

 

Podemos observar que o profeta tinha uma tarefa difícil imposta por Deus, no entanto, deveria prosseguir corajosamente, pois fora chamado diretamente por Ele. 

Um rolo que deveria comer simbolizava a assimilação da mensagem com a subsequente missão de transmitir as instruções divinas.

 

Teria sido muito mais fácil para Ezequiel ter permanecido no sacerdócio, pois os sacerdotes eram tidos em alta consideração pelos judeus, e um sacerdote podia ler a lei a aprender tudo que precisava saber para realizar seu trabalho. Os profetas normalmente eram desprezados e perseguidos. Recebiam suas mensagens e ordens do Senhor de acordo com o que a ocasião exigia e nunca sabiam, ao certo o que aconteceria depois. Era arriscado ser profeta.

 

Deus Aparece A Ezequiel (1.1-28).

1.1-3: Local e época do seu chamado: Quando lemos o texto do versículo 1, notamos que Ezequiel não deixa dúvidas quanto às datas do início do seu ministério, a iniciar pelo ano trigésimo. Com relação à datação do “ano trigésimo” desde o tempo de Orígenes (185-254 d.C.), essa referência tem sido considerada como a idade do próprio profeta, a idade quando os sacerdotes iniciavam o seu ministério (Nm 4.3-4). Ao que parece, Ezequiel tinha o propósito de ser específico em seus escritos, algo que nos deixa claro ao citar, até mesmo, o dia em seu sistema de datação.

 

1.3: A mão do Senhor estava sobre mim: Quando a expressão é usada em relação a Elias (1 Rs 18.46) ou Eliseu (2 Rs 3.15), indica uma capacitação sobrenatural especial; em Ezequiel, denota o início do êxtase profético.

 

1.4-28: Ezequiel tem uma visão teofânica. O chamado de Ezequiel é feito mediante uma manifestação de Deus no meio de uma tempestade; esse tipo de visão é chamada, teologicamente, de teofania. A visão de Ezequiel foi descrita com maiores detalhes do que as teofanias de Moisés (Êx 33; 24.9), Amós (Am 7.15), Isaías (Is 6), Jeremias (Jr 1.4-10) ou Daniel (Dn 7.9). A descrição da visão inicial de Ezequiel é um dos trechos mais difíceis de traduzir em todo o Antigo Testamento. Mas a lição principal transmitida pela visão é clara: o Deus de Israel não está preso ao seu Templo em Jerusalém. O seu trono, equipado com rodas e suspenso pelos querubins, é móvel; ele pode manifestar – e de fato manifesta – sua presença a Ezequiel na Babilônia tão facilmente como a havia manifestado, por exemplo, a Isaías em Jerusalém (Is 6.1ss); Na visão de Ezequiel, destaca-se o aspecto de esse trono não era estacionário; ele pode se mover em qualquer direção – para a frente, para trás, para os lados, para cima ou para baixo. Como em teofanias anteriores (Sl 68.17) e posteriores (Dn 7.9), ele é um trono-carro (1 Cr 28.18). Deus é o Deus do céu e da terra.

 

1.4: uma tempestade: Uma nuvem de tempestade repleta de raios e relâmpagos era um meio tradicional de teofania em Israel (Êx 19.16-18; 1 Rs 19.11,12; Sl 18.7-15; 68.7-10). Se nessa ocasião ele vinha do norte, a presença do Senhor provavelmente seguiu a mesma rota que os exilados haviam tomado para a Babilônia, e as deidades locais não podiam impedir o seu avanço.

 

Rio Quebar: Ao que parece Ezequiel estava lá intercedendo juntamente com outros cativos quando o Senhor o chamou para seu novo ministério. Isaías adorava no templo quando Deus o chamou (Is 6), e Paulo e Barnabé participavam de um culto em Antioquia quando receberam seu chamado (At 13.1-3). Era um dia como outro qualquer quando Ezequiel foi à reunião de oração, mas o Senhor o transformou num ponto crítico da vida de ser servo. Quando andamos no caminho do serviço nunca sabemos que diferença um dia fará.

 

O profeta inicia descrevendo sobre quatro seres viventes com quatro rostos e quatro asas.

Esses seres viventes, em pé, tinham certo grau, o aspecto de homens e aparentavam estar direcionados para os quatros pontos cardeais.

Seu olhar era universal, porque os olhos do Senhor estão em toda parte, como lemos em Zacarias 4.10.

Cada rosto representava a figura de um animal.

 

A descrição e interpretações simbólicas dos animais:

Da primeira vez que Ezequiel viu essas criaturas, comparou-as com fogo a revolver-se com metal brilhante (v.4). Contudo, ao observá-las mais de perto, comparou-as com bronze polido (v.7), carvão sem brasas, tochas e relâmpagos (vv. 13,14). Assim como o apóstolo João, descrevendo a beleza da cidade santa (Ap 21 – 22), o profeta ficou sem palavras e teve de pintar um retrato!

 

Asas: com relação à citação das asas, parece ter em comum nas teofanias, como na descrição dos serafins em Isaías 6.2, Essas asas tocavam umas nas outras e quando estavam em movimento, as criaturas não giravam, mas iam diretamente para a frente, mostrando a determinação para cumprir seus propósitos sem hesitação.

 

Mãos: Nas extremidades dos braços, os seres viventes eram equipados com mãos humanas, simbolizando ação, já que as mãos são o instrumento de poder e ação. Esses seres viventes tinham seus movimentos dirigidos pelo Espírito de Deus, guiados pelo poder e providência de Deus.

 

Roda: Cada ser vivente era acompanhado por uma roda. Essas rodas com os animais formavam uma carruagem para o trono de Deus. Por meio das mesmas era permitido que a carruagem viajasse para todos os lados.

 

Os querubins: Guardavam o acesso à árvore da vida (Gn 3.24). Figuras de querubins foram colocadas sobre a Arca do Concerto (Êx 25.18-20) e bordadas no véu do Tabernáculo (Êx 26.31), as quais foram reproduzidas no Templo (1 Rs 6.23; 2 Cr 3.14). Estiveram entretecidos no pensamento bíblico desde o começo, como atendentes angélicos de Deus. Em Apocalipse 4.6,7; 5.6; 6.1,6; 7.11; 14.3; 15.7; 19.4; estão intimamente relacionados com o desenrolar do destino da Igreja.

Que figura impressionante da providência de Deus, sempre ativa, complexamente estruturada, nuca errada e jamais atrasada!

 

Plataforma: Acima dos animais, apoiada sobre suas asas direitas, havia uma plataforma. Essa plataforma era base para um trono que, segundo a descrição do profeta, era como uma safira. O firmamento de Ezequiel é provavelmente idêntico ao “mar de vidro, claro como cristal [...] misturado com fogo” de João (Ap 4.6; 15.2); Ezequiel o viu de baixo, João de cima. E assentado sobre esse trono “havia como que a semelhança de um homem” (v.26) circundado de majestade e glória. “Esse era o aspecto da semelhança da glória do Senhor” (v.28).

 

1.28: “A aparência da figura da glória do SENHOR”: Ao descrever essa visão, Ezequiel emprega o termo “como” pelo menos dez vezes, indicando que as figuras de sua visão eram símbolos de realidades que Deus desejava lhe revelar. A multiplicação dos termos qualificativos tem o propósito de causar reverência. Ao longo da Bíblia, o Senhor usa coisas conhecidas para ilustrar verdades espirituais indescritíveis, além do vocabulário humano.

 

Os atributos de Deus: De sua visão, Ezequiel ficou sabendo que Deus não se limitava apenas à Palestina, pois como podia movimentar-se em todas as direções, estava presente em todos os lugares – onipresença de Deus.  As figuras olhando em todas as direções dão a ideia de que todas as partes do universo estão abertas aos seus olhos – onisciência de Deus. A figura assentada sobre o trono fala de poder e governo – a onipotência de Deus.

 

Tudo isto figurava dentro de enorme nuvem escura e tempestuosa, a despedir relâmpagos. Foi sob esta forma que Deus apareceu a Ezequiel. Significava Sua glória, poder, onisciência, onipresença, onipotência, soberania, majestade e santidade.