O SIGNIFICADO CORRETO DA EXPIAÇÃO E O SEU ALCANCE
Termos que explicam o significado da morte de Cristo:
Substituição:
Ele morreu em lugar de pecadores. Isto também é descrito como “vicária”, da apalavra latina vicarius, que significa “um em lugar de outro” (2 Co 5.21; 1 Pe 2.24; Hb 9.28; Is 53.4-6)
Duas preposição gregas que enfatizam a natureza substitutiva da morte de Cristo.
E: Traduzida por “por” significa que Cristo morreu “em lugar dos” pecadores (Mt 20.28; Mc 10.45)
Huper: Com o mesmo significado (Gl 3.13; 1 Tm 2.6; 2 Co 5.21; 1 Pe 3.18).
A doutrina da Substituição é importante em que através da morte de Cristo as justas demandas de Deus têm sido satisfeitas; foi uma transação de aspecto legal na qual Cristo lidou com o problema do pecado para a raça humana. Ele se tornou o substituto pelo pecado da humanidade.
Redenção:
Termos gregos:
Agorazo: Significa “comprar em um mercado”. Frequentemente ela tinha a ver com a venda de escravos no mercado. A palavra é usada para descrever o crente sendo comprado do mercado de escravos do pecado e libertados da prisão do mesmo. O preço da compra para a soltura do crente e libertação do pecado foi a morte de Jesus Cristo (1Co 6.20; 7.23; Ap 5.9; 14.3,4).
Exagorazo: Ensina que Cristo redimiu os crentes da maldição e escravidão da lei a qual podia somente condenar e não salvar. Cristo liberta os crentes da escravidão da lei e de sua condenação (Gl 3.13; 4.5)
Lutroo: Significa “obter soltura através do pagamento de um preço”. A ideia de ser liberto pelo pagamento de um resgate prevalece nesta palavra (Lc 24.21). Os crentes têm sido redimidos pelo precioso sangue de Cristo (1 Pe 1.18) para ser uma possessão especial para Deus (Tt 2.14).
Declaração Doutrinária: A redenção é vista em relação ao pecado; a humanidade estava como escrava do pecado e com a necessidade de libertação:
Reconciliação:
Termo grego:
Katalasso: Que significa “efetuar uma mudança, reconciliar”. Deus é Aquele quem iniciou esta mudança ou reconciliação.
Definição: “Deus removendo a barreira do pecado, produzindo paz e capacitando o homem a ser salvo”.
Aspectos da reconciliação:
Aspecto objetivo ou provisional. O homem é reconciliado para com Deus antes da fé e o homem é colocado em uma posição possível de ser salvo (2 Co 5.18a, 19a).
Aspecto subjetivo ou experimental. O homem é reconciliado quando ele crê (2 Co 5.18b, 19b).
Declaração Doutrinária: A reconciliação é vista em relação ao homem: o homem foi quem se retirou da comunhão por causa do pecado e era necessário que ele fosse reconciliado para renovar esta comunhão.
Ensino:
A ênfase de reconciliação é a de estar em paz com Deus. O homem que foi alienado de Deus é trazido para a comunhão com Ele. O pecado cria uma barreira entre o homem e Deus e feito o homem hostil para com Deus (Is 59.1,2; Cl 1.21,22; Tg 4.4). Através de Cristo, a inimizade e a ira de Deus foram removidas (Rm 5.10).
Deus Se moveu a fim de reconciliar o homem pecador consigo mesmo (2 Co 5.18,19). Por outro lado, o homem é o objeto da reconciliação. Foi o homem que se retirou da comunhão com Deus; portanto, era necessário que o homem fosse restaurado.
Esta reconciliação foi providenciada para todo o mundo, mas é eficaz somente quando é recebida pela fé pessoal.
Propiciação:
Termos no original:
No hebraico: kaphar – significa “cobrir”, envolve um ritual que cobre o pecado (Lv 4.35; 10.17).
No grego:
Hilaskomai – significa “propiciar”, ocorre duas vezes no Novo Testamento. Em Lucas 18.13 o coletor de impostos arrependido orou para Deus a fim de que Ele fosse propício ou que Deus pudesse prover uma cobertura para o pecado. Em Hebreus 2.17 é declarado que Cristo fez propiciação pelo pecado.
A palavra também ocorre três vezes na forma de substantivo hislamos (1 Jo 2.2; 4.10) e
Hilasterion (Rm 3.25).
Declaração teológica: A propiciação é vista em relação a Deus: Deus é propiciação – Sua santidade é vindicada e satisfeita pela morte de Cristo.
Ensino:
Propiciação significa que a morte de Cristo satisfez todas as justas demandas de Deus para com o pecador. Porque Deus é santo e justo Ele não pode deixar de tomar conhecimento do pecado; através da obra de Jesus Cristo, Deus é totalmente satisfeito em que o Seu justo padrão foi cumprido.
Através da união com Cristo o crente pode ser aceito por Deus e ser poupado de Sua ira.
Conceitos: A propiciação está relacionada a vários conceitos:
A ira de Deus. Porque Deus é santo, Sua ira é direcionada para o pecado e deve ser apaziguada a fim de poupar o homem da destruição eterna.
Deus provê o remédio. Deus provê a solução para o pecado ao enviar Cristo como uma satisfação do mesmo.
A morte de Cristo apazigua a ira de Deus. O dom de Cristo satisfez a santidade de Deus a afastou Sua ira.
Perdão: “Não vacile, se os seus pecados forem tão numerosos para serem perdoados ou se a sua enfermidade for tão grave para ser curada. Jesus é um advogado que nunca perdeu uma causa, e um Médico que nunca perdeu um paciente” – Thomas Guthrie
Termos no original:
Chariszomai: É relacionada à palavra graça e significa “perdoar devido à graça”. Também pode-se referir a um cancelamento de um débito (Cl 2.13). O contexto enfatiza que nossos débitos foram cravados na cruz, com a expiação de Cristo que livremente perdoou os pecados que eram atribuídos contra nós.
Aphiemi: Significa “deixar ir, soltar, enviar”. A forma do substantivo é usada em Efésios 1.7 onde é salientado que os pecados do crente têm sido perdoados ou lançados fora por causa das riquezas da graça de Deus reveladas na morte de Cristo.
Definição: Perdão é o ato legal de Deus por onde Ele remove as cargas que foram impostas contra o pecador devido à satisfação adequada ou expiação daqueles pecados que foram cometidos.
Declaração teológica: O perdão é visto em relação ao homem: O homem tem pecado e é necessário lidar com estes pecados e removê-los.
Ensino: O perdão resolve para sempre o problema do pecado na vida do crente – todos os pecados passados, presente e futuros (Cl 2.13). Isto é distinto do purificar diário do pecado que é necessário para se manter a comunhão com Deus (1 Jo 1.9)
Justificação:
Declaração teológica: a justificação é vista em relação ao homem: O homem pecou e quebrou o padrão de Deus. O homem estava em necessidade de receber a justiça de Deus e entrar em comunhão com Ele.
Ensino:
Ao passo que o perdão aponta para o lado negativo da salvação, a justificação é o lado positivo. Justificar é declarar alguém que tem fé em Jesus Cristo, justo. Este á um ato forense (legal) de Deus pelo qual Ele declara o crente pecador justo na base do sangue de Cristo. A ênfase principal da justificação é positiva.
A justificação é um dom concedido através da graça de Deus (Rm 3.24) e tem seu lugar no momento que o indivíduo coloca sua fé em Cristo (Rm 4.2; 5.1).
A base da justificação é a morte de Cristo (Rm 5.9), dissociado de quaisquer obras (Rm 4.5). O meio da justificação é a fé (Rm 5.1)
Através da justificação, Deus mantém Sua integridade e Seu padrão e ainda assim se torna possível entrar em comunhão com pecadores porque a própria justiça de Cristo lhe é imputada.
Aspectos da justificação:
Envolve o perdão e remoção de todos os pecados e o fim da separação de Deus (At 13.39; Rm 4.6-7; 5.9-11; 2 Co 5.19).
Envolve o conferir de justiça sobre a pessoa que crê e um título para todas as bênçãos prometidas aos justos.
A extensão da expiação: “Por quem Cristo morreu?”
Expiação limitada:
Definição: Também conhecida como “redenção definida” ou “particular”, sugerindo que a expiação de Cristo é limitada a um número de pessoas definido ou particular.
Significado: Há várias passagens que enfatizam que Cristo morreu por um grupo particular de pessoas e não por todos:
Como o Bom Pastor, Cristo entregou a Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.15); nem todo mundo é incluído neste rebanho.
Cristo deu a sua vida pela igreja (At 20.28; Ef 5.25).
Ele morreu pelos eleitos (Rm 8.32-33)
Argumentos:
Os objetos do amor de Deus são particulares. Ele não amou a cada um com o mesmo amor (Rm 1.7; 8.29; Cl 3.12; 1 Ts 1.4; 2 Ts 2.13)
Desde que os objetos do amor do Pai são particulares, definidos e limitados, da mesma forma o são os objetos da morte de Cristo (1 Jo 4.10; Rm 5.8; 8.32).
Se Cristo fez uma expiação pelo pecado então os objetos desta expiação devem constituir um grupo particular. De outra forma o efeito da expiação seria enfraquecido porque nem todos aqueles por quem Cristo teria feito a expiação são salvos.
Se Deus é soberano (Ef 1.1), então Seu plano não pode ser frustrado, mas se Cristo morreu por todas as pessoas e nem todas as pessoas são salvas, então o plano de Deus é frustrado.
Se Cristo morreu por todas as pessoas, então a redenção foi feita por todos e todos são justificados. Este modo de pensar nos leva ao “Universalismo” (todos serão salvos).
As passagens que declaram que Cristo morreu pelo mundo significam que Ele morreu pelas “pessoas de cada tribo e nação – não somente os judeus”.
Similarmente, quando a palavra “todos” é usada (2 Co 5.15) ela significa todas as classes de pessoas mas não cada pessoa.
Expiação ilimitada:
Definição: A doutrina da expiação ilimitada, como entendida pelos evangélicos, significa que Cristo morreu em lugar de cada pessoa mas Sua morte é eficaz somente para aqueles que creem no evangelho.
Argumentos:
Se as declarações do Novo Testamento são consideradas pelo seu valor aparente, então é evidente que elas ensinam que Cristo morreu por todos.
A expiação limitada não é baseada na exegese dos textos das Escrituras e sim mais sobre a premissa lógica que se Cristo morreu por todos e nem todos são salvos, então o plano de Deus é frustrado.
O mundo, como João o descreve é: “Os que odeiam a Deus, rejeitam a Cristo e são dominados por Satanás. Ainda assim, foi esse o mundo pelo qual Cristo morreu (Jo 1.29; 3.16,17; 4.42; 1 Jo 4.14). Estas passagens enfatizam uma expiação universal.
A expressão “todo aquele” é usada mais de 110 vezes no Novo Testamento e sempre com um significado irrestrito (Jo 3.16; At 2.21; 10.43; Ap 10.17).
A palavra “todos”, ou um termo equivalente, é usado para denotar cada um. Cristo morreu pelos ímpios – todos são ímpios (Rm 5.6). Cristo morreu por todos, sugerindo cada um (2 Co 5.14-15; 1 Tm 2.6; 4.10; Tt 2.11; Hb 2.9; 2 Pe 3.9).
Segundo Pedro 2.1 indica que Cristo morreu pelos falsos mestres que tinham chegado ao ponto de “renegarem o Soberano que os resgatou”. O contexto indica que estes eram hereges destinados a destruição, ainda assim é dito sobre eles que “o Soberano Senhor... os resgatou”. Isto milita contra a posição da expiação limitada.
A Bíblia ensina que Cristo morreu pelos “pecadores” (1 Tm 1.15; Rm 5.6-8). A palavra “pecadores” em nenhum lugar significa “igreja” ou “eleitos” mas simplesmente toda a humanidade perdida.